Primeiras palavras
O artigo apresenta um estudo teórico sobre o pensamento de Gert Biesta, filósofo e educador holandês, enfatizando sua referência no campo da Pedagogia Crítica no que se refere a tematizar uma boa Educação na era da mensuração. O pensamento do autor, internacionalmente reconhecido, ainda pode ser considerado como novidade no Brasil, visto que apenas uma de suas obras encontra-se traduzida para o português (BIESTA, 2013a). Assim, com este trabalho, tornamos acessíveis algumas ideias relevantes do autor, visto que grande parte da bibliografia de referência sobre seu pensamento encontra-se publicada, originalmente, em língua inglesa.
Nessas primeiras palavras, além de justificar o título atribuído ao artigo, destaca-se a relevância dos estudos realizados e se apresenta a metodologia empregada, buscando também instigar a curiosidade de leitores e leitoras para o estudo e leitura das obras de Gert Biesta. Esperamos, assim como propõe o autor, mais do que dar respostas sobre em que consiste uma boa Educação, contribuir para levantar questões sobre seus sentidos e finalidades, enfatizando a importância de compreender a Educação para além do aprenderismo. Tal compreensão envolve, entre outros aspectos, duvidar da concepção de docência como facilitação da aprendizagem e divergir da referência aos mecanismos de mensuração como critério exclusivo para a avaliação no âmbito educacional.
Assim, desde a proposição do título, esperamos suscitar alguns questionamentos e instigar a curiosidade para o conhecimento do pensamento de Gert Biesta. A que o autor se refere quando argumenta acerca de “uma boa Educação”? A expressão “uma boa Educação” é sinônimo de uma educação de qualidade? O que significa qualidade da Educação no discurso educacional dominante? Esses, entre outros questionamentos que emergem do estudo bibliográfico sobre o pensamento de Gert Biesta, convidam à reflexão para atualizar compreensões acerca de “uma boa Educação na era da mensuração” (BIESTA, 2012b). A expressão é representativa da fecunda contribuição de Gert Biesta para o campo da Pedagogia Crítica, especialmente no que se refere às finalidades da Educação na contemporaneidade.
O trabalho fundamenta-se no estudo bibliográfico de dois livros de Gert Biesta: Para além da aprendizagem: educação democrática para um futuro humano (BIESTA, 2013a) e The beautiful risk of education (BIESTA, 2013b), além de alguns artigos (BIESTA, 2005, 2012a, 2012b), selecionados como referência para a análise realizada. O objetivo do estudo que se apresenta neste artigo é destacar a relevância do termo learnification, concebendo-o como um conceito estruturante do pensamento de Gert Biesta. Ao propor uma discussão sobre o conceito, chamamos a atenção para a complexidade que envolve o pensamento do autor e enfatizamos a sua significativa contribuição para o campo da Pedagogia Crítica.
O estudo está relacionado a uma investigação mais ampla sobre o pensamento de Gert Biesta, cujos resultados parciais, publicados anteriormente, contribuíram para a compreensão acerca da relevância do conceito learnification e da necessidade de aprofundamento de estudos nessa direção (FREITAS, 2017, 2018, 2019). O título do artigo apresenta o termo aprenderismo, empregado por Guilherme e Freitas (2017) ao traduzir o conceito, com a intenção de sugerir maior familiaridade aos leitores e leitoras em língua portuguesa.
Com o intuito de realizar o aprofundamento dessa compreensão conceitual, empregamos um procedimento metodológico complementar aos estudos bibliográficos, cujo processo e resultados apresentaremos neste trabalho: a análise de vídeos referentes a palestras disponibilizadas pelo autor no ambiente virtual YouTube. Esse procedimento foi definido como alternativa para o aprofundamento de estudos, considerando que, de modo informal, o compartilhamento de alguns vídeos vinha sendo utilizado como uma forma de confirmação das compreensões elaboradas a partir dos estudos bibliográficos realizados. Identificamos que, por meio da realização de palestras, o autor apresenta com clareza e consistência, de modo sintético e bastante didático, os fundamentos de seu pensamento.
Para o estudo apresentado neste artigo, selecionamos, como corpus de análise, três vídeos que consideramos significativos em relação ao modo como Gert Biesta apresenta o conceito learnification. Os vídeos intitulados “Good education in the age of measurement”, “Being home in the world” e “The beautiful risk of education” correspondem, respectivamente, a palestras realizadas pelo autor, em diferentes eventos educacionais, entre os anos de 2013 e 2017, conforme será apresentado na continuidade. O intervalo de dois anos entre cada palestra selecionada, perfazendo um período de seis anos, tem a intenção de mostrar como o conceito se fez referência, de modo continuado, na produção de seu pensamento educacional, ganhando visibilidade e credibilidade.
A análise dos referidos vídeos foi realizada com base no procedimento da Análise Textual Discursiva (ATD), referenciada em Moraes e Galiazzi (2007), com vistas a identificar o modo como Gert Biesta, nos diferentes contextos das palestras realizadas, emprega o conceito learnification para argumentar seu pensamento crítico acerca do discurso educacional dominante. Para tanto, o questionamento que inicialmente orientou a análise foi: Quais são as principais ideias apresentadas por Gert Biesta para expressar o conceito learnification? Na continuidade, também nos colocamos a seguinte questão: Como podemos expressar a complexidade dessa compreensão conceitual a partir de algumas palavras-chave?
A partir desses questionamentos, a análise envolveu um momento exploratório inicial, em que cada um dos vídeos selecionados foi visto várias vezes para a identificação de trechos significativos. Num segundo momento, a transcrição de vários trechos de cada um dos vídeos constituiu o corpus da análise em si, realizada na continuidade, observando os três momentos do ciclo metodológico da ATD: desmontagem dos textos; estabelecimento de relações; e captando o novo emergente (MORAES; GALIAZZI, 2007). Resulta deste estudo uma compreensão ampliada do conceito, cuja complexidade buscamos expressar a partir de quatro palavras-chave: mensuração; qualificação; mercantilização; e egocentrismo. Também foi possível identificar o modo como Gert Biesta faz uso de questionamentos tanto para apresentar conceitos quanto para fomentar o diálogo, formulando questões abertas que convidam os leitores e as leitoras a refletirem e a posicionarem diante de sua argumentação.
Dada a amplitude do conceito e de sua centralidade no pensamento educacional de Gert Biesta, justificamos a relevância do estudo realizado, enfatizando possibilidades de estabelecer novas interlocuções, com vistas à continuidade de estudos. A relevância também diz respeito ao fato de ser essa uma forma de tornar acessível o pensamento do autor, considerando que, de sua vasta produção bibliográfica, apenas uma de suas obras encontra-se traduzida para o português (BIESTA, 2013a).
Pelo exposto e com base na ATD dos vídeos referidos, apresentamos, a seguir, nossa compreensão acerca do aprenderismo como um conceito problematizador do discurso e das práticas educacionais dominantes. Nessa direção, esperamos, também, contribuir para instigar a curiosidade epistemológica acerca do pensamento de Gert Biesta, considerando ser esse uma referência indispensável à retomada da reflexão sobre as finalidades da Educação, tão ausente quanto necessária no discurso educacional contemporâneo.
Learnification/Aprenderismo: concepção e perspectivas de um conceito problematizador
Gert Biesta é signatário de uma escrita bastante provocativa, marcada pelo uso de questionamentos que convidam ao diálogo crítico no âmbito educacional. Conforme referido, o autor faz uso de questionamentos tanto como recurso argumentativo para apresentar/explicar conceitos, quanto como recurso fomentador do diálogo, formulando questões abertas que convidam os leitores e as leitoras a refletirem e a se posicionarem diante do que está sendo por ele argumentado.
No desenvolvimento de seu pensamento, merece destaque sua percepção de que, nas últimas décadas e em muitos países, o discurso educacional dominante enfatizou a mensuração como referência de qualidade, reduzindo a Educação a uma profissão baseada em evidências de resultados e deixando de lado discussões sobre valores e propósitos da Educação. Seu posicionamento encontra consonância com outros autores, no campo da Pedagogia Crítica, no que diz respeito a considerar que o professor ou a professora não deveria ser meramente um técnico que desenvolve ou implementa métodos e inovações prescritas, mas deveria tornar-se um profissional que participa ativa e criticamente do processo educativo, tomando decisões pedagógicas que envolvem a natureza política de sua função (IMBÉRNON, 2011; LIMA, 2012; APPLE, 2017).
Todavia, Gert Biesta apresenta significativa e distinta contribuição ao analisar o conceito learnification. O termo (ironicamente criado pelo autor) sintetiza sua compreensão a respeito do crescente movimento de prevalência da aprendizagem sobre o ensino no discurso educacional contemporâneo. O autor propõe o termo e desenvolve o conceito, chamando a atenção para o modo como, nas últimas décadas, naturalizou-se uma gradativa substituição da linguagem da Educação pela linguagem da aprendizagem (BIESTA, 2013a). No desenvolvimento de seu pensamento, argumenta sobre os prejuízos dessa mudança de foco, considerando que a ênfase na aprendizagem abre espaço para uma visão educacional mercadológica, reduzindo-a a uma dimensão exclusivamente técnica. Assim, segundo o autor, a Educação passa a ser vista como uma transação econômica, destinada a satisfazer as necessidades dos aprendentes e deixando de questionar o sentido político do conteúdo e das finalidades da Educação, cuja definição – explícita ou implícita – evidencia diferentes projetos em disputa.
Na continuidade, ao fazermos referência aos vídeos, passaremos a empregar o termo como aprenderismo, de acordo com a versão traduzida por Guilherme e Freitas (2017), a fim de proporcionar, em nosso entendimento, uma maior apropriação de seu significado em língua portuguesa. No primeiro vídeo, intitulado “Good Education in the age of measurement” (BIESTA, 2013c), ele analisa o quanto a Educação tem se tornado uma indústria altamente lucrativa, estabelecendo-se, ao longo dos anos, um circulo vicioso entre os parâmetros de avaliação externa e as consequentes exigências institucionais, em busca de sobrevivência no mercado educacional. Assegurar eficiência dos métodos avaliativos, criados com o objetivo de mensurar a qualidade do ensino, passa a ser a ênfase e prioridade na Educação. Nesse contexto, se reproduz, no âmbito educacional, a racionalidade fundada na mensuração, própria das relações mercadológicas, estabelecendo rankings e incentivando a competitividade.
No desenvolvimento de seu pensamento a esse respeito, o autor apresenta um questionamento bastante instigante: Estamos mensurando o que valorizamos ou valorizando aquilo que se pode mensurar? De acordo com ele, mensurar não é o problema; a questão é que tais métodos avaliativos não dão conta de todas as dimensões envolvidas na Educação, reduzindo-a apenas aos aspectos que podem ser mensurados. É no contexto desta reflexão que faz sentido compreender o aprenderismo como um fenômeno presente no discurso e nas práticas educacionais dominantes, para expressar a crítica e o sentido da proposição apresentada pelo autor.
O primeiro vídeo é bastante elucidativo acerca da crítica do autor implícita no conceito de aprenderismo. A exacerbação da aprendizagem, expressa pelo fenômeno do aprenderismo, reduz o/a professor/a a um/a facilitador/a da aprendizagem, cuja tarefa é fazer com que os estudantes aprendam, de forma rápida e sobretudo prazerosa, com foco no “aprender a aprender”, priorizando competências e habilidades, secundarizando o conteúdo e o ensino. A esse respeito, Gert Biesta afirma, de modo contundente:
Dizer que a tarefa das escolas é fazer os alunos aprenderem não diz o que educação realmente é. A linguagem da aprendizagem faz com que as pessoas não se perguntem questões importantes. Questões sobre o conteúdo, sobre o objetivo do que você faz e sobre a natureza das relações
Para o autor muito se perde na concepção de professor como um facilitador da aprendizagem. Reduzir a questão da Educação à aprendizagem é problemático porque toma a aprendizagem como um valor em si, sem questionar o que e para que aprender. Nesse sentido, ele convida a pensar a Educação para além do aprenderismo, concebendo-a em sentido amplo, como um processo complexo, que ocorre em três diferentes domínios.
O primeiro, denominado pelo autor de qualification (qualificação), trata dos conteúdos, do conhecimento e das habilidades dos alunos. O segundo, chamado de socialization (socialização) mostra como educadores se posicionam e posicionam seus alunos ante as tradições, as regras de conviência social, etc. O terceiro, e não menos importante, subjetification (subjetivação) evidencia a formação de pessoas como sujeitos de suas próprias ações. Em síntese, retomando o questionamento apresentado, o problema não está em mensurar resultados educacionais, mas em ignorar que o processo educacional não se dá única e isoladamente por meio de aspectos mensuráveis.
No segundo vídeo: “Being at home in the world”, Biesta (2015), apresenta três perguntas: O que significa sentir-se à vontade no mundo? Qual é a real tarefa da Educação? Com o que os professores deveriam se preocupar? Seu convite ao pensamento sobre tais questionamentos decorre da compreensão claramente desenvolvida nessa palestra, partindo de uma afirmação inicial:
A educação está fora de equilíbrio, dando importância demais, ênfase demais na mensuração, comparando e decidindo o que é melhor e quem é melhor e dando muito pouca atenção para a educação como um projeto de formação humana mais ampla
(2015, p. 2-24, tradução nossa).2
De acordo com o autor, para começarmos a responder a tais questionamentos, devemos entender o desequilíbrio produzido pelas preocupações exclusivas com a busca de resultados mensuráveis, desconsiderando as finalidades da Educação e sua realização como projeto de formação humana. Assim, na busca por melhores resultados mensuráveis, geramos conceitos distorcidos e caminhamos para extremos. A Educação personalizada, flexível e facilitada ao aluno está presente, com ênfase, no discurso educacional dominante.
Nesse vídeo, o autor convida a pensar sobre quais devem ser as tarefas e as preocupações docentes. Aborda a necessidade de ajudarmos crianças e jovens adultos a existirem no mundo in a grown-up-way, ou seja, de forma madura, pondo em questão perspectivas egocentradas. Para ele o maior desafio educacional seria a formação de sujeitos que compreendessem que o maior desafio é existir no mundo sem ser o centro do mesmo. Como educadores/as, devemos pensar no tipo de sujeito que estamos formando. Estamos formando pessoas preparadas para enfrentar diversidades, com condições de dialogar e respeitar diferenças ou estamos preparando sujeitos individualistas e imaturos?
O terceiro vídeo: “The Beautiful Risk of Education” (BIESTA, 2017), traz no título o foco do pensamento que Gert Biesta vem desenvolvendo no decorrer do período que envolve os vídeos selecionados. Esse é também o título do livro publicado pelo autor no ano de 2013, referido por ele no decorrer das palestras realizadas. Diz respeito à sua compreensão de que a Educação sempre envolve riscos, visto que, como processo de formação humana, não é passível de absoluto controle de seus resultados.
Com base nessa argumentação, os questionamentos apresentados no vídeo problematizam, inicialmente, o modo como nos posicionamos no mundo em que vivemos, marcado por um momento denominado pelo autor como “Era Shopping”, ao considerar: “Nosso tempo é o tempo do consumo... Consumir se tornou o paradigma que define nosso tempo... Você deseja algo então você vai e consegue isso da forma mais rápida e fácil” (BIESTA, 2017, p. 5-38, tradução nossa).3
A metáfora do Shopping é empregada para expressar a lógica subjacente acerca da qualidade das relações estabelecidas em que tornar-se um consumidor passa a ser um modo de adquirir tudo o que se deseja. Isso gera mudança de conceitos em todas as áreas e na Educação não é diferente. Esse tipo de pensamento sustenta a formação de sujeitos egocentrados, movidos exclusivamente em função de obter satisfação pessoal. Nessa perspectiva, professores/as tornam-se facilitadores/as, os/as alunos/as são tratados/as como consumidores/as, e a qualidade da Educação passa a ser medida pela satisfação desses/as consumidores/as. Em outras palavras, tratase do processo de mercantilização da educação no qual esta deixa de ser concebida como um direito e passa a ser mais um produto a ser consumido, responsabilizando os próprios sujeitos pela obtenção.
Essa é, portanto, uma crítica contundente apresentada por Gert Biesta e sobre a qual nos convida a refletir a partir do seguinte questionamento: O que desejamos é desejável do ponto de vista da vida social em comum? Segundo o autor, colocar em questão os desejos autocentrados dos estudantes é uma função educacional importante, a qual nem sempre será bem-vista pelos estudantes. Assim, todo/a professor/a deve questionar as finalidades de sua função educativa considerando se, no exercício dela, seus (suas) alunos/as estão plenamente satisfeitos/as, sem qualquer desconforto. De acordo com Biesta, a satisfação dos estudantes não é suficiente para avaliar a qualidade da ação educativa.
Enfim, a análise dos vídeos, de modo complementar aos estudos bibliográficos em andamento, contribuiu para perceber que o termo envolve uma densa compreensão conceitual, cuja complexidade buscamos sintetizar a partir de quatro palavras-chave: mensuração; qualificação; mercantilização; e egocentrismo. Cada uma das referidas palavras-chave contribui para apresentar o conjunto das ideias-força que expressa o significado de aprenderismo como um movimento crescente no cenário educacional contemporâneo, cuja compreensão merece ser compartilhada, ampliada e tomada como referência para estudos e práticas no âmbito da Pedagogia Crítica.
Para além do aprenderismo: considerações para a continuidade de estudos
Na introdução deste artigo, justificamos a intenção de apresentar estudos sobre o conceito de learnification em razão de nossa compreensão acerca de sua relevância para estudos e práticas no campo da Pedagogia Crítica. No desenvolvimento do texto, optamos por empregar o conceito em sua versão traduzida – aprenderismo – para sugerir maior proximidade com os leitores/as de língua portuguesa. A análise dos vídeos, de modo complementar ao estudo bibliográfico, permitiu identificar como o autor lança questionamentos, e ao procurar respondê-los, deflagra um processo dialógico em busca não somente de respostas, mas principalmente da formulação de novas perguntas, convidando docentes a pensarem criticamente acerca das finalidades de suas práticas pedagógicas.
Nesse sentido, os questionamentos proporcionados pelo estudo do pensamento de Gert Biesta contribuíram para ampliar a compreensão acerca do conceito aprenderismo e enfatizar sua contribuição para reinventarmos a linguagem da Educação, redescobrindo a função de ensinar, para além da aprendizagem. Concluímos convidando ao diálogo sobre o pensamento de Gert Biesta, bem como sobre o conceito learnification/aprenderismo, concebendo-o como significativa contribuição para a Pedagogia Crítica. Com base na experiência apresentada neste artigo, também sugerimos a análise de vídeos como um procedimento complementar aos estudos bibliográficos, cujas contribuições merecem ser consideradas no que se refere a ampliar possibilidades para o aprofundamento de estudos. Quanto ao pensamento de Gert Biesta, esse é um campo fértil a ser explorado.