Introdução
O presente artigo trata de apresentar um estado da arte ou, mais especificamente, um levantamento bibliográfico de pesquisas já elaboradas no meio acadêmico, que servirá de apoio para uma pesquisa maior1, cujo objetivo é problematizar a relação de importância entre a confirmação luterana e a escolarização (evasão e permanência na escola) de crianças e jovens em comunidades pomeranas, na Serra dos Tapes2, no período de 1945 a 1970.
Esta pesquisa justifica-se como algo inovador dentro do campo de estudos da história da educação, pois não trata apenas de analisar uma escola ou um processo de escolarização em determinado período de tempo, mas em analisar a escolarização de um grupo étnico pomerano em escolas particulares pertencentes às igrejas luteranas. De certa forma, busca-se analisar a escolarização, a religião, a cultura e o rito da confirmação, que estão interligados em uma teia de sociabilidade desse grupo étnico.
Para tanto, Lopes e Galvão (2010, p. 31) argumentam que “[...] nas últimas três décadas, diversas mudanças vêm acontecendo na área de História da Educação, seja em seus contornos teórico-metodológicos, seja na ampliação de seus objetos e fontes”. Atualmente não se pode falar em apenas uma história da educação, mas em fatos que remontam as histórias da educação, no plural, tratando da diversidade de temas que podem ser abordados nessa área do conhecimento. Do mesmo modo, as investigações que vêm sendo realizadas nesse campo não se restringem mais unicamente ao estudo do ensino e do pensamento pedagógico da disciplina, elas vêm também se aproximando de outras áreas da história e de outros ramos das ciências humanas, a fim de ampliar suas possibilidades (Lopes & Galvão, 2010).
Ao tratar sobre o rito da confirmação e relacioná-lo com a escolarização, cabe contextualizar a pesquisa maior ao qual este artigo faz parte. A ligação entre escola e igreja fez com que os ritos de passagem3 vivenciados na instituição religiosa pudessem interferir na vida social e escolar das famílias, principalmente, na de crianças e adolescentes que estudavam nas escolas das comunidades. As famílias de origem germânica atribuíam importância à instrução básica, como ler, escrever e fazer as quatro operações de matemática, mas também consideravam a igreja a instituição que preparava o jovem para a vida ensinando-lhe os valores considerados necessários (Bahia, 2011).
Nas palavras de Kreutz (1994), os imigrantes, ao se instalarem no Rio Grande do Sul, consideravam a instrução elementar indispensável. Desta forma, empenharam-se pela construção de escolas, pela manutenção do professor e pela aquisição de material didático, pois, segundo suas concepções, a escola seria um mecanismo tanto para melhorar a formação religiosa quanto para despertar os indivíduos para a cidadania, demonstrando que a escolarização e religião estiveram, por muito tempo, interligadas, uma vez que a escola perpetuava mensagens religiosas e a igreja também educava os indivíduos para serem bons cidadãos perante a comunidade.
Eram, inclusive, atribuídas sanções para aquelas famílias que não se comprometiam com a escolarização de seus filhos: quem infringisse as regras e não matriculasse seus filhos na escola era excluído da cerimônia da confirmação (Kreutz, 1994). Ou seja, durante muito tempo as crianças e os jovens que não frequentavam a escola da sua comunidade eram excluídos do processo de confirmação nas Igrejas Luteranas. Ambos os espaços, igreja, escola e núcleo familiar, mantiveram relações de interdependência.
Os rituais de passagem é parte indissociável da religião luterana, portanto, fundamentais para a rememoração da identidade étnica do povo de origem germânica. Os ritos de passagem, conforme Rodolpho (2004), atribuem a cada indivíduo novas identidades e novos papéis a serem desempenhados junto ao grupo com o qual convivem. Na tradição pomerana, após a confirmação o jovem começava a desempenhar outro papel na sociedade passando de criança que estudava a jovem que tinha que trabalhar e assumir suas responsabilidades. Os rituais de passagem praticados pela religião luterana são o batismo, a confirmação, o casamento e a morte. Entretanto, o enfoque do estudo está na confirmação, que é um ritual semelhante à Crisma da religião católica, praticado por jovens entre 12 e 14 anos e marcado pelo período da adolescência, que é uma etapa na vida do ser humano situada entre a infância e a idade adulta. Nas sociedades ocidentais, ela é uma etapa preparatória para a integração na sociedade adulta, quando o jovem passa a ser visto enquanto indivíduo que pode assumir suas responsabilidades (Malacarne, 2017).
O presente estudo abarca o recorte temporal do ano de 1945 ao ano de 1970, pois 1945 marca o fim da Segunda Guerra Mundial e o período da nacionalização4 vivenciado no governo de Getúlio Vargas. A partir desse período, as escolas étnicas comunitárias criadas pelos imigrantes de origem germânica - especialmente alemães e pomeranos - que mantiveram suas tradições, passaram a ter características mais cívicas e nacionalistas brasileiras. Com a nacionalização do ensino veio, então, o enfraquecimento das suas características étnicas.
Muitas dessas instituições continuaram a funcionar em regime particular, até que, aproximadamente, em 1970, os alunos dessas escolas passaram a frequentar as escolas públicas, que eram escolas de maior porte, surgidas a partir de políticas que favoreceram a consolidação desse modelo na zona rural e a consequente diminuição de escolas vinculadas às igrejas.
Para tanto, Faria Filho, Gonçalves, Vidal e Paulilo (2004, p. 154) dizem que junto dos estudos do processo de escolarização existe “[...] a necessidade de pensar a relação da escola com as outras instituições responsáveis pela socialização da infância e da juventude, principalmente com a família, a Igreja e o mundo do trabalho [...]”, de modo que ambas as instituições estiveram unidas e articuladas como uma maneira de fortalecer a sociabilidade da comunidade luterana germânica. Da mesma maneira, a escola é uma instituição isolada, mas que atuou junto das comunidades, interligada com as práticas religiosas e sociais. Ainda de acordo com os escritos desse autor, o espaço e o tempo são elementos estruturantes das instituições e experiências escolares, em que os sujeitos sociais são mobilizados por outras instituições e formas de socialização, tais como a família, a igreja e o mundo do trabalho (Faria Filho et al., 2004).
O ato de confirmar a fé no luteranismo5 era, de certa forma, símbolo da decisão do jovem de permanecer na igreja e na comunidade. Representava a ideia de autonomia, a partir da prática deste rito o indivíduo passava a ter responsabilidade sobre seus atos e liberdade sobre suas escolhas. O próprio ato de preparar o jovem para o rito era uma maneira de ensinar aquilo que pela religião luterana é considerado biblicamente adequado.
O culto do rito de confirmação acontece uma vez por ano em cada comunidade. Mas, antes de chegar esse dia especial, os jovens frequentam o ensino confirmatório por determinado tempo. Nesse período de instrução cristã aprendem mensagens bíblicas, a confissão da igreja, os mandamentos do catecismo menor, entre outras coisas. Os jovens geralmente começam a frequentar o ensino confirmatório depois de terem completado onze anos, mas em alguns casos a idade pode variar entre onze e quinze anos (Maltzahn, 2011, p. 65).
Entende-se que primeiramente as escolas étnicas e, posteriormente, as escolas particulares, que se situam junto das Igrejas Luteranas, na Serra dos Tapes, tinham o objetivo de preparar seus alunos para a vida religiosa. Conforme destaca Dreher (1990, p. 252), “[...] as escolas tinham a característica de serem escolas de catecismo [...] com a finalidade de ensinar às crianças a leitura para que pudessem aprender o Catecismo Menor de Lutero6”.
Para tanto, pretende-se, num primeiro momento, contextualizar o espaço geográfico cultural histórico desse grupo étnico, para depois mostrar como foi realizado esse levantamento de dados.
Contextualização geográfico cultural histórico da colonização pomerana na Serra do Tapes-RS
Quando os imigrantes alemães e pomeranos chegaram ao extremo sul do Rio Grande do Sul, o Estado alemão ainda não existia. No entanto, no final do século XIX, com a dissolução do império prussiano e unificação e criação da Alemanha, as expressões ‘alemão’ ou ‘colono alemão’ passaram a ser empregadas para identificar esses imigrantes, tanto alemães quanto pomeranos, de forma genérica. É preciso salientar que o grupo maioritário que se instalou no sul do Rio Grande do Sul era o dos pomeranos, provenientes da Pomerânia, que atualmente está nos territórios da Alemanha e Polônia (Krone, 2014).
No contexto atual, é complexo distinguir os descentes de alemães ou pomeranos na região estudada em virtude de haver a presença de ambos, tanto alemães quanto pomeranos. Não cabe a este estudo, assim, aprofundar essa discussão, mas levar em consideração os processos ritualísticos que foram permanecendo e se reinventando ao longo das gerações, evidenciando resquícios da colonização desses grupos europeus na região, e desta forma fazer o levantamento bibliográfico de trabalhos científicos que tratam desses assuntos.
O presente estudo enfoca a região sul do Rio Grande do Sul, mais especificamente os municípios abrangidos pela Serra dos Tapes. Nessa região o número de imigrantes pomeranos que se estabeleceram a partir de 1858 foi bastante expressivo em relação ao de imigrantes de origem alemã, por isso é comum surgirem dúvidas acerca da diferença desses grupos étnicos, mas considera-se para este estudo que ambos são compreendidos enquanto grupos étnicos teuto-brasileiros7. A diferença entre eles ocorreu em relação à prática linguística e origem territorial, pois enquanto imigrantes alemães vieram de Estados como Renânia e Baviera, os pomeranos vieram do território da Pomerânia, que após a unificação da Alemanha, em 1871, foram integrados a um único território (Cerqueira, 2010).
A maior parte dos grupos de pomeranos veio para o Brasil fugindo da exploração em seu território e buscando novas chances de se reestabelecer economicamente (Weiduschadt, 2012). Muitos pomeranos foram, durante um longo período, considerados um povo inferior aos germânicos, mas para este estudo entende-se os pomeranos enquanto grupo étnico germânico, ou seja, os pomeranos pertencem ao grupo maior de imigração alemã. Muitos estudos acadêmicos tratam sobre colonização alemã no sul do Brasil, mas nem todos levam em conta os pomeranos, o que caracteriza este como um estudo mais minucioso, pois é sobre um grupo mais específico. Como destacam Weiduschadt e Tambara (2014), os pomeranos são imigrantes de descendência alemã oriundos da região denominada Pomerânia, sendo considerado um grupo étnico com características próprias e peculiares, mantendo língua e costumes diferenciados de outros grupos étnicos alemães, por isso o destaque.
A religião luterana e as práticas dos atos ritualísticos dos pomeranos são consequências históricas dessa colonização na Serra dos Tapes, que foi institucionalizada a partir de um processo começado em meados do século XIX, mais especificamente no atual município de São Lourenço do Sul. Nos escritos de Wille (2011, p. 78): “São Lourenço do Sul é o berço das colônias pomeranas no sul do Rio Grande do Sul, a sua população é composta, em sua maioria, por descendentes de pomeranos”. Na Figura 1 está marcada a localização do município que deu origem à colonização pomerana na região Sul do Estado gaúcho.
A partir do núcleo inicial de São Lourenço do Sul (Figura 1), os imigrantes e seus descendentes foram se expandindo para os arredores, consequentemente se estabelecendo nos municípios vizinhos, constituindo suas lavouras, propriedades e núcleos coloniais, como a igreja, o cemitério e a escola. É o que destaca Cerqueira (2010) quando diz que os primeiros imigrantes pomeranos chegaram em 1858 na localidade de Coxilha do Barão, no interior de São Lourenço do Sul, e que a partir desta localidade os imigrantes e, posteriormente, seus descendentes foram se deslocando como forma de expandir suas propriedades e lavouras.
Com a expansão das lavouras e propriedades, os descendentes de pomeranos se adaptaram nas regiões ao redor, mantendo, ao longo dos anos, seus principais hábitos e costumes. Os pomeranos, assim como os alemães, por considerarem a instrução das crianças algo relevante, foram responsáveis por trazer junto de suas comunidades religiosas as escolas paroquiais, que tiveram destaque na alfabetização de seus descendentes. Justamente a escolarização desse grupo étnico e suas relações entre escola e igreja são os fatores que chamam atenção da área da história da educação para a investigação do que cerca esses fenômenos e essas instituições.
A constituição das instituições de ensino rurais frequentadas pelos imigrantes e, posteriormente, pelos seus descendentes, foi algo fundamental e, ao mesmo tempo, marcante para perpetuação de um modo de vida mais ‘germanizado’. Como salienta Rambo (1994, p. 18), “[...] ao mesmo tempo em que ocupavam novas fronteiras, garantiam a instalação de uma escola. Antes mesmo de pensar em constituir uma igreja tratavam de edificar uma escola, que também servia de local para o culto”. No mesmo sentido, Weiduschadt e Castro (2015, p. 175) comentam que
As escolas denominadas confessionais, ou seja, aquelas organizadas por comunidades ligadas a uma instituição religiosa marcaram presença entre comunidades de imigração alemã, em especial, no Rio Grande do Sul. Na região meridional do Estado, as comunidades de imigrantes, em sua maioria constituídas por pomeranos, mantinham as formas de organização comunitária da escola relacionada com a religiosidade.
Desta forma, a pesquisa abrange o rito da confirmação aliado à escolarização de descendentes de pomeranos em um determinado recorte de tempo e espaço. E para o entendimento e a fundamentação dela, torna-se necessário um levantamento bibliográfico de outros estudos até então desenvolvidos no meio acadêmico, que irão auxiliar na compreensão da temática, e trazer para a pesquisa o nome de autores que dedicaram as suas carreiras para o estudo sobre pomeranos, alemães e suas respectivas manifestações culturais e religiosas.
Feita a contextualização da pesquisa e destacada a sua importância para o campo de estudos da história da educação, voltamos ao foco deste artigo que é trazer ao público leitor o levantamento de trabalhos acadêmicos desenvolvidos até então sobre os temas versados na pesquisa maior.
Estado da arte: modos de fazer e categorização
A busca destas produções acadêmicas deu-se em sites e bancos de trabalhos científicos da área da história da educação, com a utilização de palavras-chave atreladas à pesquisa, que são elencados como os descritores de busca. A partir destes descritores foram encontradas várias produções, que são apresentadas neste artigo em quadros divididos por temáticas diferentes, como ‘luteranismo’, ‘escolas paroquiais’, ‘ritos de passagem’ e ‘confirmação’. Desta forma, o trabalho foi dividido em blocos temáticos, pois apresenta uma visão ampla dos trabalhos encontrados, promovendo, por meio destas temáticas reunidas, melhor fundamentação da investigação, possibilitando também que futuros leitores tenham a dimensão do que cientificamente já foi produzido sobre o tema.
Este trabalho fundamenta-se metodologicamente como uma pesquisa bibliográfica, com base em Gil (2002). Além disso, por se tratar de um texto em caráter de estado da arte, a fundamentação desse quesito é com base em Ferreira (2002). O estado da arte é o conhecimento acerca da totalidade de estudos e pesquisas em determinada área do conhecimento, que apresenta crescimento tanto quantitativo quanto qualitativo (Ferreira, 2002).
A partir do levantamento do estado da arte, são apresentados os principais trabalhos acadêmicos já produzidos, que poderão contribuir com estudos voltados para temas que envolvem cultura pomerana, etnicidade8, luteranismo, escolas étnicas e ritos de passagem. Cabe ainda salientar que o objetivo não é fazer a análise aprofundada do material, mas trazer ao leitor a base bibliográfica relacionada aos assuntos trabalhados, apresentando, respectivamente, as produções e uma breve descrição sobre suas ideias principais.
A partir das buscas realizadas são apresentados blocos temáticos que compõem os resultados desta pesquisa do estado da arte. Esses blocos temáticos são entendidos como assuntos que circundam e fundamentam o tema maior. Além disso, os blocos temáticos são assuntos gerais que usualmente estão interligados com pesquisas acadêmicas que tratam sobre ritos religiosos, grupos culturais pomeranos, religião luterana e práticas culturais de povos de origem europeia em regiões sulistas do Brasil.
O estado da arte (ou estado do conhecimento) da pesquisa, constituído pelo levantamento de produções acerca dos temas elencados, visa trazer ao leitor um panorama geral sobre o que está sendo discutido na comunidade acadêmica sobre tais temáticas. Acerca da definição do conceito de ‘estado da arte’, Ferreira (2002, p. 258, grifo do autor) revela que
Nos últimos quinze anos tem se produzido um conjunto significativo de pesquisas conhecidas pela denominação ‘estado da arte’ ou ‘estado do conhecimento’. Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares.
Em virtude do processo histórico de colonização pomerana na região Sul do Rio Grande do Sul e da perpetuação de seus costumes, entre eles, do rito de passagem, percebe-se que determinados ritos ainda são praticados pela comunidade. O rito da confirmação apresentou (e ainda apresenta) influências na vida de pessoas, constituído das marcas desse processo cultural nesse cotidiano. Tal fato corrobora para importância da abordagem deste tema, sobre o qual se busca a compreensão de outros pesquisadores.
Para este artigo desenvolveu-se uma busca de produções acadêmicas voltadas para as temáticas anteriormente anunciadas. Os sites consultados foram: Banco de Teses e Dissertações da Capes; BNTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações); Revista Brasileira de História da Educação; Revista História da Educação; Cadernos de História da Educação; Site da Scielo9; Portal de Periódicos da Capes10 e Google Acadêmico. Pois, como salientam Lopes e Galvão (2010, p. 89) “[...] o passo inicial para qualquer pesquisa é fazer um amplo levantamento bibliográfico em bibliotecas e sites de buscas de trabalhos acadêmicos”.
Para a busca de publicações que contribuíssem para a pesquisa, foram utilizados os seguintes descritores: ‘confirmação’; ‘ritos de passagem’; ‘luteranos’; ‘escolas étnicas’; ‘sociedades escolares’; ‘escolas comunitárias’; ‘imigração alemã’ e ‘pomeranos’. A busca levou em consideração um número significativo de descritores, com a finalidade de trazer maior levantamento de publicações que tivessem alguma relação com o assunto pesquisado. Verificou-se que há poucos trabalhos acadêmicos que tratam da relação entre o rito da confirmação e a escolarização. Porém, há trabalhos e pesquisas que abordam ambos os assuntos separadamente, ancorados em contextos gerais.
A busca destes trabalhos foi realizada no mês de abril de 2019. Nessa busca foram encontradas várias publicações referentes à pesquisa, entre artigos de periódicos científicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado. São citados os estudos mais relevantes para a pesquisa maior, especialmente, aqueles que possuem relação direta com a abordagem da temática entre escolarização e confirmação luterana.
A sistematização dos trabalhos encontrados foi feita a partir da leitura dos títulos, resumos e principais ideias dos textos. Desta forma, foi feito um resumo dos principais trabalhos encontrados, para que nas considerações finais sejam apresentados encaminhamentos sobre os estudos mais relevantes para a pesquisa. Cabe salientar que podem, ainda, existir outras pesquisas, mas que não foram encontradas pelos descritores ou eram anteriores à constituição das plataformas digitais, pois, como veremos, a grande maioria dos trabalhos é produção recente.
A seguir são apresentados separadamente os trabalhos acadêmicos encontrados nesta busca, divididos em blocos temáticos, que estão interligados ao tema maior da pesquisa. Em cada bloco é apresentada uma breve síntese de cada trabalho, o site de busca onde foi localizado, o tipo de documento, os autores, o ano em que foi produzido, a área de estudo onde se insere, e suas contribuições para a respectiva pesquisa. Pode-se depreender que o estado da arte proporcionou um movimento de análise na sistematização e organização em blocos temáticos. A seguir, será apresentada a organização dos trabalhos dos blocos temáticos, a saber: luteranismo, escolas paroquiais e rito de passagem e confirmação.
Luteranismo
Neste item são indicadas pesquisas voltadas para o luteranismo e suas vertentes11, bem como suas atuações e instalações em diferentes realidades e contextos. A seguir, são sistematizados os trabalhos encontrados neste bloco temático (Quadro1).
No bloco do luteranismo, pode-se perceber que os trabalhos se concentram, em grande parte, na área da história, desdobrando-se na história da educação e das religiões. Uma das razões é a presença da religião luterana na educação do grupo étnico pomerano, e por estudiosos na área da religião frequentemente abordarem o tema relacionado ao luteranismo.
René Gertz (2001) investiga os luteranos no Brasil contextualizando a chegada dos primeiros protestantes ao país, e destaca que o grupo mais expressivo de protestantes a entrar no Brasil foram, justamente, os luteranos, principalmente depois de 1824, com a chegada dos primeiros imigrantes de origem alemã.
Droogers (2008) aborda a religião, etnicidade e identidade de pomeranos no Estado do Espírito Santo, contexto semelhante ao vivenciado no Estado do Rio Grande do Sul, por ambos os Estados possuírem expressiva presença de descendentes de pomeranos e praticarem hábitos culturais desse povo. Já Janke (2016) fala em como a fé evangélico-luterana atuou como um fator de resiliência na superação de adversidades na vida de imigrantes e descendentes germânicos, em que o isolamento geográfico e social em meio a suas propriedades fez com os descendentes sempre mantivessem sua fé no luteranismo.
No contexto da Serra dos Tapes perpassam três vertentes do luteranismo. Desta forma, buscou-se envolver fontes relacionadas tanto às Igrejas Independentes12, como à IECLB13 e à IELB14. Oswald (2014), em sua dissertação de mestrado, trabalha com as comunidades independentes na região da Serra dos Tapes-RS, trazendo um panorama dessas comunidades no município de São Lourenço do Sul, que foi o berço da colonização pomerana no sul do Estado gaúcho.
Weiduschadt (2015) traz o contexto de chegada e adaptação do Sínodo de Missouri no Rio Grande do Sul e suas características, relacionando esse contexto com escolas pomeranas luteranas, visando compreender a instalação da instituição luterana do Sínodo de Missouri no ano de 1900 e a sua atuação na realidade religiosa e educativa do Rio Grande do Sul.
O segundo bloco temático estruturado neste estado da arte apresenta a temática das escolas étnicas paroquiais. Estes trabalhos tratam sobre as escolas paroquias luteranas, escolas étnicas, ou escolas particulares luteranas, que tiveram atividades desenvolvidas em comunidades de imigração pomerana. Foram estudados também materiais didáticos usados nestas escolas e as atividades nelas desenvolvidas. Além disso, são apresentados também trabalhos que versam sobre a relação dessas escolas com a religião luterana.
Escolas paroquiais
Um grande número de trabalhos apresenta-se a tratar das escolas paroquiais luteranas, justamente pesquisas acadêmicas que tratam sobre as escolas paroquiais luteranas, escolas étnicas, ou escolas particulares luteranas que tiveram atividades desenvolvidas em comunidades de imigração pomerana. Foram estudados também materiais didáticos usados nestas escolas e as atividades nelas desenvolvidas. Além disso, são apresentados também trabalhos que tratam da relação dessas escolas com a prática da religião luterana (Quadro 2).
Como visto na explanação anterior, os estudos relacionados às escolas paroquiais são vastos, tanto por tratarem de sua constituição institucional, quanto da utilização dos materiais didáticos, das abordagens de conteúdos nas aulas, dentre outras nuances.
No sentido de discussão sobre o Sínodo Sul rio-grandense (IECLB) surge o trabalho de Beiersdorf e Weiduschadt (2013), em que são abordadas as práticas de educação e cultura promovidas especificamente pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, no município de Arroio do Padre15.
Verifica-se que a construção e idealização de escolas no Brasil foi algo relacionado às igrejas e às práticas religiosas. Logo, os pomeranos e alemães contribuíram para a constituição de organizações religiosas e escolares no sul do Rio grande do Sul.
Kuhn (2015), ao pesquisar sobre o ensino da matemática em escolas paroquiais luteranas no sentido de analisar seu funcionamento e estrutura, enfatiza que as escolas paroquiais luteranas eram constituídas por classes multisseriadas e mantidas pela comunidade escolar. Seu estudo contribui para o entendimento geral das escolas étnicas comunitárias mantidas pelas comunidades religiosas no século XX.
No artigo de Lúcio Kreutz (1999, p. 142) evidencia-se que “[...] uma característica marcante destes imigrantes foi a importância dada à questão escolar. Na década de 1930 haviam alcançado alto índice de alfabetização em mais de mil núcleos rurais”. Kreutz (2000) demonstra que o Brasil foi o país com o maior número de escolas étnicas na América. Segundo esse autor, na história da educação brasileira registra-se uma iniciativa singular de escolas comunitárias pelos imigrantes que, após a sua adaptação nas colônias, perceberam a inexistência de escolas públicas no meio rural e providenciaram sua edificação como forma de garantir a educação de seus filhos dentro das comunidades.
Uma das abordagens que surgiu no bloco temático das escolas paroquias foi o conceito de etnicidade, que é relevante quando se fala das características culturais de um grupo étnico de maneira mais específica.
O conceito de etnicidade foi encontrado no trabalho de Seyferth (2017) que aborda os fatores condicionantes da pertença étnica teuto-brasileira, dando atenção ao conflito entre etnicidade e nacionalismo.
No estudo de Fonseca e Tambara (2012), os autores estudaram uma escola urbana alemã da cidade de Pelotas16, evidenciando as práticas nessa escola e os modos de valorização cultural que esta instituição demonstrava.
Já no artigo de Weiduschadt e Tambara (2016), os autores comparam cartilhas e livros didáticos utilizados em comunidades pomeranas na região meridional do Rio Grande do Sul orientadas pelas instituições luteranas do Sínodo de Missouri e Sínodo Rio-grandense.
O artigo de Santos e Vechia (2013) trata sobre a consolidação da identidade cultural germânica potencializada pela escolarização comunitária, mas surge também para discutir a organização escolar e os rituais pedagógicos dessas escolas comunitárias. Esses autores caracterizam a escola comunitária como aquela que por vezes esteve associada às Igrejas Católicas ou Protestantes. Criadas tanto em ambientes rurais quanto urbanos, foram fundadas por iniciativa dos imigrantes, colonos de zonas rurais ou de urbanização. Através das décadas, estas escolas foram sendo transformadas ou mesmo desaparecendo em função das políticas educacionais e da expansão da rede pública; caracterizavam-se pela ambiguidade, expressa nos conflitos culturais entre a integração ao meio nacional e a manutenção e transmissão de valores e padrões da cultura tradicional germânica (Santos & Vechia, 2013).
Em outro artigo, Strieder e Carvalho (2013) tratam sobre a origem e a atuação da escola comunitária teuto-brasileira e suas respectivas atividades até o período da nacionalização. Esses autores tratam mais especificamente de escolas católicas.
Visto essa gama de trabalhos sobre as escolas paroquiais e comunitárias germânicas, veremos mais especificamente trabalhos que tratam sobre os ritos de passagem, especialmente sobre o rito da confirmação. O terceiro bloco temático desta análise de produções científicas na área trata sobre o foco maior do projeto, que são os ritos de passagem e a confirmação. Este bloco temático surge da necessidade da pesquisa maior, que consiste na problematização da relação entre o rito da confirmação e a evasão e permanência escolar. As pesquisas a seguir contribuem para o entendimento desses conceitos.
Ritos de passagem e confirmação
Este bloco temático surge em virtude do tema do geral de pesquisa, que consiste na problematização da relação entre o rito da confirmação e a escolarização. As pesquisas a seguir contribuem para o entendimento desses conceitos (Quadro 3).
O bloco temático anterior é o que está mais diretamente relacionado com a pesquisa, porém constata-se que a maioria das publicações na temática correspondente está na área da teologia e das ciências sociais, portanto, não trazendo o rito da confirmação atrelado à área da educação. Desta forma, a presente pesquisa propõe, justamente, relacionar esse rito com fenômenos de evasão e permanência escolar, o que faz desse algo inovador na área educacional, sugerindo que determinados fenômenos culturais precisam e podem ser vistos de outros ângulos.
Em sua tese de doutorado, Dalla-Déa (2006) trabalha com o problema da evasão dos adolescentes após a crisma da religião católica no tempo presente, por meio de uma metodologia de entrevistas com adolescentes. O autor considera que em muitas comunidades a crisma tem sido o sacramento de despedida da igreja. Neste estudo, enfatiza-se a relação do abandono da vida religiosa após a passagem da crisma, semelhante ao que acontecia no período estudado em que jovens que eram confirmados nas Igrejas Luteranas abandonavam a escola e os estudos. Nesta perspectiva, entende-se ambos os ritos, da crisma e da confirmação, como atos que definem a liberdade dos jovens que, consequentemente, depois deles passam a se afastar de práticas religiosas.
Ao tratar dos ritos de passagem, especificamente da confirmação, os artigos de Streck e Malacarne (2018) e Malacarne (2017) discutem a importância que é atribuída aos ritos de passagem e ao ensino confirmatório em uma comunidade luterana urbana da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), de modo que os ritos de confirmação auxiliam os adolescentes a fazerem a transição da infância para a vida adulta, sendo compreendidos também como ritos de separação, de margem e de agregação. Esses autores indagam sobre os papéis dos ritos na atualidade e a importância atribuída ao ensino confirmatório e confirmação na IECLB.
No artigo de Kalmbach (2002), as definições do batismo e da confirmação nos últimos 500 anos da Igreja Cristã são rememoradas. Segundo ele, a confirmação é entendida como um rito que complementa o batismo, pois transforma as pessoas em membros plenos da comunidade e lhes permite a participação da eucaristia, ou seja, da celebração da Santa Ceia.
Ainda tratando sobre as definições do ritual da confirmação, a pesquisa de Wachs (1996) traz a perspectiva dos pais de confirmandos da IECLB de São Leopoldo-RS, em um estudo realizado no ano de 1995. Wachs (1996, p. 254) determina que “[...] a confirmação é a prática educativa em que os pastores se envolvem obrigatoriamente”. As comunidades luteranas atribuem muita atenção para essa atividade educativa. O referido estudo abre margem para a reflexão acerca da confirmação luterana enquanto prática pedagógica, quando afirma que as metodologias estão agregadas a uma filosofia educacional e em tendências pedagógicas. Ainda nesse artigo, observa-se a importância atribuída ao ritual da confirmação pelos luteranos.
Muitos dos estudos encontrados neste levantamento abordam os rituais de passagem nos dias atuais e as maneiras da Igreja Luterana atuar frente à realização e às consequências deste rito. É o caso de Schultz (2004), que discute sobre o ensino confirmatório e outras abordagens sobre a educação na fé e na família: o planejamento na igreja, o culto infantil, o grupo de jovens e outras atuações na Igreja Luterana, que seriam ações para auxiliar na permanência dos jovens nas práticas de sociabilidade da igreja.
Na dissertação de Maltzahn (2011), o ritual da confirmação é entendido como um momento em que o jovem decide continuar sendo fiel ao luteranismo. No referido estudo a autora trabalha com narrativas e memórias de três gerações distintas (da década de 1950 até a atualidade) sobre os ritos de passagem. Segundo essa pesquisa, o culto de confirmação representa a integração do jovem na comunidade e na fé, demarcando a passagem do mundo infantil para o mundo adulto. A partir do rito de confirmação, os jovens adquirem mais autonomia e podem começar a frequentar festas, namorar e ir a bailes.
Sobre a relação direta entre confirmação e escolarização teuto-brasileira, são apresentados textos mais específicos, como os estudos de Joana Bahia, que é antropóloga e professora adjunta do programa de pós-graduação da UERJ/FFP (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e publicou sua tese no ano de 2000, abordando assuntos como identidade, magia e religião na imigração alemã. A pesquisadora realizou seu estudo no Estado do Espírito Santo. Ou seja, em outro contexto, diferente do da Serra dos Tapes, mas apresentando um levantamento muito significativo que desperta o interesse para a pesquisa sobre a confirmação luterana e suas relações com a escolarização na região geográfica da Serra dos Tapes.
Como é apresentado no Quadro 4, uma das investigações mais representativas é a de Bahia (2001), que trata da confirmação luterana como um rito que marca a passagem do indivíduo para a vida adulta, enfatizando que após a confirmação os jovens dominavam todo o saber técnico para seu trabalho na terra, podendo casar e constituir sua família, pois conheciam a ‘lei da vida’ e seus valores, por meio da educação religiosa que haviam recebido na confirmação. A autora trabalha na perspectiva da evasão escolar após a passagem pelo ritual religioso da confirmação.
Joana Bahia, em sua tese de doutorado, defendida no ano de 2000, que posteriormente é publicada como livro em 2011, traz várias concepções acerca dos ritos de passagem como expressões da cultura camponesa, relacionado à sociabilidade de um grupo camponês de origem pomerana e suas práticas relacionadas com magia e superstições. Essa tese foi baseada em estudos da trajetória camponesa pomerana nas últimas décadas do século XX, no Estado do Espírito Santo. A autora trabalha com os ritos de passagem e os define, abordando também as fases da vida dos indivíduos descendentes de pomeranos e alemães que compõem um grupo cultural.
Os dois trabalhos citados são específicos e tratam de outro contexto espacial, que é o do Estado do Espírito Santo. Esta pesquisa maior busca analisar o contexto educacional, religioso e étnico específico da Serra dos Tapes no Rio Grande do Sul.
Ao fazer esse levantamento de trabalhos sobre os ritos de passagem e sobre a confirmação, entende-se que no meio acadêmico ainda são raros os trabalhos científicos sobre a relação entre confirmação e escolarização, mas por outro lado, existe uma gama significativa de trabalhos que tratam sobre o luteranismo, sobre as escolas paroquiais e sobre os ritos de passagem, que são abordados cientificamente pelo viés teológico e social.
Considerações finais
Este artigo caracteriza-se pelo estado da arte, ou seja, pelo levantamento de pesquisas cientificas já efetuadas sobre temas como confirmação luterana e escolarização pomerana. Com a realização desta pesquisa percebe-se que existe uma gama significativa de produções científicas sobre as escolas paroquiais ou étnicas constituídas pelos teuto-brasileiros, além de outros temas como imigração e religiosidade luterana. E de uma forma geral há trabalhos com diferentes abordagens e diferentes temáticas que contribuem em suas especificidades para a proposta de pesquisa.
O levantamento dessas produções reforça a importância da realização da pesquisa maior, que visa problematizar as relações entre a confirmação luterana e a escolarização pomerana, pois, como fica evidenciado neste artigo, quase não há produções acadêmicas que tratam especificamente deste assunto, relacionando os temas de confirmação e escolarização. Ao mesmo tempo, percebe-se que há consideráveis produções científicas em diversas áreas das ciências humanas que tratam sobre esses assuntos separadamente, como trabalhos que abordam o luteranismo, as escolas paroquiais ou os ritos de passagem.
Desta forma, evidencia-se também que a maioria dessas produções não está no campo da história da educação, pois a grande maioria dos trabalhos encontrados está concentrado em áreas como teologia, história ou ciências sociais. É, portanto, mister à área da história da educação continuar ampliando o espectro das investigações, como nesse artigo, ao tratar sobre os processos migratórios e seus impactos e contribuições para a escolarização de indivíduos de diferentes espaços e tempos. Percebe-se, também, que no bloco temático mais específico, o do rito de passagem, confirmação e ensino confirmatório, a maioria dos trabalhos encontrados foi da área de concentração da teologia, sendo localizado apenas um trabalho da área das ciências sociais, que contribuiu bastante para o entendimento das temáticas e sobre a forma como estão relacionados.
É necessário trazer abordagens para além do espaço da escola, pois a instituição escolar, como vimos, pode estar também interligada com outros espaços de sociabilidade, como a igreja, a comunidade e o próprio modo de viver das famílias, fato aqui mencionado por Faria Filho et al. (2004, p. 154), que menciona “[...] a necessidade de pensar a relação da escola com as outras instituições responsáveis pela socialização da infância e da juventude [...]”, ou seja, neste campo de estudos precisa-se ampliar os horizontes para olhar além da escola.
No desenvolver da pesquisa surgiram importantes conceitos acerca do luteranismo, questões do rito da confirmação no viés teológico e alguns conceitos importantes como o de etnicidade, que foi encontrado o trabalho de Seyferth (2017), que serão relevantes para o entendimento e fundamentação das bases teóricas da pesquisa. O estado da arte é importante para além da busca de referências, pois ocorre também o surgimento de conceitos relevantes a serem usados para pesquisa, pois, como destaca Lopes e Galvão (2010, p. 90), “[...] para realizar uma pesquisa consciente, não basta conhecer os estudos já feitos pelo tema, é sempre necessário recorrer a conceitos e tendências teóricas”.
A importância do processo do estado da arte é uma alternativa para a busca de referencial teórico denso, sendo uma maneira de conhecer e adentrar outros campos científicos que abordam outros olhares sobre o mesmo objeto de estudo. O levantamento de trabalhos aqui apresentado possibilita que temas como os ritos religiosos, escolas paroquiais e hábitos religiosos e culturais pomeranos adentrem também o campo de estudos da história da educação, pois o processo de colonização germânico no sul do Brasil e seus hábitos escolares e religiosos foram responsáveis pela escolarização e alfabetização de muitos indivíduos que se concentraram em regiões rurais da Serra dos Tapes do sul do Rio Grande do Sul.