A revista Estudos em Avaliação Educacional publica o seu número 69, trazendo contribuições diversificadas que versam sobre a avaliação de projetos educacionais, a análise de indicadores educacionais e seus limites e potenciais para a produção de informações relevantes para a implementação de políticas e a avaliação de diferentes contextos educativos.
O artigo de Lara Vilela e outros autores busca qualificar e quantificar estimativas do impacto causado pela política de cotas para acesso às universidades federais sobre a distribuição de notas do Enem de cotistas e não cotistas, constatando que os alunos que ingressam nas universidades federais pelo regime de cotas não apresentam notas significantemente menores quando comparado ao grupo de não cotistas.
O trabalho de Joaquim José Soares Neto e Raíssa Ferreira Teixeira consiste na estruturação de um instrumento de coleta de informações para o monitoramento do ambiente escolar para o ensino e a prática da Educação Física.
Daniel Domingues dos Santos e outros autores abordam estudo que avaliou o impacto de curto prazo de um projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal do Rio de Janeiro, em 2011, denominado Projeto 6º Ano Experimental, que consiste na ampliação para seis anos do primeiro ciclo do ensino fundamental.
Leo Lynce Valle de Lacerda e Cássia Ferri promovem uma avaliação do indicador de regulação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o Conceito Preliminar de Curso, mediante o exame das relações entre os insumos e a nota do concluinte por meio da regressão linear múltipla.
Cynthia Bisinoto e Leandro S. Almeida tratam da avaliação docente no ensino superior, identificando que a universidade possui um sistema de qualidade complexo, centrado na coleta de informações, mas, em contraposição, carece de estratégias de apoio institucional para a promoção do ensino, que se fundamentem nos resultados das avaliações.
O artigo de Mariane Campelo Koslinski, Eduardo Ribeiro e Luisa Xavier de Oliveira aborda a política “Prêmio Escola Nota Dez”, desenvolvido no município de Sobral, buscando discutir o impacto do uso de indicadores de qualidade em programa de bonificação escolar e/ou alocação de recursos.
Outro trabalho sobre avaliação de programas é o de Paula Kasmirski, Joana Gusmao e Vanda Ribeiro, cujo objetivo foi verificar se o Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic) contribuiu para a melhoria da equidade nas redes municipais de ensino do estado do Ceará.
Sandra Lúcia Ferreira, Anamérica Prado Marcondes e Adelina Novaes tratam também de indicadores, introduzindo uma discussão teórico-metodológica, dentro da perspectiva das representações sociais, sobre a construção de indicadores psicossociais.
Paula Elizabeth Nogueira Sales, Rosemary Dore e Carlos Eduardo Guerra Silva realizaram uma análise multinível da transição de estudantes da Rede Federal de Educação Profissional de Minas Gerais para o ensino superior, analisando fatores do estudante e do contexto escolar associados à transição da formação técnica de nível médio para o nível subsequente. Diana Gomes da Silva Cerdeira e outros autores também abordam o uso de indicadores educacionais, com o propósito de verificar se entre o conhecimento técnico sobre as avaliações em larga escala e o uso efetivo dos indicadores por elas produzidos havia uma relação.
Por fim, Donaldo Bello de Souza avalia a organização interna dos Planos Municipais de Educação da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tendo como parâmetro o Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024).
Dedicamos esse número da revista à Glória Maria Santos Pereira Lima, presidente da Fundação Carlos Chagas, cujo falecimento se deu em 3 de outubro de 2017.
Ao longo de 40 anos, Glória construiu sólida e marcante trajetória profissional na instituição, tendo papel central no Departamento de Testes e Medidas, além de integrar o Comitê Editorial da revista Estudos em Avaliação Educacional, dada sua reconhecida competência no campo da avaliação educacional.
Mulher forte e batalhadora, Glória foi exemplo de dedicação e compromisso. Seu comportamento ativo, persistente e otimista continuará a inspirar nossa atuação, tanto na FCC quanto na revista. Deixará saudades.
Comitê Editorial