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Educação em Revista
versão impressa ISSN 0102-4698
Resumo
LOSURDO, Domenico. Hegel, a escola, a divisão do trabalho e a liberdade dos modernos. Educ. Rev. [online]. 2004, n.40, pp.29-60. ISSN 0102-4698.
O presente texto tem como ponto de partida a questão: seria Hegel um liberal? Para responder a ela confrontam-se os argumentos de pensadores de reconhecida tradição liberal e aqueles formulados por Hegel, com respeito à escola e ao seu papel nas tensões entre Estado e Igreja, estabilidade e mobilidade social, formação geral (aspiração a totalidade) e formação para o trabalho (confinamento ao particular). Sob o eco do princípio da obrigatoriedade da instrução, por parte dos teóricos da Restauração, Humboldt afirma que a instrução não está nos limites do Estado, mas ultrapassa o âmbito de sua atividade. Hegel, ao contrario, sustenta que a sociedade tem não somente o direito, mas também o dever de intervir no campo educativo. Sua enérgica reivindicação de um papel ativo do Estado na política escolar e também na determinação ou no controle dos conteúdos do ensino não nos remete a tradição liberal. Ao mesmo tempo, porém, sustentando a separação entre Igreja e Estado, Hegel defende a liberdade de consciência e de pensamento e, desse modo, expressa o melhor do liberalismo. Seria ele liberal? A análise das posições do reitor que reclama a melhoria das escolas elementares e teoriza sobre a obrigatoriedade da escola; do filosofo que denuncia o trabalho infantil nas fabricas; do professor que insiste sobre a ligação entre a cultura e profissão e que de si próprio, não hesita em dizer numa carta que tinha no estudo e no ensino da filosofia do seu emprego, o pão e a água não pode ser realizada com base em esquemas conceituais restritos e, sim, a partir da consideração dos problemas e das lutas do seu tempo. É esse o propósito deste artigo.
Palavras-chave : Escola Pública; Liberalismo; Educação e Trabalho.