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Revista Teias
versión impresa ISSN 1518-5370versión On-line ISSN 1982-0305
Resumen
CAPUTO, Stela Guedes. REPARAR MIÚDO, NARRAR KÉKERÉ Notas sobre nossa fotoetnopoética com crianças de terreiros. Revista Teias [online]. 2018, vol.19, n.53, pp.36-63. Epub 19-Feb-2020. ISSN 1982-0305. https://doi.org/10.12957/teias.2018.34443.
"O terreiro é o mundo ficando mais bonito", diz Mene Viana Cardoso, de 3 anos, do Ilê Axé Omi Laare Ìyá Sagbá, um terreiro de candomblé, em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, na Baixada Fluminese. Os terreiros, entre eles, os terreiros de candomblé, preservaram e ressignificaram modos de vida trazidos do Continente Africano durante a escravização. Conhecimentos sofisticados que atravessaram o Atlântico e foram mantidos e reinventados nesses espaçostempos. Os Estudos com Crianças de Terreiros nascem de duas grandes negações, ou de dois grandes desprezos: o primeiro desprezo é herança hegemônica deixada pelo modo dominante com o qual a modernidade "via" os cotidianos, tidos como lugar de reprodução de saberes menores. O segundo grande desprezo é aquele que marca concepções e abordagens sociológicas que negam a criança como sujeito de conhecimento e participação social, portanto silenciando-as.Em um caminho original, o Grupo de Pesquisa Kékeré (pequeno em yorubá) contraria essa dupla negação para inverter e afirmar que, justamente aquilo que é considerado menor (os cotidianos), e quem é considerado menor ainda (as crianças), são fundamentos vitais para compreender a sociedade em que vivemos, bem como desestabilizar suas lógicas coloniais profundas. A proposta desse artigo é apresentar algumas notas dos caminhos escolhidos para nossos estudos.
Palabras clave : Estudos Com Crianças de Terreiro; Criança; Infância; Pesquisa com os cotidianos.