INTRODUÇÃO
Pandemias afetam negativamente a saúde mental da população1. A pandemia da coronavirus disease 2019 (Covid-19) foi associada ao aumento de sintomas de sofrimento mental, principalmente em países de baixa e média rendas, como o Brasil2. Especificamente na população de estudantes de Medicina e médicos recém-formados, foi evidenciado um impacto negativo, com presença de sintomas de ansiedade, maior uso de medicamentos psicotrópicos e substâncias psicoativas, tais como álcool e drogas3.
Esse impacto resultou de diversos fatores. Os cursos de Medicina foram interrompidos de maneira abrupta, e substituíram-se as práticas presenciais por atividades on-line4. Hospitais de campanha, criados para tratar pacientes com Covid-19 devido à superlotação das urgências e unidades de terapia intensiva, foram locais de trabalho de médicos recém-formados, que reduziram a escassez de mão de obra em meio à necessidade de preencher escalas de plantão5),(6. Aliado à exaustão física decorrente dos plantões, havia o medo de se infectar e transmitir a doença, a morte de amigos e familiares, a perda de pacientes em proporção sem precedente e a privação de liberdade refletida no isolamento social7.
Muito tem sido discutido sobre as lições aprendidas, no que se refere a aspectos clínicos, de diagnóstico, tratamento e prevenção8. Entretanto, diante de um contexto de vulnerabilidade e sofrimento, faz-se necessário reafirmar que os médicos são treinados para o cuidado dos pacientes, o que envolve competência técnica, ética e humanização. Sabendo do impacto na saúde mental desses agentes responsáveis pelo cuidado, devemos discutir as lições e reflexões aprendidas nos aspectos humanos e sociais.
MÉTODO
Trata-se de um estudo quali-quantitativo realizado durante a segunda quinzena de setembro de 2020 (seis meses após o início da pandemia) por meio de um formulário na plataforma digital GoogleForms. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal de Sergipe (UFS) representado pelo número 4.046.521, e obteve-se o termo de consentimento digital de todos os participantes. Todos os internos (quinto e sexto anos) e médicos formados desde 2018 nas três faculdades de Medicina do estado de Sergipe, localizado no Nordeste do Brasil, foram convidados a participar por e-mail obtido na base de dados das universidades. As particularidades de cada faculdade são:
Faculdade 1: Pública, federal, currículo tradicional, com base nos ciclos da vida e níveis crescentes de complexidade.
Faculdade 2: Pública, federal, currículo com base em metodologias ativas de aprendizagem.
Faculdade 3: Privada, currículo com base em metodologias ativas de aprendizagem.
Os três cursos possuem dois anos de Internato.
Os critérios de inclusão foram: 1. estar cursando internato médico ou 2. ser médico formado em 2018, 2019 ou 2020, cursando ou não residência médica e, em ambos os casos, ser maior de 18 anos. Excluíram-se formulários incompletos, em branco ou repetidos. Os questionários foram anônimos, garantindo a privacidade e confidencialidade dos dados. Consistiam em perguntas de resposta fechada (múltipla escolha, resposta única, resposta dicotômica) e perguntas de resposta aberta.
Coletaram-se dados sociodemográficos para caracterização da população, incluindo idade, sexo, estado civil e coabitantes. Fizeram-se perguntas sobre condições médicas gerais, como infecção por Covid-19, ressaltando que, no momento da coleta de dados, não havia vacina disponível para a doença, bem como questões acerca de diagnóstico e morte de familiares e amigos por Covid-19. Para análise qualitativa, levantaram-se as seguintes questões de resposta aberta:
Quais os principais aprendizados que a pandemia lhe trouxe?
Como você imagina que será seu trabalho/curso de Medicina após a pandemia?
A população elegível para o estudo foi de mil indivíduos, e todos foram convidados a participar por e-mail. Incluíram-se todos os que responderam à pesquisa e atenderam aos critérios de seleção. Os dados foram extraídos em uma tabela do Excel, e calcularam-se médias simples e frequências para análise descritiva. Para análise comparativa, utilizaram-se o programa estatístico Epi Info versão 7 e os testes qui-quadrado bicaudal para análise das variáveis categóricas e proporcionais. Consideraram-se estatisticamente significativas diferenças superiores a 5% (p < 0,05). Os aspectos qualitativos foram descritos nas respostas dos participantes, representadas por meio de citação direta e indireta.
RESULTADOS
Obtiveram-se 148 questionários respondidos, dos quais quatro não continham respostas nos campos abertos. Do total de questionários, 41 (27,7%) correspondiam a participantes advindos da faculdade 1, 63 (42,6%) da faculdade 2 e 44 (29,7%) da faculdade 3. Mulheres representaram 63,5% (n = 94) do total, a média de idade foi de 26,2 anos, 52% dos participantes declararam ser solteiros (n = 77) e 13,5% (n = 20) moravam sozinhos. Quanto ao estágio de formação universitária, 36,5% eram recém-formados (n = 54), dos quais 90,7% trabalharam na linha de frente do atendimento aos pacientes com Covid-19.
Ao serem questionados sobre os principais aprendizados que a pandemia havia trazido, 41 respostas estiveram voltadas para a paciência, a imprevisibilidade do futuro e a resiliência no enfrentamento das adversidades. Diante da ausência do controle sobre a vida, houve muitas falas sobre o valor da família e dos amigos, e como devemos aproveitar e agradecer o tempo e os momentos vividos com eles. Um dos relatos trouxe a vivência de uma gestação durante o período da pandemia, com medos e incertezas:
Eu me vi grávida no início da pandemia. Não sabia o que seria da minha vida e da vida de minha filha daquele momento em diante. Foi muito difícil me acostumar com a privação social, pois estava saindo de um repouso absoluto no exato momento que a pandemia iniciou e teria minha rotina de volta. Perdi o contato durante meses com familiares, não pude receber visitas na maternidade, não pude realizar nenhuma comemoração com familiares e amigos após a chegada de minha filha.
Aproximadamente 42% (n = 62) dos participantes conheciam ao menos uma pessoa que faleceu por Covid-19, e isso se associou ao relato de “aproveitar o momento e as pessoas” como maior aprendizado dessa pandemia (p = 0,009; teste qui-quadrado). O maior envolvimento com a espiritualidade, a meditação e os momentos de reflexão pessoal também foram citados como aprendizados da pandemia.
A importância do abraço foi especificamente citada em quatro respostas. Uma delas ressaltou o uso da linguagem não verbal:
Aprendi que a linguagem não verbal é tão importante, ou até mais importante, que o uso das palavras. Aprendi que sorrir com os olhos contribui para os relacionamentos tanto quanto sorrir com os lábios. Aprendi que é muito difícil não poder se sentar perto do paciente, pegar em sua mão, olhar em seus olhos e fazê-lo sentir seguro. E aprendi que nada substitui um abraço sincero.
Frases sobre autoconhecimento, autocuidado, compaixão e empatia refletiram a importância de olhar para si e para o outro, na tentativa de “ser mais humano, tentar ajudar as pessoas que estão em situação muito pior”. “Você tem que ser seu melhor amigo, porque sempre existirão momentos de escuridão e você precisará se ter como uma boa companhia.” Práticas de saúde, incluindo atividade física, foram lembradas: “É importante fazer atividade física e manter alimentação saudável, além de cuidar da saúde mental”.
Críticas políticas e demandas de responsabilidade social também foram levantadas, incluindo o que se refere ao sistema de regulação de vagas em hospitais. Saúde coletiva como foco na medicina brasileira e valorização do Sistema Único de Saúde (SUS) e da universidade pública foram ressaltadas em sete respostas, como no “reforço da importância da defesa de um sistema público de saúde de qualidade e das universidades públicas”. Aprendizados técnicos, como uso de equipamentos de proteção individual, atualização médica e atividades de extensão, foram também citados.
Ao serem perguntados como imaginavam o trabalho e o ensino médico após a pandemia, as respostas variaram de “estar mais focada nos processos de segurança do paciente”, com “novos protocolos de higiene e distanciamento social”, a “maior dedicação às doenças infectocontagiosas e à saúde mental”. Um total de 34 respostas (23%) demonstraram uma atitude positiva de reaprendizado e esperança, como destacado em: “Imagino um futuro pós pandemia, com menos medo, menos mortes e mais solidariedade” e “Espero que os profissionais de saúde mantenham uma visão mais humana e sensível frente ao cuidado do outro, que a gente preserve a fé, a resiliência e a gratidão por estarmos bem e termos contribuído com o cuidado nesse período atípico”. Trinta e três comentários (22,3%) foram negativos, a exemplo de que o retorno provavelmente seria desorganizado e caótico, com pior aproveitamento comparado a antes da pandemia, e 20 relataram não acreditar em mudanças significativas, exceto no uso de medidas protetivas de paramentação e higienização.
A necessidade de um retorno cauteloso foi citada em 34 (23%) respostas. Há um receio no impacto da suspensão das atividades presenciais na graduação, que fica evidente na seguinte resposta:
Espero que o curso opte por manter a qualidade de ensino e assistência, tanto quanto o dever social de formar no tempo certo. Espero que o curso encontre formas de compensar o tempo perdido e que elabore um plano que minimize o prejuízo que teremos por concluir a graduação sem rodar em centros de emergência.
As atividades de ensino a distância foram ressaltadas em algumas respostas, bem como a redução no número de alunos nas atividades práticas, com uma perspectiva positiva sobre o assunto. A demanda de produtividade médica foi comentada em:
Espero que haja maior compreensão com a questão produtividade. Tivemos um alerta de como as circunstâncias da vida interferem na nossa produção. A medicina tem uma cobrança excessiva, médicos e estudantes são cobrados a estarem sempre em sua produção máxima.
Quanto à perspectiva de retorno à normalidade, destaca-se que “A Covid-19 deixará cicatrizes na nossa rotina. Talvez demore anos para conseguirmos atender os pacientes sem máscaras, gorros e aventais descartáveis. Talvez nunca mais consigamos. Vai ser difícil olhar para um resfriado comum e não desconfiar que seja um vírus mortal”.
DISCUSSÃO
Após o início da pandemia, os estudantes de Medicina viram subitamente suas atividades práticas serem canceladas, enquanto as aulas teóricas presenciais eram substituídas por atividades remotas. Em 2010, com a implantação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) no Brasil, o número de estudantes que cursam o ensino superior em universidades fora do seu estado natal, e consequentemente longe das suas famílias, aumentou9. Em 2020, quando se decretou a pandemia, 42% dos aprovados em Medicina na UFS residiam em outro estado10. Enfrentar uma pandemia longe dos seus pode ser desafiador e causa de sofrimento mental. Além disso, por meio de portaria do Ministério da Saúde, foi proposta a participação dos internos de Medicina em ação estratégica para enfrentamento da Covid-19, com carga horária utilizada para substituição das horas de estágio curricular obrigatório nas áreas de clínica médica, pediatria e saúde coletiva11),(12. No Reino Unido, a participação dos estudantes de Medicina se deu na triagem de pacientes com Covid-19, no contato telefônico com as famílias impedidas de visitar os pacientes, nas coletas de sangue para exames laboratoriais, na entrega de medicamentos e até mesmo nas ações sociais, como entrega de mantimentos para os que estavam em isolamento13.
Ademais, as formaturas foram antecipadas, e com isso veio a ansiedade dos médicos recém-formados em relação à sua competência para o trabalho13. Com pouco preparo e experiência, foram expostos a um mercado de alta exigência, como hospitais de campanha e pronto-socorro. O programa “O Brasil Conta Comigo - Profissionais de Saúde” recrutou médicos e outros profissionais para atuar no atendimento de pacientes com Covid-1914. Hospitais públicos e privados, com o constante adoecimento e a sobrecarga dos médicos, tinham dificuldade em completar escalas de plantão. Esse foi o cenário dos médicos formados na pandemia. O início de atuação como médico é uma transição difícil sob circunstâncias normais, mas foi ainda mais difícil em uma pandemia global.
Nesse contexto, resiliência e paciência foram amplamente citadas como habilidades aprendidas durante a pandemia. Ressalta-se que resiliência não é um traço de personalidade, mas algo que pode ser aprendido, envolvendo comportamentos, pensamentos e ações. É a capacidade de se adaptar ou superar as dificuldades diante de eventos estressantes, trágicos ou traumáticos. Já foi demonstrada correlação inversa entre os níveis de resiliência e de ansiedade experimentados pelos profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-1915. Por isso chama a atenção o relato da estudante de Medicina que engravidou durante a pandemia, em meio a todas as incertezas do momento e à solidão vivenciada durante o isolamento social e o distanciamento dos entes queridos.
A morte se tornou realidade imposta na pandemia para quase 50% dos participantes, os quais conheciam ao menos uma pessoa que morreu de Covid-19. No Brasil, até o final de fevereiro de 2022, quase 650 mil óbitos foram confirmados16. Isso levou a uma necessidade de aproveitar o tempo, a vida e as pessoas. A filosofia carpe diem traz justamente a ideia de aproveitar o momento presente, sentimento referido como recorrente no contexto de incertezas que a pandemia da Covid-19 trouxe. A espiritualidade também se apresentou como aprendizado e recurso de enfrentamento. O papel positivo da religiosidade no enfrentamento da incerteza se aplica à situação de pandemia vivida e se exemplifica pelo aumento nas pesquisas do Google por orações em 95 países desde o início da pandemia, referentes a todas as grandes religiões17.
À medida que o número de infectados e de mortes aumentava e o impacto era sentido social e economicamente, surgia a necessidade de abraçar e confortar um ao outro18. O abraço é uma das formas mais naturais de demonstrar afeto e foi mais uma das privações impostas pela pandemia. Não sabemos quais formas de cumprimentos físicos sem contato permanecerão após a remissão da Covid-19. Como mecanismo de compensação, os participantes destacaram a comunicação não verbal, expressa por contato visual, postura, tom de voz, acenos de cabeça, gestos e postura19. Uma vez que nariz e boca estão constantemente cobertos por máscaras, o sorriso passou a ser expresso pelo olhar, como um dos participantes ressaltou.
As estratégias de enfrentamento utilizadas por estudantes de Medicina descritas na literatura envolvem exercícios físicos, contato com a família nuclear e amigos próximos, ouvir música e tocar instrumentos musicais13. Sabidamente a prática de exercícios físicos pode contribuir para a redução dos impactos negativos na saúde física e mental, havendo inclusive um crescimento no número de publicações científicas sobre Covid-19 e exercício físico. Alternativas de exercício ao ar livre e em casa, mantendo o distanciamento social, reduzem a chance de contaminação pelo severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (Sars-CoV-2) e melhoram o estado de saúde, o que explica a importância dada pelos participantes do presente estudo como um dos aprendizados da pandemia20. A empatia, também tão citada, parece ser fator de proteção para a exaustão emocional dos profissionais de saúde. A pandemia, nesse sentido, sinaliza para a associação entre ciência e humanismo21. Olhar para o outro e reconhecer suas fragilidades e necessidades, mesmo em um momento de sofrimento pessoal e global, significa se conectar com o que nos une como seres humanos.
Durante a pandemia, líderes políticos no Brasil negaram as graves consequências da infecção, com discursos e medidas que favoreceram a dispersão do vírus, o que resultou, quando se analisa o número de mortes por Covid-19 em relação ao número de médicos, enfermeiros e leitos de hospitais disponíveis no país, em baixa eficiência22),(23. O SUS é responsável pela assistência de 78% da população do país, sem custo direto para o usuário. Mesmo com grandes dificuldades, houve aumento de leitos de terapia intensiva e criação de hospitais de campanha para atender a população na tentativa de reduzir casos graves e mortes24. Nesse cenário, críticas políticas surgiram nas respostas dadas pelos participantes, e a defesa do SUS foi evidenciada, visto que, além de atender a maioria da população brasileira, é também grande produtor de pesquisa científica e desenvolvimento de tecnologia, incluindo a vacina para Covid-1925.
Com a progressiva vacinação da população, espera-se que o impacto da pandemia seja reduzido ao longo do tempo. Entretanto, o retorno das atividades teóricas e práticas nas universidades não deverá ser do mesmo modo que no período pré-pandemia26. Algumas novas práticas (como ensino híbrido) poderão ser incorporadas, como a exigência do uso de equipamento de proteção individual, a limpeza dos espaços, a orientação de autodiagnóstico, a limitação de viagens e grupos menos numerosos nas atividades práticas. Um plano de contingência deve ser traçado e comunicado aos alunos para o caso de haver mudança nas orientações do Ministério da Saúde27),(28. Assim, os participantes que previram um retorno desorganizado das atividades podem ser surpreendidos positivamente. Alunos e profissionais devem ser acolhidos nesse período de transição e, desse modo, fazer jus às expectativas de reaprendizado e esperança relatadas nas respostas.
Como reaprendizado também se deve ressaltar a reflexão crítica quanto à exigência crescente de produtividade médica. Estudos realizados nas urgências hospitalares estimam aumento de 5,5% na mortalidade quando o médico é induzido a reduzir 10% do tempo de atendimento, sugerindo maior rapidez em detrimento de qualidade29. Durante a pandemia, com o aumento no número de atendimentos e a necessidade de intervenções clínicas rápidas, quadros de burnout foram diagnosticados em número expressivo de profissionais médicos, com prevalência em estudos variando de 40% a 60%, especialmente nos que atuaram na linha de frente30)-(32. No futuro próximo, isso poderá resultar em uma reavaliação de carga de trabalho por parte dos profissionais médicos que optarão por maior qualidade de vida e satisfação laboral.
As consequências da Covid-19 para os estudantes de Medicina e médicos recém-formados são diversas, seja no aprendizado médico, na perda de atividades práticas ou na saúde física e mental3),(33. No entanto, a retomada das atividades indica que as adversidades anteriores, da fase aguda da pandemia da Covid-19, foram vencidas.
O presente estudo teve como limitação a baixa taxa de resposta (14,8%), o que é esperado em inquéritos na web em comparação com outros modos de coleta de dados. Além disso, a coleta das respostas foi em única ocasião, o que pode não refletir mudanças de opinião dos participantes ao longo da situação de pandemia. Entretanto, com a garantia do anonimato, eles puderam descrever livremente o que sentiam e pensavam, o que permitiu respostas profundas e reflexivas. Os resultados são proporcionalmente representativos de todos os estudantes de Medicina e da quase totalidade dos médicos recém-formados do estado de Sergipe.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudantes de Medicina e os médicos recém-formados relataram aprendizados relacionados a paciência, empatia, resiliência, espiritualidade, práticas de atividade física e uso da linguagem não verbal. A perda de familiares e amigos por Covid-19 esteve relacionada à necessidade de aproveitar o momento presente.