Scielo RSS <![CDATA[Childhood & Philosophy]]> http://educa.fcc.org.br/rss.php?pid=1984-598720240001&lang=pt vol. 20 num. lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://educa.fcc.org.br/img/en/fbpelogp.gif http://educa.fcc.org.br <![CDATA[Afeto e investigação filosófica com crianças]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872024000100100&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract Matthew Lipman’s Thinking in Education develops an approach to philosophical inquiry with children (PwC) that claims to develop critical, creative and caring thinking. With Lipman, these kinds of thinking are primarily tied to analytic-logical commitments, and as such, his approach concerns only one way to conceptualize thinking. To address this issue and create space for another understanding, I introduce the concept of affect based on the work of the French philosopher Gilles Deleuze. From a theoretical perspective, affect helps to deepen the relationship between thinking, the body and experience in PwC; in addition, from a practical standpoint, it expands and enriches facilitation practices and curriculum design. To explore affect, I first show why PwC would benefit from such a theoretical expansion while also looking at connections already present within the literature on PwC. After a brief overview of affect theory and some of its initial applications to education, I propose a reading of Deleuzian affect augmented by thinkers like Claire Colebrook and Brian Massumi. Finally, I explore philosophical inquiry through affect and suggest how facilitation practices and curriculum design can respond in lieu of this conceptualization. This response examines several areas: inquiry, concepts, the community and ethical-political engagement.<hr/>Resumo Thinking in Education, de Matthew Lipman, apresenta uma abordagem para a investigação filosófica com crianças (FcC) que busca desenvolver o pensamento crítico, criativo e cuidadoso. Para Lipman, esses tipos de pensamentos estão ligados principalmente a compromissos analítico-lógicos e, como tal, sua abordagem se preocupa apenas com um modo de conceitualizar o pensar. Para direcionar esse problema e criar espaço para outros entendimentos, apresento o conceito de afeto baseado na obra do filósofo francês Gilles Deleuze. A partir de uma perspectiva teórica, o afeto ajuda a aprofundar as relações entre o pensar, o corpo e a experiência na FcC; além disso, de um ponto de vista prático, ele expande e enriquece as práticas facilitadoras e a concepção curricular. Para explorar o afeto, primeiro mostro porque a FcC se beneficiaria de tal expansão teórica, enquanto examino as conexões já existentes na literatura sobre FcC. Após um breve resumo sobre a teoria do afeto e algumas de suas aplicações iniciais para a educação, proponho a leitura do afeto deleuziano ampliada por pensadores como Claire Colebrook e Brian Massumi. Por fim, exploro a investigação filosófica através do afeto e sugiro como as práticas facilitadoras e a concepção curricular podem responder no lugar dessa conceitualização. Essa resposta examina diversas áreas: a investigação, os conceitos, a comunidade e o compromisso ético-político.<hr/>Resumen Thinking in Education, de Matthew Lipman, desarrolla un enfoque de la investigación filosófica con niños (FcN) que pretende desarrollar un pensamiento crítico, creativo y cuidadoso. Para Lipman, estos tipos de pensamiento están ligados principalmente a compromisos analítico-lógicos y, como tales, su enfoque se refiere sólo a una forma de conceptualizar el pensamiento. Para abordar esta cuestión y crear espacio para otra comprensión, introduzco el concepto de afecto basado en la obra del filósofo francés Gilles Deleuze. Desde una perspectiva teórica, el afecto ayuda a profundizar en la relación entre el pensamiento, el cuerpo y la experiencia en FcN; además, desde un punto de vista práctico, amplía y enriquece las prácticas de facilitación y el diseño curricular. Para explorar el afecto, primero muestro por qué FcN se beneficiaría de dicha expansión teórica, al tiempo que examino las conexiones ya presentes en la literatura sobre FcN. Tras un breve repaso de la teoría del afecto y algunas de sus aplicaciones iniciales a la educación, propongo una lectura del afecto deleuziano ampliada por pensadores como Claire Colebrook y Brian Massumi. Por último, exploro la indagación filosófica a través del afecto y sugiero cómo las prácticas de facilitación y el diseño curricular pueden responder en lugar de esta conceptualización. Esta respuesta examina varias áreas: la investigación, los conceptos, la comunidad y el compromiso ético-político. <![CDATA[“Educar crianças para a sabedoria”: reflexão sobre a abordagem de comunidade de investigação da filosofia para crianças a partir da alegoria da caverna de platão]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872024000100101&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract There is a widespread belief in Philosophy for Children that Plato, the famed Greek thinker who introduced philosophizing to the world as a form of dialogue, was averse to teaching philosophy to young children. Decades of the implementation of P4C program’s inquiry pedagogy have shown conclusively that children are not, in fact, incapable of receiving philosophical training and education. But was Plato wrong? Or has he been largely misunderstood? Does his theory of education show the value of cultivating virtues in the young? This paper attempts to answer these questions by reading the Republic, specifically Plato’s theory of education and the allegory of the cave, as an education manual that can strengthen one’s understanding of the pedagogical approach of P4C and the importance of educating children in wisdom and other intellectual virtues. It demonstrates that the Platonic conception of education is consistent with P4C’s theoretical position of education being transformative, facilitative, and virtue-based. By unpacking the symbolisms and meanings of the cave metaphor, it also discusses effective facilitation, teacher capacity building, and sharing of responsibility in education. Ultimately, drawing from Plato’s theory of education can recalibrate and improve the way one sees the role of education in building caring communities that empower learners and educators for democracy, higher learning, and achievement.<hr/>Resumen Existe una creencia generalizada en Filosofía para Niños de que Platón, el afamado pensador griego que introdujo el filosofar en el mundo como una forma de diálogo, era reacio a enseñar filosofía a los niños pequeños. Décadas de implementación de la pedagogía de la indagación del programa FpN han demostrado de forma concluyente que, de hecho, niños y niñas no son incapaces de recibir formación y educación filosóficas. Pero, ¿estaba Platón equivocado? ¿O se le ha mayormente malinterpretado? ¿Muestra su teoría de la educación el valor de cultivar virtudes en los jóvenes? Este artículo intenta responder a estas preguntas leyendo la República, concretamente la teoría de la educación de Platón y la alegoría de la caverna, como un manual de educación que puede fortalecer la comprensión del enfoque pedagógico de la FpN y la importancia de educar a los niños en la sabiduría y otras virtudes intelectuales. Demuestra que la concepción platónica de la educación es coherente con la postura teórica de la FpN según la cual la educación es transformadora, facilitadora y basada en virtudes. Al desentrañar los simbolismos y significados de la metáfora de la caverna, también se analiza la facilitación eficiente, el desarrollo de capacidades del profesorado y el compartir responsabilidades en educación. En última instancia, inspirarse en la teoría de la educación de Platón puede recalibrar y mejorar el modo en que se concibe el papel de la educación en la construcción de comunidades solidarias [caring] que capaciten a alumnos y educadores para la democracia, el aprendizaje superior y el logro.<hr/>Resumo Existe uma crença difundida na Filosofia para Crianças (FpC) de que Platão, o famoso pensador grego que introduziu a filosofia no mundo em forma de diálogo, era contra ensinar filosofia para crianças pequenas. Décadas de implementação da pedagogia de investigação do programa de Filosofia para Crianças mostram conclusivamente que as crianças não são, na verdade, incapazes de receber treinamento e educação filosófica. Mas será que Platão estava errado? Ou será que ele foi amplamente incompreendido? Sua teoria da educação mostra o valor de cultivar virtudes nos jovens? Este artigo busca responder a essas questões através da leitura da República, especificamente a teoria da educação de Platão e a alegoria da caverna, como um manual de educação que pode fortalecer a compreensão da abordagem pedagógica da Filosofia para Crianças e a importância de educar crianças para a sabedoria e para outras virtudes intelectuais. Mostra-se que a concepção platônica de educação é coerente com a posição teórica da FpC de uma educação transformadora, facilitadora e baseada em virtudes. Ao destrinchar os simbolismos e significados da metáfora da caverna, também se discute a facilitação eficaz, a capacitação docente e a partilha de responsabilidades na educação. Por fim, partir da teoria da educação de Platão pode recalibrar e melhorar a forma como se vê o papel da educação na construção de comunidades solidárias que capacitem estudantes e educadores para a democracia, a aprendizagem superior e o sucesso. <![CDATA[Filosofia para crianças: semente ético-política para uma cultura de paz a partir de um pensamento polivalente]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872024000100102&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt resumen Después de enseñar la asignatura de Ética, y de aplicar unas normas familiares escolares tradicionales, los estudiantes no se apropian de elementos éticos por varias causas: no les ven utilidad, no comprenden el contexto, o simplemente no les afecta, anulando cualquier interés al respecto. Esto impide que su obrar en la cotidianidad sea tolerante en su ambiente escolar, generando dificultades en el docente para mediar comportamientos opuestos a una cultura de paz. Ante esto, se propone la Filosofía para Niños (FpN) como apuesta ético-política que permita robustecer el pensamiento crítico, creativo y cuidadoso para mirar hacia una cultura de paz. Diego Pineda, el fundador de FpN en Colombia, sostiene que es necesario desarrollar en los estudiantes habilidades de pensamiento que, adicionales a conocimientos éticos-ciudadanos, los lleve a tomar decisiones acertadas en el abordaje pacífico del conflicto. El desarrollo paulatino del pensamiento, la cercanía a las comunidades de indagación, la incursión en habilidades cognitivas y éticas producto de las herramientas pedagógicas propias del programa de FpN, constituyen una preparación para asumir posiciones argumentadas frente a dilemas que acontecen dentro de los conflictos escolares, ello facilitará al estudiante estructurarse y lograr tomar decisiones iluminadas por la razón.<hr/>abstract After teaching the subject of ethics in a formal way, and in applying traditional school family rules to daily life, students typically do not appropriate ethical principles, for several reasons: they do not see them as useful, they do not understand the context in which they are applied, or they simply do not affect them, thus nullifying any interest in exploring them. This prevents them from developing a peace culture in their school environment, and makes it difficult for the teacher to introduce and mediate behaviors embodying such a culture. Given this situation, Philosophy for Children (PfC) curriculum and pedagogy represent an ethical-political dispositif that allows for strengthening critical, creative and caring thinking, thus preparing the ground for a peace culture. Diego Pineda, the founder of PfC in Colombia, argues that it is necessary to develop thinking skills in students that, in addition to a knowledge of civics, lead them to make ethically sound judgments in the process of resolving conflict. The gradual development of dialogical thinking follows on the closeness among the members of the inquiring community, and the steady acquisition of cognitive and ethical skills, enhanced by the PfC facilitator’s use of the pedagogical tools of the program. As such, the practice of PfC acts to prepare students to assume reasonably argued positions as they face the inevitable conflicts that occur in a school setting, thereby enabling them to formulate arguments and to reach judgements enlightened by the inherent values of a functioning culture of peace.<hr/>resumo Depois de ensinar a disciplina de Ética e aplicar as regras tradicionais da família escolar, os alunos não se apropriam de elementos éticos por vários motivos: não os consideram úteis, não entendem o contexto ou simplesmente não os afetam, anulando qualquer interesse por eles. Isso os impede de agir de forma tolerante no ambiente escolar, dificultando a mediação dos professores em relação a comportamentos que se opõem a uma cultura de paz. Diante disso, a Filosofia para Crianças (FpC) é proposta como uma aposta ético-política que permite fortalecer o pensamento crítico, criativo e cuidadoso, a fim de buscar uma cultura de paz. Diego Pineda, fundador da FpC na Colômbia, defende que é preciso desenvolver nos alunos habilidades de pensamento que, além do conhecimento ético-cidadão, os levem a tomar decisões acertadas na abordagem pacífica do conflito. O desenvolvimento gradual do pensamento, a proximidade com as comunidades de investigação, a incursão em habilidades cognitivas e éticas, produto das ferramentas pedagógicas do programa FpC, constituem uma preparação para assumir posições argumentativas diante de dilemas que ocorrem no interior dos conflitos escolares, o que ajudará o aluno a se estruturar e a alcançar decisões iluminadas pela razão. <![CDATA[Malditas invasões curriculares!]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872024000100103&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt resumo O artigo dialoga sobre imagens curriculares utópicas que, expressas na escola, representam os feitos ideais de condutas, comportamentos almejados para exaustão da vida nos currículos que insistem no enquadramento. Logo, o objetivo é questionar a lógica quase imperial de veiculação de imagens das práticas curriculares. O processo de captura imagética das práticas curriculares lança professoras e professores nesse meio de produtores-consumidores da sociedade do hiperespetáculo, de facilitadores da sociedade da transparência, propondo uma falsa eliminação das assimetrias das forças e tornando tudo uma espécie de entretenimento que visa a incessante renovação dos prazeres e das emoções. Para tanto, são fabuladas cenas de escola que brincam com a lógica das estabilidades curriculares. Se a escola e a professora se veem, nesse contexto, obrigadas a registrar os currículos em imagens quase midiáticas, interessa-nos produzir imagens no limite do aceitável. Afinal, o que se entende por currículos? Quais sentidos são produzidos a partir dessas invasões imagéticas? Uma escola que prolifera as imagens-perfeitas de sala de aula, de aluno, de professora etc. mais enlutam a vida que realmente a produzem. Na contramão, como produzir imagens para além do governo da vida? É possível afirmar a escola como uma potência do infinito?<hr/>abstract This paper explores the proliferation of utopian curricular images present in schools, which portray ideal behaviors aimed at conforming to pre-framed educational agendas. It seeks to challenge the imperial logic behind the dissemination of these images of curricular practices. The act of participating in the regime of such images places teachers in a paradoxical role as both creators and consumers within a society dominated by the spectacle, fostering an illusion of transparency while failing to address underlying power imbalances. Instead, it transforms education into a form of entertainment, perpetuating the cycle of pleasure and emotion without addressing substantive issues. In response, this essay suggests the creation of fictionalized school scenes that subvert the notion of curriculum stability. When schools and teachers are compelled to document their curricula through media-like imagery, it becomes crucial to question the underlying meanings and implications of such representations. Rather than mourning the loss of genuine life experiences, the focus should be on producing images that transcend conventional norms and challenge the status quo. This prompts a deeper inquiry into the essence of curricula and the transformative potential of alternative visual narratives. Can education evolve beyond the confines of societal norms and governmental biopower and affirm itself as a source of infinite empowerment? These are the fundamental questions raised by this essay, which urges a reevaluation of the role of images in shaping educational paradigms.<hr/>resumen: El artículo dialoga sobre las imágenes curriculares utópicas que, expresadas en la escuela, representan los logros ideales de conducta, comportamientos destinados a agotar la vida en unos planes de estudios que insisten en el encuadre. El objetivo es, pues, cuestionar la lógica casi imperial de transmisión de imágenes de las prácticas curriculares. El proceso de captura de imágenes de las prácticas curriculares lanza a profesoras y profesores a este medio de productores-consumidores de la sociedad del hiperespectáculo, de facilitadores de la sociedad de la transparencia, proponiendo una falsa eliminación de las asimetrías de fuerzas y convirtiéndolo todo en una especie de entretenimiento destinado a la renovación incesante de placeres y emociones. Para ello, son fabuladas escenas escolares que juegan con la lógica de las estabilidades curriculares. Si, en este contexto, la escuela y la profesora se ven obligadas a registrar los currículos en imágenes casi mediáticas, nos interesa producir imágenes en el límite de lo aceptable. Después de todo, ¿qué se entiende por currículos? ¿Qué sentidos son producidos a partir de estas invasiones de imágenes? Una escuela que propaga imágenes perfectas de la clase, de alumno, de profesora, etc. pero llora la vida más de lo que realmente la produce. Por otro lado, ¿cómo podemos producir imágenes más allá del gobierno de la vida? ¿Es posible afirmar la escuela como una potencia del infinito? <![CDATA[Escola desinteressada: poesia como um caminho libertador e transformador na escola pública]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872024000100300&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt resumo Este texto oferece uma reflexão nascida de uma experiência com literatura, poesia e também filosofia na escola, com turmas do ensino fundamental nos anos iniciais. A experiência foi iniciada em 2011 e deu origem a um projeto de pesquisa, ensino e extensão, hoje em curso em escolas públicas. O projeto tem como fundamentação teórico-metodológica pensamentos críticos à escola voltada para a formação compreendida como utilitarista. Concepção esta que segue dominante, a despeito das inúmeras mudanças na base curricular, ao longo do tempo. Não parece razoável que a preocupação que promove as mudanças na organização curricular tome por base aspectos como o baixo rendimento na aprendizagem refletido em reprovações e “fracassos” ou no próprio abandono e evasão precoce da escola, sem que se questione as razões inerentes à experiência escolar. Diante desse fato, a reflexão aponta para a defesa de uma escola que possa ser compreendida como desinteressada na perspectiva de Gramsci e recorre à literatura e poesia como dispositivos para impulsionar o fazer pedagógico transformador. O estudo da literatura sobre poesia, assim como os resultados obtidos pela experiência em questão, permitem pensar uma concepção de escola revolucionária no sentido gramsciano e libertadora como propugnava Paulo Freire. Nesse sentido, propõe conexões com a felicidade, que conjuga o propósito da escola desinteressada com a filosofia de Epicuro. Na pesquisa, a poesia é compreendida como um caminho para se contemplar a valorização do lúdico, que é um aspecto dos mais relevantes para a aprendizagem nas infâncias.<hr/>abstract This article offers a reflection that arose as a result of an experience with literature, poetry, and philosophy in school, specifically in early-grade primary school classes, starting in 2011. This experience led to a research, teaching, and professional development project that is now in progress in public schools. The project’s critical-methodological basis is a critique of schooling that is directed toward utilitarian ends. This approach has remained dominant, despite innumerable changes to the curriculum over the years. It is unfortunate that the concern that motivates curricular changes tends to be based on factors such as poor learning outcomes as reflected in students who fail grades, skip school, or drop out, without considering how these trends might be the product of their experience of school itself. In light of this, this article advocates for the type of schooling that Gramsci described as disinterested and proposes literature and poetry as tools to advance the transformative pedagogical project. A study of the scholarship on poetry, along with the insights gained from the experience in question, enables us to develop a conception of revolutionary schooling in the Gramscian and emancipatory sense as proposed by Paulo Freire. The article therefore proposes connections to happiness, which combines the objective of the disinterested school with Epicurean philosophy. Poetry is understood as a path through which to envisage the valorization of the ludic, which is among the most important aspects of childhood learning.<hr/>resumen Este texto ofrece una reflexión nacida de una experiencia con la literatura, la poesía y también la filosofía en la escuela, con clases en los primeros años de la escuela primaria. La experiencia comenzó en 2011 y dio origen a un proyecto de investigación, enseñanza y extensión, actualmente en marcha en escuelas públicas. El proyecto tiene como fundamentación teórico-metodológica reflexiones críticas sobre la escuela que se vuelca a la formación entendiéndola como utilitaria. Concepción ésta que sigue siendo dominante, a pesar de los numerosos cambios en la base curricular a lo largo del tiempo. No parece razonable que la preocupación que promueve los cambios en la organización curricular se base en aspectos como el bajo rendimiento en el aprendizaje reflejado en reprobaciones y “fracasos” o en el abandono y deserción escolar precoces, sin que se cuestionen las razones inherentes a la experiencia escolar. Frente a este hecho, la reflexión apunta a la defensa de una escuela que pueda entenderse como desinteresada desde la perspectiva de Gramsci y recurre a la literatura y a la poesía como dispositivos para impulsar una práctica pedagógica transformadora. El estudio de la literatura sobre poesía, así como los resultados obtenidos a partir de la experiencia en cuestión, permiten pensar una concepción de escuela revolucionaria en el sentido gramsciano y liberadora como propugna Paulo Freire. En este sentido, propone conexiones con la felicidad, que combina el propósito de la escuela desinteresada con la filosofía de Epicuro. En la investigación se entiende la poesía como un camino para contemplarse la valorización de lo lúdico, que es un aspecto de los más relevantes para el aprendizaje en las infancias.