SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.47 número3Dispositivo com câmera para treinamento de intubação orotraqueal: possibilidade de ensino médico em período pandêmicoWorked example como método de ensino da ausculta cardíaca pediátrica para estudantes de Medicina índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Compartir


Revista Brasileira de Educação Médica

versión impresa ISSN 0100-5502versión On-line ISSN 1981-5271

Resumen

LEAL, Iracynetta Passos de Sousa et al. Violência sexual contra mulheres estudantes em escolas médicas. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2023, vol.47, n.3, e106.  Epub 30-Ago-2023. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v47.3-2022-0325.

Introdução:

No mundo todo, a violência sexual é um evento prevalente contra mulheres estudantes de Medicina. A exposição ao toque, o contato físico e as incitações sexuais inoportunas podem ocorrer em vários ambientes da educação e da prática médica.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivo analisar a violência sexual contra mulheres estudantes em escolas médicas.

Método:

Trata-se de estudo transversal realizado com 211 alunas de oito escolas médicas do Piauí, entrevistadas entre maio e novembro de 2021. Utilizou-se questionário on-line com perguntas sobre características sociodemográficas, informações da instituição e do curso, e aspectos relacionados à violência sexual no âmbito universitário. Realizou-se análise multivariada por regressão logística múltipla, com cálculo de odds ratios ajustadas (ORaj) e intervalos de confiança de 95% (IC95%).

Resultado:

Mais da metade (55%) das estudantes relatou algum tipo de violência sexual durante o curso de Medicina, mais frequentemente como evento único (69,3%). Comentários sexistas ou sexualmente degradantes (87,8%), ocorridos em ambientes de prática (55,3%), no primeiro e segundo anos do curso (65,8%) e em disciplinas do ciclo básico (63,0%) foram mais frequentes. O perfil majoritário dos agressores é representado por homens (99,0%), com mais de 40 anos (60,4%) e professores (59,3%). A violência sexual resultou em sofrimento emocional (47,3%) e queda da produtividade/qualidade do estudo (25%), porém a maioria não realizou denúncia (92,9%). Houve maior chance de violência sexual contra estudantes que se autodeclararam bissexuais (ORaj =3,87; IC95% 1,20-12,48) e de instituições de ensino públicas (ORaj = 3,12; IC95% 1,67-5,82).

Conclusão:

A prevalência de violência sexual durante o ensino médico foi elevada, revelada principalmente sob a forma de assédio sexual. Orientação sexual e características da instituição de ensino se associaram com a violência sexual. Os achados estimulam ações para prevenir e mitigar essa grave questão durante o ensino médico.

Palabras clave : Violência Sexual; Assédio Sexual; Violência de Gênero; Estudantes de Medicina.

        · resumen en Inglés     · texto en Portugués     · Portugués ( pdf )