Scielo RSS <![CDATA[Cadernos de Pesquisa]]> http://educa.fcc.org.br/rss.php?pid=0100-157419760002&lang=pt vol. num. 17 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://educa.fcc.org.br/img/en/fbpelogp.gif http://educa.fcc.org.br <![CDATA[Um psicólogo na literatura infantil]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741976000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Ainda como estudante, Dante Moreira Leite empreendeu suas primeiras pesquisas sobre literatura infantil (1950 a e 1950 b). Nestes trabalhos, pioneiros em nosso meio, analisa valores, preconceitos em nosso meio, analisa valores, preconceitos e estereótipos transmitidos por livros de leitura da escola primária. Depois de abandonar provisoriamente o tema, dedicando-se principalmente ao estudo do caráter nacional, volta a interessar-se pela literatura infantil no fim da década de 50. Agora, sua contribuição não se restringe apenas ao estudo empírico de novos livros didáticos, mas tenta “compreender como a leitura e outros meios de comunicação poderiam influir do desenvolvimento da criança” (Memorial, p. 5). E em sua tentativa, esmiúça o significado da literatura infantil, contribuindo tenazmente para a eliminação da idéia preconcebida, oriunda da psicologia ingênua e compartilhada em parte por educadores, de que existe uma conexão linear entre o conteúdo dos meios de comunicação e o comportamento dos leitores infantis e juvenis. <![CDATA[Dante Moreira Leite face a preconceitos e ideologias sobre caráter nacional]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741976000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O Presente trabalho procura retratar a postura crítica de Dante Moreira Leite face a preconceitos e ideologias. Aborda um aspecto fundamental de sua obra, que é o esforço sistemático de demonstrar que ambos são visões deformadas da realidade social, carregadas de valores subjetivos e culturais. Ele postula, por exemplo, que as teorias que defendem a existência de “características psicológicas típicas” de um povo ou raça são explicáveis pelo contexto político, social e econômico em que se desenvolvem, na medida em que refletem, sob forma aparente de uma descrição objetiva, valores, interesses e motivações pessoais dos autores e do grupo a que pertencem. <![CDATA[A reflexão pedagógica crítica: uma necessidade e um exemplo]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741976000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Pretendo, neste trabalho, apresentar as produções de Dante Moreira Leite mais diretamente ligadas ao campo de educação. Em seguida, e com base nessas produções, pretendo ressaltar o modo como trabalhou o temário educacional que escolheu. As produções são bastante diversificadas, mostrando que não se interessou por uma ou outra das questões do amplo campo pedagógico. Se, em determinado momento, discorreu sobre questões mais abrangentes como a da situação do ensino no Brasil, nos seus diversos graus escolares, ou como a das relações interpessoais e a escola, noutros momentos escolheu para estudo questões menos amplas como classes experimentais, medida do aproveitamento escolar, e também questões como criatividade, percepção na sala de aula. <![CDATA[Dante Moreira Leite e a literatura brasileira]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741976000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Convidado a falar sobre a obra de Dante Moreira Leite no seu compromisso entre a psicologia e a literatura - ou entre a cultura brasileira e a psicologia? - coloco-me numa dupla posição: afetiva e intelectual. Aliás, são posições harmônicas, talvez convenha dizer posição harmoniosamente ideal. É sem dúvida a razão fundamental que me levou a aceitar o honroso convite do Prof. Dr. Arrigo Angelini, Diretor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, nesta homenagem à memória, ou melhor, à presença de quem se recolheu ao convívio físico com todos nós. <![CDATA[Dante Moreira Leite]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741976000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Nunca sentimos tanta falta do Professor Dante como o início das aulas deste ano letivo. Essa agitação, esse ar festivo da entrada dos cursos, era o seu ambiente. Ele era um professor nato para quem ensinar como respirar. O seu tipo de aula, na qual ele melhor se realizava, era aula informal, próximo do aluno. Sentava-se à beira da mesa e discutia todas as objeções, levava a sério todas as dúvidas e gostava de responder, as vezes, como seu mestre, Heider: “Não sei”. Ato de profunda honestidade e exemplo dessa modéstia que tornava Dante Moreira um homem tão encantador. <![CDATA[Secundário profissionalizante: prêmio de consolação]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741976000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Tal como no espaço devotado pelos jornais ao assunto, nos últimos anos o interesse popular e o foco de atenção dor organismos encarregados da organização do sistema educacional brasileiro se voltaram para dois temas: a profissionalização do ensino securitário e a transformação e expansão do ensino universitário. Neste ensaio, tentaremos mostrar que esses dois problemas estão nitidamente interligados e que a estratégia de ação efetivamente adotado no segundo é incompatível com p objetivo do primeiro, em muitos casos neutralizando-se as próprias estratégias utilizadas. Mais especificamente, a estratégia de transformação do ensino universitário torna inviáveis as propostas de profissionalização do ensino secundário. <![CDATA[Urbanização e acesso ao ensino superior]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741976000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O objetivo deste estudo foi verificar em que medida o jovem que provém de um lugar de grau de urbanização mais alto tem maior chance de ser candidato a ingresso num curso superior e, uma vez candidato, de conseguir melhor desempenho nas provas a que se submete no vestibular. Trabalhou-se com uma amostra de candidatos, em 1975, ao exame vestibular unificado para a área biológica e com dados demográficos do Censo de 1970 e 1960 relativos aos municípios desse Estado. Considerou-se a influência de outras variáveis, como nível socioeconômico e carreira escolhida pelo candidato, e industrialização e distância à Capital do município de origem do candidato. Os resultados mostram que: quanto maior o grau de urbanização, maior a busca de ensino superior e, com menor intensidade, melhor o êxito nas provas do vestibular; que essa relação independe do nível de atendimento escolar em nível de 2º ciclo nos municípios; que a industrialização atua no mesmo sentido e concomitantemente à urbanização; que a super-urbanização e a super-industrialização (observadas tipicamente na zona metropolitana do Estado) atuam em sentido inverso. O autor sugere que esses resultados se explicam pela natureza urbana dos objetivos, instrumental e recursos humanos do sistema educacional.<hr/>The purpose of this study is to verify the association between district urbanization and number of applicants to higher education, and scores of these applicants in the selection tests. A sample was taken from the population of applicants in a biological area entrance examination in the State of São Paulo (1975). In addition, 1970 Census data about all districts of this State were used. The influence of other variables was considered, such as S.E.S., career chosen, district industrialization rate and its distance from the Capital. Results show that search for entrance examination grows with urbanization rate; that the same occurs, although not so strikingly, with the scores in the tests; that this association does not depend on district schooling rates in senior high school level; that industrialization works in the same direction and together with urbanization; that super-urbanization and super-industrialization (observed typically in the metropolitan area of the State) act in the opposite direction. The author suggests that these results are explained by the urban nature of the objectives, instruments and human resources of the educational system. <![CDATA[Duas estratégias de ensino-aprendizagem]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741976000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Após o relativo fracasso de diversos programas de educação compensatória, como o projeto Heas-start, associados a nomes tais como Deutsch, Bereiter, Engelman, ..., é um verdadeiro alívio, para os de espírito liberal, dispor de outro método de ataque às desigualdades da educação com que se defrontam. Apoiado por um amplo conjunto de provas experimentais seguras, o ensino por competência promete reduzir em grande medida a variação nas diferenças individuais de rendimento escolar, ao mesmo tempo em que elevará 90por cento dos estudantes acima do nível de competência em relação a qualquer conjunto específico de objetivos de ensino. Tal proposta é evidentemente atraente para países em desenvolvimento; de fato, a Coréia do Sul já implantou em ampla escala uma versão ligeiramente modificada do ensino por competência. <![CDATA[Por que temos sido e por que talvez continuemos sendo inocentes em educação?]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741976000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em seu artigo Inocência em Educação, Benjamin Bloom (1972) lista sete problemas educacionais, a respeito doa quais os educadores têm sido inocentes, na medida em que tem, sistematicamente: a) ou ignorado as evidências acumuladas através de pesquisas preocupadas com a rescoberta de relações causais; b) ou insistido em coletar evidências, através de pesquisas limitadas à descoberta de relações meramente associativas. <![CDATA[Planejamento educacional e juventude desempregada]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741976000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste trabalho, Archibald Callaway, com sua longa experiência no tocante ao desemprego de jovens nos países em vias de desenvolvimento, dá uma nova visão ao quadro quando afirma que a solução não repousa tão somente, ou talvez nem mesmo primariamente, na educação. “Como propriedades, pois, aparecem as importantes - ou mesmo drásticas - modificações na marcha da economia”. Quer isso dizer que o planejador econômico tem que fazer seu planejamento a longo prazo com um olho voltado para o crescimento do PNB e o outro para as conseqüências de seus planos sobre o emprego e desemprego e, através deles, sobre a educação; os ajustes entre todos esses fatores devem ser recíprocos.