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Educação & Formação

versión On-line ISSN 2448-3583

Educ. Form. vol.8  Fortaleza  2023  Epub 18-Jul-2023

https://doi.org/10.25053/redufor.v8.e10102 

Artigos

O hospital como espaço de atuação para o pedagogo

El hospital como espacio de actuación del pedagogo

Juliana Maria Fischer Rabuskei  , Análise formal, conceituação, validação, curadoria de dados, revisão/edição, supervisão
http://orcid.org/0000-0003-4101-206X; lattes: 2244185531913374

Cláudia Inês Hornii  , Administração do projeto, conceituação, validação, curadoria de dados, revisão/edição, supervisão
http://orcid.org/0000-0002-1612-2067; lattes: 8019717665577672

iColégio Bom Jesus Nossa Senhora Aparecida, Venâncio Aires, RS, Brasil. E-mail: julianafischer_juliana@yahoo.com.br

iiUniversidade do Vale do Taquari, Lajeado, RS, Brasil. E-mail: cihorn@univates.br


Resumo

O artigo apresenta resultados de uma pesquisa que teve como objetivo investigar a prática do pedagogo inserido no Atendimento Escolar Hospitalar. O Atendimento Escolar Hospitalar constitui um importante apoio pedagógico, mantendo a criança hospitalizada interligadas às suas atividades escolares e, ao mesmo tempo, torna-se um campo potente de atuação profissional do pedagogo. A metodologia da pesquisa apoiou-se em uma pesquisa de campo realizada em um hospital do estado de Santa Catarina, com diversos instrumentos metodológicos de produção de dados, como observações, entrevistas e registros em diário de campo. Por fim, constatou-se que o pedagogo que atua no contexto hospitalar assume um papel de humanizador em sua prática docente, precisando estar articulado com toda a equipe de atendimento da criança hospitalizada.

Palavras-chave: Pedagogia; Atendimento Escolar Hospitalar; pesquisa com crianças

Resumen

El artículo presenta resultados de una investigación que tuvo como objetivo investigar la práctica del pedagogo inserto en la Asistencia Escolar Hospitalaria. El servicio Asistencia Escolar Hospitalaria constituye un importante apoyo pedagógico, manteniendo al niño hospitalizado interconectado en sus actividades escolares y, a la vez, convirtiéndose en un potente campo de actividad profesional para el pedagogo. La metodología de investigación se basó en una investigación de campo realizada en un hospital del estado de Santa Catarina, con varios instrumentos metodológicos para la producción de datos, como observaciones, entrevistas y registros en diario de campo. Finalmente, se constató que el pedagogo que actúa en el contexto hospitalario asume un rol humanizador en su práctica docente, necesitando articularse con todo el equipo que atiende a los niños hospitalizados.

Palabras clave: Pedagogía; Asistencia Escolar Hospitalaria; investigación con niños

Abstract

The article presents results of a research aimed at investigating the practice of the pedagogue within the Hospital School Service. The Hospital School Service is an important pedagogical support, keeping the hospitalized child interconnected into their school activities and, at the same time, becoming a powerful field of professional activity for the pedagogue. The chosen research methodology was carried out in a hospital in the state of Santa Catarina, with several instruments for gathering data, such as observations, interviews, and reports in a field journal. Finally, results show that the pedagogue who works in a hospital assumes a humanizing role in his/her teaching practice, being resposible for articulating the entire team that cares for hospitalized children.

Keywords: Pedagogy; Hospital School Service; research with children

1 Introdução

O presente artigo tem como objetivo investigar a prática do pedagogo inserido no Atendimento Escolar Hospitalar, uma vez que o curso de Pedagogia abrange este espaço institucional como local de atuação do pedagogo. Para tanto, esta escrita parte de alguns recortes de um Trabalho de Conclusão de Curso realizado no curso de Pedagogia da Universidade do Vale do Taquari (Univates), situada em Lajeado, Rio Grande do Sul, Brasil. A intenção central da pesquisa era investigar as funções do pedagogo no Setor de Atendimento Escolar Hospitalar do Setor de Pedagogia de um Hospital Infantil situado no estado de Santa Catarina (SC), a fim de compreender o trabalho desse profissional nesse espaço.

Para desenvolver este artigo, organizamos a escrita da seguinte forma: na primeira seção, apresentamos um breve marco histórico sobre o surgimento da pedagogia hospitalar no Brasil, ou seja, procuramos mostrar as interseções entre saúde e educação / pedagogia e espaço hospitalar; na segunda seção, discorremos sobre a atuação do pedagogo no espaço hospitalar, bem como apresentamos reflexões iniciais acerca das reformulações nacionais envolvendo o curso de Pedagogia, tomando como base as últimas Diretrizes Curriculares Nacionais para este curso de licenciatura; na terceira seção, abordamos aspectos acerca da atuação do pedagogo no Atendimento Escolar Hospitalar, apresentando os caminhos metodológicos desta pesquisa; por fim, apresentamos a quarta e última seção, na qual expressamos algumas reflexões e percepções que emergiram da pesquisa e que nos possibilitam afirmar sobre a importância da inserção do pedagogo em outros espaços para além da sala de aula.

2 Breves interseções entre o espaço hospitalar e a Pedagogia no Brasil

No Brasil, por volta de 1950, o primeiro hospital a receber classes hospitalares, devido à preocupação com a educação das crianças hospitalizadas, foi o Hospital Menino Jesus, localizado na cidade de Rio de Janeiro. Com o passar do tempo, vários outros hospitais passaram a implementar essa nova classe, mesmo que ainda não existisse uma lei estabelecendo a obrigatoriedade desse espaço dentro do hospital. Importa mencionar, mesmo que não seja pretensão discorrer sobre a Pedagogia Hospitalar de uma forma mais ampla, que, em 1935, Henri Sellier, na França, apostou fortemente na Pedagogia Hospitalar, pois fundou uma escola para atender a crianças tuberculosas, porque elas passavam por longos períodos de internações devido a um tratamento considerado fraco diante da situação.

Anos mais tarde, foi instituída na Constituição Federal de 1988 a garantia do direito à educação e à igualdade de acesso e continuação educacional. Entretanto, somente a partir do ano de 1990 foram elaboradas novas leis sobre a educação, determinando que toda criança impossibilitada de frequentar uma escola de classe regular, mesmo que se encontrasse dentro de um espaço não escolar, deveria receber outro suporte educacional. A partir dessas legislações, surgiram outras, como, por exemplo, a Resolução nº 41, publicada em 1995 pela Sociedade Brasileira de Pediatria, que relaciona 20 direitos das crianças e dos adolescentes hospitalizados. Esses direitos são reafirmados e alterados na Lei n⁰ 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), assim como se pode constatar na Lei nº 13.716, de 24 de setembro de 2018, em seu artigo 4º-A, na qual se afirma que “[...] é assegurado atendimento educacional, durante o período de internação, ao aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado [...]”.

Contudo, destacamos a importância de toda criança hospitalizada ter garantidos os seus direitos, conforme estabelecem o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, a Resolução nº 41, de 13 de outubro de 1995, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a Declaração dos Direitos da Criança e do Adolescente, na qual se enfatiza que a criança internada tem o direito de estar acompanhada por seu responsável ou por sua mãe durante o período de sua internação. Pretendemos enfatizar que os hospitais poderão atender às crianças por meio da classe hospitalar quando houver um pedagogo responsável pela busca de recursos e atividades escolares a fim de as crianças terem continuidade aos estudos, sem prejuízo à escolarização.

É importante destacar também que, além de as crianças terem acesso à continuidade escolar, também poderão usufruir da sala de recreação e brinquedoteca, com a supervisão e a presença de pessoas responsáveis por esse setor. É muito importante que todos saibam que devemos respeitar os limites de cada criança, assim como as suas necessidades e os seus interesses.

Fonseca (2008, p. 12, grifo nosso) salienta que a legislação brasileira reconhece “[...] o direito à continuidade de escolarização àquelas crianças e adolescentes que se encontrem hospitalizados. Esta modalidade de atendimento denomina-se classe hospitalar [...]”. A palavra em destaque na citação mostra que o pedagogo, dentro do hospital, pode atuar como um profissional capaz de fazer uma ligação entre o que a escola está desenvolvendo e o que a criança hospitalizada é capaz de aprender.

Sendo assim, ressalta-se aqui a importância do pedagogo em realizar diferentes propostas que busquem resgatar as vivências das crianças hospitalizadas e levá-las a adquirirem novas experiências por meio da socialização, para que, de uma forma ou de outra, elas continuem nesse processo educacional, ou seja, o pedagogo administra o tempo das atividades com planejamentos flexíveis, de acordo com o interesse e a disposição de seus alunos-pacientes. Percebe-se, dessa forma, que a educação hospitalar nesta perspectiva se faz necessária, uma vez que as crianças atribuirão um novo significado ao hospital, percebendo-o não somente como um lugar onde ficam as pessoas doentes, mas como um espaço onde todos possuem a oportunidade de continuar aprendendo.

Em relação à importância do pedagogo, Matos (2009, p. 47) corrobora afirmando que: “O papel da educação no hospital e, com ela, o do professor, é propiciar à criança o conhecimento e a compreensão daquele espaço, ressignificando não somente a ele, como a própria criança, sua doença e suas relações nessa nova situação de vida”. Para tanto, é fundamental que os pedagogos tenham conhecimento de que um hospital, além de ser um espaço dedicado à área da saúde, também se faz indispensável como um espaço educacional. A seguir, vamos analisar como as Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia possibilitam (ou não) a abertura para a atuação do pedagogo para além dos espaços formais de educação, habitualmente reconhecidos como a escola e a sala de aula. Tal interseção entre o espaço hospitalar e os conhecimentos próprios do campo da Pedagogia, que constituem aproximações tão fundamentais para a vida das crianças hospitalizadas, é também um campo político de forças e intervenções. Vejamos na próxima seção deste artigo.

3 As Diretrizes Nacionais e a Pedagogia no espaço hospitalar

Durante um longo período, o curso de Pedagogia passou por várias reformulações baseadas em determinações legais, ou seja, gradualmente foram se modificando e ampliando os espaços de atuação do pedagogo. Podemos verificar que, segundo o Parecer do Conselho Nacional de Educação e Conselho Pleno (CNE/CP) nº 2, de 1º de julho de 2015, em seu artigo 3º, afirma-se que “[...] a formação inicial e a formação continuada destinam-se, respectivamente, à preparação e ao desenvolvimento de profissionais para funções de magistério na educação básica em suas etapas [...]”.

É possível inferir que a legislação aponta outros caminhos para a atuação do pedagogo para além da sala de aula. Sabemos que nem sempre foi assim, pois o curso de Pedagogia teve a sua primeira regulamentação criada pelo Decreto-Lei nº 1.190, no dia 4 de abril ano de 1939, o qual previu a formação de bacharel em Pedagogia, conhecido como “técnico em educação”. Posteriormente, a Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Graduação em Pedagogia, diante dos Pareceres CNE/CP nº 5/2005 e 3/2006, por sua vez, estabeleceu que:

Art. 4º O curso de licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. (BRASIL, 2006, p. 2).

Dessa forma, é evidente que o profissional, para atuar nessas áreas mencionadas acima, necessita de formação específica em licenciatura - curso de Pedagogia -, assim como buscar capacitar-se em cursos direcionados a esse campo, já que o seu principal objetivo é a formação humana. Ainda conforme as Resoluções e Diretrizes Curriculares Nacionais, é imperativo destacar que a ResoluçãoCNE/CP nº 1/2006, de 16 de maio de 2006, apresenta, na Seção 1, em seu artigo 5º, o seguinte texto:

O egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto a: [...] IV - trabalhar, em espaços escolares e não escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo. (BRASIL, 2006, p. 2).

Atualmente, temos acompanhado a inserção do pedagogo em empresas, organizações não governamentais (ONGs), museus e hospitais, desde que os/as profissionais atendam às Diretrizes Curriculares Nacionais. Somado a isso, percebemos que a Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019, a qual determina as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e constitui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação), em seu artigo 6º, ressalta a necessidade de uma política de formação de professores para a Educação Básica, em consonância com os marcos regulatórios, em especial com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O princípio mais relevante apontado neste documento oficial é o seguinte:

I - a formação docente para todas as etapas e modalidades da Educação Básica como compromisso de Estado, que assegure o direito das crianças, jovens e adultos a uma educação de qualidade, mediante a equiparação de oportunidades que considere a necessidade de todos e de cada um dos estudantes. (BRASIL, 2019, p. 3).

Ou seja, é possível destacar que o pedagogo está habilitado para atuar nos espaços tanto escolares quanto não escolares, sendo o hospital um exemplo desse segundo caso. Sabemos também que é direito da criança receber uma oferta de ensino com qualidade, respeitando as suas diferenças, independentemente da situação em que ela se encontra. Para que isso realmente aconteça, é extremamente importante que os pedagogos estejam preparados e que busquem posicionar-se nesses novos espaços que hoje estão para além da sala de aula.

Importa mencionar também que acompanhamos em 2019 um retrocesso nas Diretrizes Curriculares Nacionais, pois nos documentos oficiais não é mencionada uma abertura específica da atuação do pedagogo em outros espaços sociais. Dessa forma, reitera-se que os saberes docentes são tecnicistas e utilitaristas, voltados unicamente à escola, mais especificamente à sala de aula. Isso vem ao encontro da nossa dificuldade de localização de hospitais com pedagogos em seu quadro multiprofissional.

Em vista dessas resoluções, conclui-se que o hospital é também um espaço de ensino, no qual é de suma importância a presença de um pedagogo para o processo de humanização dos alunos-pacientes, assim será possível proporcionar a continuidade do processo escolar, para que, ao retornarem à escola de origem, elas possam prosseguir seus estudos assim como os demais alunos, evitando-se, assim, uma defasagem e/ou reprovação escolar.

4 Metodologia

4.1 A atuação do pedagogo no espaço hospitalar: apontamentos a partir da realização da pesquisa de campo

Ao tematizar sobre a atuação do pedagogo no espaço escolar, faz-se necessário apresentar maiores detalhamentos sobre como ocorreu esta pesquisa, que é fruto de um trabalho de conclusão de curso, no curso de Pedagogia, como já mencionado no início deste artigo. Quando o interesse de pesquisa foi definido, contatamos alguns hospitais via e-mail, assim como visitamos os websites oficiais desses hospitais. Ao todo, contatamos nove hospitais, com o intuito de realizar uma possível observação e/ou entrevistas com esses pedagogos. Destes, apenas em três havia crianças internadas por um longo período ou por internações frequentes devido à sua doença. Somente um hospital oferecia o atendimento educacional com pedagogas, e os outros dois apenas ofertavam um momento de descontração na brinquedoteca por não haver nem pedagogos, nem um espaço para o setor de atendimento educacional. Em virtude disso, optamos pelo hospital que oferecia o Atendimento Educacional Escolar, por ser condizente com a pesquisa aqui apresentada. Destacamos que o critério dessa escolha era saber se o hospital possuía internações de crianças por curto e/ou longo período de tempo e se havia profissionais, como pedagogos, atuando nesse espaço.

Assim, a pesquisa de campo foi desenvolvida no Setor de Atendimento Escolar Hospitalar do Setor de Pedagogia de um Hospital Infantil situado no estado de Santa Catarina. Durante cinco dias consecutivos, acompanhamos a atuação do pedagogo no Setor de Pedagogia. A metodologia da pesquisa, de abordagem qualitativa, contemplou diferentes instrumentos metodológicos, tais como observações, e entrevistas semiestruturadas com as duas pedagogas e a coordenadora pedagógica que atuam no mesmo setor. Essas entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas posteriormente. Além disso, registros foram feitos em diário de campo para análise posterior.

Sabe-se que a pesquisa realizada com os adultos é diferente daquela que se realiza com as crianças, pois exige do pesquisador outra postura, isto é, o pesquisador, de acordo com Corsaro (1997), passa a ser um adulto “estranho” ou um amigo capaz de criar condições para decodificar como a criança está interpretando o mundo. Portanto, a pesquisa com as crianças deve acontecer de forma lúdica, para que ela possa participar com entusiasmo. Nesta investigação, as crianças foram consideradas como sujeitos de pesquisa, uma vez que a intenção era investigar a prática do pedagogo inserido no Atendimento Escolar Hospitalar. Ao total, dez crianças - entre 4 e 10 anos de idade - participaram da investigação.

Os instrumentos metodológicos da pesquisa com as crianças foram entrevistas semiestruturadas e a realização de desenhos. Para os desenhos, foram disponibilizadas folhas A4 e lápis de cor para que elas pudessem expressar o que estavam sentindo em relação ao hospital e ao Atendimento Escolar. Nesse sentido, Gobbi (2002, p. 71) destaca que “[...] o desenho e a oralidade são compreendidos como reveladores de olhares e concepções dos pequenos e pequenas sobre o seu contexto social, histórico e cultural, pensados e vividos, desejados”. Todos os dados produzidos a partir da pesquisa de campo foram analisados detalhadamente e posteriormente organizados em categorias, para uma análise mais aprofundada.

A partir da análise dos desenhos realizados pelas crianças, ressaltamos a pertinência dessa ferramenta metodológica, pois, segundo Oliveira (apudMARTINS FILHO, 2001, p. 18), “[...] o desenho é considerado uma produção cultural das crianças [...]” que revela as suas representações de mundo. Dessa forma, o desenho pode ser compreendido como uma atividade de criação e expressão de sentimentos, pois, como destaca (apud MARTINS FILHO, 2001, p. 18), “[...] o desenho contém sentidos e sentimentos construídos pelas crianças a partir do que elas experienciam na sua singularidade e no social”.

Destacamos que os adultos envolvidos nesta pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assim como os pais responsáveis pelas crianças. Já as crianças foram informadas e assinaram o Termo de Assentimento para menores. Convém destacarmos também que este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Univates, uma vez que a pesquisa acadêmica precisa passar por “[...] análise e parecer de um Comitê de Ética em Pesquisa e estar de acordo com o roteiro preconizado pelo Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde e Comissão Nacional de Ética em Pesquisa” (BRASIL, 1997).

Para situar o espaço investigado, apresentamos breves descrições sobre como estava organizado o setor, mas antes cabe mencionarmos as perguntas que nortearam os interesses desta pesquisa: “Como é esse espaço destinado à Pedagogia Hospitalar?”; “Um espaço caracterizado formal de educação, por ele seguir as Diretrizes Educacionais da Secretaria de Educação do estado de Santa Catarina?”; “E quem é esse pedagogo que pode atuar nesse setor?”; “Qual a função e as atribuições desse pedagogo?”. De fato, a maior curiosidade foi saber o que o pedagogo poderia fazer dentro de um hospital com crianças hospitalizadas, por períodos breves ou longos, quando elas careciam de acompanhamento educacional.

No Setor de Pedagogia desse hospital infantil referência no estado de Santa Catarina, há duas salas de atividades, sendo elas destinadas a atendimentos com crianças em idade escolar do 1º ao 9º ano, independentemente do tempo de internação, desde que estejam autorizadas pela equipe médica e/ou enfermagem. Havendo casos de crianças que não podem se deslocar, o atendimento é realizado no leito das unidades de internação, após o término de atendimento na sala de atividades.

É de suma importância destacar que as salas estão estruturadas com mobiliário específico para o atendimento de cada aluno-paciente. Como material de apoio, o local possui aparelhos de televisão, DVD, computador, jogos, almofadas, suporte para soro, cadeira de rodas, brinquedos, livros didáticos, livros infantis, entre outros.

Destacamos que, a partir do terceiro dia de hospitalização de cada criança, a pedagoga entra em contato com a escola de origem para saber sobre os conteúdos ou dificuldades que a criança vem apresentando até o presente momento, para que ela possa auxiliar nesse processo de aprendizagem, amenizando possíveis dificuldades. Caso não haja o retorno da escola, a pedagoga segue com o projeto elaborado de acordo com as orientações da Secretaria de Educação.

Todos os dias no turno da manhã são realizadas visitas nos leitos a fim de convidar as crianças a participarem da aula no turno da tarde. Também é nesse momento que a pedagoga tira as possíveis dúvidas, sana as dificuldades ou realiza as atividades que gostariam de fazer na sala. Vale a pena destacar que o processo de humanização, por meio de um olhar atento e uma escuta ativa, está presente na pedagoga diante das crianças. Percebe-se ainda que esse momento é muito aguardado pelas crianças, pois podem sair dos seus leitos para irem à sala de atividades. É perceptível que o momento possui outro significado para elas, pois manifestam sentimentos de alegria e de esperança, o que pode ajudar no processo de recuperação.

Diante da pergunta estabelecida anteriormente, sobre a função e as atribuições do pedagogo em ambiente hospitalar, pode-se afirmar que o profissional possui formação inicial em licenciatura em Pedagogia e que, de acordo com uma das pedagogas entrevistadas, sua função se dá da mesma forma que de todo pedagogo em espaço escolar: orientação e transmissão de conhecimento. Considerando isso, o pedagogo sempre vai atuar como um mediador, um representante do conhecimento.

Ainda segundo a fala de uma das pedagogas entrevistadas, é possível compreender que o pedagogo tem um importante papel a ser desenvolvido para/com as crianças. Este papel não deixa de ser o de um professor que atua dentro de uma sala de aula em uma escola dita “formal”, pois ele possui como uma de suas atribuições dar suporte para que as crianças continuem se desenvolvendo cognitiva e socialmente até a sua reinserção na escola.

Em conformidade com a Secretaria Estadual da Educação de Santa Catarina, apresentamos algumas das funções/atribuições do pedagogo no hospital: cumprir a carga horária no hospital, previamente definida para esse atendimento; seguir o calendário escolar organizado pela escola vinculada, preencher a ficha cadastral de cada aluno atendido no Atendimento Educacional Hospitalar; preencher e registrar diariamente, em cada ficha, os conteúdos trabalhados, as atividades desenvolvidas e o desempenho do aluno.

Também são atribuições desse profissional: definir, com a responsável pelo Atendimento Educacional Hospitalar da Coordenadoria/Supervisão Regional de Educação, a metodologia de trabalho a ser desenvolvida e planejar as atividades de acordo com as orientações da coordenadoria; elaborar material didático diferenciado, respeitando as condições de saúde do aluno, de forma que ele não perca a qualidade em conteúdo; e entrar em contato com a escola de origem do discente quando sua internação hospitalar completar três dias, com o objetivo de comunicar sua frequência no Atendimento Educacional Hospitalar e solicitar ao professor informações pertinentes, bem como os conteúdos que estão sendo trabalhados na série em que o estudante está matriculado.

Após a alta do aluno, o profissional deve ainda organizar um relatório descritivo dos conteúdos e das atividades desenvolvidas, bem como do desempenho da criança (que será enviado pelo correio, após carimbo e assinatura da direção da escola vinculada); participar de encontros, reuniões e cursos de formação continuada, ofertados pela Secretaria de Educação, Coordenadoria/Supervisão Regional de Educação, escola vinculada e/ou outras instituições de ensino.

É de suma importância ressaltarmos que esta proposta de “aula no hospital” não substitui o papel da escola, o que fica mais evidente quando a coordenadora do Setor de Pedagogia afirma que há um “[...] compartilhamento entre saúde e educação com programas voltados para questões educativas”. Em todo o trabalho educativo oferecido pelas pedagogas dentro desse hospital, observa-se que o principal objetivo é sanar as dúvidas e dificuldades de aprendizagem das crianças através de um processo de humanização, ou seja, a criança expõe para a pedagoga as suas dificuldades escolares, e elas oferecem atividades referentes às suas dúvidas, pois, dessa forma, as profissionais poderão explicar melhor o conteúdo para obter uma melhor compreensão.

Para termos um melhor entendimento sobre a importância de as crianças terem acesso a esse programa de Atendimento Escolar Hospitalar durante a sua hospitalização, utilizamo-nos de um depoimento da pedagoga Caroline, que ressalta que:

É notável que este espaço gera motivação, o desejo para a criança continuar gostando ou muitas vezes gostando mais ainda do que já gostava, que é de estudar. Eles já vêm como aquele brilho no olhar e a gente fica muito feliz. Acredito que este é o papel do professor para a criança hospitalizada, é fazer a diferença para a vida dele. (Entrevista realizada com a pedagoga no ano de 2016).

Gostaríamos de fazer um parêntese aqui para compartilhar uma situação que nos tocou muito e que remete às ideias citadas anteriormente: a criança, mesmo estando doente, tem capacidade de continuar aprendendo desde que seja estimulada. No primeiro dia de acompanhamento das pedagogas no hospital, após termos realizado o atendimento na sala de atividade, que se estende diariamente até as 15 horas, fomos para os leitos, mas, na verdade, só conseguimos realizar um atendimento, pois uma criança que estava se recuperando de uma cirurgia estava indisposta.

Nesse atendimento, a criança realizou uma produção textual, dado que havia informado para a pedagoga que estava tendo dificuldades na escrita. Ficamos muito felizes em ver a disposição dessa criança, que estava confortavelmente sentada no colo de sua mãe assistindo a um DVD, a qual (a criança), ao ouvir a professora Caroline dizer: “Eu trouxe o que você me pediu. Você vai querer escrever hoje ou iremos deixar para amanhã?”, sem perder muito tempo e com um lindo sorriso no rosto, respondeu: “Eu quero fazer o texto, o filme pode esperar” (registro feito por nós durante o acompanhamento da pedagoga até o leito da criança).

Após termos ouvido a fala desta criança, refletimos sobre a importância de o pedagogo estar presente nesse momento de fragilidade de uma criança. Particularmente estávamos pensando que ela responderia: “Vamos fazer amanhã”, contudo ela quis sair daquela zona de conforto em que se encontrava para realizar uma atividade pedagógica que ela havia solicitado no turno da manhã para realizar à tarde.

Constata-se, pois, a importância dessa interação entre pedagogo e aluno, uma vez que, se não fosse o desejo dessa criança de realizar a atividade, sua concentração no filme não seria quebrada e a pedagoga poderia ter se retirado do quarto. Nota-se, portanto, que a criança estava esperando a atividade e que ela a faria tão logo quanto pudesse.

A pedagoga aguardou a criança terminar a atividade para manifestar-se. Convém ressaltarmos que o tempo da criança é respeitado, dado que, no hospital, os pedagogos têm plena ciência de que as crianças estão mais frágeis, por terem passado por uma cirurgia ou um bloco de quimioterapia. Isso faz com que essas crianças precisem de mais tempo para realizar a atividade proposta. Nesse sentido, Fontes (2005, p. 135 apudCASTRO, 2009, p. 47) afirma que:

A escuta pedagógica surge, assim, como uma metodologia educativa própria do que chamamos pedagogia hospitalar. Seu objetivo é acolher a ansiedade e as dúvidas da criança hospitalizada, criar situações coletivas de reflexão sobre elas, construindo novos conhecimentos que contribuam para uma nova compreensão de sua existência, possibilitando a melhora de seu quadro clínico.

É possível afirmar que a educação deve estar aliada à saúde por meio do processo de humanização, uma vez que as duas buscam soluções a fim de fortalecer a criança apresentando diariamente uma melhora tanto no quesito de saúde como de aprendizagem. Dessa forma, destaca-se que a função do pedagogo nesta classe hospitalar não é apenas manter as crianças ocupadas com atividades, mas fazer com que elas continuem com o seu processo de desenvolvimento educacional, cognitivo e social. Isso é notório quando a pedagoga nos responde na entrevista realizada que a sua função “[...] é estar levando uma continuidade da escola para dentro do hospital” e que ela pretende “[...] dar um apoio a esta criança durante este período que ela está internada, pensando na inserção desta criança, de como ela vai voltar para a sala de aula, quando ela retornar para a escola”.

Percebe-se também que, em um hospital, a presença de um pedagogo que disponibiliza atividades referentes ao ensino escolar contribui com os demais profissionais da saúde, pelo fato de unificarem esforços, com vistas a melhorar a qualidade dos serviços oferecidos em um ambiente hospitalar.

Por fim, cabe-nos afirmar que a pesquisa de campo envolvendo seres humanos, engajada nas áreas da Educação e Saúde, remete-nos à ideia de que devemos, antes de tudo, refletirmos sobre a ética na pesquisa. Na condição de pesquisadores, temos a responsabilidade ética com os sujeitos envolvidos, uma vez que se trata de um espaço hospitalar. Nesse âmbito, por esta pesquisa envolver seres humanos em situação hospitalar, foi necessário providenciarmos aos participantes o Termo de Consentimento Informado. Destacamos ainda que nesses termos ficou clara a explicação sobre o tema da pesquisa, os objetivos, a justificativa, os procedimentos metodológicos que seriam utilizados, de modo que fosse bem esclarecido para os participantes o que seria realizado, bem como a que eles estavam se voluntariando.

5 Considerações finais: por trás daquela porta, há potência de vida e novas possibilidades

Compreendemos que, em um hospital, o pedagogo, no início de cada manhã, veste o seu jaleco colorido, com um sorriso no rosto e um olhar atento, traz debaixo de seus braços uma planilha com sua linda caneta enfeitada e passa de leito em leito. Ele oferece atendimentos no turno da tarde, questionando sobre as principais dúvidas/ dificuldades escolares ou até mesmo oferecendo ajuda para que a criança aprenda sobre o que tem curiosidade. Um pedagogo que disponibiliza atividades referentes ao ensino que a escola de origem propôs trabalhar contribui também com os demais profissionais da saúde, pelo fato de unificarem esforços, a fim de melhorarem a qualidade dos serviços oferecidos em um ambiente hospitalar, de modo a desmistificar a ideia de que aquele é um ambiente cercado de pessoas estranhas, frias, com quartos que nos transmitem sentimentos melancólicos por conta das paredes e roupas brancas.

Sentimos neste momento muito orgulho por poder compartilhar o que vivenciamos, sentimos e experimentamos no Hospital Infantil de referência no estado de Santa Catarina. Hoje não temos palavras para descrever o quão importante esse hospital é para a vida das crianças que passam dias, semanas e até meses longe de suas famílias, de sua rotina diária, da escola, de seus amigos e de sua liberdade como criança.

Dessa forma, acreditamos que, para podermos trabalhar dentro de um hospital, precisamos não só de licenciatura em Pedagogia, mas também precisamos ser graduados em empatia, sensibilidade, paciência, compreensão, carinho, comprometimento, respeito e ética, principalmente esses dois últimos, para podermos acompanhar os pacientes e seus respectivos familiares. Portanto, a educação deve estar aliada à saúde, uma vez que ambas buscam soluções a fim de fortalecer a criança para reagir melhor ao seu tratamento.

Observamos que a ideia de ministrar aulas dentro do hospital vai muito além do que educar e ensinar. Afirmamos isso por termos vivenciado, durante os cinco dias consecutivos, que esta ida das crianças para a Sala de Atividades contribui na recuperação da sua autoestima. Percebemos também um vínculo muito forte entre as pedagogas e as crianças, o que se deve ao fato de o processo de humanização estar sendo desenvolvido diariamente.

Desse modo, estabelecemos uma ligação com a ideia de Matos e Mugiatti (2008) em sua obra A humanização integrando educação e saúde, quando afirmam que, a partir do momento em que notamos a necessidade da existência de uma prática pedagógica dentro de hospitais, estaremos reconhecendo o pedagogo nesse espaço, pois muitos só conseguem enxergar um pedagogo quando ele está inserido dentro de uma sala de aula, e não fora dela.

Ceccim e Carvalho (1997) destacam a importância de haver uma equipe multidisciplinar na área da saúde e da educação, já que, segundo as autoras, quando uma criança hospitalizada recebe um acompanhamento pedagógico adequado, ela é capaz de enfrentar com mais entusiasmo os eventos da sua vida. E outros termos, mesmo ela estando doente, ela consegue aprender, criar, recriar e brincar, assim como consegue interagir socialmente, apresentando diariamente melhoras no seu tratamento.

Pensando nesse sentido, acredita-se que, assim como a escola precisa de um pedagogo atuante, o hospital também precisa ter esse profissional. A partir da nossa perspectiva, através deste processo de formação profissional, o papel do pedagogo sempre será o mesmo, seja em instituições formais ou não formais, pois sempre trabalhará com a formação de sujeitos, em qualquer fase do desenvolvimento humano ou nos vários níveis e modalidades do processo educativo. Cabe a nós, pedagogos, irmos em busca desses espaços diferenciados e promissores de aprendizagens. Caso contrário, o pedagogo sempre será visto somente dentro de uma sala de aula em uma escola. Precisamos nos desafiar, abrir novos horizontes para a nossa área de atuação. Esse movimento mostra também a outros setores e áreas as potencialidades da Pedagogia.

Nota-se que a criança hospitalizada enfrenta diversas rupturas em relação à sua continuidade escolar, assim como em relação ao seu convívio social, o que, na maioria das vezes, acarreta grandes prejuízos nos aspectos afetivos, cognitivos e sociais. Sendo assim, destacamos a importância do pedagogo no hospital a fim de que possa realizar diferentes trabalhos que busquem resgatar as vivências dessas crianças, de modo que elas possam adquirir novas experiências por meio da socialização do grupo, para que, de uma forma ou de outra, continuem nesse processo educacional. O pedagogo deve conquistar a criança, administrando o tempo de suas atividades com planejamentos flexíveis de acordo com a disposição de seus alunos-pacientes.

Por fim, mas não menos importante, destacamos que é de fundamental importância o pedagogo conquistar outros espaços educacionais em que ocorram processos de ensino e aprendizagem para além da sala de aula, a exemplo dos hospitais, das empresas e das instituições prisionais que intermedeiam as relações. Portanto, cabe ao pedagogo tentar apropriar-se desses diferentes espaços e fazer a diferença na vida daquele ser que passa por suas mãos.

Acreditamos que o hospital, como espaço de atuação para o pedagogo, juntamente com toda a equipe multiprofissional de médicos e enfermeiros, transforma-se em um espaço de formação, porque a todo momento é criado um conceito novo. É um espaço em que ocorre produção de sentidos, pois, ao pisarmos na Sala de Atividades do 1º ao 5º ano, produzimos conexões ao deixarmos um pouco de nós mesmos e levamos mil coisas dos outros. A aprendizagem que se constrói neste espaço é muito significativa para quem está vivenciando-a, seja no dia a dia ou em uma pesquisa desse porte.

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Recebido: 31 de Janeiro de 2023; Aceito: 26 de Abril de 2023; Publicado: 26 de Maio de 2023

Juliana Maria Fischer Rabuske, Colégio Bom Jesus Nossa Senhora Aparecida

https://orcid.org/0000-0003-4101-206X

Graduada em Pedagogia pela Universidade do Vale do Taquari (Univates), Lajeado, Rio Grande do Sul (RS) e pós-graduada em: Educação Infantil e Ludopedagogia; Neuropsicopedagogia Clínica e Neuropsicopedagogia e Educação Especial Inclusiva, ambas pela Faculdade Censupeg do Polo Santa Cruz do Sul/RS. Professora de Educação Infantil no Colégio Bom Jesus Nossa Senhora Aparecida e monitora de Educação Infantil da Prefeitura de Venâncio Aires/RS.

Contribuição de autoria: Análise formal, conceituação, validação, curadoria de dados, revisão/edição e supervisão.

Lattes: https://lattes.cnpq.br/2244185531913374

E-mail: julianafischer_juliana@yahoo.com.br

Cláudia Inês Horn, Universidade do Vale do Taquari (Univates), Programas de Pós-Graduação em Ensino e em Ensino de Ciências Exatas

https://orcid.org/0000-0002-1612-2067

Licenciatura em Pedagogia pela Univates. Pós-graduada em Educação Infantil pela Univates. Mestra em Educação pela Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutora em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Docente dos Programas de Pós-Graduação em Ensino e em Ensino de Ciências Exatas. Professora e coordenadora dos cursos de licenciaturas da Univates.

Contribuição de autoria: Administração do projeto, conceituação, validação, curadoria de dados, revisão/edição e supervisão.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/8019717665577672

E-mail: cihorn@univates.br

Editora responsável:

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Pareceristas ad hoc:

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