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Revista Estudos Feministas

versión impresa ISSN 0104-026Xversión On-line ISSN 1806-9584

Rev. Estud. Fem. vol.32 no.1 Florianópolis  2024  Epub 11-Mar-2024

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2024v32n198964 

Editorial

Contra o fim do mundo: trinta anos fazendo gênero

Against the end of the world: thirty years of doing gender

Contra el fin del mundo: treinta años haciendo género

Cristina Scheibe Wolff1 
http://orcid.org/0000-0002-7315-1112

Tânia Regina Oliveira Ramos1 
http://orcid.org/0000-0002-2477-0419

Luzinete Simões Minella1 
http://orcid.org/0000-0001-7953-7385

Mara Coelho de Souza Lago1 
http://orcid.org/0000-0001-5111-8699

1Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. 88040-900


Neste ano de 2024 será realizado o Seminário Internacional Fazendo Gênero 13, completando 30 anos desde sua primeira edição, em 1994, organizado pelo Instituto de Estudos de Gênero (IEG) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o mesmo que tem publicado a Revista Estudos Feministas, desde 1999. Este evento, que se tornou uma referência nos estudos de gênero na América Latina, reunindo pesquisadoras e pesquisadores, estudantes, ativistas e artistas, começou com uma proposta singela: reunir as pessoas que estudavam sobre gênero, mulheres e sexualidades em diversos Centros de estudos da UFSC, dando visibilidade a esta produção e possibilitando interações de pesquisadoras/es docentes e discentes na instituição. Mas logo começou a atrair pesquisadoras de outros estados e de outros países, estudantes de pós-graduação e graduação, e uma participação cada vez maior de ativistas e artistas (Cristina WOLFF; Vera GASPARETTO, 2019).

O Fazendo Gênero 13 tem como tema Contra o fim do mundo: anticolonialismo, antifascismo e justiça climática. Pensar o momento em que vivemos, no mundo em que vivemos hoje, é pensar no fim, pois o clima está nos dizendo que algo está muito errado na forma como nossa sociedade lida com a natureza, mas também com as nossas relações sociais de desigualdade, que têm como consequências as violências, as guerras, a pobreza (Ailton KRENAK, 2019). Este evento debate gênero e sexualidades de maneira interseccional, ou seja, debate as desigualdades de gênero e sexualidades, que só podem ser compreendidas a partir de um olhar mais complexo, que vê como essas desigualdades se concretizam em corpos, marcados não somente pelo gênero, mas também pela colonialidade, pelas classes sociais, pelas raças e etnias, pelas orientações sexuais, gerações e capacitismos (Patricia Hill COLLINS; Sirma BILGE, 2021). Como nos provoca Ana Veiga (2020), cruzar interseccionalidades com a perspectiva decolonial, e pensar a realidade do Brasil e da América Latina, com suas populações negras e indígenas, e tantas outras, é um grande desafio.

Talvez tenhamos mesmo que pensar no fim do mundo, desse mundo como o conhecemos, para pensar novos começos, novas possibilidades. Mas para isso é preciso combater o crescimento atual de uma perspectiva política retrógrada, conservadora, antifeminista, apegada aos racismos e a tal “meritocracia”, ao liberalismo econômico e ao chamado “estado mínimo”, que se concretiza em movimentos de extrema direita, em discursos de ódio e em genocídios justificados como “antiterroristas”(!!??), em fascismos.

O Fazendo Gênero contra o fim do mundo não pode ser somente um evento acadêmico. Desde o Fazendo Gênero 11, ocorrido em 2017, juntamente com o 14º Congresso Internacional Mundos de Mulheres, faz parte da comissão organizadora uma Comissão de Movimentos Sociais, que interfere na construção da programação. Cada mesa-redonda é composta com acadêmicas, ativistas e artistas. Mesmo sendo totalmente on-line, por conta da pandemia, esse formato foi mantido no Fazendo Gênero 12, realizado em 20211 (Janine SILVA; Jair ZANDONÁ, 2022). E no Fazendo Gênero 13, continuamos esses diálogos. Tudo leva a crer que teremos um grande evento. Foram inscritos 195 Simpósios Temáticos, dos quais apenas 38 serão on-line, e foram inscritas 2.759 propostas de comunicações orais, das quais 2219 serão presenciais. Ou seja, as pessoas querem se encontrar, debater, apresentar, interagir. Além dos simpósios, teremos mesas-redondas, apresentações de pôsteres, oficinas, minicursos, conferências, mostra audiovisual, a exposição Arte e Gênero, apresentações artísticas, reuniões de grupos e associações, lançamento de livros, o Fazendo Gênero das crianças e adolescentes, a marcha. Serão dias intensos.

O processo de construção de um evento como esse é muito complexo, com uma comissão organizadora com mais de 100 pessoas, divididas em comissões diversas. Muito trabalho voluntário, muito envolvimento de estudantes, professoras e ativistas.

As pessoas que constituem a editoria da REF também estão envolvidas no Fazendo Gênero. Aliás, foi em um Fazendo Gênero, o FG 3, realizado em 1988, que se articulou a vinda da editoria da REF para a UFSC. Consideramos a REF e o FG como frentes do IEG, que também tem outras atividades, desdobradas em novas frentes.

Este número da Revista mostra a força de nossas relações de trocas com a América Latina, com mais da metade dos artigos publicados em língua espanhola, a maioria proveniente de autoras deste continente. Este primeiro número da REF em 2024 está composto por muitos artigos que trazem temas que persistem e se atualizam, além daqueles que discutem situações vivenciadas mais recentemente, como a pandemia por Covid-19, que alterou o cotidiano das pessoas, as relações, atividades, lugares, percepções de tempo, perspectivas, e nos colocou frente à catástrofe sanitária que ceifou milhares de vidas. Artigos que reafirmam o caráter interdisciplinar dos estudos feministas, de gênero, sexualidades..., abrindo espaço para a visibilização de problemáticas que aí estavam, ou sempre estiveram, e não eram vistas ou consideradas, como a questão das discapacidades, que só mais recentemente tem sido visibilizada em nossas publicações acadêmicas da área das humanidades.2

Na análise de “Activismo y discapacidad en Latinoamérica: luchas por el reconocimiento”, as autoras realizam revisão de artigos científicos produzidos no continente desde uma perspectiva crítica feminista, centrada nos movimentos de lutas por reconhecimento de direitos. Encontram como principais demandas dos movimentos o reconhecimento da questão das discapacidades, condição para a construção de políticas públicas para as pessoas portadoras de discapacidades. Verificam que nem mesmo a Convenção sobre Derechos de Personas con Discapacidades, que apresentou limitações em sua implementação em alguns países, resultou no incremento das reivindicações por direitos. Ressalvando as complexidades sociais da América Latina, as autoras salientam a falta de uma perspectiva interseccional em muitos dos estudos analisados, já que a utilização desta perspectiva permitiria compreender a discapacidade como a questão ampla que é, possibilitando alianças de coletivos por lutas comuns.

O artigo “Emoções e ativismo familiar em defesa dos autistas no Brasil na década de 1980” centra sua análise no papel das emoções de pais e mães que lutaram pelo reconhecimento e direitos de seus filhos autistas no país, nos anos 1980. Utilizando fontes documentais variadas, a autora destaca as emoções de maior expressão nas narrativas das famílias sobre suas vivências com os filhos e filhas portadoras/es da síndrome: a infelicidade e o amor. Considera que as emoções possibilitaram uma análise crítica da realidade, além de facilitarem o estabelecimento de vínculos de solidariedade, possibilitando a construção das primeiras medidas pelo reconhecimento dos direitos dos autistas no Brasil.

Pesquisando o tratamento dado à sexualidade de mulheres com deficiência, a autora do artigo “De quem é esse corpo?: a sexualidade de mulheres com Síndrome de Down” realizou entrevistas com mães e profissionais que atuam diretamente com pessoas portadoras da SD. Destaca especialmente o silêncio que marcou as falas das mães e cuidadoras, que ressaltaram a dificuldade das portadoras de expressarem a negação ao direito básico do controle sobre seus corpos, relacionando este fato ao significativo número de violência sexual sofrido pelas portadoras da SD.

Com o objetivo de analisar as experiências de mães trabalhadoras nos cuidados de filhas e filhos durante o confinamento pela Covid-19, entre março e maio de 2020, em cidade da Espanha, as autoras de “Siento que todo lo hago mal. Malabarismos de las madres trabajadoras em pandemia” entrevistaram mulheres trabalhadoras, espanholas e estrangeiras, com filhas/os menores de 12 anos, vivendo sós ou em casal. Observaram que a pandemia e o confinamento provocaram muitos desequilíbrios em relação à reconfiguração do trabalho assalariado, ao fechamento dos serviços de atendimento à infância e à ausência de redes de apoio. Situações que redundaram em sobrecarga de trabalho para as mães.

A pandemia da Covid-19 resultou em crise sanitária, econômica e social que se alastrou por todos os lugares, afetando o funcionamento dos espaços e das relações. As invisibilizações dos trabalhos domésticos e de cuidados assumidos tradicionalmente por mulheres são sobejamente conhecidas, como também a insuficiente participação dos homens na divisão destas atividades, nos processos de incorporação crescente das mulheres ao mercado de trabalho. A autora e o autor do artigo “Reparto de tareas domésticas en el confinamiento por covid-19 en Extremadura (España)” buscaram comparar por gênero os usos do tempo de casais heterossexuais com filhos de uma região espanhola, em relação à redução da carga laboral, verificando que os homens, mesmo tendo maior redução de sua jornada de trabalho, com relação aos trabalhos de reprodução, só aumentaram o tempo de ida ao supermercado, tarefa que lhes permitia o acesso ao espaço público.

A autora do artigo “Vulnerabilidade de gênero e raça e os desastres socionaturais” ressalta que o risco a desastres naturais/climáticos resulta de um longo processo de desassistência e vulnerabilização de comunidades expostas aos fenômenos naturais. Afirmando que as desigualdades sociais, as desigualdades de gênero, de raça, geram impactos diferenciados em determinados grupos sociais, para compreender por que as mulheres, principalmente as não brancas, são mais afetadas pelo desastre, seu estudo buscou analisar as condições sociais e materiais de vulnerabilidade de mulheres residentes em áreas de risco em Santos, São Paulo.

A autora do texto “Experiencias políticas de mujeres excombatientes en América Látina” traz uma revisão bibliográfica de pesquisas latino-americanas voltadas para as experiências políticas de mulheres militantes em grupos guerrilheiros, focadas nas perspectivas teóricas que as fundamentaram. Verificou que a construção do corpo das guerrilheiras se configura a partir de um referente sexo-genérico masculino e heterossexual, em que a maternidade pode ser interpretada como um elemento de fuga que se opõe ao modelo hegemônico. No que se refere à cidadania, observou elementos como sacrifício, compromisso coletivo, além de limites difusos entre o público e o privado.

Postulando a hipótese de que os roubos de crianças denunciados pelas chamadas mães buscadoras na Argentina constituem formas específicas de violência relacionadas a questões sociais de desigualdades de gênero, classe e idade, a autora de “Madres buscadoras: de la sospecha a la legitimidad” analisa o surgimento do ativismo de um grupo de mulheres que denunciam o roubo de seus filhos/as recém-nascidos/as naquele país. Foram observadas as noções que elas utilizam em seus apelos para dar legitimidade a suas demandas, superando as suspeitas que lhes são dirigidas como mães ruins, que entregaram ou abandonaram seus filhos/as. A autora analisa ainda a emergência do ativismo destas mães, em face da configuração local dos direitos humanos e dos direitos das mulheres.

O artigo “Las huellas del silencio en tres novelas del conflicto armado colombiano” interpreta os usos literários do silêncio e as formas de violência que transitam por personagens femininas em três novelas colombianas: Abraham entre bandidos (Tomás GONZÁLEZ, 2010), Muchacha al desaparecer (Marta RENZA, 2009) e Candelaria (Germán CASTRO CAICEDO, 2000). Por outro lado, o artigo faz uma importante leitura do uso do silêncio pela literatura porque ele amplia a dimensão simbólica e infere lugares da enunciação nas dinâmicas das práticas discursivas que compõem o gênero.

Em “Sem contar mulheres e crianças: procurando o subtexto de género na Laudato Si’”, a autora busca desdobrar a discussão de rarefeita tradição sobre as encíclicas papais. O artigo mostra que a Encíclica Laudato Si’ (louvado sejas), do Papa Francisco, tornou-se uma referência nos debates contemporâneos sobre a questão ecológica por ser um texto com um diagnóstico fundamentado da situação de crise global que o mundo atravessa, apontando propostas importantes para seu enfrentamento. Mas julga que a Encíclica merece ser questionada por ignorar o valor social e ontológico das mulheres sobre a questão.

A autora de “Tinta y espejos: la autoetnografía como aposta feminista” realiza uma revisão da produção científica de mulheres nos últimos 20 anos, para analisar a opção da autoetnografia como método de exploração pelas mulheres, de suas experiências subjetivas de ser, sentir, pensar e de estar, agir. Herança da etnografia feminista, a autoetnografia - a construção de visões autoanalíticas - apresenta-se como instrumento de empoderamento, de agência política, solidariedade e conciliação que, de acordo com a autora, destacam a autoetnografia como uma aposta feminista.

No debate importante das narratividades, “Pensando una metodología feminista desde el trabajo de Pandora Colectivo Teatral” reflete sobre a potência de uma metodologia feminista ao estudar a gênese da obra El opresor no sería tan fuerte si no tuviese cómplices entre los propios oprimidos, do grupo Pandora Colectivo Teatral. Grupo chileno que procura mostrar que suas lutas contra um saber patriarcal objetivam, pela representação, ou o que pode ser considerado trabalho teatral, e reconhecer, valorar e potencializar novas práticas feministas para além das fronteiras acadêmicas.

Um convite para se ouvir a voz da História do Brasil é trazido pelo artigo “El discurso de odio contra Dilma Rousseff desde la perspectiva semiolingüística”, atravessado criticamente pela análise do discurso do ódio propagado pela revista semanal Veja, a mais lida no país durante um tempo representativo. A hipótese principal do texto é que o impeachment sofrido pela Presidenta (2016) foi provocado pela violência de gênero dos meios de comunicação e suas notícias e imagens desqualificadoras das mulheres, que a autora considera como um comportamento linguístico misógino da revista Veja.

Ressaltando que o mito de origem da matrilinearidade relaciona as relações sexuais e o intercâmbio econômico entre mulheres e homens do povo macua, as autoras de “Economía sexual macua: reciprocidad, sexualidad y género en Mozambique” analisam as permanências nas concepções de sexualidade e agência relacionadas a este mito pelas mulheres macua. As autoras do artigo destacam a atualização do mito à realidade macua, redefinindo e renegociando as relações de gênero no processo de globalização da economia macua contemporânea.

Entendendo criticamente as instituições de justiça como espaços de poder e saber, as autoras de “Generización del poder-saber en la Justicia de Biobío, Chile” centram sua análise sobre as desigualdades de gênero presentes em instituições da região citada, no Chile. Fugindo da tradição de estudos sobre o tema que se utilizarem de metodologias qualitativas naquele país, a pesquisa relatada no artigo se valeu de estatísticas detalhadas para seu estudo da Justiça Penal e de Família de Bío-Bío, com o objetivo de analisar a proporção de mulheres e homens profissionais de direito e de âmbito psicossocial, operantes em instituições de justiça da região, buscando comparar também os níveis salariais associados a seus cargos.

O estudo etnográfico realizado em centros comunitários de uma cidade do Uruguai, com mais de 80 pessoas que vivem sós e frequentam estes centros, evidenciou um processo de ressignificação das relações entre companheiras/os como relações familiares, fundadas no sistema de parentesco consanguíneo. Ressignificação de relações realizadas especialmente pelas mulheres idosas, nas socializações vivenciadas nos centros comunitários que participaram da pesquisa relatada no artigo “‘Como en familia’: Relaciones sociales en centros comunitários”. Evidenciando uma diferença de gênero, uma ressignificação do sentido de parentesco não encontrada entre os homens idosos ouvidos na pesquisa realizada pelas autoras do artigo.

As organizadoras do dossiê “Gênero, saúde e maternidade: escravidão e pós-abolição no Mundo Atlântico” apresentam artigos de historiadoras e historiador que se debruçam sobre uma realidade ampla e diferenciada, trazendo “[...] investigações acerca das conexões entre saúde, trabalho compulsório e torturas físicas na escravidão, gravidez, partos e criação de filhos nas sociedades escravistas nas Américas e no Caribe, formas de nascer e práticas de parteiras entre os séculos XVIII e XX” (Lorena F. da S. TELLES; Tânia S. PIMENTA, 2024). Ao colocarem em interlocução estudos de pesquisadoras/or que trabalham com raça, gênero, saúde e maternidade no mundo Atlântico, as organizadoras e autoras/or buscam ampliar o painel de estudos e reflexões sobre mulheres africanas e descendentes cujas vidas foram atravessadas pela escravidão, num legado que se estende pelos períodos de pós-abolição, reconstituindo e ressignificando saberes e práticas.

A Seção de Resenhas deste número traz leituras representativas da história do tempo presente. Os livros escolhidos foram espaços de ressonâncias para entender as complexas relações de gênero e direitos humanos, seja por contarem histórias, seja por permitirem que as margens se sentissem representadas pelo imaginário ético e político das primeiras pessoas autoras ou das terceiras pessoas, testemunhas de problematizações como educação, gênero e sexualidade, das margens da pandemia, das conexões entre raça e gênero, do movimento LGBT e todas as novas categorias que se abraçam em letras substantivas. As resenhas são sempre um convite epistemológico à leitura, a movimentos críticos, à resistência de não nos deixar indiferentes ao que está ocorrendo, sendo publicado ou sendo pensado entre nós.

Referências

COLLINS, Patrícia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. São Paulo: Boitempo, 2021. DOI: 10.5965/2175180312292020e0101. [ Links ]

KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo (Nova edição). São Paulo: Companhia das Letras, 2019. [ Links ]

SILVA, Janine Gomes da; ZANDONÁ, Jair. “Fazendo Gênero em tempos de pandemia: debates (im)pertinentes”. Revista Estudos Feministas, v. 30, n. 2, e88176, 2022. DOI: 10.1590/1806-9584-2022v30n288176. [ Links ]

TELLES, Lorena Féres da Silva; PIMENTA, Tânia Salgado. “Gênero, saúde e maternidade: escravidão e pós-abolição no Mundo Atlântico” (Dossiê). Revista Estudos Feministas, v. 32 n. 1, 2024. [ Links ]

VEIGA, Ana Maria. “Uma virada epistêmica feminista (negra): conceitos e debates”. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 12, n. 29, e0101, jan./abr. 2020. [ Links ]

WOLFF, Cristina Scheibe; GASPARETTO, Vera. “Interactions between academia and feminist activism in Latin America: a debate from the experience of Women’s Worlds Congress and Doing Gender”. The Time is Now. Feminist Leadership for a New Era, p. 102, 2019. [ Links ]

1Por ter sido on-line, é possível ver boa parte da programação nos canais do YouTube do Fazendo Gênero. Mais informações www.fazendogenero.ufsc.br

2Lembramos, aqui, o artigo “Gênero e deficiência: interseções e perspectivas”, de autoria de Anahi Guedes de Mello e Adriano Henrique Nuernberg, publicado em 2012 pela Revista Estudos Feministas (v. 20, n. 3).

Como citar este artigo de acordo com as normas da revista: WOLFF, Cristina Scheibe, RAMOS, Tânia Regina Oliveira; MINELLA, Luzinete Simões; LAGO, Mara Coelho de Souza. “Contra o fim do mundo: trinta anos fazendo gênero”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 32, n. 1, e98964, 2024

Financiamento: Não se aplica

Consentimento de uso de imagem: Não se aplica

Aprovação de comitê de ética em pesquisa: Não se aplica

Recebido: 08 de Março de 2024; Aceito: 09 de Março de 2024

cristiwolff@gmail.com

taniareginaoliveiraramos@gmail.com

simoesluzinete@gmail.com

maralago7@gmail.com

Cristina Scheibe Wolff (cristiwolff@gmail.com) é doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (1998). Possui Graduação em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (1988), Mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991). Em 2004/2005, realizou Pós-Doutorado na Université Rennes 2, na França, e entre 2010 e 2011, no Latin American Studies Center da University of Maryland, em College Park, Estados Unidos da América. Ocupou a Cátedra Fulbright de Estudos Brasileiros na University of Massachusetts em Amherst (set.-dez. 2017) e foi pesquisadora convidada no Laboratoire Arenes - Université Rennes 2 (jan.-jul. 2018). Atualmente, é Professora Titular do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina. É integrante do Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH) e do Instituto de Estudos de Gênero da UFSC e uma das coordenadoras editoriais da Revista Estudos Feministas (2006-2009 e 2011-atual). Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina. Atua ainda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e no Mestrado Profissional de Ensino de História. Foi a coordenadora geral do Fazendo Gênero 11 e 13º Women’s Worlds Congress, realizado na UFSC em 2017. Tem experiência na área de História, com ênfase em História das Mulheres e do Gênero, atuando principalmente nos seguintes temas: gênero, memória, guerrilha, resistência às ditaduras no Cone Sul

Tânia Regina Oliveira Ramos (taniareginaoliveiraramos@gmail.com) é doutora em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Possui Graduação em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina, Mestrado e Doutorado em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atualmente, é Professora Titular e coordena o núcleo Literatura e Memória da UFSC, núcleo com projetos aprovados pela FAPESC e CNPq. Faz parte da Coordenação Geral da Revista Estudos Feministas e do Conselho Editorial das revistas UniLetras, Mafuá Ciências e Letras, Literatura Hoje, Signótica e Anuário de Literatura. É professora de Literatura Brasileira e Estudos Literários nos Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Letras e Literatura na UFSC. Atua, pesquisa e publica nas linhas de pesquisa História e Memória, escritas de si e gênero

Luzinete Simões Minella (simoesluzinete@gmail.com) é graduada (1972) e mestre (1977) em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutora em Sociologia pela Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM,1989). Realizou estágio de pós-doutorado no Núcleo de Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas (NEPO/Unicamp,1998). Fez parte do quadro de docentes do Departamento de Sociologia da UFBA entre 1975 e 1991. Vinculou-se ao Departamento de Sociologia e Ciência Política da UFSC, de 1991 até 2002, e ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política entre 1991 e 2005. É Professora Adjunta IV aposentada da UFSC, atuou como professora voluntária no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas entre 2003 e 2020, tendo coordenado por vários anos a Área de Concentração em Estudos de Gênero. Integra a equipe do Instituto de Estudos de Gênero (IEG), participou de vários dos seus projetos (eventos, publicações, cursos etc.). Entre os projetos, destaca a coordenação editorial da Revista Estudos Feministas entre 2001 e 2004 e entre 2007 e 2008, quando passou a fazer parte da editoria de artigos. Voltou a fazer parte desta coordenação a partir de dezembro de 2016. É membro da Rede Brasileira de Ciência, Tecnologia e Gênero. Tem realizado pesquisas principalmente nas seguintes áreas: participação das mulheres nas ciências (na interface com a crítica feminista à ciência, os estudos sociais da ciência e a história da ciência); gênero e saúde reprodutiva; gênero e infância; saúde mental. Orientou inúmeros trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses, principalmente nessas áreas. Publicou vários artigos em periódicos de ampla circulação e livros, além de trabalhos completos em anais de eventos etc

Mara Coelho de Souza Lago (maralago7@gmail.com), doutora em Psicologia da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP-SP), mestre em Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), é Professora Titular aposentada do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, instituição que a agraciou com o título de Professora Emérita. Como professora voluntária, atuou (2010-2023) nos quadros de docentes permanentes dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia e Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC. Participa do Instituto de Estudos de Gênero (IEG/UFSC) e da Coordenação Editorial da Revista Estudos Feministas. Seus interesses de pesquisa e docência se relacionam a estudos feministas e de gênero, psicologia social, psicanálise, antropologia, interdisciplinaridade, com publicações de livro, coletâneas e artigos voltados para esses campos de conhecimentos

Contribuição de autoria: As autoras contribuíram igualitariamente

Conflito de interesses: Não se aplica

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