Scielo RSS <![CDATA[Cadernos de Pesquisa]]> http://educa.fcc.org.br/rss.php?pid=0100-157419830004&lang=pt vol. num. 47 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://educa.fcc.org.br/img/en/fbpelogp.gif http://educa.fcc.org.br <![CDATA[Algumas reflexões em torno da Lei 7.044]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741983000400001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O artigo retoma a discussão sobre a relação escola-trabalho utilizando como referência a Lei 7.044/82 que extingue a 5.692/71 a nível de 2º grau. O trabalho visa esboçar um caminho para o aproveitamento positivo da nova lei no que diz respeito a revisões curriculares para o 2º grau.<hr/>This article discusses the relationships between school and labor based on the law number 7.044/82 that extinguishes the compulsory vocational courses that were introduced with the law number 5.692/71 for the secundary school. The paper intends to outline ways of positively using of the new law regarding curriculum changes for the secondary school. <![CDATA[O ensino de 2º grau: democratização? Profissionalização? Ou nem uma coisa nem outra?]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741983000400002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O artigo discute a relação entre a escola e trabalho, procurando mostrar a diferença existente entre a preparação para o trabalho e o adestramento técnico. Discute-se igualmente o irrealismo da proposta legal no que diz respeito à tentativa de equiparação formal do 2º grau ao ensino técnico. Recorre-se a dados censitários atualizados que concentram a possibilidade de desvendar distorções entre as intenções manifestas na lei e a democratização e profissionalização a nível de 2º grau. Os resultados mais significativos indicam uma inadequada distribuição de escolas de 2º grau e uma existência bastante precária de modalidades de cursos profissionalizantes. O que, em última instância, além de contrair as expectativas dos alunos, tende a agravar anomalias existentes, via saturação de mercado pela oferta pouco diversificada de opções de capacitação profissional a nível médio.<hr/>The objective of this article is to discuss the school/work relationship, trying to point out to the difference between work education and technical training. The unrealistic legal proposal which intended to give a professional education to all students at the medium level ("senior high school") is also discussed. Up-to-date statistics are used to show the distortions between the law intentions and the actual democratization and professionalization at that school level. The most meaningful results refer to the inadequate geographic distribution of the schools, the inadequate choice of professional modalities, and the poor level of many professional courses. The students' expectations are not fullfilled and the work market is not since there is no diversification of the professional education at the medium level. <![CDATA[Psicologia, profissão feminina]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741983000400003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Com base em dados de pesquisa realizada pelo DIEESE sobre o perfil profissional do psicólogo, a autora discute a permanência de guetos sexuais na Universidade. Essa discussão gira em torno de três eixos: o reforço dos papéis sexuais tradicionais no interior da escola, a sexualização das ocupações no mercado de trabalho e a adaptabilidade imediata das carreiras seguidas por mulheres diante da incerteza de seu futuro profissional.<hr/>Based on data from a DIEESE (Labor Department of Statistics) research that draws the professional profile of the psychologist, the author discusses the persistence of sexual ghettos in the University. This discussion is centered on three main questions: the reinforcement of traditional sex roles in school, the specificity of occupations in the labor market regarding the workers' sex, and the instant adjustment of female carriers given the uncetainties of their professional future. <![CDATA[Fazendo pelas mãos a cabeça do trabalhador: o trabalho como elemento pedagógico na formação profissional]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741983000400004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Nesta comunicação tem-se como questão central a especificidade das relações entre trabalho e educação na formação profissional, tomando-se como referência a prática pedagógica do SENAI. O trabalho, não enquanto elemento fundamental que define o devir humano, mas enquanto trabalho assalariado, definido pelas relações capitalistas de produção, constitui a base da relação educação e trabalho na formação profissional. Sob esta base, erige-se o conceito ideológico de trabalho. As relações máquina-aprendiz, instrutor-aprendiz e o conjunto de relações de aprendizagem buscam, pelas mãos, fabricar a cabeça do homem fabril.<hr/>The paper analyses the relationships between labor and education in the vocational courses of SENAI (Industries Social Services). Work, not as an element that defines human development but as employment on a salary basis, defined by the capitalistic relations of production, constitutes the basis for relationships between work and education in the vocational courses. The ideological concept of work rests upon this basis. The relationships machine-apprentice, instructor-apprentice and the set of learning relationships seek to, through the hands, fabricate the worker's mind. Although it constitutes a specific pedagogy - that of the capital (since it occurs within essentially contradictory social relationships) - the vocational education offered in institutions like SENAI causes this contradiction. In this sense the article points out to a way of recovering the vocational education for the interest of the worker. <![CDATA[A formação profissional de trabalhadores rurais da cana]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741983000400005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Adotando uma postura teórica em que a educação é pensada como uma prática determinada no interior de relações entre classes sociais, o artigo visa levantar algumas questões sobre a formação profissional de trabalhadores rurais. Na base da reflexão estão os elementos levantados por uma pesquisa realizada na região canavieira de Campos, Rio de Janeiro. Nesta região, para manter elevada a taxa de exploração dos trabalhadores assalariados, os usineiros e fazendeiros impõem relações e condições de trabalho que não só aumentam o ritmo e a intensidade do trabalho, mas também segmentam os trabalhadores, permitindo um conjunto variado de práticas de "roubo" dos direitos dos trabalhadores. Neste contexto, as propostas de formação profissional são, antes de mais nada, um discurso desarticulado das questões centrais do trabalho e vida dos trabalhadores e de seus interesses como classe, constituindo-se em instrumento institucional complementar de sua dominação e subjugação por usineiros e fazendeiros. Existe, no entanto, uma questão educacional para os trabalhadores, que reside na elaboração do saber adquirido no trabalho e na vida, saber de classe em confronto à classe dos patrões.<hr/>Adopting a theorical orientation that postulates that education is a practice established in the context of social class relationships, the article poses some questions about the professional education of rural workers. The research was developed in the sugar cane region of Campos, state of Rio de Janeiro. In this region farmers and mill owners impose relations and conditions of work upon employees which increase the intensity and cadence of work. This fact and the provoked division of the workers allow for an increase in the exploitation of them and the violation of several of their rights as workers. In this context the proposed vocational courses appear as a discourse dissociated from the basic questions related to the work and lives of employees; actually they constitute another instrument of subjugation and domination in the hands of farmers and mill owners. The educational question for workers rests upon elaboration and sistematization of knowledge acquired in work and life, a class knowledge that opposes the owners' social class. <![CDATA[Obtenção de emprego industrial como função de educação não-formal: um estudo de operários em duas cidades do nordeste]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741983000400006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Com base em dados referentes aos candidatos de oito fábricas em duas capitais do Nordeste, este estudo tentou medir a contribuição da educação não-formal na obtenção de emprego no nível de operários qualificados. Os resultados sugerem que ENF tem um papel positivo, embora limitado. ENF foi, dentre os fatores considerados, o único que demonstrou um efeito significativo na "Aquisição de emprego" tendo também, junto com "recomendação" influenciado a variável "aptidão". Uma versão mais completa do modelo em que obtenção de emprego foi vista como um processo constante de três passos mostrou que educação formal e experiência de trabalho significativamente determinam o nível de posição aspirada pelo pretendente. Relacionando os resultados ao debate sobre a relação educação/mercado de trabalho, parece que certos dados do estudo estão coerentes com o modelo de socialização, mas não de acordo com as perspectivas teóricas credencialista e de capital humano.<hr/>Based on data collected from job seekers at eight factories in two capital cities in the Northeast, this study sought to measure conformal education's contribution to the obtainment of skilled blue collar employment. The result suggest that NFE plays a positive, albeit limited role. Of the variables considered, it alone significantly effects job acquisition and, along with employer&rsquo;s recommendation, also influences being judged apt for the job. An expanded version of the model in which occupational obtainment was viewed as a three step learning process indicated that formal and work experience enter the picture as key determinants of the level of bue collar job the unenployed worker chooses to seek. Relating the results to the debate concerning the education/labor market relationship, it seems that certain of the study's findings are at odds with the human capital and credentialist perspective, but consistent with the worker socialization model. <![CDATA[As entidades sindicais e a educação dos trabalhadores]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741983000400007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste artigo procuramos, de forma resumida, promover uma rápida caracterização das práticas e serviços educativos realizados por entidades e agências ligadas ao sindicalismo urbano em São Paulo, no período de 1960 a 1978. Para tal adotamos uma periodização que privilegia os seguintes momentos: início dos anos 60, 1964 a 1974 e período posterior a1975. No primeiro período as práticas de educação sindical foram desenvolvidas principalmente por agências externas ao movimento sindical, controladas pelo governo; voltavam-se, ora para os dirigentes sindicais, ora para os associados. A educação oferecida aos dirigentes era utilizada como um instrumento de perpetuação da estrutura sindical controlada pelo Estado. Ao mesmo tempo os cursos oferecidos aos associados tinham o caráter de suplência em relação ao ensino público oficial. No período imediatamente posterior a 1964 observaram-se poucas alterações nas propostas de educação sindical. Na verdade aumentam os cursos de caráter supletivo oferecidos aos associados. Mas, no período de 1970 a 1974 começam a ser criados, como parte do movimento de resistência ao golpe de 64, os cursos de capacitação sindical de iniciativa própria dos sindicatos mais avançados. Tais cursos têm por objetivo servir a uma prática mais congruente com o movimento sindical que procura organizar os trabalhadores. No período de 75 esboça-se uma tendência no sentido de diminuição de ofertas de cursos de suplência e incremento de cursos, palestras, seminários.<hr/>The author intends to characterize the educational practices and services developed by institutions related to urban labor unionism in São Paulo, between 1960 and 1978. This period was divided in three phases: 1960 to 1963, 1964 to 1974 and 1975 to 1978. In the first phase the practicesof labor union education were developed mainly by agencies external to the union movement, controlled by the government, and offered sometimes to the union leaders and sometimes to the associates. The education offered to the leaders was used as a tool for maintaining the union structure controlled by the government. The courses offered to the associates were short versions of regular school courses. During the beginning of the second phase there were not many changes in the union education, except for an increase in courses for associates. But between 1970 and 1974 courses of union capacitation initiated by the more advanced unions themselves started to be created as a part of the resistance movement to the coup of 1964. These courses have the objective to serve a practice more compatible with the union movement that was trying to organize the workers. After 1975 there is a tendence of a decrease in schoollike courses, and an increase in courses, conferences, seminars and congresses concerned with the union institutions. These initiatives start to be more and more consumed by the unions themselves. <![CDATA[Educação sindical no Brasil: resumo de um seminário de avaliação]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741983000400008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Durante os dias 3 e 4 de dezembro de 1982, realizou-se no Instituto Latino Americano de Desenvolvimento Econômico e Social (ILDES) um seminário sobre Educação Sindical no Brasil. Para que o leitor tenha um quadro de como está sendo entendida a questão da Educação Sindical hoje, e as dificuldades de implantação de programas desta natureza no momento, reproduzimos um resumo do seminário, extraído da gravação dos depoimentos e debates. <![CDATA[Quando o operário faz a educação: depoimentos]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741983000400009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A consciência social e política do trabalhador é formada através do processo de trabalho no interior da fábrica. Enquanto o patronato divide-o através da hierarquia salarial e da repressão administrativa, de outro lado a interdependência no processo de trabalho permite sua auto-organização.