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Educação

Print version ISSN 0101-465XOn-line version ISSN 1981-2582

Educação. Porto Alegre vol.46 no.1 Porto Alegre Jan./Dec 2023

https://doi.org/10.15448/1981-2582.2023.1.44187 

Outros Temas

Pesquisa sociopoética e a árvore da vida: o personagem conceitual da experiência-afeto na educação, no curso de pedagogia e na vida

Sociopoethic research and the tree of life: the conceptual character of experience-affect in education, in the pedagogy course and in life

La investigación sociopoética y el árbol de la vida: el personaje conceptual de la experiencia-afecto en la educación, en el curso de pedagogía y en la vida

Monaliza Holanda dos Santos1 

Mestra em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, PE, Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, PE, Brasil.


http://orcid.org/0000-0002-1390-3415

Eugênia de Paula Benício Cordeiro2 

Doutora em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, PE, Brasil.


http://orcid.org/0000-0002-8407-5418

1Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil.

2Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Recife, PE, Brasil.


Resumo:

Este artigo tem por objetivo apresentar o personagem conceitual criado pelo grupo-pesquisador da pesquisa sociopoética realizada junto a estudantes do curso de pedagogia de uma universidade localizada no nordeste do Brasil. Sobre a metodologia adotada, a abordagem de pesquisa sociopoética existe desde os meados anos 1990 (Gauthier, 2012), sendo criada basicamente com inspiração no pensamento do memorável educador nordestino Paulo Freire (1987), em Deleuze e Guattari (1992) e na Análise Institucional de Lourau (1993). Os achados apontaram que o personagem conceitual elaborado a partir do tema-gerador da pesquisa exprime o enlace de vida e natureza, de modo que podemos compreender a necessidade de revalorizar um processo formativo e um saber como experiência-afeto que de fato declare um sentido de vida, em outras palavras, modos de existência. Também como resultado, o personagem conceitual criado pelo grupo-pesquisador aponta para uma visão educacional capaz de possibilitar um olhar atencioso para a integralidade do ser, considerando o corpo por inteiro, gerando insuspeitas possibilidades de pensar. E, não obstante, tornar o modo de se fazer pesquisa em educação um acontecimento criativo e poético sem perder o rigor científico.

Palavras-chave: pesquisa sociopoética; experiência-afeto; personagem conceitual

Abstract:

This article aims to present the conceptual character created by the researcher-group of the Sociopoetic research carried out with students of the pedagogy course of a university located in the northeast of Brazil. Regarding the methodology adopted, the Sociopoetic research approach has existed since the mid-1990s (Gauthier, 2012), being basically inspired by the thinking of the memorable northeastern educator Paulo Freire (1987), in Deleuze & Guattari (1992) and in Institutional Analysis by Lourau (1993). The findings pointed out that the conceptual character created from the research theme-generator expresses the link between Life and Nature, so that we can understand the need to re-value a formative process and knowledge as an experience-affect that in fact declares a meaning of life, in other words, modes of existence. Also as a result, the conceptual character created by the research group points to an educational vision capable of enabling a thoughtful look at the integrality of the being, considering the body as a whole, generating unsuspected possibilities of thinking. And, nevertheless, to make the way of doing research in education a creative and poetic event without losing scientific rigor.

Keywords: sociopoetic research; experience-affect; conceptual character

Resumen:

Este artículo tiene como objetivo presentar el personaje conceptual creado por el grupo-investigador de la investigación Sociopoética realizada con estudiantes del curso de pedagogía de una universidad ubicada en el noreste de Brasil. En cuanto a la metodología adoptada, el enfoque de investigación Sociopoética existe desde mediados de la década de 1990 (Gauthier, 2012), inspirándose básicamente en el pensamiento del memorable educador nordestino Paulo Freire (1987), en Deleuze & Guattari (1992) y en el Análisis Institucional de Lourau (1993). Los hallazgos apuntaron que el personaje conceptual creado a partir del tema-generador de la investigación expresa el vínculo entre la Vida y la Naturaleza, por lo que podemos comprender la necesidad de revalorizar un proceso formativo y el conocimiento como una experiencia-afecto que de hecho declara un sentido de la vida, es decir, modos de existencia. También como resultado, el personaje conceptual creado por el grupo-investigador apunta a una visión educativa capaz de posibilitar una mirada reflexiva sobre la integralidad del ser, considerando el cuerpo como un todo, generando insospechadas posibilidades de pensamiento. Y, sin embargo, hacer del modo de realizar investigación en educación un acontecimiento creativo y poético sin perder el rigor científico.

Palabras clave: investigación sociopoética; experiencia-afecto; personaje conceptual

O presente escrito tem por objetivo apresentar o personagem conceitual criado pelo grupo-pesquisador da pesquisa sociopoética realizada junto a estudantes do curso de pedagogia de uma universidade localizada no nordeste do Brasil.

A abordagem de pesquisa sociopoética existe desde os meados anos 1990 (Gauthier, 2012), sendo criada basicamente com inspiração no pensamento do memorável educador nordestino Paulo Freire (1987), em Deleuze e Guattari (1992) e na Análise Institucional de Lourau (1993).

Ao realizar uma revisão da literatura observamos que desde 1996 aplica-se a pesquisa sociopoética e ela marca presença nas ciências humanas, com a maior quantidade de pesquisas na área de Educação (Santos, 2019; Castro, 2015; Oliveira, 2019; Simeao, 2018;) e nas Ciências da Saúde (Araújo, 2008; Arejano, 2002; Carvalho, 2000), com pesquisas direcionadas a área de Enfermagem. A sociopoética está sendo mais expressiva, em primeiro lugar, na Universidade Federal do Ceará (UFC), seguida pela Universidade Federal do Piauí (UFPI); em terceiro, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Escapando do caminho unívoco da racionalidade hegemônica nos modos de se fazer pesquisa, a sociopoética se situa em um contexto decolonial (Quijano, 2005; B. Santos & Meneses, 2009), tendo em vista que a valorização dos oprimidos (Freire, 1987), seja pelo capitalismo ou pelos processos de colonização, a exemplo dos povos tradicionais (indígenas e afrodescendentes) é ponto fundamental na construção do conhecimento levando em consideração o corpo inteiro, com suas danças, ritmos e rituais. Ainda amparada na decolonialidade, a sociopoética defende a união do conhecimento acadêmico com os saberes ancestrais e a espiritualidade, estes últimos "separados" do pensamento historicamente colonizado dentro e fora da academia (Gauthier, 2012; M. Santos & Cordeiro, 2020).

No que diz respeito ao método, utilizou-se as oficinas-sociopoética para produzir os dados da pesquisa fazendo uso de técnicas artísticas. Essa etapa foi imprescindível para o momento da criação do personagem conceitual em torno do tema-gerador da pesquisa: experiência-afeto na educação. A pesquisa sociopoética em questão foi realizada em um total de nove (9) encontros com duração média de quatro (4) horas cada. Dentre esses encontros, estavam as etapas de firmar o compromisso com a pesquisa, esclarecimentos e apresentações dos(as) participantes, bem como a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); a criação de dados através das oficinas-sociopoética com o uso de técnicas artísticas; os encontros de contra-análise na qual o grupo-pesquisador concorda, discorda ou complementa as "hipóteses" levantadas pelo(a) facilitador(a) da pesquisa nos estudos dos dados; e, por último, e não menos importante, o encontro especialmente dedicado à criação de confetos (conceitos + afetos) e do personagem conceitual.3

Para a criação desse último, o(a) facilitador(a) da pesquisa colocou à disposição do grupo-pesquisador materiais como: cartolinas, papéis coloridos, emborrachados E.V.A, brilho/glitter, lantejoulas, lãs coloridas, revistas, garrafas etc. e relembrou que o personagem conceitual fosse criado em relação com a pesquisa. Basicamente, a criação foi expressando no personagem conceitual a experiência-afeto no curso de pedagogia e na educação, extrapolando para o terreno da vida.

Neste horizonte, o texto está estruturado em quatro seções: (a) introdução; (b)) apresentação dos princípios norteadores da sociopoética e o personagem conceitual; (c) reflexões da árvore da vida sobre a experiência-afeto no curso de pedagogia, na educação e na vida; (d) considerações finais.

Sob esse olhar, apresentamos a seguir os princípios norteadores que fundam a abordagem de pesquisa sociopoética e o personagem conceitual.

Os princípios norteadores da sociopoética e o personagem conceitual

Para conhecer a sociopoética é importante apresentar suas cinco orientações principais:

  1. Primeiramente, o grupo-pesquisador é aquele que realiza a pesquisa e o(a) pesquisador(a) – oficial tem a função de facilitar a pesquisa, trazendo técnicas artísticas para construir os dados, cuidando para que cada copesquisador(a) possa ter um igual tempo de colocação, estudando os conhecimentos produzidos pelo grupo-pesquisador e, em seguida, devolvendo este estudo para o grupo-pesquisador aceitar, discordar ou dar mais precisão aos seus achados. Na sociopoética, se trata de considerar o grupo-pesquisador como filósofo coletivo, em uma perspectiva deleuze-guattariana (1992), atravessado por linhas de fuga, encontros e diferenciações. Assim são produzidos problemas filosóficos originais, confetos e um "personagem filosófico", verdadeiro autor da pesquisa. Nos inspiramos no livro intitulado O que é Filosofia?, de Deleuze e Guattari (1992). Neste artigo nos concentramos no personagem conceitual produzido pelo grupo-pesquisador.

  2. Segunda orientação: acolher os conhecimentos criados pelas culturas dominadas e de resistência.

  3. A característica essencial dessas culturas nos convida a terceira orientação: na sociopoética mobilizamos todas as potências de conhecer do corpo (racionais, sensíveis, afetivas, experienciais).

  4. Para isso, na quarta orientação utilizamos as técnicas artísticas para que se expressem os saberes dos afetos e da experiência.

  5. E como quinta orientação: a pesquisa e seus desdobramentos podem e devem ir além dos espaços acadêmicos, não devendo corresponder apenas às necessidades do(a) facilitador(a), porque o grupo-pesquisador também é dono da pesquisa.

Na sociopoética pensamos que o grupo-pesquisador, por ser definido como filósofo coletivo, possui uma identidade – provisória, já que o mesmo grupo realizaria com certeza uma pesquisa um pouco diferente, com os mesmos temas e as mesmas técnicas, seis meses depois; da mesma maneira que um outro grupo, no mesmo mês, traria conhecimentos diferentes com as mesmas técnicas.

Dito de outro modo, na sociopoética o grupo-pesquisador é sempre único. Apesar de um mesmo grupo realizar uma pesquisa com os mesmos temas e utilizando as mesmas técnicas, os resultados serão diferentes. Ou, ainda que seja um outro grupo, esse também produzirá conhecimentos diferentes. Isso porque cada grupo-pesquisador é um filósofo coletivo e possui uma identidade (provisória).

Daí, de fato, a grande relevância de pesquisas comparadas e contrastadas, feitas por grupos-pesquisadores socioculturalmente diferentes. Por exemplo: seriam importantes ou não as diferenças entre nossos resultados e os obtidos por uma pesquisa parecida em uma escola comunitária? Quais, essas diferenças? Quais, as semelhanças?

Não temos a obrigação de dar os mesmos nomes que Deleuze & Guattari (1992), pois pensamos que vários personagens conceituais pesquisam e falam na obra multifacetada de um(a) grande autor(a). Depende também da nossa sensibilidade e (bom) humor.

O presente texto desse borboletear sociopoético pairando sobre "A Árvore da Vida", nome dado ao personagem conceitual criado pelo grupo-pesquisador, tece reflexões acerca da experiência-afeto no curso de pedagogia, na educação e na vida à luz da abordagem de pesquisa sociopoética realizada junto com estudantes do curso de pedagogia de uma universidade federal do nordeste brasileiro (Universidade Federal de Pernambuco, UFPE).4

O personagem conceitual faz parte tanto no que se refere à pesquisa sociopoética quanto à aulas-sociopoética.5 Nesse caso, torna-se mister compreendermos que os personagens conceituais:

Operam os movimentos que descrevem o plano de imanência do autor, e intervêm na própria criação de seus conceitos…. o personagem conceitual não é o representante do filósofo, é mesmo o contrário: o filósofo é somente invólucro de seu principal personagem conceitual e de todos os outros, que são os intercessores, os verdadeiros sujeitos de sua filosofia. Os personagens conceituais são os `heterônimos’ do filósofo, e o nome do filósofo, o simples pseudônimo de seus personagens. Eu não sou mais eu, mas uma aptidão do pensamento para se ver e se desenvolver através de um plano que me atravessa em vários lugares. (Deleuze & Guattari, 1992, pp. 85-86)

Entendemos o personagem conceitual como aquele que tem vida própria, ou mesmo, em analogia à noção deleuze-guattariana (1992), o personagem conceitual seria um ser de sensação assim como a arte, que vale de si mesma.

É importante afirmarmos que nossa pretensão não parte de uma consumação acerca do que seria experiência-afeto no campo educacional, dado que

Falamos de criação, pelo grupo envolvido na pesquisa, de conceitos filosóficos `afinis6 para enfatizar a novidade da abordagem sociopoética: não queremos descobrir a verdade, a essência, única, mas as significações múltiplas e às vezes opostas que são a existência social da noção pesquisada. (Gauthier et al., 1998, p. 147)

É nesse sentido que todas as criações do grupo-pesquisador exprimem confetos (combinação de conceitos e afetos) e noções de sentidos e significações múltiplas, plurais e polifônicas que, por vezes, podem ser contraditórias, mas que não almejam unicidade ou univocidade, pois a abordagem sociopoética caminha na contramaré da verdade e da essência única.

Em uma pesquisa sociopoética o grupo-pesquisador está sendo atravessado por fluxos cognitivos que podem se opor, juntar, desdobrar, abalar…. Cabe ao grupo identificar o que lhe parece caracterizar o processo que vivenciou como Ser Coletivo. Obviamente, tudo isso tem um aspecto prazeroso e lúdico… ao mesmo tempo muito sério e muito humorístico. Veremos a seguir que nossa personagem mexe muito com os afetos e a espiritualidade, com aspectos decolonizadores da academia. Apresentamos, na sequência, o personagem conceitual e suas reflexões sobre a experiência-afeto.

Reflexões da árvore da vida sobre a experiência-afeto no curso de pedagogia, na educação e na vida

Figura 1 O personagem conceitual: a Árvore da Vida 

Decidimos iniciar com o questionamento:

Você já amou uma árvore? Se amou uma floresta ou uma árvore, sabe que existem árvores que, apesar de tudo o que tenha dado errado, conseguem enganar a todos – e sobrevivem para contar e ensinar sobre seu admirável retorno à vida. É mais um estopim dourado. (Estés, 2007, p. 32)

Esse pensamento da antropóloga e poetisa Clarissa Pinkola Estés (2007), foi escolhido não apenas porque o nome do personagem conceitual casa perfeitamente, mas porque tal pensamento diz muito sobre experiência-afeto. Esse admirável retorno à vida de uma árvore ou floresta, que sobreviveu para contar e ensinar, em outras palavras, significa dizer que a árvore ou a floresta foi afetada a ponto de uma transformação que a impulsionou em direção ao reexistir e desde essa experiência narrar sua história sobre o magnífico retorno à vida. Dito de outro modo,

A experiência é algo que (nos) acontece e que às vezes treme, ou vibra, algo que nos faz pensar, algo que nos faz sofrer ou gozar, algo que luta pela expressão, e que às vezes, algumas vezes, quando cai em mãos de alguém capaz de dar forma a esse tremor, então, somente então, se converte em canto. E esse canto atravessa o tempo e o espaço. E ressoa em outras experiências e em outros tremores e em outros cantos. (Larrosa, 2014, p. 10)

Sobre "A Árvore Da Vida", o grupo-pesquisador começa afirmando que "tudo ela tem, mesmo com as raízes secas, mas ela tem vida". E dizendo semelhante a uma árvore vista no Vale do Catimbau (Buíque-PE) completou:

Ela mesmo estando seca, guardou algum líquido ali que com o tempo ela vai sobreviver, ela não morre. Então é a vida, a vida ela tem os altos e baixos, tem as dificuldades, mas ela sobrevive, não morre. Ela não está morta, ela está adormecida. Então é uma coisa muito linda porque mais de mil anos para uma planta sobreviver e conseguir reflorescer quando chover, é muita preciosidade, a árvore da vida é isso. (Grupo-pesquisador)

Nessa direção, compreendemos que o personagem conceitual criado a partir do tema-gerador da pesquisa: experiência-afeto na educação, exprime o enlace de vida e natureza, de modo que podemos compreender a necessidade de revalorizar um processo formativo e um saber como experiência-afeto que de fato declare um sentido de vida, em outras palavras, modos de existência.

O pensamento dos xamãs se estende por toda a parte, debaixo da terra e das águas, para além do céu e nas regiões mais distantes da floresta e além dela. Eles conhecem as inumeráveis palavras desses lugares e as de todos os seres do primeiro tempo. É por isso que amam a floresta e querem tanto defendê-la…. a floresta está viva, e é daí que vem sua beleza…. se a floresta estivesse morta, nós também estaríamos, tanto quanto ela! Ao contrário, está bem viva. Os brancos talvez não ouçam seus lamentos, mas ela sente dor, como os humanos. Suas grandes árvores gemem quando caem e ela chora de sofrimento quando é queimada….. Os brancos não se perguntam de onde vem o valor da fertilidade da floresta. (Kopenawa & Albert, 2015, p. 468)

Pode até parecer que não, mas esse distanciamento da natureza e, pior, seu desmatamento, reverbera não apenas em catástrofes e crimes ambientais como também na impossibilidade de criar saberes e valores éticos. Não obstante, questionamos até que ponto o sistema educacional contemporâneo compreende uma educação que contemple "a árvore da vida". Dito de outro modo, será que a educação caminha em direção a um maior envolvimento em torno de saber e vida, natureza e existência? Se a resposta for negativa, devemos estar atentos pois:

Isso ocorre na medida em que a arte pedagógica formaliza o aprendizado e restringe o ensino a uma tecnologia, elaborando-os teoricamente sob a ótica de uma racionalidade que exclui aquilo que provém do sensível, do inefável, enfim, da experiência, rompendo aí os laços dos saberes e práticas escolares com a vida … afastando os saberes e as práticas escolares das possíveis relações com a sua dimensão estética e da sua implicação com a vida. (Pagni, 2014, pp. 11-12)

É com base nesse panorama que ressaltamos a necessidade de serem desenvolvidos estudos que prolonguem uma visão do ser humano integral, que "insiste no reconhecimento da importância específica de cada dimensão" (Röhr, 2012, p. 17), de modo a respeitar e valorizar, não apenas a dimensão estética e sua implicação com a vida, mas inclusive as diversas dimensões temáticas (dimensão ética, dimensão comunicativa, dimensão estético-artística, dimensão político-econômica, dimensão volitivo-impulsional-motivacional, dimensão prático-laboral-profissional, dimensão místico-mágico-religiosa, dimensão relacional-social, dimensão étnica, dimensão lúdica, dimensão de gênero, dimensão sexual-libidinal) que perpassam todas as básicas7 e, por isso, chamadas transversais (Röhr, 2012), inclusive sem desconsiderar ou subjugar a natureza (Gauthier, 2012; Kopenawa & Albert, 2015; Santos & Cordeiro, 2020). Pelo contrário, esperamos que o presente escrito possa contribuir para a criação de saberes plurais e transversais capazes de possibilitar uma atividade do pensamento, uma vez que o enlace experiência-afeto provoca o pensar com o corpo inteiro, irrompendo devires inesperados, em especial, no campo da educação.

E para elucidar as diversas nuances da "Árvore da Vida", ou seja, alguma das suas dimensões básicas e transversais, o grupo-pesquisador explica que precisou fragmentar em "galhos" para uma maior compreensão da complexidade do personagem conceitual,

Ela tem as partes fragmentadas que dá sentido a cada vida diferente, então cada galho dela é uma fragmentação, é uma sensação nova, é uma emoção. Olha a mulher espantada [apontam para um galho da Árvore da Vida] "oh! E agora?!" Essa aí é uma expectativa de alguém estar falando alguma coisa e ela esteja escutando e sentiu aquela [fazem gestos de impacto], ela se abismou! (Grupo-pesquisador)

Em relação a um outro galho que possui a imagem de uma mão colorida, o grupo-pesquisador defende: "As mãos são muito importantes. Os sentidos são muito importantes e a mão você pode fazer tudo com a mão, desde que esteja a seu alcance, a mão representa emoções também, o toque" (Grupo-pesquisador). E uma copesquisadora que não tinha costume de abraçar, lembrou que teve uma experiência-afeto na universidade, ela expôs:

Já me acostumei de abraçar as pessoas, de falar palavras de carinho, então isso também é afeto e foi experiência, porque foi uma experiência-afeto que eu tive aqui dentro da universidade e vou levar para o resto da minha vida, … achei também importante. (Copesquisadora)

A partir desse depoimento, compreendemos que a experiência a qual a copesquisadora reconhece, trata-se de uma experiência no e do corpo. Não sucedera somente em níveis de linguagem verbal, mas inclusive, corporal, justificando ainda mais o enlace experiência-afeto como indissociável. Isso reflete na plástica da "Árvore da Vida" quando o grupo-pesquisador infere:

É um personagem que fala porque tem vários elementos aqui que estão interligados um no outro e tem tudo a ver com o que foi a experiência-afeto da gente aqui na universidade, aqui nesse espaço de formação no curso de pedagogia. E são vários elementos que constituem: é uma linha interligada a todos os componentes, de todos os elementos, ele se interliga em um só, nessa construção. (Grupo-pesquisador)

Nesse sentido, o personagem conceitual "A Árvore da Vida" que deve sua formação à experiência-afeto, é sinônimo de multiplicidade e transversalidade, realizando interligações por vezes improváveis e, portanto, pode ser entendido como rizoma. Como sintetiza o grupo-pesquisador:

A universidade [da pesquisa em questão] é a casa das muitas histórias, [referindo-se à frase escrita na Árvore da Vida] a gente achou essa frase adequada ao curso de pedagogia. As muitas histórias é cada folha. Cada imagem tem uma representação, cada imagem é uma história, confeto. E traz umas memórias afetivas, porque quando você olha para essa imagem aqui por exemplo, [apontam para a imagem em um dos galhos] você lembra da fachada do Centro de Educação (Grupo-pesquisador)

É curioso que o grupo-pesquisador compreendera a universidade como lugar que concebe histórias, porque devemos considerar que o esperado seriam informações e não histórias. Dado que, várias são as interpretações – não apenas da academia, mas inclusive do panorama da modernidade de modo geral – de que estamos na era da informação (Bauman, 2010; Benjamin, 2012; Larrosa, 2014). Nesse sentido, o grupo-pesquisador nos leva a compreender que ainda é possível o cultivo de histórias e vale ressaltar que sua diferença em relação à informação está basicamente na capacidade de narrar. Isso porque, a informação já vem com explicações impostas e a história ao ser narrada abre um leque de possíveis interpretações pois

Um episódio narrado atinge uma amplitude que falta à informação … tanto mais facilmente a história será gravada na memória do ouvinte, tanto mais completamente ela irá assimilar à sua própria experiência, tanto mais irresistivelmente ele cederá à inclinação de recontá-la um dia. (Benjamin, 2012, pp. 219-220)

E por que não, uma memória também afetiva como bem lembrou o grupo-pesquisador ao salientar o personagem conceitual composto de muitas histórias capazes de reavivar memórias afetivas da fachada do prédio do Centro de Educação ao estabelecer relação com a imagem de uma arte contemporânea (Grafite8) presente em um dos galhos da Árvore da Vida. Tal perspectiva, nos permite compreender na ótica do pensamento adorniano, o qual defende uma rememoração do passado através da arte como um caminho de "aproximação de uma experiência em que a estética é o móvel da formação … e o pensar crítico o modo pelo qual se pode exercer, na atualidade, alguma resistência" (Pagni, 2014, p. 108). E não é novidade que a arte se relaciona intimamente com o afeto. Portanto, para fins de elucidação no que diz respeito à "A Árvore da Vida", criada a partir da temática da experiência-afeto na educação, o grupo-pesquisador afirma que o personagem conceitual "é uma árvore humana, um corpo feminino e masculino, porque a experiência não é feita só de mulheres, … experiência-afeto ela se dá nos dois sexos" (Grupo-pesquisador).

Essa fala nos evidencia ainda mais a complexidade do personagem conceitual, pois quiçá podemos afirmar uma criação de devir-planta e devir-humano, "expressando a essência de Deus, ou seja, da Natureza, e estamos contidos nela. Assim, nossos devires são expressões diretas da potência organizadora da Vida" (Gauthier, 2012, p. 60). Nesse horizonte, "A Árvore da Vida" em sua zona de indeterminação sendo uma árvore com um corpo humano, exala afetos e sensações. Em uma linguagem deleuze-guattariana, o personagem conceitual em questão poderia se explicar em:

Tornar-se árvore ou tornar-se áster: não é, … que um transforme no outro, mas algo passa de um ao outro. Este algo só pode ser precisado como sensação. É uma zona de indeterminação, de indiscernibilidade, como se coisas, animais e pessoas … tivessem atingido, em cada caso, este ponto … que precede imediatamente sua diferenciação natural. É o que se chama um afecto…. Só a vida cria tais zonas, em que turbilhonam os vivos, e só a arte pode atingi-la e penetrá-la, em sua empresa de co-criação. É que a própria arte vive dessas zonas de indeterminação, quando o material entra na sensação como numa escultura de Rodin. São blocos. (Deleuze & Guattari, 1992, p. 225)

E apesar dos autores acima não contemplarem necessariamente a espiritualidade e a educação diretamente, em consonância com a proposta de Gauthier (2012) em fecundar uma ciência espiritualizada, o grupo-pesquisador defende que "essa Árvore Da Vida é uma criação divina". Vale ressaltar que a conceituação de espiritualidade está longe de um consenso e nem almeja tal precisão (Röhr, 2012), porém:

O próprio divino se revela de forma direta ou indireta para os seres humanos. Com isso, existem possibilidades de comunicação com o divino, comumente restritas a algumas pessoas excepcionais: sacerdotes, videntes, xamãs ou semelhantes…. a espiritualidade comunga com a religião a crença numa divindade, mas não se fixa em nenhuma forma específica dela. Por outro lado, não exclui a possibilidade de uma pessoa espiritualizada acreditar numa forma específica de divindade. (Röhr, 2012, p. 20).

É nesse sentido que na abordagem sociopoética, o personagem conceitual está vivendo, está insistindo, de acordo com Gauthier (2012). Nesse caso, um dos galhos da Árvore da Vida sintetiza o sentido de experiência-afeto no palco da vida e, não obstante, da educação:

Sensação de liberdade, a liberdade você está pulando para um rio, um rio límpido, sem sujeira, expressão de liberdade, de você voar, quando você pula de um alto assim parece que você quer voar. Livre. Voar sem barreiras, sem poluição das palavras, porque você às vezes, a mente é tão suja que polui a água, quando a mente é limpa a água se torna límpida e insípida. A boca fala do que está cheio o coração. (Grupo-pesquisador)

Essa liberdade de voar sem barreira quando se está pulando para um rio, sem a poluição de uma mente suja que polui as palavras – e porque não o pensamento – é a vida como experiência

É relação: com o mundo, com a linguagem, com o pensamento, com os outros, com nós mesmos, com o que se diz e o que se pensa, com o que dizemos e o que pensamos, com o que somos e o que fazemos…. A vida é a experiência da vida, nossa forma singular de vivê-la. Por isso, colocar a relação educativa sob a tutela da experiência …, não é outra coisa que enfatizar sua implicação com a vida, sua vitalidade. (Larrosa, 2014, p. 74)

E quando o grupo-pesquisador aludindo a uma passagem bíblica, acaba por afirmar a potência corporal e sua intrínseca relação com o pensamento, porque "a boca fala do que está cheio o coração" (Grupo-pesquisador), essa frase nos faz pensar que, na medida em que nos permitimos entregar nosso corpo a um voo livre, com a liberdade de mergulhá-lo em um rio, sem barreiras e impedimentos para emoções e afetos, estamos abrindo espaço. Insistindo em uma abertura para que a experiência-afeto possa ser proferida em espaços formativos.

Deixar que a palavra `experiência’ nos venha à boca (que tutele a nossa voz, nossa escrita) não é usar um instrumento, e sim se colocar no caminho, ou melhor, no espaço que ela abre. Um espaço para o pensamento, para a linguagem, para a sensibilidade e para a ação (e sobretudo para a paixão). Porque as palavras, algumas palavras, antes que se desgastem ou se fossilizem para nós, antes de permanecerem capturadas, também elas, pelas normas do saber e pelas disciplinas do pensar, antes que nos convertam, ou as convertamos em parte de uma doutrina ou de uma metodologia, antes que nos subordinem, ou as subordinemos a esse dispositivo de controle do pensamento que chamamos `investigação’, ainda podem … ser perguntas, aberturas, inícios, janelas abertas, modos de continuar vivos, de prosseguir, caminhos de vida. (Larrosa, 2014, p. 75)

Ainda nesse horizonte, quando o grupo-pesquisador afirmou que "às vezes, a mente é tão suja que polui a água" e que "quando a mente é limpa a água se torna límpida e insípida" (grupo-pesquisador), compreendemos que a nossa mente quando capturada pelas normas do saber e disciplinas do pensar, controlam nosso pensamento abitolando-o ao habitual, a não criatividade. E o contrário, quando a mente é limpa significa dizer, livre para voar, aberta para além de meras provisões, significa ser capaz de fazer pensar o nosso pensamento, assim como as águas limpas e insípidas de rios imaculados correm caminhos de vida, fortalecendo processos formativos ancorados na experiência-afeto.

Desse modo, quando trabalhamos com a abordagem de pesquisa sociopoética, compreendemos que a produção do conhecimento e as criações do grupo-pesquisador permite nos desprender de ideias cultivadas até então.

É na vacuidade do amor que me coloco em posição de entrega total ao outro, na investigação comum do que vem surgindo em nós como parceiros e parceiras na maravilhosa aventura humana do co-existir, do co-emergir e do co-nascer no pensamento. (Gauthier, 2014, p. 849)

A sociopoética possibilita ao(à) pesquisador(a) oficial, ou seja, o(a) facilitador(a), e ao grupo envolvido na pesquisa, uma distância e aproximação de uns e outros pensamentos para ver a partir de diferentes olhares quiçá a oportunidade de se perder e dissolver seu ser no vazio (Gauthier, 2012), amplifica de maneira máster a relação entre experiência-afeto, espiritualidade e educação, contudo "a questão é se estamos dispostos a pagar o preço de uma pesquisa pedagógica formativa, incorporada, inspirada e inspiradora, um preço que implica o cuidado e a transformação do pesquisador" (Masschelein & Simons, 2014, p. 75) e não obstante, como sublinha Gauthier (2012), possíveis transformações – espirituais, políticas, psicológicas – não se limitam apenas ao pesquisador "oficial", mas inclusive, se estende ao grupo-pesquisador.

É no palco da poiesis d’A Árvore Da Vida, que ao invés de fecharmos as cortinas, plantamos sementes e confetos capazes de transformar em "possível, aqui e agora, a atualização de novas ligações, que parecem mais livres, quase gratuitas…. cria-se assim uma relação com os alhures, o desconhecido, onde se ampliam os afetos e forças de vida" (Gauthier, 2012, p. 190). E no intento de que a presente pesquisa possa contribuir dignamente com a insistência em uma educação que considera a integralidade do ser e processos formativos que reivindicam em primeiro lugar, o seu espaço de "pró-criar" pensamentos ao pensar "ousada-mente" a partir do enlace experiência-afeto.

Considerações finais

A abordagem de pesquisa sociopoética ao trazer em sua composição a possibilidade de criar um personagem conceitual inaugura um modo insuspeito de expressar-se sobre determinada temática de pesquisa ou conteúdo de aula.9

Considerando que essa é a primeira pesquisa sociopoética realizada na universidade em questão (Universidade Federal de Pernambuco – UFPE), esperamos contribuir para a amplitude e o fortalecimento da abordagem de pesquisa sociopoética nas ciências humanas, em especial, no curso de pedagogia não somente nessa universidade, mas em todo território brasileiro. Ademais, acreditamos que o enlace experiência-afeto pode despertar contribuições relevantes para pensar o campo pedagógico contemporâneo, a educação e a vida como um todo.

Nesse sentido, a pesquisa realizada possibilita novos estudos partindo da sociopoética, uma abordagem de pesquisa profundamente espiritualizada e integral, capaz de romper barreiras – aparentemente – cristalizadas que continuam perpetuando saberes desconectados da vida, corpos tensionados e distantes do pensar. Além disso, desponta aprofundamentos futuros em relação à noção de afeto a fim de fortalecer discussões ímpares acerca da experiência, e quiçá, desenvolver ainda mais incisivamente a aliança experiência-afeto não somente no campo educacional, mas inclusive, fazê-la dançar nos lugares mais insuspeitos!

A sociopoética não se pode prever, é uma aventura, abertura de horizontes. Uma pesquisa de fato formativa e, por que não, transformadora. É algo que expõe a caminhar em um (des)território junto ao grupo-pesquisador. Contudo, é preciso estar preparado(a) e atento(a), ao mesmo tempo em que deixa a intuição à flor da pele, afinando os ouvidos para ver com olhos recém-nascidos. No mais, acreditamos que a originalidade perpassa vários aspectos dessa pesquisa, desde a criação do rizoma experiência-afeto na educação, passando pela criação de um personagem conceitual que exprime o tema central da pesquisa, até as possibilidades de pensar tessituras quiçá inéditas frutificadas ao longo do caminho. Tendo em vista que inicialmente a intenção era construir um personagem conceitual que exprimisse a experiência-afeto na educação, entretanto alargou-se para além do curso de pedagogia e da educação, a "árvore da vida" como diz o próprio nome teve algo a nos dizer também sobre a vida.

E como desfecho do presente texto, torna-se substancial compreender que pensar a experiência-afeto na educação significa tocar o sensível e aflorar sensibilidades, pois é evidente que formação e vida são indissociáveis, uma vez que durante todo o percurso da pesquisa o grupo-pesquisador sentia necessidade de tocar aspectos afetados de sua vida. Nesse horizonte, é possível reconhecer uma visão de educação alicerçada sobre a experiência-afeto como sinônimo de fortalecimento, amor, cuidado e transformação; sendo essa visão educacional capaz de possibilitar um olhar atencioso para a integralidade do ser, considerando o corpo por inteiro como casa de muitas histórias, saberes e memórias e com isso mostrar que podemos fazer da pesquisa em educação um acontecimento poético e artístico.

3Tendo em vista os limites estruturais e objetivo do artigo iremos nos deter ao personagem conceitual.

4Informamos que a pesquisa em questão foi desenvolvida seguindo os procedimentos éticos reconhecidos pela comunidade acadêmica como, por exemplo: assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por todos os participantes da pesquisa; a não identificação deles etc.

5A abordagem de pesquisa sociopoética foi criada por Jacques Gauthier em meados da década de 1990 e recentemente Monaliza Holanda dos Santos criou um desdobramento chamado de aulas-sociopoética, a qual atenta aos professores(as), educadores(as) que queiram utilizar a sociopoética em sala de aula e em espaços formativos.

6"Afini pode ser traduzido por `inacabado’, não finito (e, por oposição a `infinito’, nunca pode superar o seu lado finito, parcial, provisório). Uma `afinição’ opõe-se a uma definição, algo definido, completamente acabado, certo, definitivo" (Gauthier et al., 1998, p. 146).

7As dimensões básicas segundo o pensamento röhriano (2012) são: física, sensorial, emocional, mental e espiritual.

8Grafite é um tipo de manifestação artística, trata-se de um movimento organizado pelas artes plásticas.

9"Conteúdo" está se referindo ao contexto de aula-sociopoética.

Os textos deste artigo foram revisados pela SK Revisões Acadêmicas e submetidos para validação do(s) autor(es) antes da publicação.

Agradecimentos

Agradecimentos ao criador da sociopoética, Jacques Gauthier, ao Grupo-pesquisador da pesquisa em questão e agradecimento à CAPES (agência de fomento da pesquisa).

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Recebido: 31 de Dezembro de 2022; Aceito: 11 de Outubro de 2023; Publicado: 24 de Novembro de 2023

Endereço para correspondência Monaliza Holanda dos Santos; Eugênia de Paula Benício Cordeiro Universidade Federal de Pernambuco Av. Prof. Moraes Rego, 1235 Cidade Universitária, 50670-901 Recife, PE, Brasil moninhamona@msn.com

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