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Leitura: Teoria e Prática
versión impresa ISSN 0102-387Xversión On-line ISSN 2317-0972
Resumen
MEYER, Jean-Paul. Do romance à história em quadrinhos: dupla restrição da transposição narrativa. LTP [online]. 2016, vol.34, n.67, pp.39-50. ISSN 2317-0972. https://doi.org/10.5965/0102-387Xv34n672016050.
A adaptação de um romance em história em quadrinhos (HQ) constitui para o autor de HQ um paradoxo: conservar na narrativa seu aspecto literário, representando- o por completo em pranchas de imagens percebidas simultaneamente. Por trás desse desafio se encontra a questão mais geral da narração visual. A sequência de imagens narrativas fixas é, como no romance, uma forma moderna da epopeia. Em um e outro, a história passa pela representação imitada de personagens em discurso. A narrativa em quadrinhos é, então, uma representação de eventos, marcada pela linearidade, pela sucessão e pela transformação. Por terem os quadrinhos sua lógica própria, esses princípios sofrem, entretanto, algumas deformações: a narrativa procede da oscilação permanente entre identidade e diferença de quadros justapostos; ela progride de uma imagem à outra pelo encadeamento de enunciados representados. A essa restrição habitual, a transposição de um romance traz uma injunção paradoxal suplementar, marcada pelo duo disposição/composição: disposição enunciativa (quadros, balões) que tece o texto fonte; composição icônica (imagem, prancha) que o duplica para criar uma narração visual inédita. O exemplo de Sem família (de Hector Malot), adaptado por Yann Dégruel, mostra que esse duo, disposição/composição, trabalha a obra como uma restrição produtiva.
Palabras clave : História em Quadrinhos; Adaptação; Narratividade; Restrição; Linearidade.