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Conjectura: Filosofia e Educação
versión impresa ISSN 0103-1457versión On-line ISSN 2178-4612
Resumen
BARREIRA, Marcelo. O mito de Sísifo de Albert Camus, e sua relevância no processo de ensino e aprendizagem de Filosofia. Conjectura: filos. e Educ. [online]. 2019, vol.24, e019015. Epub 31-Jul-2020. ISSN 2178-4612. https://doi.org/10.18226/21784612.v24.e019015.
O artigo preconiza a relevância pedagógica da filosofia da não significação de Albert Camus, especialmente em O mito de Sísifo. O eixo argumentativo segue a última frase do referido livro: “É preciso imaginar Sísifo feliz”. A certeza da existência e a estranheza de se inserir num cenário de catástrofe, sem esperança, suscita em estudantes, especialmente da rede pública, um “sentimento de absurdidade”, mas esse estado não há de ser visto como maldição. A liberdade paradoxalmente advém quando se assume o absurdo como meio de se afirmar a vida, contra os suicídios físico e filosófico, tornando Sísifo o “herói absurdo”. Camus atribui ao pensamento de Søren Kierkegaard a proposta do suicídio filosófico, como sacrifício do intelecto pelo salto kiekegaardiano da fé, porque ele entende a felicidade encontrada na vida eterna como uma superação e cura da doença mortal do desespero. O esforço dialético de autorreflexão da consciência entre o finito e o infinito faz da resignação infinita uma preparação para o salto da fé. Para nosso autor, porém, o pior mal é não ter sofrido desespero, pois é a partir dele que imaginativamente o absurdo, como potência existencial, transfigura-se numa “revolta metafísica” - uma posição a ser desenvolvida no processo de ensino e aprendizagem de Filosofia.
Palabras clave : Albert Camus; Absurdo; Imaginação; Ensino de Filosofia.