Introdução
A gestão da qualidade tem sido aplicada por organizações industriais e manufatureiras, mas também naquelas com necessidade de auto aperfeiçoamento e, por isso, vem despertando o interesse no campo da educação (Militaru et al., 2013). A educação, cada vez mais, caracteriza-se como um serviço com clientes variados, que requerem satisfação e custo-benefício (Sahney et al., 2008; Baltaru; Soysal, 2018).
Deste modo, a gestão da qualidade na educação tornou-se um valor agregado que deve permanecer em contínua evolução (Ciurea; Nedelcu, 2014; Baltaru; Soysal, 2018), possibilitando que as instituições de ensino melhorem seus resultados. Neste contexto, metodologias e ferramentas de gestão de qualidade vem sendo aplicadas nas instituições de ensino superior para auxiliar na reestruturação de seus processos internos, gerando maior satisfação dos clientes, melhor gestão dos recursos, da produtividade, do monitoramento de desempenho e a identificação e resolução de falhas (Barirohmah; Subiyantoro, 2021).
Muitos estudos estão sendo realizados, com vistas a compreender a própria conceituação, avaliação e medição da qualidade na educação (Ferronato, 2017; Makhoul, 2019; Kumar et al., 2020; Vieira et al., 2022). No mundo, em especial, Estados Unidos e Europa, esforços vêm sendo realizados na implantação da gestão da qualidade na educação (Pereira et al., 2015; Barirohmah; Subiyantoro, 2021). Contudo, além de ocorrer de forma tímida, observa-se a ausência de seu reconhecimento, sua auditoria e sua certificação com ISO9001: 2015.
No Brasil, no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, não existe IES, seja pública ou privada, com certificação pela ISO9001: 2015 e, dentre as 2.364 IES do país, apenas sete são certificadas. Em Minas Gerais, a única IES com esta certificação é a deste estudo em questão: a Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais.
A mudança globalizada, a demanda por uma força de trabalho mais qualificada e a necessidade de aplicar padrões universais de educação de qualidade (Jumasheva et al., 2018; Fernandes, 2020), impuseram padrões nas instituições de ensino, consolidando a qualidade educacional como um assunto de relevância mundial (Thonhauser; Passmore, 2006). No entanto, existe uma lacuna na literatura acerca do relato de experiência de IES com certificação ISO9001: 2015, a respeito de seus resultados por meio da implementação da gestão da qualidade na educação.
Assim, este estudo tem por objetivo relatar a experiência de utilização do sistema de gestão da qualidade no planejamento e na execução de um plano de ação num curso de Fisioterapia de uma IES privada brasileira com certificação ISO9001.
Referencial teórico
Embora a gestão da qualidade tenha se tornado popular nos anos 1980 e 1990, as empresas do século 21 ainda estão lutando com o conceito. Um estudo recente confirma que é possível criar um ambiente de excelente qualidade por meio de uma cultura na qual cada funcionário deve ter paixão por agregar valor, em vez de simplesmente seguir técnicas baseadas em regras, como ferramentas de controle de qualidade ou imitar os melhores procedimentos e práticas. Criar paixão, por meio da ênfase na liderança, credibilidade da mensagem, envolvimento dos pares, propriedade dos funcionários e autonomia pode reduzir substancialmente o custo da má qualidade e o custo total das iniciativas de qualidade (Srinivasan; Kurey, 2014).
Método PDCA
Para que ocorra a gestão da qualidade, é importante o uso de ferramentas como o ciclo PDCA (Darmawan et al., 2018). O PDCA é uma metodologia de manufatura enxuta que foi desenvolvida em 1930, quando não havia mais produtos exclusivos e uma gestão da qualidade com foco na competitividade levantada no mercado global (Strotmann et al., 2017; Souza, 2016). Segundo vários autores, o criador do ciclo PDCA original foi um estatístico americano chamado Walter A. Shewhart (Souza, 2016; Silva et al., 2017). No entanto, foi William Edward Deming quem, na década de 1950, desenvolveu esse método que, hoje, é um dos mais conhecidos e aplicados mundialmente. Em seus primórdios, o ciclo PDCA foi utilizado como ferramenta para o controle de qualidade dos produtos (Silva et al., 2017sa et al., 2012). No entanto, foi destacado como um método que permitiu desenvolver melhorias no processo em nível organizacional (Silva et al., 2017; Tajra et al., 2014; Sangpikul, 2017).
Atualmente, o ciclo PDCA caracteriza-se pela sua abordagem de melhoria contínua (Maruta, 2012) e é reconhecido como um programa lógico que permite melhorar as atividades (Tajra et al., 2014; Albuquerque, 2015). O PDCA é um sistema utilizado para a melhoria contínua de uma organização (Conceição et al., 2013; Schwagerman et al., 2013). Isto tem numa influência imediata e significativa na atividade organizacional (Barbosa et al., 2018; Dana, 2015; Santos et al., 2017; Bravi et al., 2019; Santos, 2019), onde os sistemas de gestão (Santos, 2014; Rebelo et al., 2015), nomeadamente a gestão da qualidade (Peldschus, 2009; Silva, 2019; Urban, 2009; Sá, 2020; Santos et al., 2013), bem como a gestão ambiental e sustentabilidade (Rebelo et al., 2014; Ribeiro, 2017; Bravi, 2020; Cordeiro, 2020; Zgodavova, 2020), desempenham um papel importante (Africano et al., 2019; Santos et al., 2011; Talapatra, 2019; Carvalho et al., 2020) na forma como os princípios da indústria 4.0 são implantados (Mohelska; Sokolova, 2018).
Vários autores afirmam que o ciclo PDCA é muito mais do que uma simples ferramenta de manufatura enxuta. Em vez disso, mencionam que o ciclo PDCA é uma filosofia de melhoria contínua de processos introduzida na cultura organizacional das empresas (Srinivasan; Kurey, 2014), que está focada na aprendizagem contínua e na criação de conhecimento (Sangpikul, 2017; Jones et al., 2010). É também um método de gerenciamento interativo de quatro etapas usado em negócios para o controle e melhoria contínua de processos e produtos.
A seguir, descreve-se os quatro estágios do ciclo PDCA (Gorenflo, 2010):
- Planejar: nesta fase são identificadas as oportunidades de melhorias e, posteriormente, são atribuídas prioridades a elas. Da mesma forma, a situação atual do processo a ser analisado é definida por meio de dados consistentes, as causas do problema são determinadas e possíveis soluções são propostas para resolvê-lo.
- Fazer: nesta fase, pretende-se implantar o plano de ação, selecionar e documentar as informações. Além disso, eventos inesperados, lições aprendidas e o conhecimento adquirido devem ser considerados. Esta é a fase de implantação em que as organizações executam os planos desenvolvidos para atingir as metas e objetivos.
- Checar: nesta etapa são analisados os resultados das ações implantadas na etapa anterior. É realizada uma comparação antes e depois, verificando se houve melhorias e se os objetivos estabelecidos foram alcançados. Para isso, podem ser utilizadas diversas ferramentas de suporte gráfico, como o gráfico de Pareto ou o diagrama de Ishikawa.
- Agir: esta fase consiste em desenvolver métodos visando a padronizar as melhorias, caso os objetivos tenham sido alcançados. Além disso, a prova é repetida para obter novos dados e testar novamente a melhoria - somente se os dados forem insuficientes ou as circunstâncias tiverem mudado -, ou o projeto é abandonado e um novo é iniciado desde a primeira etapa, no caso do projeto implantado as ações não produziram melhorias efetivas. Esta ação oferece a oportunidade para as organizações melhorarem. Uma vez que as melhorias tenham sido feitas, as organizações voltam à fase de planejamento para fazer os ajustes apropriados aos planos de ação.
De Sena et al., (202), mencionaram que a maioria dos sistemas de gestão possuem elementos comuns semelhantes e que o modelo de ciclo PDCA se tornou a base para desenvolver o sistema de gestão integrado. Dentro do ciclo PDCA, os elementos comuns incluem política; responsabilidade e autoridade; monitoramento, medição e análise; documentação, controle de documentos, controle operacional; auditoria interna, não conformidades, correção, ação corretiva e ação preventiva e análise crítica pela direção.
Metodologia 5W2H
Para realizar as etapas do ciclo PDCA de maneira eficaz, outras ferramentas da qualidade podem ser necessárias. Essas ferramentas da qualidade podem ajudar a analisar o problema e definir as ações a serem implantadas (Silva et al., 2017). Segundo diversos autores (Silva et al., 2017; Khanna et al., 2010), uma, dentre as ferramentas da qualidade mais utilizadas pelas empresas, e que servem de suporte ao ciclo PDCA, é o 5W2H.
A metodologia 5W2H, utilizada na etapa de planejamento de ações e tomada de decisão, baseia-se nas respostas a sete questões, que fornecem informações gerenciais por meio da definição de responsabilidades, métodos, prazos, objetivos e recursos associados.
O 5W2H representa a combinação das iniciais das seguintes perguntas: “O quê?”, “Por quê?”, “Quando?”, “Onde?”, “Quem?”, “Como?” e “Quanto?” Ao responder a essas perguntas, é possível realizar uma análise detalhada do processo, identificando as prioridades, esforços e recursos necessários para criar um plano de ação voltado para sua implementação (Junior, 2008). As ferramentas 5W2H já são utilizadas em outros contextos de gestão e fazem parte da estratégia de formação de pequenas empresas (Sebrae, 2017).
Sistema de gestão ISO9001
A maioria das organizações prefere implantar alguns sistemas ISO - International Organization for Standardization. Isso se deve ao fato de que os padrões do sistema de gestão ISO foram estabelecidos de acordo com os princípios comuns do ciclo PDCA e que fornece orientação na implantação e operação de um sistema de gestão (Darnall et al., 2008).
A estrutura ISO é um modelo baseado em processo que segue o ciclo PDCA. Esta estrutura foi escolhida devido à sua estrutura sustentável e comprovada eficácia no campo da gestão (Bernardo et al., 2015). A figura 1 mostra o modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processo da norma ABNT NBR ISO9001.
A ISO9001 é um sistema de gestão da qualidade com o intuito de garantir a otimização de processos, maior agilidade no desenvolvimento de produtos e produção mais ágil a fim de satisfazer os clientes e alcançar o sucesso sustentado concebido para empresas melhorarem seu desempenho.
Plataforma de gestão SigQuali
O SigQuali é uma plataforma ou software de gestão da informação que faz a integração de ferramentas aplicáveis a qualquer metodologia de gestão da qualidade, como ISO9001, ISO31000, ONA, Acreditação de Operadoras da ANS e normas internacionais (Sigquali, 2022).
Por ser uma importante fonte para a tomada de decisões, o SigQuali fornece informações consistentes e de simples interpretação, necessárias às atividades de planejamento, coordenação, monitoramento e implementação de ações de melhoria contínua. O SigQuali é um sistema de gestão da qualidade que descreve objetivos, fórmula de cálculo, periodicidade e meta estabelecida. É um software hospedado no datacenter da Amazon.com, fornecido pela IAG Saúde com a participação de médicos, enfermeiros e profissionais de tecnologia da Informação, especialistas nos processos de organizações de saúde.
Plano de ação
O plano de ação, também conhecido por plano de atividades ou plano de trabalho, é uma ferramenta utilizada para o planejamento e acompanhamento de atividades necessárias para atingimento de um resultado desejado ou resolução de um problema, contendo informações como objetivos, ações e responsáveis com suas respectivas datas de entregas. A utilização da ferramenta auxilia a trazer praticidade e organização ao processo de tomada de decisão.
Método
Trata-se de uma pesquisa descritiva, narrativa, do tipo relato de experiência, que foi realizado numa IES privada de Belo Horizonte/MG. Esta instituição recebeu a licença de funcionamento como Faculdade em 22 de janeiro de 1951 e foi credenciada em 30 de janeiro de 1951, por meio do decreto-lei n. 29.242, de 30 de janeiro. É a única IES privada em Minas Gerais com certificação ISO9001.
O relato da experiência se refere ao período de janeiro a novembro de 2021, período em que foi planejado e executado o plano de ação, mediante o Sistema de Gestão da Qualidade da Faculdade, visando a mitigar consequências da pandemia da Covid-19.
Este estudo teve como população os estudantes do curso de Fisioterapia. Os dados foram coletados do software SigQuali, no campo Ações e projetos, do plano de ação denominado Planejamento de oferta das disciplinas práticas do segundo semestre de 2020 para os alunos que não retornaram presencialmente em 2020.
Dentro do campo Ações e projetos do software SigQuali, há o campo Ação, em que as ações são planejadas e registradas, conforme a ferramenta 5W2H, garantindo a composição de maneira rápida e eficiente do plano de ação.
Os dados foram coletados do software de gestão SigQuali, que apresenta oito módulos integrados para auxiliar na gestão: 1) Indicadores: para monitorar o desempenho dos processos internos da instituição; 2) Análise crítica: para permitir o registro e avaliação de desempenho dos indicadores. 3) Ações e projetos: para permitir a elaboração de projetos estratégicos e de planos de ação corretivos ou preventivos. 4) Não conformidade: para relatar e acompanhar não conformidades Assistenciais e Administrativas. 5) Documentos: para criação de uma biblioteca virtual dos documentos da instituição com acesso controlado conforme perfil do usuário. 6) Gestão de riscos: para permitir a gestão de riscos da organização, com base na ISO31000: 2009, sendo aplicável nos processos e nas estratégias organizacionais. 7) Estratégias e painéis de controle: para facilitar a mensuração e o progresso das metas institucionais por meio do Balanced ScoreCard. 8) Mapas de processo: para garantir a interação entre os fornecedores e clientes da instituição e alinhar indicadores e documentações estratégicas. Os resultados foram transcritos do software SigQuali e analisados.
Resultados
O plano de ação de oferta das disciplinas práticas do segundo semestre de 2020, para os alunos que não retornaram presencialmente, teve por objetivo planejar a oferta das disciplinas práticas para os alunos que optaram por não as cursar na época da pandemia. As aulas dos cursos da Faculdade foram suspensas no dia 16 de março de 2020, conforme portaria n. 1/2020. Seguindo a portaria MEC n. 343, de 17 de março de 2020, que dispôs sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durasse a situação de pandemia, as aulas teóricas foram organizadas para serem ministradas por meio remoto.
No que diz respeito às atividades práticas assistenciais e laboratoriais, com o intuito de viabilizá-las, a mantenedora da Faculdade se organizou de forma a oferecer aos professores, aos alunos e à equipe técnico-administrativa o equipamento de proteção individual - EPI -, sob orientação dos seus serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, conforme recomendação do Ministério da Saúde. Os EPIs englobaram luvas de procedimento, máscara de proteção facial descartável, máscara de proteção facial N95, protetor facial face Shields, óculos de proteção e segurança incolor, avental descartável com manga longa e touca descartável em TNT.
Alguns alunos que naquele momento da pandemia, cujo conhecimento sobre Covid-19 ainda era escasso, não se sentiram confortáveis com o retorno presencialmente para realização das aulas práticas, tiveram a opção de cursá-las posteriormente.
Um plano de ação foi aberto no dia 16 de fevereiro de 2021, sendo composto por nove ações, tendo por objetivo planejar a oferta das disciplinas práticas para os alunos que optaram por não as cursar na época da pandemia, no ano de 2020. No entanto, foi necessária incluir uma nova ação para este plano de ação, sendo ela a de Atualização das datas de início das disciplinas práticas no modelo presencial, uma vez que houve, novamente, a suspensão, pela Secretária Municipal de Saúde, entre abril e maio de 2021, da realização de aulas no modelo presencial. Assim, o plano de ação teve ao todo dez ações a serem executadas. No quadro 1, descreve-se as dez ações propostas e os itens: 1) Ação; 2) Por quê; 3) Como; 4) Risco, que foram utilizados para planejamento e tomada de decisão. O responsável por todas as ações era o coordenador do curso.
A partir deste estudo, foi possível descrever o indicador de desempenho para controle e garantia da qualidade denominado Horários entregues, que necessitava de melhoria, cujas propriedades são: 1) Quem lança o dado: Secretaria Acadêmica; 2) Quem analisa: coordenador de curso; 3) Periodicidade: semestral; 4) Fonte de coleta de dados: relatório de enturmação de alunos; 5) Prazo limite para lançamento: 20 dias antes do início do semestre letivo; 6) Critérios para cálculo do indicador: entrega do horário, locação, professores e complementação de carga horária; 7) Meta: 100%.
No total, onze disciplinas práticas precisaram de planejamento de reposição de carga horária. A carga horária a ser reposta variou ente 10h e 40h, com média de 26h. Em relação ao número de alunos, as turmas variaram entre cinco e 16 alunos, com média de oito alunos por disciplina. Quanto ao horário de reposição, sete disciplinas foram repostas no horário da tarde, duas à noite e duas junto com a turma regular. Nove professores foram recrutados e seis laboratórios foram utilizados para as reposições.
Os resultados demonstraram o cumprimento bem-sucedido do plano de ação, nos prazos estabelecidos, de forma organizada por meio de planejamento e controle de ações e atividades necessárias para a conquista de seus objetivos.
Ação / o quê | Por quê | Como | Risco | Prazo inicial | Prazo final | Análise |
Verificar quais e quantas disciplinas precisam ser ofertadas; | Para fazer um levantamento e verificar o tamanho do problema a ser solucionado | Verificar junto ao controle acadêmico e por meio de planilha previamente preenchida pela coordenação passada | Não identificar uma disciplina que precisa ser ofertada | 18/02/2021 | 23/02/2021 | Práticas com CH pendente da 1ª Série: |
1° semestre: -PSC I; -Anatomia I; -Citologia e Histologia; -Treinamento de Habilidades; | ||||||
2°semestre: -Anatomia II e Anatomia de Superfície. | ||||||
Práticas com CH pendente da 2a Série: | ||||||
-Fisiologia; -Patologia geral; -Cinesiologia. | ||||||
Práticas com CH pendente da 3a Série: | ||||||
Fazer o levantamento da CH faltante para cada disciplina | Para oferecer apenas a CH faltante e não a CH total. | Verificar junto a secretaria acadêmica | Identificar a CH faltante errada | 18/02/2021 | 23/02/2021 | Práticas com CH pendente da 1a Série: |
1° semestre: -PSC I (16hs); -Anatomia I (40hs); -Citologia e Histologia (16hs); -Treinamento de Habilidades (30hs); | ||||||
2°semestre: -Anatomia 2 (40hs) e Anatomia de Superfície (40hs). | ||||||
Práticas com CH pendente da 2a Série: | ||||||
-Fisiologia (18hs); -Patologia geral (14hs); -Cinesiologia (28hs). | ||||||
Práticas com CH pendente da 3a Série: | ||||||
Identificar o número de alunos que precisam cursar a CH horário faltante por disciplina | Para oferecer a CH faltante da disciplina prática para todos os alunos | Verificar junto à secretaria acadêmica | Não identificar todos os alunos | 18/02/2021 | 02/03/2021 | Práticas com CH pendente da 1a Série: |
1° semestre: -PSC I (16hs / 5 alunos); -Anatomia I (40hs / 11 alunos); -Citologia e Histologia (16hs / 10 alunos); -Treinamento de Habilidades (30hs/ 9 alunos); | ||||||
2°semestre: - Anatomia 2 (40hs / 5 alunos) e Anatomia de Superfície (40hs / 5 alunos). | ||||||
Práticas com CH pendente da 2a Série: | ||||||
-Fisiologia (18hs / 5 alunos); -Patologia geral (14hs / 5 alunos); -Cinesiologia (28hs / 5 alunos). | ||||||
Práticas com CH pendente da 3a Série: | ||||||
Verificar a disponibilidade de horário dos alunos | Para oferecer a CH faltante da disciplina prática num horário que todos os alunos tenham disponibilidade de cursar. | Verificar o quadro de horários e contatar o representante de turma | Verificar um horário que na verdade não atende a todos | 02/03/2021 | 05/03/2021 | Dias e Horários das Disciplinas foram acordados com todos os alunos: |
- Anatomia I: 2ª feira -13:30 às 17:05; | ||||||
- PSC I:4ª feira -13:30 às 17:05; | ||||||
- Citologia e histologia: 3ª feira - 19:00 às 20:40; | ||||||
Treinamento de habilidades: 6ª feira - 13:30 às 17:05; | ||||||
Recursos físicos: 5ª feira - 13:30 às 17:05; | ||||||
Recurso terapêuticos: 5ª feira - 13:30 às 17:05; | ||||||
Cinesiologia: 3ª feira - 13:30 às 17:05; | ||||||
Fisiologia: 6ª feira -13:30 às 17:05; | ||||||
Patologia geral: 4ª feira - 19:00 às 22:35. | ||||||
Verificar a disponibilidade de horário do professor e conciliar com a disponibilidade dos alunos | Para oferecer a disciplina para todos em turma única | Telefonar para os professores das disciplinas | O professor não ter disponibilidade que concilie com a disponibilidade dos alunos | 05/03/2021 | 09/03/2021 | Dias e Horários das Disciplinas, acordados com os Docentes: |
Anatomia I - (Prof. THC) 2ª feira -13:30 às 17:05; | ||||||
PSC I: (Profa. RVG) 4ª feira -13:30 às 17:05; | ||||||
Citologia e histologia: (Profa. EM) 3ª feira - 19:00 as 20:40; | ||||||
Treinamento de habilidades: (Profa. CS) 6ª feira - 13:30 as 17:05; | ||||||
Recursos físicos: (Profa. ACS) 5ª feira -13:30 às 17:05; | ||||||
Recurso terapêuticos: (Prof. LD) 5ª feira - 13:30 às 17:05; | ||||||
Cinesiologia: (Prof. GS) 3ª feira - 13:30 às 17:05; | ||||||
Fisiologia: (Profa. MC) 6ª feira -13:30 às 17:05; | ||||||
Patologia geral: (Profa. EM) 4ª feira -19:00 às 22:35. | ||||||
Verificar disponibilidade de sala de aula/laboratório no dia selecionado | Para verificar a viabilidade de oferecer a CH faltante da disciplina prática | Ligar para a coordenações de Laboratórios no caso de Laboratório ou para o Recursos didáticos, no caso de sala de aula | Não ter disponibilidade de laboratório ou sala de aula | 09/03/2021 | 15/03/2021 | Laboratórios respectivos de cada disciplina acordados com a Coordenação dos laboratórios das disciplinas básicas, Coordenação do Laboratório de simulação realística, Coordenação do Laboratório de Ciências do movimento e Recursos didáticos, conforme datas e horários acordados com alunos e professores: |
- Anatomia I /Lab. de anatomia; | ||||||
- PSC I / Laboratório de simulação realística; | ||||||
- Citologia e histologia /Lab. de micro; | ||||||
- TH /Laboratório de simulação realística; | ||||||
- Recursos físicos / Lab. de Ciências do movimento; | ||||||
- Recursos terapêuticos / Lab. de Ciências do movimento; | ||||||
- Cinesiologia / Lab. de Ciências do movimento; | ||||||
- Fisiologia / Lab. de fisiologia; | ||||||
- Patologia geral / Lab. multiuso. | ||||||
Solicitar autorização da diretoria | Para validação | Reunir com a diretoria | Não ser autorizado | 11/03/2021 | 15/03/2021 | Reunião com Diretoria para análise e autorização. |
Informar a coordenação de cursos/apoio administrativo da inclusão das disciplinas práticas | Para organização do horário de aula juntamente com o DP | Enviar um e-mail ou reunir | Não informar sobre a organização necessária | 15/03/2021 | 18/03/2021 | Reunião com o setor para alinhamento. |
Informar a secretaria acadêmica | Para inclusão da CH faltante da disciplina prática no sistema | Enviar ou e-mail ou reunir | Não informar a secretaria acadêmica do cadastro necessário | 18/03/2021 | 22/03/2021 | Reunião com o setor para alinhamento. |
Atualizar as datas de início das disciplinas, considerando liberação governamental das aulas presenciais práticas | Para reorganizar o início das aulas práticas presenciais que foi adiado com a paralisação, o início das práticas foi adiado e deverá ser reorganizado. | Por meio do planejamento de nova data de início após liberação das práticas em modelo presencial. | Demora para atualizar as datas de início das aulas, em decorrência da demora para liberação das práticas em modelo presencial. | 18/03/2021 | 28/03/2021 | As reposições das disciplinas práticas do 1° semestre de 2020, para os alunos que optaram pelo não retorno presencial, foram concluídas respeitando-se o calendário acadêmico do 1° semestre de 2021. |
Fonte: autores
Discussão
O plano de ação relatado permitiu organizar as reposições das disciplinas práticas do ano de 2020, conciliando-as com horários de alunos, de professores e de disponibilidade de laboratórios do calendário acadêmico de 2021. Assim, todos os alunos que optaram por não retornar às práticas em 2020, concluíram integralmente suas reposições com a finalização do plano de ação.
O plano de ação foi inicialmente constituído com nove ações. No entanto, houve a necessidade de inclusão de uma décima ação intitulada Atualização das datas de início das disciplinas práticas no modelo presencial, uma vez que a Secretária Municipal de Saúde de Belo Horizonte, mediante o ofício n. 128/2021, suspendeu a realização das atividades práticas a partir do dia 10 de março de 2021. O plano de ação também teve sua data de término prevista estendida, pois o ofício da Secretária Municipal de Saúde não definia a data de liberação para o retorno das aulas práticas, que são presenciais. Até a última semana do mês de abril de 2021, o retorno das mesmas já havia ocorrido em sua totalidade na IES deste estudo, não impactando na execução e finalização deste plano de ação.
Para uma tomada de decisão assertiva em cada etapa a ser executada, a metodologia 5W2H, com base nas etapas do ciclo PDCA, foi utilizada. Esta metodologia auxiliou a definir as ações a serem implantadas e permitiu analisar de forma detalhada o processo seguindo a ISO9001, que apresenta estrutura sustentável e de comprovada eficácia para gestão.
A plataforma SigQuali proporcionou, não apenas a inserção organizada de informações importantes, necessárias e de fácil interpretação para a execução do plano de ação, como também o registro deste processo bem-sucedido, que representa um aprendizado da IES frente aos novos desafios impostos pela pandemia do Covid-19.
Observa-se que cada vez mais as ferramentas de qualidade vêm sendo utilizadas na melhoria de processos de gestão na educação. Noda (2020) utilizou ferramentas da qualidade como o 5W2H para a avaliação dos dados qualitativos e quantitativos da CPA de uma IES privada e obtenção dos indicadores de maior impacto positivo e negativo e verificou que o uso das ferramentas adotadas permitiu a obtenção mais ordenada e objetiva das informações. Ruiz (2020) relatou sua experiência dentro de uma IES na elaboração conjunta, entre docentes e coordenação, de um plano de ação anual para auxiliar a gestão acadêmica e demonstrou seu impacto positivo na detecção precoce de problemas, de necessidade de redefinições de ações, de estimular uma abordagem cooperativa e de ajudar a ordenar ações individuais para esforço global. Sales (2020) narrou o processo de gerenciamento de uma IES através das ferramentas da qualidade, resultando em redução de gargalos operacionais padronização dos processos, otimização de tempo, redução de atividades desnecessárias e aumentando consideravelmente os níveis de qualidade.
Considerações finais
Este relato de experiência descreveu a vivência do curso de Fisioterapia de uma IES privada, que utilizou o plano de ação como ferramenta de gestão para organizar adequadamente as reposições das disciplinas práticas do ano letivo de 2020, conciliando horários de alunos, professores e disponibilidade de laboratórios, conforme atividades letivas do ano de 2021.
O cumprimento do plano de ação foi bem-sucedido e permitiu que todos os alunos que optaram por não retornar às práticas em 2020, repusessem suas aulas integralmente, no modelo presencial, respeitando-se a portaria MEC n. 343, de 17 de março de 2020. Trata-se de uma experiência relevante com potencial de contribuir com as conquistas dos objetivos de outras IES favorecendo o ensino de qualidade.