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Childhood & Philosophy
versión impresa ISSN 2525-5061versión On-line ISSN 1984-5987
Resumen
RODRIGUES, Alexsandro et al. Deslocamentos crianceiros, conversas transviadas: coisas da educação e de afirmação de uma vida que importa. child.philo [online]. 2018, vol.14, n.30, pp.407-426. ISSN 1984-5987. https://doi.org/10.12957/childphilo.2018.33631.
A partir da premissa que a criança é um outro perigoso que precisa ser controlado, esse artigo propõe acompanhar - e, em dada medida, inventar - as infâncias errantes, desviadas e transviadas como campo de possibilidades para afirmar uma vida que difere de si mesma. Compreendendo a partir de René Schérer, Guy Hocquenghem e Michel Foucault que as infâncias são relegadas a uma ordem de instituições que as sequestram sem parar, isto é, que veementemente se lançam sobre elas para lhes ceifar o campo das possibilidades, esse texto tenta se aliar às crianças e as suas travessuras. Assim, essa escrita busca afirmar a criança enquanto categoria analítica, enquanto ficção de processos de rememoração. Nessa aventura, é o processo de invenção que se alia à memória e põe para trabalhar os conceitos e as afecções da racialidade, de gênero e de sexualidade. Aqui, é a criança que borra os limites dessas categorias, que faz sumir as estabilidades da existência. Porque malditas, as crianças (des)viadas não se satisfazem com as infâncias sequestradas que lhes imprimem. Riem e zombam das histórias da infância tão confortavelmente contadas no mundo dos adultos. As crianças aqui presentes são potentes justamente por estabelecerem linhas de resistência frente às violências, ao racismo, à heterossexualidade compulsória, à misoginia. Travessas, as crianças apenas riem e convidam aos outros com seus rastros de traquinagem.
Palabras clave : Criança; Infância; Identidade; Sexualidade; Raça.