1 Introdução
O ambiente acadêmico, sobretudo o das Instituições de Ensino Superior (IES), contribui para o progresso da civilização, a partir da sua atuação no campo das múltiplas ciências e no campo da arte, cultura e saberes diversos. Entretanto, ao mesmo tempo em que colabora com uma atuação relevante e variada para a sociedade, em seus bastidores, é frequentemente marcada por uma intensa cobrança por produtividade, que impacta docentes e técnicos administrativos, e que se soma a outras variadas situações que podem ser vivenciadas neste contexto como fatores de risco para a integridade da saúde mental desses indivíduos: sobrecarga de trabalho, comparação entre pares, precarização dos investimentos públicos e privados, dificuldades com relacionamento interpessoal, dentre outros fatores (ROBAZZI, 2019).
Perez, Brun e Rodrigues (2019) ressaltam que, apesar de ser um problema que tem impactado de forma relevante à comunidade acadêmica, as investigações sobre sofrimento psíquico neste ambiente são recentes, justificando esforços de pesquisa nessa direção. A literatura tem demonstrado que os servidores universitários vêm sendo comumente acometidos por distúrbios psíquicos que afetam a capacidade para lidar com eventos relacionados ao desenvolvimento laboral.
Estudo conduzido por Batista, Carlotto e Oliveira et al. (2015) analisou as causas de afastamento de professores de uma IES localizada em João Pessoa/PB, tendo concluído que depressão foi o acometimento que mais provocou licença do trabalho, correspondendo a 53%, seguido de esquizofrenia (12%), transtorno bipolar (10%), reação aguda ao estresse (8%), ansiedade (7%), transtornos delirantes (4%) e outros (8%). Especificamente no contexto laboral, a síndrome de burnout tem se destacado entre os docentes. Conforme descrito no estudo de Leite et al. (2019), realizado com 100 docentes universitários de quatro instituições públicas e privadas em Rio Grande do Norte, 61.6% estavam em risco de desenvolver burnout; 35.3%, no início da instalação da doença; 2.1%, já possivelmente com a síndrome em curso e apenas 1% não apresentavam indícios.
Outro grupo vulnerável são os técnicos administrativos em educação. Com competências próprias do seu cargo, este grupo possui um papel estratégico para o funcionamento das instituições, pois atuam nos diversos setores para atender às demandas administrativas, financeiras, de pessoal, de laboratórios, entre outras atividades necessárias. A investigação de Mota, Silva e Amorim (2020) identificou a prevalência de 37% de transtornos mentais comuns (TMC) nestes trabalhadores. Barbosa, Aquino e Asmus (2022) reafirmaram, em seu estudo, a vulnerabilidade deste grupo no ambiente laboral ao realizar uma avaliação dos afastamentos por transtornos mentais em servidores (técnicos administrativos e docentes) de uma universidade estadual, identificando que servidores técnico-administrativos tiveram ocorrência superior aos afastamentos de docentes, no período de 2018, 2019 e 2020, sendo respectivamente 61%, 60,1% e 66,7.
Os dados acima refletem a urgência e a relevância dessa temática, justificando a necessidade de ser amplamente discutida no ambiente de trabalho dentro das IES. Compreender a realidade de saúde mental desses trabalhadores no Brasil é condição prévia para implementar ações que fomentem o cuidado da saúde mental de servidores (professores e técnicos administrativos), que podem culminar em efeitos benéficos para estes, com melhoria da qualidade de vida, aumento da satisfação no trabalho, diminuição de afastamentos e evasão, prevenção de doenças e de agravamento de quadros de saúde mental, dentre outros (MACAMBIRA; TEIXEIRA, 2017).
Ao estudar sobre a produção nacional a respeito do tema da saúde mental nas IES, ganha-se a oportunidade de compreender o fenômeno e, a partir dessa aproximação com a realidade, propor intervenções que possam favorecer experiências de bem-estar na academia. Assim, a proposta do estudo foi realizar uma revisão sistemática na literatura científica brasileira com o objetivo de compilar informações sobre o panorama da pesquisa nacional a respeito do tema na última década.
Espera-se que os achados dessa investigação possam contribuir para o entendimento do que vem sendo priorizado, quais as principais lacunas, qual a tendência e natureza dos estudos, bem como, o que deve ser incluída como agenda de pesquisa futura, de modo a disponibilizar uma fotografia fidedigna desse campo de investigação. Nesse sentido, essa revisão sistemática ocupou-se de analisar, selecionar, integrar e resumir os achados sobre saúde mental em IES, a partir de uma trajetória metodológica bem definida.
2 Método
A revisão sistemática é um método que permite investigar pesquisas originais de forma organizada, garantindo o acesso a um maior número de estudos relevantes. Parte de uma formulação de perguntas bem definidas, escolha de base de dados adequada, uso de descritores para busca e de estratégias de validação das evidências coletadas (DONATO; DONATO, 2019). Esse método segue protocolos específicos com embasamento teórico-metodológico (estado da arte) sobre um tema de pesquisa, resultante da reunião de informações de diversos estudos, que podem refutar ou confirmar resultados, destacando as possíveis lacunas na literatura, ou seja, configurando-se como um importante documento de consulta, com elevado nível de evidências, que pode fundamentar o processo de tomada de decisão sobre um assunto (GALVÃO; RICARTE, 2019).
Trata-se, portanto, de um instrumento adequado para contemplar o objetivo deste estudo. A revisão sistemática foi elaborada no ano de 2021 e buscou reunir artigos publicados em periódicos nacionais entre 2011 e 2021, tendo adotado como critério publicações depositadas apenas em periódicos científicos que passaram pelo crivo de mais de um parecerista e método duplo-cego, conforme recomendam-se as boas práticas em ciências. O levantamento bibliográfico compreendeu a produção nacional publicada nas seguintes bases de dados: Periódicos CAPES, SciELO, Portal regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Pepsic, todos indexadores e buscadores de credibilidade acadêmica.
A revisão contemplou tanto o principal indexador latino-americano de acesso aberto na área de ciências sociais e humanas – a SciELO, bem como aqueles de acesso restrito, disponíveis na plataforma CAPES, buscador completo e que integra as principais plataformas de publicação científica.
Para o recrutamento dos artigos, foram realizadas combinações dos descritores principais: saúde mental, funcionário e universidade, com o objetivo de identificar o público-alvo e o ambiente de interesse nas bases analisadas. Embora a literatura aponte como suficiente a busca através dos descritores padronizados, como cuidado adicional, a pesquisa utilizou também sinônimos dos mesmos na seleção do material. Para o descritor universidade, utilizou-se os sinônimos: instituto, instituição e faculdade. Para identificar funcionário, aplicou-se as palavras: trabalhador, servidor, docente, professor, educador, técnicos administrativos, comunidade acadêmica.
As combinações dos descritores ocorreram através dos operadores booleanos “and”, “or” e “and not”, tendo resultado na seguinte chave de busca: (Saúde mental) and (servidor or trabalhador ou funcionário or docente or professor or educador or “técnicos administrativos” or “comunidade acadêmica”) and (universidade or instituto or instituição or faculdade) and not (discentes or graduandos or alunos or estudantes). Foram selecionadas todas as publicações em que constasse os termos da pesquisa no título, resumo ou palavras-chave. A próxima etapa foi a seleção do material inicialmente recrutado, tendo sido adotados critérios de inclusão e exclusão de artigos, conforme segue:
Critérios de inclusão:
a) Artigos revisados por mais de um parecerista e duplo-cego;
b) Termos de interesse contidos no título, palavras-chave e/ou resumo;
c) Periódicos publicados em indexadores científicos;
d) Artigos nacionais;
e) Apenas artigos com foco em instituições de ensino superior;
f) Publicações ocorridas entre 2011 e 2021.
Critérios de exclusão:
a) Publicação repetida em mais de uma base de dados (duplicidades foram excluídas, sendo contabilizadas apenas uma vez);
b) Publicações fora do escopo de interesse, que não tratavam efetivamente da temática saúde mental na universidade.
O trabalho de coleta resultou numa amostra total de 528 estudos. Após adotados os critérios de exclusão, restaram 35 publicações para análise. A quantidade recrutada inicialmente foi bastante ampla por contemplar temas que abarcam uma extensa área da pesquisa científica, como é o caso da saúde mental. Mesmo adotando os operadores critérios booleanos, frequentemente, os sistemas entregaram material fora do escopo desejado. Os artigos resultantes foram tabulados por: categoria profissional (docentes, técnicos e misto), distribuição temporal-ano de publicação, região do país, tipo de IES, método e natureza da pesquisa, recorte temático, área de concentração do periódico.
A figura 1 disponibiliza um caminho detalhado do processo de recrutamento e seleção final dos artigos.
3 Resultados e discussão
As publicações analisadas foram tabuladas em gráficos, tabelas e para melhor visualização dos dados.
Esta revisão apontou para uma quantidade mais expressiva de artigos exclusivamente com docentes (n = 23); seguidos de estudos mistos (n = 7), ou seja, aqueles que tinham como público-alvo docentes e técnicos administrativos e, por fim, estudos apenas com técnicos administrativos (n = 5), conforme descrito na tabela 1. Estes resultados refletem um maior interesse dos pesquisadores por investigar as demandas específicas dos docentes, que possuem maior visibilidade profissional em função de desenvolverem as atividades-fim da universidade (pesquisa, ensino, extensão), além de estarem sujeitos a pressões diárias por desempenho, cumprimento de prazos e produtividade (LEITE, 2017).
Categoria | Nº de Publicações | % |
---|---|---|
Docentes | 23 | 65,71 |
Mistos (doentes e técnicos) | 7 | 20,00 |
Técnicos administrativos | 5 | 14,29 |
Total | 35 | 100,00 |
Fonte: os autores, com base nos dados da pesquisa.
O levantamento apresentou poucos estudos (14,29%) que tratam das questões que envolvem especificamente a saúde mental dos técnicos administrativos, embora seja este um público também vulnerável ao adoecimento e que possui questões desafiadoras inerentes à rotina laboral. Os achados indicam, portanto, escassez e, consequentemente, necessidade de investimento em pesquisas com esse público.
Os servidores técnico-administrativos, apesar de não atuarem nas atividades-fim, são essenciais para o funcionamento dos diversos dispositivos da universidade, estando sujeitos à organização de trabalho que, nem sempre, oferece condições para o melhor desempenho de suas atribuições, cenário que pode provocar experiências aversivas, geradoras de angústia, insegurança e medo, possíveis de se manifestarem por meio de doenças psíquicas. Estudo realizado com este grupo de servidores, por Leles e Amaral (2018), destacou que o sofrimento é fruto da inadequação das condições de trabalho, da sobrecarga, da gestão autoritária, da falta de reconhecimento e da rotina sem desafios. Além disso, o trabalho dos “bastidores”, apesar de essencial para a universidade, é muitas vezes invisível e passa despercebido por não se apresentar como o objetivo-fim da instituição (o ensino). A repercussão subjetiva de uma possível vivência de desvalor da atividade laboral é geradora de insatisfação e adoecimento, em razão do conteúdo simbólico do trabalho, de seus aspectos ocultos e das relações do profissional com sua atividade (FARIA; LEITE; SILVA, 2017).
No que tange ao período de análise, evidenciou-se uma distribuição de pelo menos um estudo por ano investigado (2011 a 2021). O ano de 2020 destacou-se com maior produtividade, tendo uma representatividade de 20% no quadro de publicações do período (n = 7). Deste total, apenas 1 estudo investigou a saúde mental de docentes universitários, submetidos a condições laborais insalubres no contexto da pandemia de COVID-19 (MONTEIRO; SOUZA, 2020), evento que mudou a topografia do trabalho universitário, tornando-o remoto, e produzindo desafios para os quais os trabalhadores não foram preparados. Ainda é cedo para afirmar se a quantidade de investigações sobre saúde mental desse público poderá ser ampliada com um possível interesse renovado na temática a partir deste evento. Estudos futuros poderão relatar o efeito da pandemia na relação entre saúde e trabalho, principalmente, os impactos causados nas relações profissionais e na saúde mental dos trabalhadores a longo prazo. No geral, apenas 35 publicações foram identificadas em pouco mais de uma década (distribuídas em públicos e amostras diferentes), conforme observado na tabela 2.
Ano | Nº de Publicações | % Publicações |
---|---|---|
2011 | 3 | 8,57 |
2012 | 1 | 2,86 |
2013 | 1 | 2,86 |
2014 | 3 | 8,57 |
2015 | 3 | 8,57 |
2016 | 2 | 5,71 |
2017 | 4 | 11,43 |
2018 | 4 | 11,43 |
2019 | 3 | 8,57 |
2020 | 7 | 20,00 |
2021 | 4 | 11,43 |
Total | 35 | 100,00 |
Fonte: os autores, com base nos dados da pesquisa.
Tipo pesquisa | Método | Nº Publicações | % Método | % Tipo | |
---|---|---|---|---|---|
Empírica | Qualitativo | 8 | 22,85 | 74,29 | |
Quantitativo | 16 | 45,71 | |||
Quanti/Qualitativa | 2 | 5,71 | |||
Teórica | Bibliográfico | 6 | 17,14 | 25,71 | |
Rev. Integrativa | 1 | 2,86 | |||
Rev. Sistemática | 1 | 2,86 | |||
Documental | 1 | 2,86 | |||
Total | 35 | 100 | 100,00 |
Fonte: os autores, com base nos dados da pesquisa.
A análise das características metodológicas permitiu identificar que 74,29% dos estudos foram empíricos (n = 26), sendo distribuídos da seguinte forma: 22,85% métodos qualitativos (n = 8), 45,71% quantitativos (n = 16) e apenas 5,71% com métodos do tipo misto (quali/quanti) (n = 2). A predominância da abordagem quantitativa nas pesquisas empíricas selecionadas foi resultante do tipo de objetivo traçado na maioria dos estudos, que priorizou o uso de instrumentos de medida para mais de uma variável que influencia o processo de saúde e doença no contexto de trabalho, além do interesse em amostras mais amplas e com maiores possibilidades de generalização. Silva, Russo e Oliveira (2018) ressaltam que no método quantitativo, o pesquisador faz uso de dados discretos, numéricos, analisando suas frequências e associações estatísticas de forma sistemática, permitindo uma exploração mais objetiva do fenômeno estudado. As pesquisas teóricas não tiveram tanta expressividade, alcançando 25,71% (n = 9), distribuídos em métodos distintos.
Região | Nº de IES | Nº de Publicações | % Publicações |
---|---|---|---|
Norte | 198 | 2 | 7,69 |
Nordeste | 600 | 7 | 26,92 |
Centro-oeste | 285 | 0 | 0,00 |
Sudeste | 1100 | 11 | 42,31 |
Sul | 391 | 6 | 23,08 |
Total | 2574 | 26 | 100,00 |
Fonte: os autores, com base nos dados da pesquisa.
Ao verificar a distribuição por região do país, apesar da relevância do tema e da presença de Instituições de Ensino Superior em todo território nacional, os resultados apontam que não há representatividade igualitária de estudos empíricos (n = 26) distribuídos por região. O centro-oeste não apresentou resultados de trabalhos empíricos publicados com este recorte, apesar da existência de 285 IES na região, credenciadas ao Ministério da Educação, conforme censo (Ano 2021), por abrangência geográfica, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2023). É sabido que as regiões brasileiras não apresentam realidades idênticas em termos de qualidade de vida, acesso a bens e serviços, níveis educacionais, investimentos públicos e cultura (MACEDO; PORTO, 2018). Nesse sentido, uma tendência regional nem sempre pode ser generalizada para outras áreas do território nacional. Por se tratar de contextos divergentes, a pesquisa sobre saúde mental na universidade merece ser ampliada regionalmente, principalmente no Norte e Centro-Oeste em que é bastante escassa ou inexistente, assegurando que realidades específicas de saúde mental sejam consideradas. De todo modo, com exceção do Sudeste, todas as regiões apresentaram menos de um estudo por ano no período analisado, justificando esforços de pesquisa na área.
Foram encontrados apenas 3,85% (n = 1) dos estudos que tenha reunido tanto instituições públicas quanto privadas para investigar a prevalência de síndrome de burnout em professores universitários (COSTA; GIL-MONTE; POSSOBON et al., 2013). Destaca-se que 88,46% (n = 23) dos estudos empíricos foram realizados em instituições públicas de ensino. Este resultado pode estar relacionado ao fato de a universidade pública possuir a pesquisa como parte de seu tripé (atividades de ensino, pesquisa e extensão), de modo que, ao investigar o fenômeno da saúde mental na academia, docentes, alunos e técnicos eventualmente utilizem a própria instituição como ambiente a ser investigado.
Com apenas 7,69% das pesquisas identificadas (n = 2), as instituições privadas dão conta de uma realidade complexa, por focarem, normalmente, no acúmulo de capital e em resultados concretos e mercadológicos, em detrimento do processo de trabalho e de ensino. Neste contexto, os profissionais parecem estar sujeitos a baixos salários, desvalorização da profissão, aumento da jornada de trabalho, instabilidade no emprego, precarização do trabalho, dentre outros elementos (FRIZZO; BOPSIN, 2017; GEMELLI; CLOSS, 2023; CUTRIM; LEDA, 2020; BIELSCHOWSKY, 2020), que diferenciam a rede privada das instituições públicas e requerem análise adicional no que tange às questões que envolvem a saúde do trabalhador. Há, portanto, lacunas na investigação científica para essa realidade específica.
Nas pesquisas de análises quantitativas, além de questionários sociodemográficos para caracterização das amostras, foram utilizados uma diversidade de instrumentos que apresentam evidências de validade para mensurar aspectos relacionados à saúde mental na universidade. Dentre os mais utilizados, destacam-se: o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) com uma frequência de 26,66% (n = 4) e o WHOQOL-bref, com 13,33% (n = 2).
O Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) foi desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde e objetiva avaliar a presença ou ausência de transtornos mentais. É um instrumento autoaplicável com escala dicotômica (sim ou não) para cada questão, sendo comumente utilizado em estudos brasileiros, especialmente, em grupos de trabalhadores (SANTOS et al., 2010).
O WHOQOL-bref é a versão abreviada do World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-100), composta por 26 questões. Duas delas são sobre a qualidade de vida no geral e as outras 24 compõem quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente (FLECK; LOUZADA; XAVIER et al., 2000). As respostas são oferecidas em escala Likert de 1 a 5, em que uma maior pontuação reflete maior índice da qualidade de vida.
O recorte temático dos artigos selecionados também foi um ponto examinado por esta revisão sistemática. Os eixos temáticos foram tabulados e analisados conforme frequência em que foram apresentados nas 35 publicações, disponibilizado pela tabela 5, bem como nuvem de palavras, gerada pela plataforma Word It Out e ilustrado na Figura 3.
Temas | Nº de Publicações | % Publicações |
---|---|---|
Produtividade | 05 | 14,29 |
Transtornos mentais comuns | 05 | 14,29 |
Sofrimento mental / Adoecimento mental | 04 | 11,43 |
Transtornos mentais severos | 03 | 8,57 |
Síndrome de burnout | 03 | 8,57 |
Contexto de Trabalho (precarização, riscos ocupacionais, fatores críticos) e saúde mental | 03 | 8,57 |
Assédio moral e Saúde mental | 02 | 5,71 |
Saúde mental na pandemia de Covid-19 | 02 | 5,71 |
Trabalho remoto e saúde mental na pandemia de Covid-19 | 2 | 5,71 |
Subjetividade e Trabalho | 01 | 2,86 |
LER\DORT e Saúde mental | 01 | 2,86 |
Intervenção em saúde mental | 01 | 2,86 |
Estado de humor do trabalhador | 01 | 2,86 |
Sono e qualidade de vida | 01 | 2,86 |
Capacidade para o trabalho por estilo de vida e perfil do trabalhador | 01 | 2,86 |
Total | 35 | 100,00 |
Fonte: os autores, com base nos dados da pesquisa.
A nuvem de palavras é uma ferramenta visual que permite identificar e destacar com que frequência as palavras foram apresentadas no texto analisado. Quanto mais vezes for citada, maior e mais forte será a sua grafia na representação gráfica resultante da análise do software (DEMO; COSTA; COURA et al., 2020). Em relação aos artigos selecionados, observa-se que os assuntos mais discutidos foram Produtividade e Transtornos Mentais Comuns, com uma frequência de 14,29% das publicações respectivamente, seguidos de: Outros transtornos mentais, Síndrome de burnout e contexto de trabalho e saúde mental, ambos com 8,57% de frequência. Os demais termos foram citados pelo menos uma única vez.
A nuvem de palavras sinaliza que as pesquisas sobre saúde mental, no contexto de trabalho das IES, têm enfatizado temas voltados para o diagnóstico do adoecimento psíquico, em detrimento de abordagens com foco na promoção de bem-estar e saúde mental dos trabalhadores. Esse achado é relevante por indicar uma escassez de pesquisas que ofereçam como resultado propostas de programas e intervenções em saúde mental do servidor, com foco preventivo e/ou interventivo, em nível institucional, para além das recomendações por intervenções clínicas individualizadas.
No serviço público federal, por exemplo, a portaria nº 1.261 da Secretaria de Recursos Humanos (SRH), de 04 de maio de 2010, estabelece um conjunto de parâmetros e diretrizes para nortear a elaboração de projetos voltados à saúde mental, instrumentalizando profissionais da área, bem como unidades de gestão de pessoas (BRASIL, 2010). No entanto, nos últimos dez anos, a presente revisão encontrou apenas um estudo direcionado a projeto de saúde mental para os trabalhadores das instituições de ensino superior (TELLES; KLEIN; RIBEIRO et al., 2019). Este cenário demonstra a necessidade de maior esforço de promoção e publicização de pesquisas conduzidas por instituições de ensino e/ou pesquisadores independentes para promoção da saúde do trabalhador universitário, envolvendo ações, projetos ou programas voltados à melhoria das condições e das relações de trabalho, formação qualificada e desenvolvimento de competências profissionais para o enfrentamento de situações que possam produzir riscos à saúde.
Os temas mais abordados nas publicações analisadas, conforme sinalizado na tabela 5 e na nuvem de palavras, serão brevemente discutidos a seguir. Dos assuntos pesquisados, destaca-se a produtividade. Muito utilizado na indústria de transformação de bens, este termo é visto como uma métrica de eficiência da produção e tem sido adotado como ferramenta organizacional para atingir resultados, frequentemente, sem avaliar o impacto desse modelo produtivo para a qualidade e natureza do serviço ou bem produzido. Este fenômeno também tem sido adotado no ambiente acadêmico como uma medida para avaliar o desempenho do trabalhador através de disciplinas ofertadas, número de processos encaminhados, quantidade de publicações, etc., desconsiderando a natureza do serviço acadêmico (MATTOS; SCHLINDWEIN, 2015), que tem como característica central a aprendizagem e a aquisição de um domínio técnico, crítico e reflexivo que demandam um ritmo e tempo próprios.
As publicações que tratam da produtividade no contexto acadêmico percorreram caminhos distintos para demonstrar que a organização do trabalho tem consequências sobre a saúde mental dos servidores. Esta não está relacionada apenas a divisão de tarefas, mas também é uma divisão social, que organiza vigilância, controle, ordens e hierarquias (DEJOURS, 2012). Mattos e Schlindwein (2015) identificaram que a adoção de novas tecnologias e estabelecimento de metas focadas em resultados, bem como instrumentos avaliativos que valorizam exclusivamente a produtividade acadêmica exercem um nível de pressão que pode trazer risco à saúde dos profissionais (CASSANDRE, 2011). Frente a natureza do trabalho numa instituição de ensino, que requer maior esforço cognitivo, esta forma de organização também gera maior desgaste para a realização das atividades e manutenção de níveis elevados de desempenho, realidade geradora de sofrimento psíquico e de adoecimento da classe trabalhadora (BERNARDO, 2014; LEITE, 2017).
Dejours (2012) discute que a organização do trabalho sofreu mudanças ao longo dos anos, com a introdução de novos instrumentos no modelo de gestão, a exemplo de avaliação de desempenho e flexibilidade de contratação. No serviço público, tais mudanças foram influenciadas por movimentos reformistas como a filosofia de gestão conhecida como new public management, que orientou a introdução de práticas gestoras oriundas da iniciativa privada, com vistas a alcançar melhor eficiência e eficácia a partir da redução das diferenças entre público e o privado (LAPUENTE; VAN DE WALLE, 2020), o que nem sempre impactou de maneira positiva a organização ou os trabalhadores. No caso das IES, por exemplo, ao longo dos anos, movimentos políticos e processos de gestão têm produzido incertezas sobre o futuro das Universidades, a partir da adoção de políticas como privatizações, desinvestimento financeiro, enxugamento da força de trabalho, flexibilização, terceirização, desregulamentação trabalhista e redução do papel do Estado.
Outra temática muito evidenciada no material analisado foi a de Transtornos Mentais Comuns (TMC), referindo-se à situação de saúde do indivíduo, que não preenche critérios formais suficientes para diagnósticos de transtornos depressivos e/ou de transtornos de ansiedade, segundo as classificações do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - 5ª edição - DSM 5 e da Classificação Internacional de Doenças - 11ª revisão - CID-11 (SANTOS; ALVES; GOLDBAUM et al., 2019).
O TMC é caracterizado por estados depressivos/ansiosos, sintomas somáticos, fadiga, problemas com o sono, irritabilidade, dificuldade de memorização e concentração, manifestando-se como um misto de sintomas ansiosos, depressivos e somáticos (MOTA; SILVA; AMORIM, 2020). A pesquisa destes autores, realizada com trabalhadores acadêmicos, ocupou-se de analisar a relação entre o adoecimento psíquico e a atividade de trabalho, a prevalência de transtornos mentais comuns e os afastamentos do trabalho por motivos de adoecimento psíquico, tendo identificado o quantitativo de 37% destes transtornos entre os trabalhadores técnico-administrativos. Outro estudo (FERREIRA; SILVEIRA; SÁ et al., 2015) avaliou a associação entre TMC e estressores no trabalho em docentes da área da saúde, sinalizando a presença de problemas dessa natureza em 19,5% dos participantes. Na investigação conduzida por Campos, Véras e Araújo (2020), estimou-se a prevalência de 29,9% de transtornos mentais em docentes de uma IES pública.
Alguns dos estudos encontrados nesta revisão objetivaram investigar a prevalência desses transtornos em trabalhadores acadêmicos. Logo, considerando que os resultados encontrados apontam para uma situação geral preocupante no que se refere à saúde de trabalhadores universitários, há boas razões para a realização de novos estudos que contemplem possíveis especificidades de cargos ocupados nas universidades e as diversas regiões do país, bem como particularidades de instituições públicas e privadas. Informações direcionadas favorecem intervenções mais eficientes e focadas em cada realidade.
Das diversas condições que podem acometer a saúde mental de um indivíduo, uma em particular é conhecida por descrever o adoecimento gerado especificamente na relação com o contexto laboral – a Síndrome de burnout (SB). Esta é compreendida como uma resposta patológica ao estresse crônico relacionado ao trabalho (PRADO; BASTIANINI; CAVALLERI et al., 2017), sendo constituída por três fatores: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional. A exaustão emocional envolve falta de entusiasmo e sentimento de esgotamento; na despersonalização, o trabalhador passa a se distanciar de sua função, dos colegas e da organização; enquanto na baixa realização, a pessoa sente insatisfação com seu desempenho e desenvolvimento na carreira (MENEZES; ALVES; ARAÚJO NETO et al., 2017).
O trabalho como fator determinante da condição de saúde foi o objeto de investigação de alguns estudos selecionados na revisão. Costa, Gil-Monte e Possodon et al. (2013) analisaram a prevalência da Síndrome de burnout em professores universitários e os resultados apontaram que 11,2% dos docentes investigados possuíam perfil compatível com o diagnóstico. Menezes, Alves e Araújo Neto et al. (2017) avaliaram fatores de risco para a síndrome em docentes do nível superior e os achados demonstraram que 54% dos professores encontravam-se no nível intermediário de risco (41 a 60 pontos), que determina a fase inicial do burnout. A revisão integrativa de Ferreira e Pezuc (2021) investigou sobre a abordagem da exaustão física e emocional que caracterizam a síndrome de burnout em professores universitários, evidenciando fatores precursores do adoecimento, como ambiente de alta pressão, cultura e política organizacional, baixos salários, perspectiva duvidosa quanto ao crescimento profissional, excesso de carga horária, instabilidade de disciplinas e desinteresse de estudantes.
Observa-se que os artigos identificados que investigaram síndrome de burnout foram conduzidos exclusivamente com a categoria docente, o que torna evidente a carência de estudos que investiguem esse fenômeno entre os técnicos administrativos, profissionais também inseridos no ambiente acadêmico, com desafios próprios, e expostos a condições que podem trazer risco a sua saúde.
Outro tema em destaque na revisão foi relacionado aos demais transtornos mentais, de maior gravidade, caracterizados por perturbações clinicamente significativas na cognição, na regulação emocional ou no comportamento dos indivíduos, estando frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade significativa que afeta as atividades da vida no geral, incluindo aquelas realizadas no âmbito profissional (APA, 2014).
Bastos, Silva Júnior, Domingos et al. (2018) descreveram os afastamentos dos servidores de um instituto federal por transtornos mentais mais graves, tendo encontrado que 3% dos funcionários foram afastados de suas atividades por dificuldades dessa natureza. Com o objetivo de verificar como as pessoas compreendem esse tema, Cândido, Oliveira, Monteiro et al. (2012) investigaram o estigma manifesto nos discursos de um grupo de servidores de uma instituição de ensino superior sobre transtorno mental, identificando que não havia definição clara sobre o assunto, embora apresente uma relação, socialmente construída, entre preconceito e sofrimento psíquico. Já o estudo de Batista, Carlotto e Oliveira et al. (2015) buscou identificar os transtornos mentais que mais provocavam afastamento de docentes em uma IES, evidenciando que a depressão foi responsável por 53% dos afastamentos de professores, a esquizofrenia (12%), o transtorno bipolar (10%), a reação aguda ao estresse (8%), a ansiedade (7%), os transtornos delirantes (4%) e outros (8%). Indica-se a necessidade de novas pesquisas que investiguem a prevalência de transtornos mentais em servidores universitários, quais fatores de risco associados ao trabalho podem contribuir para o desenvolvimento dos mesmos e quais estratégias de prevenção e tratamento podem ser desenvolvidas para este público.
Embora sejam dados expressivos que evidenciam problemas psíquicos que acometem servidores, é possível que eles ainda não reflitam a realidade, pois nem sempre o adoecimento é causa de afastamento das atividades laborais. Além disso, frequentemente, docentes e técnicos que se afastam de suas atividades ou continuam no exercício da profissão, mesmo com quadro de adoecimento mental, sobrecarregam outros colegas, que precisam assumir mais atribuições e, como efeito cascata, comprometem a qualidade dos processos administrativos e do ensino, pesquisa e extensão, além do impacto na saúde mental destes. Este cenário pode influenciar negativamente as vivências acadêmicas dos alunos, prejudicando, inclusive, a permanência do estudante no ensino superior até o fim do curso, inviabilizando, em muitos casos, a execução de qualidade da atividade-fim da IES (DHINGRA; KLONSKY; TAPOLA, 2019; LOPES et al., 2019).
Outros temas listados a partir do acesso ao material selecionado são pontuais e encontram-se dispersos ao longo dos anos, embora tratem sobre questões relevantes do processo de saúde e doença no contexto de trabalho, como por exemplo: sono e qualidade de vida, estado de humor do trabalhador, saúde mental na pandemia de Covid-19, capacidade para o trabalho por estilo de vida e perfil do trabalhador. A escassez de achados sobre essas temáticas revela a necessidade de investimentos de uma agenda de pesquisa na área, de modo a tornar mais robusto o conhecimento científico sobre essas pautas, favorecendo ações que possam minimizar o risco de adoecimento mental na universidade.
Para efeito comparativo sobre a condição de saúde mental no contexto acadêmico em outros países, a literatura internacional foi investigada, não tendo sido encontrado estudos sistemáticos sobre o assunto com o mesmo recorte e em período similar ao dessa investigação. No entanto, como uma importante contribuição sobre o tema, Kezar, DePaola e Scott (2019) trazem um vasto debate sobre o adoecimento mental de trabalhadores universitários em tempos neoliberais e de reestruturação laboral, em escala global, tendo como foco não exclusivo, mas predominante, a atividade docente. Os autores abrangem a precarização dos salários, a substituição de professores efetivos por um massivo contingente de docentes temporários, com remuneração inferior e sem as titulações devidas, debatendo os efeitos para a saúde metal dos trabalhadores (inseguranças, isolamento, burnout, sentimento de desvalor). Alertam para os problemas desse período em que parece haver, de forma crescente, um distanciamento entre funcionários e gestores universitários, estando estes últimos mais interessados em lucratividade do que na qualidade da educação.
Esta revisão sistemática permitiu identificar que as publicações sobre o tema saúde mental de servidores no contexto das IES têm sido disseminadas por revistas especializadas em diversos campos do conhecimento, tendo ao menos um trabalho publicado por área de concentração mencionada em cada periódico, conforme apresentado na tabela 6. A maior concentração das publicações está em periódicos com escopo de interesse amplo, como a área de ciências humanas e sociais (32%), ciências da saúde (26%) e multidisciplinar (17%), o que contempla um perfil variado de leitores e pesquisadores. Embora provavelmente os periódicos supracitados sejam acessíveis para estudiosos em educação, pode ser interessante reforçar a submissão de artigos sobre o tema em revistas especializadas nesta área, de modo a direcionar o problema enquanto um desafio para a educação superior, tendo em vista as consequências que os danos à saúde mental podem gerar para a IES (afastamentos, sobrecarga do quadro de pessoal remanescente, prejuízos ao processo de ensinoaprendizagem) e para os servidores, causando sofrimento, gastos com saúde e dificuldades laborais, pessoais, sociais e familiares (BARBOSA; AQUINO; ASMUS, 2022).
Área de concentração | Nº periódicos | % Publicações |
---|---|---|
Ciências da Saúde | 11 | 31,43% |
Enfermagem | 3 | 8,57% |
Medicina do Trabalho | 1 | 2,86% |
Saúde mental, álcool e drogas | 1 | 2,86% |
Ciências Humanas e Sociais | 10 | 28,57% |
Psicologia | 3 | 8,57% |
Educação e Psicologia | 1 | 2,86% |
Multidisciplinar | 5 | 14,29% |
Total | 35 | 100% |
Fonte: os autores, com base nos dados da pesquisa.
4 Considerações finais
O processo de expansão universitária implementado nos últimos anos, impactou não apenas na inclusão e ampliação de acesso aos estudantes no ensino superior, como também oportunizou o ingresso de novos trabalhadores para ampliar a oferta dos serviços educacionais (ANDRIOLA; ARAÚJO, 2021). No entanto, a ampliação da comunidade universitária não veio acompanhada de modelos de gestão focados nas vivências desses trabalhadores, de modo que a forma como o ambiente acadêmico tem sido organizado não raras vezes também afeta a rotina laboral, produzindo consequências para a saúde mental, conforme discussão já tratada acima.
Para melhor compreensão da questão da saúde mental na universidade, esta revisão sistemática integrou publicações de indexadores tanto de acesso aberto quanto de uso restrito, levando em conta o período correspondido entre os anos de 2011 a 2021. O resultado desta busca identificou apenas 35 publicações com o recorte temático de interesse em periódicos científicos de qualidade. Optou-se pela análise de publicações que passaram pela avaliação de pareceristas, na modalidade duplo-cego, de modo a assegurar a confiabilidade do material. Naturalmente, existem outras formas de produção do conhecimento, disponibilizadas em livros, teses e dissertações, sendo possível ampliar o escopo de análise em revisões futuras.
Após tabulação dos dados, verificou-se que os assuntos mais abordados que afetam os servidores de IES em suas condições de saúde mental estão relacionados à produtividade, aos transtornos mentais comuns e severos, além da Síndrome de Burnout. São temas relevantes que perturbam negativamente a vida dos trabalhadores, justificando o interesse de pesquisadores. No entanto, a saúde mental é um tema amplo, fazendo-se necessário que outras abordagens e conteúdos ligados à questão sejam investigados, principalmente, aqueles voltados à promoção do bem-estar e da qualidade de vida destes profissionais.
Por último, notou-se que a maioria dos estudos foi realizada com docentes, havendo pouco espaço para investigações com técnicos-administrativos. Adicionalmente, outros achados importantes foram observados, com ênfase para o ano de 2020, que apresentou maior produtividade sobre o tema analisado. As publicações foram concentradas em periódicos da área de ciências da saúde. A região sudeste teve maior concentração dos estudos empíricos, os quais foram realizados quase que integralmente em instituições públicas de ensino superior, com destaque para métodos quantitativos.
O tema saúde mental na universidade é amplo e relevante para a comunidade acadêmica. Logo, ampliar o escopo de pesquisa para preencher as lacunas observadas é um desafio a ser empreendido em investigações futuras. Além disso, uma melhor compreensão sobre o fenômeno permite a elaboração de ações, projetos ou programas que tenham potencial para acolher as demandas dos trabalhadores.