Teias abre/fecha a edição do segundo trimestre de 2023 com temática candente da sociedade brasileira, que avança nas proposições legais quanto ao direito à educação, mas pouco ainda nas práticas que podem oferecer, garantir e consolidar a igualdade de direitos entre as pessoas — crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos com deficiência, que demandam políticas e práticas de educação especial e inclusiva.
Pesquisadores e estudiosos, atentos e dedicados, cuidam de compreender os movimentos que vêm sendo feitos nas escolas e sistemas de ensino de todos os níveis do país, no sentido de cumprir a legislação em vigor e tornar a máxima do nenhum a menos uma realidade da educação brasileira.
Observa-se o quanto a temática do direito à diferença cresce entre as pessoas e, apesar de discursos pouco louváveis, a visibilização dos diferentes vai-se fazendo constante, presente, saindo das tantas histórias que muitos de nós conhecemos e vivemos em passado recente: deficiências como motivo de ocultamento e negação de direitos, em franco desrespeito à dignidade humana.
O país vem mudando e, com ele, os que estudam, pesquisam e pertencem ao campo da educação, seus fazeres e mistérios oferecem, cada dia mais, conhecimentos novos, necessários, como contributo ao desmonte de preconceitos e estigmas carregados por tantos, por tanto tempo.
Teias se alegra por poder oferecer aos leitores um número denso, que demonstra o vigor das investigações que o país vem produzindo, somando-se aos esforços de professores e demais profissionais que educam, apostam, experienciam, cuidam e acreditam nas potencialidades humanas que se pode perceber e conceber de muitas maneiras, como Américo um dia se deu conta observando seu tio Totanauá: “Américo descobriu que era assim então que os antigos pensavam. A pessoa mais sabida é aquela que são várias, dobrada por dentro com suas imagens nas quais até mesmo as cidades dos brancos estão desenhadas” (CESARINO, 2023, p. 28).