Scielo RSS <![CDATA[Psicologia da Educação]]> http://educa.fcc.org.br/rss.php?pid=2175-352020240001&lang=es vol. 57 num. lang. es <![CDATA[SciELO Logo]]> http://educa.fcc.org.br/img/en/fbpelogp.gif http://educa.fcc.org.br <![CDATA[DESAFIOS E RESISTÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA E INCLUSIVA EM TEMPOS SOMBRIOS: UM OLHAR PARA ALÉM DA ESCOLA - À GUISA DE EDITORIAL]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100001&lng=es&nrm=iso&tlng=es <![CDATA[EDUCAÇÃO, DIFERENÇAS E DESIGUALDADE: À GUISA DE APRESENTAÇÃO]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100003&lng=es&nrm=iso&tlng=es <![CDATA[La Psicología En La Diferencia: Miradas Latinoamericanas Y Afrobrasileñas]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100007&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo Este artigo parte da crítica aos saberes tradicionalmente difundidos e ensinados nos cursos de Psicologia, que se baseiam nos conhecimentos produzidos no ocidente europeu e estadunidenses e traduzem a visão de humano cunhada na modernidade ocidental, de natureza individualista, pretensamente universal, objetiva e neutra. Nessa perspectiva, foram historicamente negados ou apagados os saberes produzidos em África e na América Latina. Para compreender a conexão entre os saberes tradicionais da ciência psicológica e a visão de homem que carregam, realiza-se um resgate histórico da constituição do “Outro” universal, o branco, em oposição aos “outros” desumanizados, a partir das invasões europeias nos continentes africano e americano. A partir da crítica aos saberes psicológicos colonizados, que carregam uma perspectiva eugenista e excludente, apontam-se outras possibilidades de compreensão do humano, em especial na perspectiva africana e afrobrasileira, apresentando como alternativa ao sujeito individual, o sujeito coletivo e a conectividade comunitária como princípios organizadores dos conhecimentos. São apresentados alguns aportes afrocentrados em Psicologia e dois exemplos de produção de saber-fazer em perspectiva decolonial e afroreferenciada.<hr/>Abstract This article is based on a critique of the knowledge traditionally disseminated and taught in Psychology courses, which is based on knowledge produced in Western Europe and the United States and reflects the vision of the human coined in Western modernity, of an individualistic nature, supposedly universal, objective and neutral. From this perspective, the knowledge produced in Africa and Latin America has been historically denied or erased. To understand the connection between the traditional knowledge of psychological science and the vision of man that it carries, a historical recovery of the constitution of the universal “Other”, the white man, in opposition to the dehumanized “others”, is carried out, starting from the European invasions of the African and American continents. Based on the critique of colonized psychological knowledge, which carries a eugenicist and exclusionary perspective, other possibilities for understanding the human being are pointed out, especially from the African and Afro-Brazilian perspective, presenting as an alternative to the individual subject, the collective subject and community connectivity as organizing principles of knowledge. Some Afrocentric contributions to Psychology and two examples of the production of know-how from a decolonial and Afro-referenced perspective are presented.<hr/>Resumen Este artículo parte de una crítica al conocimiento tradicionalmente difundido y enseñado en las carreras de Psicología, que se basa en conocimientos producidos en Europa Occidental y Estados Unidos y traduce la visión del ser humano acuñada en la modernidad occidental, de una visión individualista, supuestamente universal, objetiva y neutra. Desde esta perspectiva, el conocimiento producido en África y América Latina ha sido históricamente negado o borrado. Para comprender la conexión entre los conocimientos tradicionales de las ciencias psicológicas y la visión del hombre que conllevan, se hace una revisión histórica de la constitución del “Otro” universal, el blanco, frente a los “otros” deshumanizados, a partir de las invasiones europeas en el Continentes africano y americano. Desde la crítica al conocimiento psicológico colonizado, que conlleva una perspectiva eugenésica y excluyente, se señalan otras posibilidades de comprensión de lo humano, especialmente desde la perspectiva africana y afrobrasileña, presentándose como alternativa al sujeto individual, el sujeto colectivo y comunitario e la conectividad como principio organizador del conocimiento. Se presentan algunas contribuciones afrocéntricas a la Psicología y dos ejemplos de producción de saber hacer desde una perspectiva descolonial y afrorreferenciada. <![CDATA[Procesos de Subjetivación en Freud: Sublimación Primaria y Secundaria]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100013&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo Visa-se contribuir, neste artigo, com os estudos sobre os processos de subjetivação em Freud, a partir de um questionamento sobre em que medida a busca da felicidade, analisada na seção II de O mal-estar na civilização, se ancora em dois conceitos de sublimação complementares: (1) o que o autor identificou, em O Eu e o Id, como “narcisismo secundário,” caracterizando-o como um processo de identificação do Eu com o objeto de desejo, com vistas a se proteger de sua perda (e do qual se origina o caráter); e (2) o que ele descreveu, em O mal-estar na civilização, como o “destino imposto ao instinto pela civilização”, e o “caminho melhor” frente ao isolamento, constituído pela participação na comunidade humana e pela subordinação civilizatória da natureza à nossa vontade. Propõe-se que ambos os conceitos podem ser denominados de “sublimação primária” e “secundária”.<hr/>Abstract In this article, we aim to contribute to the studies on the processes of subjectivation in Freud, through a questioning of the extent to which the pursuit of happiness, analyzed in section II of Civilization and Its Discontents, is grounded in two complementary concepts of sublimation: (1) the one the author identified in The Ego and the Id as "secondary narcissism", characterizing it as a process of identification of the ego with the object of desire, aiming to protect itself from its loss (and from which character originates); and (2) the one he described in Civilization and Its Discontents as the “fate imposed on the instinct by civilization,” and the “better path” in the face of isolation, formed by participation in the human community and the civilizatory subordination of nature to our will. We propose to test whether both concepts can be referred to as “primary” and “secondary” sublimation.<hr/>Resumen En este artículo, buscamos contribuir a los estudios sobre los procesos de subjetivación en Freud, a partir de un cuestionamiento sobre hasta qué punto la búsqueda de la felicidad, analizada en la sección II de El Malestar en la Cultura, se basa en dos conceptos complementarios de sublimación: (1) el que el autor identificó en El Yo y el Ello como “narcisismo secundario,” caracterizándolo como un proceso de identificación del Yo con el objeto de deseo, con el fin de protegerse de su pérdida (y del cual se origina el carácter); y (2) el que describió en El Malestar en la Cultura como el “destino impuesto al instinto por la civilización,” y el “mejor camino” frente al aislamiento, constituido por la participación en la comunidad humana y la subordinación civilizatoria de la naturaleza a nuestra voluntad. Proponemos probar si ambos conceptos pueden denominarse “sublimación primaria” y “secundaria”. <![CDATA[Imaginando una Pedagogía Descolonizadora para Niños: Una Perspectiva Social-Psicoanalítica Crítica]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100023&lng=es&nrm=iso&tlng=es Abstract A description of the challenges faced by teachers in contemporary times, when war, displacement, and other reactionary forces render childhood precarious and result in subjectivity severed from history and characterized by melancholy, is used as a basis for probing the profound implications of these contexts in pedagogical work. The author intersects the fields of pedagogy, psychoanalysis, and decolonial theory to explore the potential of a pedagogy that enhances possibilities for children, particularly those from subaltern groups, for ethical relationality and agentic possibility. Psychoanalysis is proposed as a tool to rescue narratives and restore metaphorical possibility in children whose subjectivities are often obstructed by external ideological forces such as neoliberalism and racial capitalism. The article also suggests some core principles that critical educators might use to construct a decolonizing pedagogy for children through a critical social-psychoanalytic perspective, underscoring that, for this, critical and introspective teacher preparation is needed.<hr/>Resumo Uma descrição dos desafios enfrentados pelos professores nos tempos contemporâneos, quando a guerra, o deslocamento e outras forças reacionárias tornam a infância precária e resultam em uma subjetividade separada da história e caracterizada pela melancolia, é usada como base para investigar as profundas implicações desses contextos no trabalho pedagógico. O autor intersecciona os campos da pedagogia, psicanálise e teoria decolonial para explorar o potencial de uma pedagogia que amplie as possibilidades de crianças, particularmente aquelas de grupos subalternizados, para relações éticas e agência. A psicanálise é proposta como uma ferramenta para resgatar narrativas e restaurar a possibilidade metafórica em crianças cujas subjetividades são frequentemente obstruídas por forças ideológicas externas, como o neoliberalismo e o capitalismo racial. O artigo também sugere alguns princípios centrais que educadores críticos podem usar para construir uma pedagogia decolonial para crianças por meio de uma perspectiva social-psicanalítica crítica, destacando que, para isso, é necessária uma formação crítica e introspectiva para os professores.<hr/>Resumen Una descripción de los desafíos enfrentados por los maestros en tiempos contemporáneos, cuando la guerra, el desplazamiento y otras fuerzas reaccionarias hacen que la infancia sea precaria y resultan en una subjetividad desgajada de la historia y caracterizada por la melancolía, se utiliza como base para investigar las profundas implicaciones de estos contextos en el trabajo pedagógico. El autor intersecta los campos de la pedagogía, el psicoanálisis y la teoría decolonial para explorar el potencial de una pedagogía que amplíe las posibilidades de los niños, particularmente aquellos de grupos subalternizados, para una relacionalidad ética y posibilidad agente. Se propone el psicoanálisis como una herramienta para rescatar narrativas y restaurar la posibilidad metafórica en los niños cuyas subjetividades a menudo son obstruidas por fuerzas ideológicas externas, como el neoliberalismo y el capitalismo racial. El artículo también sugiere algunos principios clave que los educadores críticos podrían usar para construir una pedagogía decolonial para los niños a través de una perspectiva social-psicoanalítica crítica, subrayando que, para esto, es necesaria una formación crítica e introspectiva para los maestros. <![CDATA[Producción Humorística y Sufrimiento Psíquico: El Humor en la Escuela como Dispositivo de Supervivencia]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100033&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo Este artigo pretende analisar as influências recíprocas entre humor, sofrimento e sobrevivência psíquica. Para tanto, partirá da leitura psicanalítica do humor em Sigmund Freud, nas obras “Os chistes e sua relação com o inconsciente” (1905) e “O humor” (1927), e em autores contemporâneos que atualizam este debate, tais como Adilson Moreira (2019), Chaya Ostrower (2015), Ana Brancaleoni e Daniel Kupermann (2021). Este arcabouço teórico perpassa conceitos como: inconsciente, recalcamento, economia psíquica, mecanismos de defesa, trauma, relação continente-contido, desidealização, teoria da superioridade, racismo recreativo, performatividade de gênero, entre outros. Após versar conceitualmente sobre o tema, este artigo apresenta alguns dados de pesquisa sobre o chiste e o humor produzido cotidianamente em sala de aula em uma unidade escolar pública do estado de São Paulo - em classes do sexto ao nono ano do ensino fundamental II - para, então, refletir sobre a eventual relevância do humor como dispositivo de sobrevivência psíquica na escola.<hr/>Abstract This article aims to analyze the reciprocal influences between humor, suffering, and psychological survival. To do so, it will begin with a psychoanalytic reading of humor in Sigmund Freud’s works “Jokes and Their Relation to the Unconscious” (1905) and “Humor” (1927), as well as contemporary authors who update this discussion, such as Adilson Moreira (2019), Chaya Ostrower (2015), Ana Brancaleoni, and Daniel Kupermann (2021). This theoretical framework covers concepts such as: the unconscious, repression, psychic economy, defense mechanisms, trauma, the container-contained relationship, de-idealization, superiority theory, recreational racism, gender performativity, among others. After conceptually discussing the topic, the article presents some research data on jokes and humor produced daily in classrooms at a public school in the state of São Paulo - ranging from sixth to ninth grade in middle school - before reflecting on the potential relevance of humor as a device for psychological survival in the school setting.<hr/>Resumen Este artículo tiene como objetivo analizar las influencias recíprocas entre el humor, el sufrimiento y la supervivencia psíquica. Para ello, partirá de una lectura psicoanalítica del humor en las obras de Sigmund Freud “Los chistes y su relación con el inconsciente” (1905) y “El humor” (1927), así como en autores contemporáneos que actualizan este debate, como Adilson Moreira (2019), Chaya Ostrower (2015), Ana Brancaleoni y Daniel Kupermann (2021). Este marco teórico abarca conceptos como: inconsciente, represión, economía psíquica, mecanismos de defensa, trauma, relación continente-contenido, desidealización, teoría de la superioridad, racismo recreativo, performatividad de género, entre otros. Tras abordar conceptualmente el tema, el artículo presenta algunos datos de investigación sobre los chistes y el humor producido diariamente en las aulas de una escuela pública en el estado de São Paulo, en clases de sexto a noveno grado de la educación secundaria, para luego reflexionar sobre la posible relevancia del humor como dispositivo de supervivencia psíquica en la escuela. <![CDATA[Jessé Souza y el Racismo Multidimensional: la Ausencia del Ideal Educativo Moderno y la Génesis de la “Subciudadanía” Brasileña]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100042&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo O objetivo deste artigo é investigar nos trabalhos do sociólogo brasileiro Jessé Souza, especialmente em seus trabalhos “A ralé brasileira”, de 2020, e “Como o racismo criou o Brasil”, publicada no ano de 2021, a relação entre a ausência ou incompletude de um projeto educacional moderno - forjado nos expedientes “civilizatórios” dos ideais liberais da modernidade ocidental - nos processos de construção da sociedade brasileira e o engendramento de uma estrutura social praticamente estática, marcada pela desigualdade e exclusão da maior parcela da população, à qual é reservado um estatuto simbólico de indignidade, demérito e desprestígio social, elementos cofundadores de uma espécie de “subcidadania” inerente associada ao que o autor denominou de “ralé brasileira”, formada, sobretudo, pelos pretos, pardos, povos indígenas originários e pobres. A essa subcidadania da ralé, se contrapõe a autoimagem da “elite do atraso”, a minoria privilegiada branca, que se entende moralmente superior aos demais porque supostamente herdeira dos mais elevados atributos imateriais da cidadania e civilização ocidentais, dentre eles, a capacidade de autocontrole, de disciplina e de prospecção. No sustentáculo dessa divisão há um dispositivo racista que se apresenta multidimensionalmente: como racismo global e simbólico, como racismo de classe e como racismo racial, que ocupa “o comando de todo o processo de subordinação, humilhação e exclusão social da sociedade brasileira” (Souza, 2021, p. 134). Para melhor compreender a hipótese relacional de Souza, será examinado de que forma o desenvolvimento histórico da educação no Brasil, igualmente demarcado pela exclusão e desigualdade, contribui para a manutenção e reprodução desse cenário social.<hr/>Abstract The objective of this article is to investigate in the works of the Brazilian sociologist Jessé Souza, especially in his books “A ralé brasileira”, 2020, and “Como o racismo criou o Brasil”, published in 2021, the relationship between the absence or incompleteness of a modern educational project - forged in the context of liberal civilization of Western modernity - in the processes of construction of Brazilian society and the generation of a practically static social structure, marked by inequality and exclusion of the majority of the population, to which a status is attributed symbolic of indignity, demerit and social discredit, elements that are part of a kind of “subcitizenship” associated with what the author called the “ralé brasileira”, formed, above all, by blacks, browns, indigenous people and the poor. This rabble sub-citizenship contrasts with the self-image of the “elite do atraso,” the privileged white minority, who consider themselves morally superior to others because they are supposedly inheritors of the highest immaterial attributes of Western citizenship and civilization, including, the ability to self-control, discipline and prospecting. At the center of this division, a racist device that presents itself in a multidimensional way: as global and symbolic racism; as class racism; and as racial racism, which commands the process of social exclusion in Brazil (Souza, 2021). To better understand Souza's relational hypothesis, we will examine how the historical development of education in Brazil, equally marked by exclusion and inequality, supports the maintenance and reproduction of this social scenario.<hr/>Resumen El objetivo de este artículo es investigar en los trabajos del sociólogo brasileño Jessé Souza, especialmente en sus obras “A ralé brasileira”, de 2020, y “Como o racismo criou o Brasil”, publicada en 2021, la relación entre la ausencia o la incompletitud de un proyecto educativo moderno - forjado en el contexto de civilización liberal de la modernidad occidental - en los procesos de construcción de la sociedad brasileña y de engendramiento de una estructura social prácticamente estática, marcada por la desigualdad y la exclusión de la mayor parte de la población, a la que se atribuye un estatus simbólico de indignidad, demérito y descrédito social, elementos que forman parte de una especie de “subciudadanía” asociada a lo que el autor llamó la “ralé brasileira”, formada, sobre todo, por negros, morenos, indígenas y pobres. Esta subciudadanía de la chusma contrasta con la autoimagen de la “elite do atraso”, la minoría blanca privilegiada, que se considera moralmente superior a los demás porque supuestamente son herederos de los atributos inmateriales más elevados de la ciudadanía y la civilización occidentales, entre ellas, la capacidad de autocontrol, la disciplina y la prospección. En el centro de esta división, un dispositivo racista que se presenta de manera multidimensional: como racismo global y simbólico; como racismo de clases; y como racismo racial, que ocupa “o comando de todo o processo de subordinação, humilhação e exclusão social da sociedade brasileira” (Souza, 2021, p. 134). Para comprender mejor la hipótesis relacional de Souza, examinaremos cómo el desarrollo histórico de la educación en Brasil, igualmente marcado por la exclusión y la desigualdad, apoya el mantenimiento y la reproducción de este escenario social. <![CDATA[Un debate sobre la raza: análisis de proyectos político pedagógicos de las ciudades Sumaré y Hortolândia]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100051&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo Este artigo analisa como o tratamento dado à temática das relações étnico-raciais nos Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) dos municípios de Sumaré e Hortolândia está alinhado ou não às propostas do Currículo Paulista para a etapa da Educação Básica. Foram selecionados 35 Projetos da Diretoria de Ensino de Sumaré, dos quais quatro são aqui analisados documentalmente, com vistas a: identificar a frequência em que apareciam os termos estratégicos de busca utilizados (exemplos: “raça”, “etnia” e “relações étnico-raciais”); levantar os trechos textuais correspondentes; verificar os contextos em que os termos eram mencionados e compreender as concepções de ERER praticadas nos Projetos. As análises são amparadas por uma perspectiva teórica pós-crítica, a qual compreende o currículo como um instrumento de poder, cuja seleção não imparcial dos conteúdos se expressa na formação política e pedagógica dos indivíduos. Constatamos que a escola que mais menciona os termos citados, usa uma vez o termo “raça” e quatro vezes expressões relacionadas a “relações étnico-raciais” e/ou “etnia”, em alusão à aceitação da pluralidade no ambiente escolar. Apontamos, assim, o esvaziamento de uma pauta ou projeto pedagógico para ERER: a deseducação vigora como proposta. Discutimos como os PPPs não são acionados como instrumentos para prever ou garantir a aplicabilidade das leis 10.639/03 e 11.645/08, o que está alinhado a um antirracismo conivente, uma perspectiva antirracista cooptada pelo racismo à brasileira: presente nos discursos, mas inefetivo na prática, devido às dificuldades de rompimento com as estruturas seculares do racismo e da branquitude.<hr/>Abstract This article analyzes how the treatment given to the theme of ethnic-racial relations in the Political Pedagogical Projects of the cities of Sumaré and Hortolândia is aligned or not with the proposals of the São Paulo Curriculum for Basic Education. Thirty-five Projects of the Sumaré Education Board, of these, four are documented here, with the aim of: identifying the frequency in which the strategic search terms used (e.g.: “race”, “ethnicity” and “ethnic-racial relations”) appeared; collecting the corresponding textual excerpts; verifying the contexts in which the terms were mentioned; and understanding the conceptions of ERER practiced in the Projects. The analyses are supported by a post-critical theoretical perspective, which understands the curriculum as an instrument of power, whose non-impartial selection of content is expressed in the political and pedagogical formation of individuals. We found that the school that mentions the terms mentioned the most uses the term “race” once and expressions related to “ethnic-racial relations” and/or “ethnicity” four times, alluding to the acceptance of plurality in the school environment. We thus point to the emptying of a pedagogical agenda or project for ERER: miseducation prevails as a proposal. We discuss how PPPs are not used as instruments to predict or guarantee the applicability of laws 10,639/03 and 11,645/08, what is aligned with a collusive anti-racism, an anti-racist perspective co-opted by Brazilian racism: present in speeches, but ineffective in practice, due to the difficulties of breaking with the secular structures of racism and whiteness.<hr/>Resumen Este artículo analiza cómo el tratamiento dado al tema de las relaciones étnico-raciales en los Proyectos Políticos Pedagógicos de los municipios de Sumaré y Hortolândia se alinea o no con las propuestas del Currículo de São Paulo para las etapas de Educación básica. Se seleccionaron 35 proyectos del Consejo de Educación de Sumaré, cuatro de los cuales están documentados aquí, con miras a: identificar la frecuencia con la que aparecieron los términos estratégicos de búsqueda utilizados (por ejemplo, “raza”, “etnia” y “relaciones étnico-étnicas”); levantar los extractos textuales correspondientes; comprobar los contextos en los que se mencionaron los términos; y, comprender los conceptos de ERER practicados en los Proyectos. Los análisis se sustentan en una perspectiva teórica poscrítica, que entiende el currículo como un instrumento de poder, cuya selección no imparcial de contenidos se expresa en la formación política y pedagógica de los individuos. Encontramos que la escuela que menciona con mayor frecuencia utiliza el término “raza” una vez y expresiones relacionadas con “relaciones étnico-raciales” y/o “etnicidad” cuatro veces, aludiendo a la aceptación de la pluralidad en el ambiente escolar. Señalamos así el vaciamiento de una agenda o proyecto pedagógico para la ERER: la deseducación está vigente como propuesta. Discutimos cómo las APP no son utilizadas como instrumentos para predecir o garantizar la aplicabilidad de las leyes 10.639/03 y 11.645/08, que se alinean con un antirracismo colusorio, una perspectiva antirracista cooptada por el racismo brasileño: presente en los discursos, pero ineficaz en la práctica, debido a las dificultades de romper con las estructuras seculares del racismo y la blancura. <![CDATA[Las Mujeres Negras y La Docencia en La Educación Superior: Trayectorias y Rupturas]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100062&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo A construção deste artigo é uma realização coletiva, orquestrada por um grupo de mulheres negras que, por meio da escrita, se aquilombam. Partimos da consideração de que as questões interseccionais de raça e gênero atravessam a construção pessoal e profissional de mulheres negras em diferentes contextos sociais, caracterizando, assim, nosso problema de pesquisa, que é a (não) presença das mulheres negras nas universidades como outsiders. Propomos, portanto, refletir sobre a mulher negra na docência a partir de uma revisão bibliográfica de escopo em duas bases de dados brasileiras, utilizando as palavras-chave: “mulher negra” e “universidade” ou “academia” , com vistas a encontrar produções que contemplem as trajetórias e narrativas dessas mulheres, a fim de identificar as nuances identitárias, científicas, relacionais e institucionais que posicionam (ou não) docentes negras como produtoras de conhecimento válidos e influentes no meio em que se encontram. Dessa forma, foram inicialmente incluídos 25 artigos e, aplicando-se os critérios de exclusão, a amostra foi reduzida para oito artigos. Os resultados demonstram que, apesar da pouca quantidade de artigos encontrados e de circunstâncias desafiadoras enfrentadas por essas mulheres negras, suas presenças movimentaram a estrutura institucional em que se encontram, seja na constituição de perspectivas científicas interseccionais, seja na ruptura do ideal masculino, branco, pretensamente universal ligado ao padrão científico acadêmico.<hr/>Abstract The construction of this article is a collective achievement, orchestrated by a group of black women, who, through writing, get along. We start from the consideration that the intersectional issues of race and gender permeate the personal and professional construction of black women in different social contexts, thus characterizing our research problem, which is the (non) presence of black women in universities as outsiders. We therefore propose to reflect on black women in teaching based on a bibliographical review of scope in two Brazilian databases, using the keywords: “black woman” and “university” or “academy”, with a view to finding productions that contemplated the trajectories and narratives of these women, in order to identify the identity, scientific, relational and institutional nuances that position (or not) black teachers as producers of valid and influential knowledge in the environment in which they work. find. Therefore, 25 articles were initially included and, applying the exclusion criteria, the sample was reduced to eight articles. The results demonstrate that, despite the small number of articles found and the challenging circumstances faced by these black women, their presence moved the institutional structure in which they find themselves, whether in the constitution of intersectional scientific perspectives, or in the rupture of the masculine, white, ideal. supposedly universal linked to the academic scientific standard.<hr/>Resumen La construcción de este artículo es un logro colectivo, orquestado por un grupo de mujeres negras, que a través de la escritura se llevan bien. Partimos de la consideración de que las cuestiones interseccionales de raza y género permean la construcción personal y profesional de las mujeres negras en diferentes contextos sociales, caracterizando así nuestro problema de investigación, que es la (no) presencia de mujeres negras en las universidades como outsiders. Proponemos entonces reflexionar sobre las mujeres negras en la docencia a partir de una revisión bibliográfica de alcance en dos bases de datos brasileñas, utilizando las palabras clave: “mujer negra” y “universidad” o “academia”, con miras a encontrar producciones que contemplen las trayectorias y narrativas de estas mujeres, con el fin de identificar los matices identitarios, científicos, relacionales e institucionales que posicionan (o no) a los docentes negros como productores de conocimiento válido e influyente en el entorno en el que trabajan. encontrar. Por tanto, inicialmente se incluyeron 25 artículos y, aplicando los criterios de exclusión, la muestra se redujo a ocho artículos. Los resultados demuestran que, a pesar del pequeño número de artículos encontrados y de las circunstancias desafiantes que enfrentan estas mujeres negras, su presencia movió la estructura institucional en la que se encuentran, ya sea en la constitución de perspectivas científicas interseccionales, o en la ruptura de lo masculino, blanco, ideal supuestamente universal vinculado al estándar científico académico. <![CDATA[Nuestros Pasos Vienen De Lejos: Mujeres Negras En La Escuela De Posgrado]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100072&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo O racismo é um problema estrutural, que se reflete no âmbito das instituições e relações interpessoais de diferentes maneiras, explícitas e veladas. No contexto educacional, uma das manifestações do racismo está na pouca representatividade de pessoas negras no corpo docente e nas referências bibliográficas, e essa desigualdade racial se acentua quando se verificam os níveis mais elevados de ensino. Com o intuito de dar visibilidade para a produção de conhecimentos científicos realizados por pesquisadoras negras, este trabalho apresenta as pesquisas das mulheres negras que concluíram a pós-graduação, vinculadas à linha de pesquisa Psicologia e Educação, no grupo de estudos e Pesquisas Diferenças e Subjetividades em Educação (DiS), do Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação (PPGE-FE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entre os anos de 2005 e 2024. Para tanto, realiza-se uma pesquisa bibliográfica e documental, com levantamento das dissertações e teses já defendidas no grupo de pesquisa, e currículo Lattes das pesquisadoras. A partir deste trabalho, colocam-se em evidência os estudos construídos por mulheres negras nessa linha de pesquisa e suas contribuições, refletindo sobre o acesso e condições das mulheres negras na universidade pública. Ressalta-se a relevância social e científica das pesquisas que em sua maioria abordam relações raciais e as desigualdades decorrentes, apresentando inovações teóricas e metodológicas. Constata-se também a pouca representatividade de pesquisadoras e docentes negras, que reflete o racismo institucionalizado nos programas de pós-graduação mesmo com a implementação de ações afirmativas.<hr/>Abstract Racism is a structural problem that is reflected in institutions and interpersonal relationships in different ways, both explicit and hidden. In the educational context, one of the manifestations of racism is the low representation of black people in teaching staff and bibliographic references, and this racial inequality is accentuated when higher levels of education are verified. In order to give visibility to the production of scientific knowledge carried out by black researchers, this work presents the research of black women who completed postgraduate studies, linked to the Psychology and Education research line, in the study and research group Differences and Subjectivities in Education (DiS), of the Graduate Program in Education of the Faculty of Education (PPGE-FE) of the State University of Campinas (Unicamp), between the years 2005 to 2024. To this end, a bibliographic and documentary research is carried out, with a survey of the dissertations and theses already defended in the research group, and the researchers' Lattes CVs. This work highlights studies conducted by black women in this line of research and their contributions, reflecting on the access and conditions of black women in public universities. The social and scientific relevance of the research is highlighted, as most of it addresses racial relations and the resulting inequalities, presenting theoretical and methodological innovations. The low representation of black researchers and professors is also noted, which reflects institutionalized racism in graduate programs, even with the implementation of affirmative actions.<hr/>Resumen El racismo es un problema estructural, que se refleja dentro de las instituciones y relaciones interpersonales de diferentes maneras, explícitas y encubiertas. En el contexto educativo, una de las manifestaciones del racismo es la baja representación de las personas negras en el profesorado y en las referencias bibliográficas, y esta desigualdad racial se acentúa cuando hay mayores niveles de educación. Con el objetivo de dar visibilidad a la producción de conocimiento científico realizada por investigadoras negras, este trabajo presenta las investigaciones de mujeres negras que realizaron estudios de posgrado, vinculadas a la línea de investigación Psicología y Educación, en el grupo de estudio e Investigación Diferencias y Subjetividades en Educación (DiS), del Programa de Postgrado en Educación de la Facultad de Educación (PPGE-FE) de la Universidad Estadual de Campinas (Unicamp), entre los años 2005 y 2024. Para Para ello se realiza una investigación bibliográfica y documental, con un levantamiento de disertaciones y tesis ya defendidas en el grupo de investigación, y de los CV de los investigadores. A partir de este trabajo se destacan los estudios construidos por mujeres negras en esta línea de investigación y sus aportes, reflexionando sobre el acceso y las condiciones de las mujeres negras en las universidades públicas. Se destaca la relevancia social y científica de las investigaciones, que abordan principalmente las relaciones raciales y las desigualdades resultantes, presentando innovaciones teóricas y metodológicas. También está la baja representación de investigadores y profesores negros, lo que refleja el racismo institucionalizado en los programas de posgrado incluso con la implementación de acciones afirmativas. <![CDATA[AGRUPACIONES DE COLECTIVIDADES DE INMIGRANTES NO HISPANOHABLANTES Y AFRODESCENDIENTES EN ROSARIO, ARGENTINA]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100083&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumen El fenómeno migratorio es intrínseco a la vida humana. Sin embargo, el agravamiento de las tensiones político-sociales y económicas a nivel mundial ha incrementado la movilidad de las personas. Partiendo de la base de que el sujeto se funda en una lengua y es interpelado por otras, el desplazamiento físico conduce a desplazamientos subjetivos de distintos tipos. En este contexto, Argentina fue escenario de migraciones históricas, como la italiana de principios del siglo pasado, y de migraciones contemporáneas. En este último ámbito, este artículo propone analizar comparativamente el papel de dos agrupaciones civiles vinculadas a colectivos de inmigrantes no hispanohablantes y afrodescendientes en Rosario: el Club Argentino Brasileño y la Asociación Civil Haitiana. Se realizó una investigación cualitativa, exploratoria y descriptiva con un enfoque teórico metodológico inscrito en el análisis del discurso franco-brasileño. La construcción de datos se basó en entrevistas abiertas a dirigentes y en observaciones participantes. Así, se buscó reconstruir parte de sus trayectorias institucionales a modo de registro histórico, además de analizar las estrategias de las organizaciones para difundir y defender la diversidad lingüística-cultural de los colectivos migrantes involucrados. Ambas organizaciones difieren en términos de orígenes, objetivos y decisiones en cuanto a la enseñanza de idiomas y a la visibilidad local. Estas diferencias permiten sistematizar la multiplicidad de aspectos que catalizan las conexiones entre los orígenes migratorios y la comunidad de acogida.<hr/>Abstract Migration is an intrinsic part of human life. However, the worsening of political, social and economic tensions worldwide has increased the mobility of people. From the premise that the subject is based on a language and is challenged by others, physical displacement leads to subjective displacements of different kinds. In this context, Argentina was the scene of historical migrations, such as the Italian migration at the beginning of the last century, and of contemporary migrations. In this last context, this article proposes a comparative analysis of the role of two civil organizations linked to groups of non-Spanish-speaking and Afro-descendant immigrants in Rosario: The Argentine-Brazilian Club and the Haitian Civil Association. A qualitative, exploratory and descriptive research was carried out with a theoretical methodological approach inscribed in the analysis of the Franco-Brazilian discourse. The construction of data was based on open interviews with leaders and on participant observations. The aim was to reconstruct part of their institutional trajectories as a historical record, in addition to analyzing the organizations’ strategies for disseminating and defending the linguistic-cultural diversity of the migrant groups involved. Both organizations differ in terms of origins, objectives and decisions regarding language teaching and local visibility. These differences allow us to systematize the multiplicity of aspects that catalyze the connections between migratory origins and the host community.<hr/>Resumo O fenômeno migratório é intrínseco à vida humana. Contudo, o agravamento das tensões político-sociais e econômicas no mundo inteiro aumentou a mobilidade das pessoas. Partindo do pressuposto de que o sujeito se constitui em uma língua e é interpelado por outras, o deslocamento físico leva a deslocamentos subjetivos de diversos tipos. Neste contexto, a Argentina foi palco de migrações históricas, como a migração italiana no início do século passado, e de migrações contemporâneas. Neste último contexto, este artigo propõe-se a analisar comparativamente o papel de duas organizações civis ligadas a grupos de imigrantes não hispanofalantes e afrodescendentes em Rosario: o Clube Argentino Brasileiro e a Associação Civil Haitiana. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva com abordagem teórico-metodológica inscrita na análise do discurso franco-brasileira. A construção dos dados baseou-se em entrevistas abertas com lideranças e observações participantes. Assim, buscou-se reconstruir parte de suas trajetórias institucionais como registro histórico, além de analisar as estratégias das organizações para divulgar e defender a diversidade linguístico-cultural dos grupos migrantes envolvidos. Ambas as organizações diferem em termos de origens, objetivos e decisões relativas ao ensino de línguas e visibilidade local. Estas diferenças permitem-nos sistematizar a multiplicidade de aspectos que catalisam as ligações entre as origens migratórias e a comunidade de acolhimento. <![CDATA[La Chica Danesa: Cómo Leer un Cuerpo en el Transfeminismo]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100094&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo Esta investigação concentra-se no filme “A Garota Dinamarquesa”, baseado no romance homônimo The Danish girl, de David Ebershoff, que narra a transformação de Einar Wegener, marido de Gerda Wegener, em Lili Elbe, primeira mulher transexual a se submeter a uma cirurgia de redesignação sexual. A trama ocorre na década de 1920 em Copenhague, onde, a pedido de sua esposa Gerda, Einar substitui uma modelo para uma pintura, iniciando nesse ato uma busca por sua própria identidade, levando-a a um processo de subjetivação, confrontando os cânones morais da época e as instituições, especialmente a medicina psiquiátrica que definia o que era normal e anormal. O objetivo deste trabalho é explorar os temas de confissão, poder e controle numa perspectiva foucaultiana, sobre as questões de sexo e gênero, interrogando as tecnologias de gênero, como proposto por De Lauretis (1987), que posicionam os corpos e os obrigam a existir ou deixar de existir segundo Butler (2019), assim como as tecnologias do sexo, que utilizam a biologia e a medicina como discursos e práticas que fabricam corpos como assinala Preciado (2002). O filme nos possibilita interrogar não apenas a performance de gênero, mas também as instituições que constroem o sexo e o gênero, e que permitem, em alguns casos, a subjetivação para enfrentar as tecnologias de dominação.<hr/>Abstract This study focuses on the film The Danish girl, based on the eponymous novel by David Ebershoff, which narrates the transformation of Einar Wegener, husband of Gerda Wegener, into Lili Elbe, the first transgender woman to undergo gender reassignment surgery. The story is set in 1920s Copenhagen, where, at the request of his wife Gerda, Einar replaces a model for a painting, initiating a quest for self-identity. This process leads to a confrontation with the moral canons of the time and institutions, particularly psychiatric medicine, which defined what was considered normal and abnormal. The aim of this work is to explore the themes of confession, power, and control from a Foucauldian perspective on questions of sex and gender, interrogating gender technologies as proposed by De Lauretis (1987), which position bodies and compel them to exist or cease to exist, according to Butler (2019). It also examines sex technologies, which employ biology and medicine as discourses and practices that fabricate bodies, as highlighted by Preciado (2002). The film allows us to question not only gender performance but also the institutions that construct sex and gender, enabling, in some cases, subjectivation to resist technologies of domination.<hr/>Resumen Esta investigación se centra en la película La Chica Danesa, basada en la novela homónima The Danish girl de David Ebershoff, que narra la transformación de Einar Wegener, esposo de Gerda Wegener, en Lili Elbe, la primera mujer transgénero en someterse a una cirugía de reasignación de sexo. La trama transcurre en la década de 1920 en Copenhague, donde, a petición de su esposa Gerda, Einar reemplaza a una modelo para una pintura, iniciando así una búsqueda de su propia identidad. Este proceso lo lleva a una subjetivación que confronta los cánones morales de la época y las instituciones, especialmente la medicina psiquiátrica, que definía lo que era normal y anormal. El objetivo de este trabajo es explorar los temas de confesión, poder y control desde una perspectiva foucaultiana sobre las cuestiones de sexo y género, interrogando las tecnologías de género como las propone De Lauretis (1987), que posicionan los cuerpos y los obligan a existir o dejar de existir, según Butler (2019). Asimismo, se examinan las tecnologías del sexo, que emplean la biología y la medicina como discursos y prácticas que fabrican cuerpos, como señala Preciado (2002). La película nos permite cuestionar no solo la performance de género, sino también las instituciones que construyen el sexo y el género, permitiendo, en algunos casos, la subjetivación para resistir las tecnologías de dominación. <![CDATA[El espejo convexo em “Extraordinario”: Análisis de los mecanismos de defensa contra el cuerpo abyecto en las relaciones escolares]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100104&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo Este artigo explora a representação do olhar da diferença e do corpo dissidente da norma no livro EXTRAORDINÁRIO, por meio da análise de literatura, pelo exame das reações emocionais e dos mecanismos de defesa daqueles ao redor de August - principalmente seus colegas e adultos. O trabalho recorre a teorias de poder e subjetividade, especialmente do pós-estruturalismo e da teoria queer, para investigar como as normas sociais moldam o gerenciamento dos corpos não normativos. Não obstante, apresenta as categorias de análise sugeridas por Lígia Amaral para a tratativa dos elementos narrativos em que a deficiência e o corpo disforme estão em foco nas histórias infantis. Por fim, o artigo defende uma mudança no discurso sobre corpos considerados "abjetos", sugerindo que a aceitação ativa pode levar a práticas sociais transformadoras nas escolas. Desafia narrativas tradicionais e propõe uma nova gramática das relações sociais que desloque o diferente enquanto agência para novas narrativas nas relações.<hr/>Abstract This article explores the representation of the gaze on difference and the dissident body in the book Wonder, through a literary analysis. It examines the emotional reactions and defense mechanisms of those around August - primarily their peers and adults. The work draws on theories of power and subjectivity, particularly post-structuralism and queer theory, to investigate how social norms shape the management of non-normative bodies. Furthermore, it incorporates the analytical categories proposed by Lígia Amaral for addressing narrative elements where disability and disfigurement are central in children's literature. Finally, the article advocates for a shift in the discourse on "abject" bodies, suggesting that embracing difference can lead to transformative social practices in schools. It challenges traditional narratives and proposes a new grammar of social relationships that reframes the "different" as an agent for new narratives in human interactions.<hr/>Resumen Este artículo explora la representación de la mirada hacia la diferencia y el cuerpo disidente en el libro Extraordinario, a través de un análisis literario. Examina las reacciones emocionales y los mecanismos de defensa de quienes rodean a August, principalmente sus compañeros y adultos. El trabajo se basa en teorías de poder y subjetividad, en particular el posestructuralismo y la teoría queer, para investigar cómo las normas sociales moldean la gestión de los cuerpos no normativos. Además, incorpora las categorías de análisis propuestas por Lígia Amaral para abordar los elementos narrativos donde la discapacidad y la deformidad están en el centro de la literatura infantil. Finalmente, el artículo aboga por un cambio en el discurso sobre los cuerpos "abyectos", sugiriendo que aceptar activamente la diferencia puede conducir a prácticas sociales transformadoras en las escuelas. Cuestiona las narrativas tradicionales y propone una nueva gramática de las relaciones sociales que reposicione al "diferente" como agente de nuevas narrativas en las relaciones humanas. <![CDATA[Legislando a favor de la regresión: PL 504/2020 y la prohibición de la publicidad LGBTQIAPN+ en el Estado de São Paulo]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-35202024000100113&lng=es&nrm=iso&tlng=es Resumo O presente artigo propõe uma análise, a partir da Teoria das Representações Sociais, do texto integral do PL 504/2020, que circulou na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) no referido ano, que versava sobre o que se chamou, no texto jurídico, de proibição da publicidade LGBTQIAPN+. Partindo do pressuposto de que o conceito de homossexualidade é uma construção social, foi possível identificar no texto do projeto de lei duas representações sociais que justificam a sua existência, a sodomia e a pederastia, que culpabilizam, patologizam e criminalizam os sujeitos LGBTQIAPN+ historicamente. Após análise de todo o corpo do texto legal, percebe-se que, mesmo com o PL 504/2020 sendo barrado na Alesp, ele gera um impacto social quando de suas discussões. A lógica de manutenção do Estado, através do discurso a favor da família tradicional e proteção às crianças, é usada como dispositivo de instauração de pânico social na tentativa de manter a extrema direita do poder. O PL 504/2020, que vem na esteira do inconstitucional Projeto Escola sem Partido, de 2019, caracteriza-se assim como mais uma tentativa de deslegitimar o Estado de direito democrático e pode ser entendido como um prenúncio da ideologia da campanha eleitoral de 2022 que se anuncia. A proibição da visibilidade e o diálogo em torno das temáticas de gênero e orientação sexual, incide sobre a escola, seus conteúdos e funcionamento, e se constitui obstáculo ao princípio da formação cidadã promulgada pela LDB de 1996.<hr/>Abstract This article proposes an analysis, based on the Theory of Social Representations, of the full text of PL 504/2020, which circulated in the Legislative Assembly of the State of São Paulo (Alesp) in that year, which dealt with what was called, in the legal text, prohibiting LGBTQIAPN+ advertising. Assuming that the concept of homosexuality is a social construction, it was possible to identify in the text of the bill two social representations that justify its existence, sodomy and pederasty, which historically blame, pathologize and criminalize LGBTQIAPN+ subjects. After analyzing the entire body of the legal text, it is clear that, even with PL 504/2020 being barred at Alesp, it generates a social impact when its discussions. The logic of maintaining the State, through the discourse in favor of the traditional family and protection of children, is used as a device to establish social panic in an attempt to keep the extreme right in power. PL 504/2020, which comes in the wake of the unconstitutional 2019 School Without Party Project, is thus characterized as another attempt to delegitimize the democratic rule of law and can be understood as a harbinger of the ideology of the upcoming 2022 election campaign. The prohibition of visibility and dialogue around gender and sexual orientation issues affects schools, their content and functioning, and constitutes an obstacle to the principle of citizenship education promulgated by the 1996 LDB.<hr/>Resumen Este artículo propone un análisis, con base en la Teoría de las Representaciones Sociales, del texto íntegro del PL 504/2020, que circuló en la Asamblea Legislativa del Estado de São Paulo (Alesp) en ese año, que trataba de lo que se denominó, en el texto legal, prohibiendo la publicidad LGBTQIAPN+. Asumiendo que el concepto de homosexualidad es una construcción social, fue posible identificar en el texto del proyecto de ley dos representaciones sociales que justifican su existencia, la sodomía y la pederastia, que históricamente culpabilizan, patologizan y criminalizan a los sujetos LGBTQIAPN+. Luego de analizar todo el cuerpo del texto legal, es claro que, aún con la prohibición del PL 504/2020 en Alesp, genera un impacto social cuando se discute. La lógica de mantenimiento del Estado, a través del discurso a favor de la familia tradicional y la protección de los niños, es utilizada como dispositivo para instaurar el pánico social en un intento de mantener a la extrema derecha en el poder. El PL 504/2020, que surge a raíz del inconstitucional Proyecto Escuela Sin Partido de 2019, se caracteriza así como otro intento de deslegitimar el Estado democrático de derecho y puede entenderse como un presagio de la ideología de la próxima campaña electoral de 2022. La prohibición de visibilidad y diálogo en torno a las cuestiones de género y orientación sexual afecta a las escuelas, su contenido y funcionamiento, y constituye un obstáculo al principio de educación ciudadana promulgado por la LDB de 1996.