Revista Brasileira de Educação Médica
Print version ISSN 0100-5502On-line version ISSN 1981-5271
Abstract
AMARAL, Natália Aparecida et al. Precisamos falar sobre uso de Metilfenidato por estudantes de medicina - revisão da literatura. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2022, vol.46, n.2, e060. Epub Mar 19, 2022. ISSN 1981-5271. https://doi.org/10.1590/1981-5271v46.2-20200233.ing.
Introdução:
Estudos mostram que o metilfenidato (MPH) tem sido utilizado por estudantes de medicina para aumentar sua atividade mental e melhorar o desempenho exigido durante a graduação, gerando preocupações quanto aos riscos à sua saúde física e mental. Esse cenário indica a necessidade de medidas especificamente direcionadas nas escolas médicas.
Objetivo:
Revisar a literatura sobre o uso de MPH sem indicação médica entre estudantes de medicina.
Método:
Revisão minuciosa da literatura publicada em inglês, espanhol e português, entre 2013 e 2019, com base em dados disponibilizados pelo PUBMED e SCIELO, utilizando palavras-chave nos três idiomas acima, ao longo das quatro etapas do processo de seleção.
Resultados e Discussão:
Ao todo, foram encontrados 224 artigos, dos quais 25 foram selecionados após leitura, tratando do uso de MPH ou ‘potencializador da cognição’ por graduandos de medicina sem prescrição médica. A pesquisa indicou variabilidade significativa na frequência de consumo, relacionada ao padrão de uso investigado, uso com ou sem indicação, antes ou após a entrada na Universidade e país onde o estudo foi realizado. A justificativa mais frequente para o uso sem indicação médica foi a de obter melhora no desempenho acadêmico. Notou-se a carência de pesquisas com uma avaliação adequada dos riscos cognitivos, comportamentais e psíquicos envolvidos, entre eles o risco de adição e a abordagem do tópico nas escolas médicas.
Conclusão:
As altas taxas de uso do MPH por estudantes de medicina visando o aprimoramento cognitivo reforça a importância de ações preventivas nas escolas médicas. As estratégias devem considerar informações sobre os riscos do uso (do MPH) sem indicação médica; intervenções não farmacológicas para melhoria do desempenho cognitivo; medidas de higiene do sono; organização para atividades de estudo adequadas; amplas discussões sobre aspectos éticos e estrutura curricular.
Keywords : Estudantes de Medicina; Metilfenidato; Estimulantes; Aprimoramento cognitivo.