Scielo RSS <![CDATA[Childhood & Philosophy]]> http://educa.fcc.org.br/rss.php?pid=1984-598720160001&lang=pt vol. 12 num. 23 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://educa.fcc.org.br/img/en/fbpelogp.gif http://educa.fcc.org.br <![CDATA[Apresentação do dossiê incêndios: infâncias do presente]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872016000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[“Incêndios” ou da experiência primária da existência]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872016000100009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumen Dos nacimientos, cinco silencios. En la obra Incendios la infancia es la experiencia del ser marcada por la profunda relación espacial que significa transitar, vivir y habitar un espacio, aquella experimentada en el “ahogo al nacer cuando falta el aire, precisamente porque se accede de improviso a él” (SANFRANSKI, 2014, p. 15). A partir de dos figuras de infancia que ofrece Incendios - el nacimiento y el silencio - el artículo presenta un ejercicio de reflexión sobre lo que significar construir, recorrer y habitar un mundo marcado por experiencias infantiles. En este análisis se usa el lente arqueogenealógico propuesto por el filósofo alemán Peter Sloterdijk, derivado del pensamiento de Heidegger y Foucault, para leer la infancia como la experiencia primaria del existir, como el espacio de tránsito y habitación en el cual se configura y se construye lo humano: desde el ingreso al mundo, desde los primeros instantes de su construcción, en el tránsito entre la esfera primaria de vida - la “clausura madre” - y la esfera animada y vivida - el “receptáculo”, (SLOTERDIJK, 2014) - ocurre la experiencia infantil y, con ella, la compleja producción-relación-tránsito entre mundos habitados, aquella que define la intensidad, la admiración, el desconcierto, la simpatía y la angustia… de vivir. <hr/>Abstract Two births, five silences. In the film Incendies, childhood is represented as the experience of being marked by the profound and special relationship between traveling and inhabiting a space that is analogous to the suffocation of the birth experience-as that shortness of breath that results from suddenly having access to it. From the two figures of childhood that Incendie explores-birth and silence-this paper explores what it means to construct and inhabit a world through the archeological lens proposed by the German philosopher Peter Sloterdijk, which derived in turn from the thought of Heidegger and Foucault. Here, childhood is read as the primary experience of existence, as a transitional space in which is the human is built and configured. We enter to the world in transit between the primary sphere of life-the “closing mother”-and the lively and vivid sphere, identified by Sloterdijk as the "receptacle." The experience of childhood is, then, a complex process of transition between inhabited worlds, exemplifying the intensity, sympathy, admiration, bewilderment and anguish of living. <hr/>Resumo Dois nascimentos, cinco silêncios. No trabalho Incêndios a infância é a experiência do ser marcada pela profunda relação espacial que significa transitar, viver e habitar um espaço, aquela experimentada no “afogamento ao nascer quando falta o ar, precisamente porque se acesa de imprevisto a ele” (SANFRANSKI, 2014, p. 15). A partir de duas figuras de infância que oferece Incêndios - o nascimento e o silêncio - o artigo apresenta um exercício de reflexão sobre aquilo que significar construir, percorrer e habitar um mundo marcado por experiências infantis. Nesta análise usa-se a lente arqueológica e genealógica proposta pelo filósofo alemão Peter Sloterdijk, derivado do pensamento de Heidegger e Foucault, para ler a infância como a experiência primária do existir, como o espaço de trânsito e habitação no qual se configura e se constrói o humano: desde o ingresso ao mundo, desde os primeiros instantes de sua construção, no trânsito entre a esfera primária de vida - a “clausura mãe” - e a esfera animada e vivida - o “receptáculo”, (SLOTERDIJK, 2014) - ocorre a experiência infantil e, com ela, a complexa produção-relação-trânsito entre mundos habitados, aquela que define a intensidade, a admiração, o desconcerto, a simpatia e a angustia… de viver. <![CDATA[Incêndios da infância. Atrevimento de uma arte cruel]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872016000100027&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo O artigo, na interlocução com a literatura, especificamente com a peça Incêndios de Wajdi Mouawad, (2003), almeja pensar sobre as implicações éticas da noção de origem utilizada nas Ciências Humanas como causa, fonte, início. A questão que move o artigo considera que, à luz de Walter Benjamin (1994), a idéia de origem seria uma criação mítica. Mito no sentido da ausência de análise histórica, do campo conflitivo de forças, do qual emerge esta noção. À luz da contribuição benjaminiana sobre a invenção da Infância, o artigo utiliza o atrevimento infantil como enfrentamento às forças míticas da literatura. A infância que, por meio de experimentações, de modos peculiares de leitura e escuta, põe à prova a obediência e a reprodução do universo mítico. Ato insurgente que impede à história narrada a conclusividade e afirma o seu desdobramento em outras tramas possíveis. Insurgência que interrompe a linearidade do tempo e da história. O artigo é composto por três momentos. No primeiro, são apresentados os contrastes entre a noção de origem, conforme Benjamin, e aquela comumente utilizada nas Ciências Humanas, assim como na vida ordinária. Fragmentos de frases da peça Incêndios são utilizados como experimentação da escrita, no intuito de justapor tempos e sentidos que escapam à linearidade da história. No segundo, a interlocução da literatura de Kafka (2012) com a peça de Wajdi Mouawad se faz presente com o objetivo de pensar sobre a agonística do silêncio e do canto nas personagens de Incêndios. No terceiro momento, é utilizada a categoria de constelação de Walter Benjamin, para intensificar a aposta ética da obra de Mouawad.<hr/>Abstract This paper aims to present a reflection on the ethical implications of the notion of origin - a construct understood in the human sciences in the sense of cause, source, beginning-by way of a dialogue with Wadji Mouawad’s stage play Scorched. Borrowing from Walter Benjamin’s thought, the central literary question in the play is to consider origin as a mythical creation. Benjamin’s contribution to an understanding of childhood helps us to think how infantile dauntlessness can confront the mythical forces of literature. Benjamin’s is a childhood that operates through trials and peculiar modes of reading and writing which put obedience and reproduction as features of a mythical universe to the test. Therefore, a childhood that acts to prevent the conclusiveness of history and to assert its capacity to unfold along different trajectories is an insurgency that interrupts time and history’s linearity. In the first section of this paper, I contrast the notions of origin articulated by Walter Benjamin and by the human sciences or common sense. I also include some fragments from Mouawad’s play as examples of a kind of writing that juxtaposes times and meanings which overtake the linearity of history. In the second part, I put Kafka’s oeuvre together with Scorched in order to reflect on the agonism of silence and song--or chant--that traverses the experience of Mouawad’s characters. Finally, I make use of Walter Benjamin’s notion of “constellation" to highlight the ethical proposal implicit in Mouawad’s work.<hr/>Resumen El artículo, en interlocución con la literatura, específicamente con la pieza Incendios de Wajdi Mouawad, (2003), anhela pensar las implicaciones éticas de la noción de origen utilizada en las Ciencias Humanas como causa, fuente, inicio. La cuestión que impulsa el artículo considera que, a la luz de Walter Benjamin (1994), la idea de origen sería una creación mítica. Mito en el sentido de la ausencia de análisis histórica, del campo conflictivo de fuerzas, de lo cual emerge esta noción. A la luz de la contribución benjaminiana sobre la invención de la Infancia, el artículo utiliza el atrevimiento infantil como enfrentamiento con las fuerzas míticas de la literatura. La infancia que, por medio de experimentaciones, de modos peculiares de lectura y escucha, pone a prueba la obediencia y la reproducción del universo mítico. Acto insurgente que impide a la historia narrada la conclusividad y afirma su despliegue en otras tramas posibles. Insurgencia que interrumpe la linealidad del tiempo y de la historia. El artículo se compone de tres momentos. En el primero, son presentados los contrastes entre la noción de origen, conforme Benjamin, y aquella comúnmente utilizada en las Ciencias Humanas, así como en la vida ordinaria. Fragmentos de frases de la pieza Incendios son utilizados como experimentación de la escritura, con el propósito de yuxtaponer tiempos y sentidos que escapan a la linealidad de la historia. En el segundo, la interlocución de la literatura de Kafka con la pieza de Wajdi Mouawad se hace presente con el objetivo de pensar sobre la agonística del silencio y del canto en las personajes de Incendios. En el tercer momento, se utiliza la categoría de constelación de Walter Benjamin, para intensificar la apuesta ética de la obra de Mouawad. <![CDATA[Uma infância, um silêncio, um aprendizado do gesto]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872016000100047&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Incêndios, peça teatral escrita pelo libanês Wadji Mouawad e publicada em francês em 2003, sugere, a partir da singularidade de uma condição histórico-familiar, uma incursão analítica nas questões que remetem às relações entre gestualidade, ética, política e infância. A análise elege dois momentos da obra teatral para conduzir a argumentação: a) os efeitos do gesto de silêncio da personagem Nawal; b) a conclamação ao gesto de escrita que perpassa as três gerações de mulheres. O ensaio organiza-se a partir de três planos analíticos. Num primeiro, a partir da questão do silêncio do gesto, buscamos, na companhia de Giorgio Agamben, explorar as relações entre politização e estilização da gestualidade. Em seguida, no horizonte do pensamento de Gilles Deleuze e Félix Guattari, buscamos tomar a dimensão do gesto como recurso estratégico, da ordem dos signos, na produção de cartografias do viver. Argumentamos que as urgências cartográficas constituem-se como trabalhos de estilização e politização das formas de vida, demandando uma articulação entre política da atenção e gestualidade. Num terceiro movimento, o trabalho busca aproximar a questão da gestualidade numa perspectiva de aprendizado, apontando os efeitos dessa experiência para tomarmos infância como uma força pervasiva capaz de ubiquidade num tempo qualquer e em toda parte. A análise conclui sobre o caráter de impessoalidade do gesto e de sua respectiva potência como assinatura do mundo.<hr/>Abstract Scorched, a play written by the Lebanese dramatist Wadji Mouawad and published in French in 2003, suggests, beyond the singularity of a historical family context, an investigation about the relationship between gestures, ethics, politics and childhood. The analysis sets out two moments of the narrative to develop the discussions: a) the effects of the silence of Nawal´s character; b) the writing gesture that runs through the three generations of women. The paper is, therefore, organized according to three analytical levels. At first, regarding the gesture of silence, it explores the relationship between politicization and stylization, along with Giorgio Agamben’s theoretical inspiration; secondly, following Gilles Deleuze and Felix Guattari’s theoretical legacy, the paper examines the relationship between gesture and signs, in order to present a cartographic production of living. We state that the cartographic urgencies constitute a kind of labor of stylization and politicization of life forms, which requires an articulation between gestures and a political attention. Finally, the analysis approaches the issue of gestures in a learning perspective, pointing out the effects of such experience in order to understand childhood as a pervasive force capable of ubiquity anytime and anywhere. The paper concludes affirming the impersonality nature of gesture and its potency as a signature in the world.<hr/>Resumen Incendios, obra escrita por el libanés Wadji Mouawad y publicada en francés en 2003, sugiere, desde la singularidad de una situación familiar histórica, una incursión analítica sobre cuestiones que se refieren a la relación entre gestualidad, ética, política e infancia. El análisis elige dos momentos de la obra para argumentar: a) los efectos del gesto de silencio del personaje Nawal; b) la llamada al gesto de escritura que se ejecuta a través de las tres generaciones de mujeres. El artículo se organiza a partir de tres ejes de análisis. En un primer momento, desde la pregunta acerca del silencio del gesto, buscamos, en compañía de Giorgio Agamben, explorar la relación entre la politización y la estilización de los gestos. A continuación, en el horizonte del pensamiento de Gilles Deleuze y Félix Guattari, buscamos tomar el alcance del gesto como un recurso estratégico, en el orden de los signos, en la producción de cartografías de la vida. Se argumenta que las emergencias cartográficas constituyen obras de estilización y politización de las formas de vida, lo que requiere un vínculo entre la política de la atención y la gestualidad. En el tercer movimiento, el análisis trata de abordar el tema de la gestualidad en una perspectiva de aprendizaje, señalando los efectos de esta experiencia para tomar a la infancia como una fuerza omnipresente capaz de ubicuidad en cualquier momento y en todo lugar. El análisis concluye con la impersonalidad del gesto y su respectivo poder como una firma del mundo. <![CDATA[Foucault e as infâncias incendiárias: experiências de outras verdades e de outras heterotopias]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872016000100065&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo Considerando Incêndios (MOUAWAD, 2013) como um fazer ficcional no sentido proposto por Foucault (1994) para o fazer história, o texto tem por objetivo geral investigar como um conjunto de experiências heterotópicas pode suscitar um conjunto de problematizações acerca das filiações histórica das infâncias com as verdades. Para tanto, o texto percorre dois momentos. No primeiro, investiga a problemática questão do nascimento das verdades (NIETZSCHE, 2001; FOUCAULT, 2006), visando provocar uma interferência nos vínculos com as verdades, a partir de outras experiências, para se pensar a infância numa dimensão plural, eivada de e por outras histórias. A seguir, o texto foca no aspecto de uma construção nocional das infâncias como heterotopias (FOUCAULT, 2009), destacando alguns alcances e algumas consequências desta abordagem para as experiências das infâncias contemporâneas. Destacam-se, neste sentido, o direito à infância, a singularidade dos mundos das infâncias e a dimensão micro revolucionária de cada infância como campos problematizadores na elaboração de um duplo exercício. De um lado, trata-se de mostrar como a temática da infância se atualiza como problematização política e, de outro lado, como é urgente a produção de outras políticas para as infâncias. Ao cabo, o texto propõe nomear de infâncias incendiárias aquelas capazes de se realizarem com outras verdades e outras histórias, isto é, com suas próprias heterotopias, fazendo desta questão algo contemporâneo.<hr/>Abstract This paper considers the play Incendies (MOUAWAD, 2013) as a fictional “making" in the sense proposed by Foucault (1994) of writing history. It aims to investigate how a set of heterotopic experiences can give rise a corresponding set of problematizations concerning the historical connections of childhoods with truths. For this purpose, the paper describes two moments. The first investigates the problematic issue of the birth of truth (NIETZSCHE, 2001; FOUCAULT, 2006), with the aim of awakening some interventions at the truth's bonds by other experiences, to think childhood in a plural dimension, covered by and other histories. In the second moment, the paper focuses on the question of a notional construction of childhoods as heterotopias (FOUCAULT, 2009), highlighting some achievements and some consequences of this approach for the experiences of the contemporary childhoods. We highlight in this regard the right to childhood, the singularity of the worlds of childhood, and the micro-revolutionary dimension of each childhood as a field of problematization, and thereby 1) show how the theme of childhood is a political one and, 2) recognize the urgent need to produce alternative policies that address the multiplicity of childhoods. Finally, this paper proposes the term "incendiary” for those childhoods that live and work with other truths and other histories-that is, with their own heterotopias.<hr/>Resumen Teniendo en cuenta Incendios (MOUAWAD, 2013) como un hacer ficcional en el sentido propuesto por Foucault (1994) para hacer historia, el texto tiene el objetivo de investigar cómo un conjunto de experiencias heterotópicas puede plantear un conjunto de problematizaciones sobre afiliaciones historicas de la infancia con las verdades. Por lo tanto, el texto pasa por dos etapas. En la primera, investiga la problemática del nacimiento de la verdad (NIETZSCHE, 2001; FOUCAULT, 2006), con el objetivo de provocar interferencias en los vínculos con las verdades de otras experiencias, para pensar acerca de la infancia en una dimensión plural, y plagado de otras historias. En segundo lugar, el texto se centra en el aspecto de una construcción teórica de la infancia como heterotopía (FOUCAULT, 2009), destacando algunos logros y algunas consecuencias de este enfoque para las experiencias de las infancias contemporáneas. Se destacan en este sentido, el derecho a la infancia, la singularidad de los mundos de la infancia y la dimensión micro revolucionaria de cada infância como campos problematizadores para se realizar dos ejercicios. Por un lado, se trata de mostrar cómo el tema de la infancia se actualiza en una dimensión política y, por otro lado, cómo es urgente una producción de otras políticas para las infancias.. Para terminar, el texto propone llamar infancias incendiarias a aquellas que se pueden realizar con otras verdades y otras historias, es decir, con sus propias heterotopias, haciendo de este tema algo contemporáneo. <![CDATA[Cenas e tempos de uma infância sem fim: o sentimento trágico em incêndios]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872016000100087&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo O texto trata do universo crítico da peça Incêndios de Wadji Mouawad. Procura caracterizar as ações da personagem central, Nawal, como ponto de partida (e de chegada) da narrativa. Pontua os mecanismos de escrita e memória como disparadores do pensamento e da trama entre os elementos da peça. Nesse sentido, se atém à compreensão conceitual da noção de tempo, procurando localizar suas dimensões no drama. Encontra em Sófocles proximidade filosófica e instrumental com os elementos utilizados na construção das cenas. Por isso, paraleliza Incêndios com a obra clássica Filoctetes. A partir daí, sinaliza movimentos de criação das temáticas que se sobressaem e se relacionam nas abordagens dos enredos, apesar da distância temporal entre ambas. Procura ainda, lançar a temática da crítica social, apresentada pelo autor, para além do núcleo estético e cenográfico, expandindo essa análise para questões que envolvem problemas sócio demográficos contemporâneos. Por fim, tematiza a expressão infâncias do presente relacionando-a a noção de Infância Sem Fim (CORAZZA, 2000), problematizando o chamado dispositivo de infantilidade. Utiliza a compreensão conceitual de tal dispositivo para efetuar considerações sobre dois momentos da infância que se apresentam na peça. No primeiro momento, trata da origem do sentimento da personagem Nawal e, no segundo momento, trata da expiação desse mesmo sentimento, efetuando, assim, a condição trágica por excelência.<hr/>Abstract The present paper discusses the critical universe of the theatre play Incêndios, by Wadji Mouawad, taking the actions of the main character, Nawal, as both the starting point and the point of arrival of the narrative. It punctuates the writing and memory mechanisms as triggers for thought and plot among the elements of the play. In this regard, it attains to a conceptual comprehension of the notion of time, seeking out its dimensions in the course of the drama. It encounters in Sophocles' Filoctetes a philosophical and instrumental proximity. For this reason, Incêndios and the classical work are parallel. It also raises critic social themes over and above the aesthetic and scenographic core, expanding the analysis to questions that involve contemporaneous socio-demographic problems. Finally, it thematizes notions of childhood through problematizing the “childishness” trope most clearly displayed in the work Endless Childhood (CORAZZA, 2000). It uses a conceptual analysis of this device to make considerations about two moments of childhood that are presented in the play. In a first moment, it discusses the origins of Nawal’s feelings and, in a second, the atonement of she performs in resolution of these feelings, in a quintessential evocation of the tragic condition.<hr/>Resumen El texto se refiere al universo crítico de Incendios de Wadji Mouawad. Busca caracterizar las acciones del personaje central, Nawal, como punto de partida (y de llegada) de la narrativa. Puntúa los mecanismos de escritura y de memoria como disparadores de pensamiento y representación gráfica de los elementos de la pieza. En este sentido, se apega a la comprensión conceptual del concepto de tiempo, tratando de localizar sus dimensiones en el drama. Encuentra en Sófocles proximidad filosófica e instrumental con los elementos utilizados en la construcción de las escenas. Por lo tanto, en paralelo con Incendios está la obra clásica Filoctetes. A partir de ahí, se señala la creación temática de los movimientos que se interponen y se relacionan en los enfoques de las tramas, a pesar de la distancia temporal entre ellos. Asimismo, se pretende poner en marcha el tema de la crítica social, presentada por el autor, más allá del núcleo estético y escenográfico, ampliando este análisis a cuestiones relacionadas con problemas socio-demográficos contemporáneos. Por último, estudia la expresión “infancias del presente” relacionándola con la noción de Infancia sin Fin (CORAZZA, 2000), discutiendo el llamado dispositivo de infantilismo. Se utiliza de la comprensión conceptual de tal dispositivo para hacer un examen de las consideraciones sobre la infancia que se presentan en la obra. En un primer momento, se trata del origen del sentimiento del personaje Nawal y en un segundo momento es la expiación de ese mismo sentimiento, efectuándose así la condición trágica por excelencia. <![CDATA[Figuras da infância: inscrições, circunscrições e incêndios]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872016000100111&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo É impossível resistir à tentação de escrever, neste breve artigo, sobre avessos e contrapelos. Pois, afinal, estamos sob a égide de Incêndios que, ao contrário do que se espera hoje, é uma história sem final feliz. Sem final, talvez. A contrapelo das figuras contemporâneas de infância, em Incêndios há a presença das genealogias e suas possibilidades de liberdade, centradas na memória, na dor, na luta, na resistência. Há, nestas mesmas genealogias, ao mesmo tempo, suas muitas prisões. Há miragens de liberdade centradas nas figuras femininas que conseguem olhar, de olhos bem abertos. Há a palavra - difícil e frágil - que se apresenta no cantar. Há silêncios a serem decifrados (e respeitados) e há, principalmente, a libertação via domínio da palavra: aprender a ler, aprender a escrever, aprender a contar, aprender a falar, aprender a pensar. Há, como seu avesso, a impossibilidade de colocar em palavras, a inutilidade de aprender a contar, aprender a falar, aprender a pensar. Além dos grandes discursos, há uma proposta de decifrar pequenos gestos, pistas, enigmas. Todavia, inspirando-nos no conceito de campo de visão e na ideia de visão periférica, como a capacidade do indivíduo enxergar pontos ao redor de seu campo visual, trabalharemos no artigo o duplo infância-felicidade afetado pelo discurso do risco e procuraremos focar algumas questões presentes no que chamamos de enxurrada discursiva acerca do infantil, em especial, o apaziguamento da memória, da dor, da luta, da resistência e do acontecimento. Para tanto percorremos a discussão sobre a proteção/ cuidados da infância com suas figuras do risco; as figuras das crianças felizes com o deslocamento contemporâneo da ideia de resistência para o de resiliência, como sendo a capacidade de enfrentar as adversidades. Assim tentamos captar, na angular formada, a racionalidade vigente de uma época e ainda perceber que nela, supostamente, não há nada de inaugural, somente rearranjos e deslocamentos, mas que produzem, efetivamente, efeitos nos/de sujeitos.<hr/>Abstract In this brief article, it is impossible to resist the temptation to write about duplicities and opposites. After all, we are discussing Fires, which, contrary to what is currently expected, is a story without a happy ending. Or even without an ending, maybe. In contrast with the contemporary figures of childhood, in Fires there is the presence of genealogies and their possibilities of freedom, centered in memory, pain, struggle and resistance. At the same time, these genealogies may be prisons of the imagination. There are mirages of freedom centered in feminine figures that are able to look, with eyes wide open. There is the word - hard and fragile - that presents itself in singing. There are silences to be deciphered (and respected) and there is, primarily, freedom through mastering of the word: learning to read, learning to write, learning to tell, learning to talk, learning to think. There is, as its opposite, the impossibility of putting into words, the inutility of learning to tell, learning to talk, learning to think. Beyond the big speeches, there is a proposal for deciphering small gestures, clues and enigmas. However, gathering inspiration from the concept of field of view and the idea of peripheral vision--understood as the capacity of an individual to see elements outside the center of gaze-I discuss in this paper the duplicitous childhood-happiness-as-affected-by-liabilities discourse, and focus on some questions that arise from what I call a “discursive thunderstorm” concerning childhood, in particular the appeasement of memory, of pain, of fight, of resistance and of events. For this purpose, I analyze discussions about protection / child-care and their calculations based on liability ; the figures of children dealing with the contemporary shift from the idea of resistance to that of resiliency, as being the capacity to face adversity. I try to capture, in the meeting-points of these discussions, the current rationality of our epoch, while recognizing that in fact there is nothing new, only reshufflings and movements that create effects in individuals.<hr/>Resumen Se nos hace imposible resistir a la tentación de escribir, en este artículo, sobre lo que se coloca al revés y a contramano. Estamos, al final de cuentas, trabajando con el texto Incendios que, al contrario de lo que hoy se espera, es una historia sin final feliz. Sin final, tal vez. O con finales y comienzos distintos. A contramano de las figuras contemporáneas de infancia, en Incendios es posible encontrar genealogías - sus posibilidades de libertad, centradas en la memoria, en el dolor, la lucha y la resistencia. Hay, en estas mismas genealogías, al mismo tiempo, posibilidades de muchas prisiones. Hay espejismos de libertad centrados en figuras femeninas que consiguen mirar, con ojos bien abiertos. Hay palabra - difícil y frágil - que se presenta al cantar. Hay silencios a ser descifrados (y respetados) y hay, principalmente, la liberación por el medio de la palabra: aprender a leer, aprender a escribir, aprender a contar, aprender a hablar, aprender a pensar. Hay, como su revés, la imposibilidad de colocar en palabras, la inutilidad de aprender a contar, aprender a hablar, aprender a pensar. Más allá de los grandes discursos, hay una propuesta de descifrar pequeños gestos, huellas, enigmas. Inspirándonos en el concepto de campo de visión y en la idea de visión periférica como la capacidad del individuo de ver puntos alrededor de su campo visual, trabajaremos en este artículo con el par infancia-felicidad afectado por el discurso del riesgo e intentaremos colocar algunas preguntas del presente en lo que chamamos de tempestad discursiva sobre lo infantil, en especial a los que tratan de apaciguar la memoria, el dolor, la lucha, la resistencia: el acontecimiento. Para tanto traeremos la discusión sobre la protección/cuidados de la infancia con sus figuras del riesgo; las figuras de los niños felices con el desplazamiento contemporáneo de la idea de resistencia para la de resiliencia, como la capacidad de enfrentar las adversidades. Así, intentamos capturar, en la angular formada, la racionalidad de una época e percibir que en ella no hay nada inaugural, solamente nuevos arreglos y desplazamientos, pero que producen, sin duda, efectos en los/de sujetos. <![CDATA[Sobre facas, infantia, e o inumano: uma leitura lyotardiana de Incendies]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872016000100137&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Abstract This text is an attempt to offer a reading of Incendies, a 2010 Canadian film written and directed by Denis Villeneuve, adapted from Wajdi Mouawad's play of the same name in the light of Lyotard’s notion of infantia. From this perspective, we can make a distinction between childhood as a temporal human stage, and infantia as an atemporal human condition: infantia may be described as the difference between what can and can not be said--the unsayable, something lost that inhabits, imperceptibly, the speakable as its shadow, its reminder, an unspoken that works as a condition of possibility in order that something meaningful could be said. As such it is a form of the inhuman, opposed to the other form of the inhuman, called "development,” “competition," "representative democracy," "the market," "free world," or simply “capitalism.” Lyotard affirms that the political task of literature and art is to remember the former inhuman, the one that each human soul carries by the fact of having been born from a forced need to abandon its condition of indeterminacy. “Political,” for Lyotard, is the resistance to the inhumanity of the capitalist order by means of remembering the inhuman from which every order emerges. This is the aesthetic and political strength of Incendies: to present to us, through its heroine, “the woman who sings,” an appeal to remember the silenced inhuman from which we come, and which our social life has made us forget. <hr/>Resumen Este texto es un intento de ofrecer una lectura de Incendies, una película canadiense escrita y dirigida por Denis Villeneuve, adaptada de la obra de Wajdi Mouawad, a la luz de la noción de infantia de Lyotard. Desde esta perspectiva, hacemos una distinción entre la infancia como etapa temporal de la vida humana e infantia como una condición humana atemporal: a partir de Lyotard, describimos infantia como la diferencia entre lo que se puede y no se puede decir - lo indecible, algo perdido que habita, imperceptiblemente, lo dicho como su sombra, su memoria, algo tácito que funciona como condición de posibilidad para que algo significativo pueda decirse. Como tal, es una forma de lo inhumano, opuesto a otra forma de lo inhumano, llamada "desarrollo", "competencia", "democracia representativa", "mercado", "mundo libre", o simplemente "capitalismo". Lyotard afirma que la tarea política de la literatura y el arte es recordar esa primera forma de inhuman, que cada alma humana carga consigo por el hecho de haber sido obligada a nacer y abandonar su condición de indeterminación. "Política" para Lyotard, es la resistencia a lo inhumano del orden capitalista por medio de recordar lo inhumano de la que cada orden emerge. Esta es la fuerza estética y política de Incendios: darnos a conocer, a través de su heroína, "la mujer que canta," un llamado a recordar lo inhumano silenciado de dónde venimos y que nuestra vida social nos ha hecho olvidar. <hr/>Resumo Este texto é uma tentativa de oferecer uma leitura de Incendies, um filme canadense de 2010 escrito e dirigido por Denis Villeneuve, adaptado a partir da obra de Wajdi Mouawad, à luz da noção de infantia de J.-F. Lyotard. A partir desta perspectiva, fazemos uma distinção entre a infância como um etapa temporal da vida humana e a infantia como uma condição humana atemporal: infantia pode ser descrita como a diferença entre o que pode e o que não pode ser dito - o indizível, algo perdido que habita, imperceptivelmente, o dizível como sua sombra, o seu lembrete, algo tácito que funciona como uma condição de possibilidade, a fim de que algo significativo possa ser dito. Como tal, é uma forma do inumano, oposta a outra forma de o inumano, chamado de "desenvolvimento", "competição", "democracia representativa", "mercado", "mundo livre", ou simplesmente "capitalismo". Lyotard afirma que a tarefa política da literatura e da arte é lembrar aquele outro desumano, o que cada alma humana carrega pelo fato de ter nascido de uma necessidade, forçada a abandonar sua condição de indeterminação. "Política", para Lyotard, é a resistência ao inumano da ordem capitalista por meio de lembrar esse outro inumano a partir do qual toda ordem emerge. Esta é a força estética e política de Incendies: apresentar a nós, por meio de sua heroína, "a mulher que canta," um apelo para lembrar o desumano silenciado de onde viemos, e que nossa vida social nos fez esquecer. <![CDATA[Por entre as chamas da infância: presente, memória e transmissão de experiências de violência estatal]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872016000100155&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A partir da peça Incêndios, de Wadji Mouawad, dedicamo-nos neste artigo a examinar os problemas que a transmissão de experiências de violência estatal coloca para as relações entre governantes e governados, alterando os contornos da cultura política contemporânea. Temos como pano de fundo as leituras foucaultianas de Édipo-Rei, de Sófocles, na medida em que o autor procura nela os traços de nosso “inconsciente político” no que se refere às relações entre poder, verdade e saber. Passamos à análise da peça de Mouawad, que, em nossa leitura, não apenas dialoga com Sófocles, mas atualiza a encenação dessas relações entre veridicção, aleturgia e poder, ao deslocar (conforme a experiência história do século XX) o lugar do testemunho para o reconhecimento que confirma a dimensão propriamente trágica do drama. Dedicamos atenção, em seguida, a pensar que lugar o testemunho ocupou no interior do quadro das diferentes respostas que cada estado nacional ofereceu ao problema da violência empreendida contra parcelas de sua população, conforme a norma jurídica do genocídio ou de crimes contra a humanidade. A partir da imagem forte oferecida por Mouawad, da infância como faca cravada no pescoço, encerramos nossas reflexões referindo-nos ao momento atual, em que se coloca para nós a tarefa de escutar o silêncio e abrir passagem para uma entrada decidida no agonismo da história - o que altera, sem dúvida, aspectos centrais das relações de governo nas quais nos movemos. <hr/>Abstract This paper works from Wadji Mouawad’s play, Scorched, to examine the problems that the various practices State violence introduce into our political/ cultural scene. I believe that these problems modify the relations between government and the governed on a deep level. I start by referencing Michel Foucault’s remarks on Sophocles’ Oedipus the King; he has returned to this play several times in his writings to outline some traces of our “political unconscious” when it comes to the relationship between power, truth and knowledge. Mouawad’s play not only explicitly enters into dialogue with Oedipus, but updates the staging of these relationships between veridiction, what Foucault refers to as “alethurgy” or “truth-telling,” and power. Mouawad produces this update by displacing the function of witness to the act of recognition which, in Scorched, confirms the properly tragic dimension of the drama. We next pay attention to the position that witnessing, or “testimony” has occupied within the framework of the rationales that the nation state has offered for its violence against portions of its own population, with reference to the juridical notion of genocide or crimes against humanity. From the strong image of childhood as a knife stuck in the throat, offered by Mouawad, we finish our reflections by referring to the current epoch, in which we are confronted with the task of listening to the silence of those murdered and oppressed by the state, and of opening a space for an entrance into the agonism of history; an entrance that undoubtedly modifies central features on the relationships of government that structure our experience. <hr/>Resumen A partir de la pieza de teatro de Wadji Mouawad, Incendios, dedicamos este artículo a examinar los problemas que la transmisión de la violencia del estado pone para las relaciones entre gobernantes y gobernados, cambiando los contornos de la cultura política contemporánea. Empezamos por las lecturas que Michel Foucault dedicó a Edipo Rey, de Sófocles, en donde buscó huellas de nuestro "inconsciente político" con respecto a las relaciones entre el poder, la verdad y el conocimiento. A seguir, pasamos al análisis de Incendios que, pensamos, no sólo dialoga con Sófocles, sino que actualiza la puesta en escena de estas relaciones entre veridicción, alethurgia y poder, al desplazar (con referencia a la experiencia de las violencias del siglo XX) el lugar del testimonio para el reconocimiento que confirma la dimensión propiamente trágica del drama. Dedicamos atención, entonces, a pensar qué lugar ocupó el testimonio en el marco de las diferentes respuestas que cada estado nacional ofreció al problema de la violencia dirigida contra parcelas de su propia población, de acuerdo con la norma legal de genocidio o de crímenes contra la humanidad. A partir de la fuerte imagen ofrecida por Mouawad - la infancia como un cuchillo clavado en la garganta - terminamos nuestras reflexiones haciendo referencia al momento actual, en el que estamos confrontados por la tarea de escuchar el silencio y de hacer espacio para un decidido ingreso en el agonismo de la historia, lo que cambia, sin duda, aspectos fundamentales de las relaciones de gobierno en las que hoy nos movemos. <![CDATA[Não mais, mas ainda: experiência, arquivo, infância]]> http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-59872016000100179&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Resumo A partir de uma leitura sumária da obra conhecida como Os jogadores de cartas de Caravaggio, sugere-se inicialmente uma plataforma analítica acerca dos diferentes regimes de tempo imanentes à experiência do viver e, mais especificamente, à apreensão narrativa do vivido. Eis o que estaria em questão também na peça Incêndios de Wajdi Mouawad, de 2003, bem como no filme correlato de Denis Villeneuve, de 2010, no que se refere ao tour de force operado pelos filhos da personagem Nawal, os quais herdam a tarefa de recompor a história pessoal de sua mãe e, por extensão, as suas próprias, fazendo com que passado e presente se digladiem e, então, se confundam na forja arquivística daquelas vidas. O acento argumentativo aqui ensejado volta-se não a uma possível reapropriação preservacionista da memória, mas à descontinuidade artificiosa do arquivo, segundo as acepções a este conferidas por Michel Foucault e Arlette Farge, abrindo caminho para uma perspectiva da educação como empuxo a um trânsito aberto e sempre instável com o extraordinário arquivo do mundo e as temporalidades vertiginosas nele atuantes. Calcado em tal premissa, o texto conclui propondo uma mirada em direção à infância como potência de reinvenção discursiva que os mais novos são eventualmente capazes de materializar a partir das pegadas que os mais velhos deixam para trás.<hr/>Abstract Starting from a brief reading of Caravaggio’s painting The Cardsharps, the article begins by suggesting a theoretical platform for an analysis of the different regimes of time immanent in the experience of living and, more specifically, in its narrative apprehension. This is what is at stake in the play Scorched by Wajdi Mouawad and Denis Villeneuve’s film based on it - Incendies - which chronicles the journey of discovery undertaken by the children of one Nawal Marwan, as they inherit the task of pulling together their mother’s personal history and, by extension, their own, making past and present confront and mingle with each other in the archival forge of their lives. The discussions focus not on a preservationist reappropriation of memory, but on the ingenious discontinuity of the archive, according to the meanings which have been conferred to it by Michel Foucault and Arlette Farge, paving the way for a perspective of education as a push into an open and always unstable space of trafficking between the extraordinary archive of the world and the vertiginous temporalities acting on and within it. As such, this paper concludes proposing an approach to childhood as potency for the discursive reinvention that the young are eventually able to accomplish by following the footprints that their elders have left behind.<hr/>Resumen A partir de un breve análisis de la obra conocida como Jugadores de Cartas de Caravaggio, se sugiere inicialmente una plataforma analítica sobre los diferentes regímenes de tiempo inmanentes a la experiencia del vivir y, más específicamente, a la aprehensión narrativa de lo vivido. Esto sería lo que estaría en juego también en la obra de teatro Incendios de Wajdi Mouawad, de 2003, y en la película correspondiente de Denis Villeneuve, de 2010, en cuanto un tour de force llevado a cabo por los hijos del personaje Nawal, quienes heredan la tarea de restaurar la historia personal de su madre y, por extensión, las suyas propias, haciendo que pasado y presente se enfrenten y luego se confundan en la construcción archivística de aquellas vidas. El acento argumentativo aquí deseado se vuelve no hacia una posible reapropiación preservacionista de la memoria, sino a la discontinuidad ingeniosa del archivo, según las acepciones que le confieren Michel Foucault y Arlette Farge, abriendo camino para una perspectiva de educación como empuje a un tránsito abierto y siempre inestable con el extraordinario archivo de mundo y las vertiginosas temporalidades que actúan en él. Basado en esa premisa, el texto concluye proponiendo una mirada hacia la infancia como potencia de reinvención discursiva que los más jóvenes, eventualmente, son capaces de materializar a partir de las huellas que los mayores dejan atrás.