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Revista Brasileira de Educação Médica
versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271
Resumo
ROCHA, Bárbara Aparecida da Silva Rego e TOLEDO JUNIOR, Antonio. Fatores Preditivos de Atraso na Graduação em um Curso De medicina: Estudo de Coorte Retrospectivo no Brasil, 2010-2016. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2020, vol.44, n.1, e001. Epub 14-Fev-2020. ISSN 1981-5271. https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.1-20190205.ing.
Introdução:
a formação do médico é um processo longo e dispendioso. Os processos de seleção são muito competitivos em todo o mundo, mas a aprovação não é garantia de sucesso acadêmico. Os cursos de Medicina são muito exigentes e estressantes, e alguns estudantes não são capazes de lidar adequadamente com esse novo cenário. Estima-se que 10%-15% dos estudantes de Medicina tenham alguma dificuldade em adaptar-se ao curso, o que pode levar ao insucesso acadêmico. A identificação de fatores preditivos de insucesso pode suportar a criação de mecanismos e estratégias para evitar o atraso ou abandono do curso. O objetivo deste estudo é identificar fatores preditivos de insucesso acadêmico em um curso de Medicina no Brasil.
Método:
estudo observacional retrospectivo foi realizado com todos os estudantes de Medicina que foram admitidos em uma escola médica privada em 2010 e 2011. O desfecho principal foi o sucesso acadêmico. Definiu-se o insucesso acadêmico como atraso na graduação ou abandono do curso (Grupo 1) e o sucesso acadêmico como graduação seis anos após o ingresso no curso (Grupo 2). Coletaram-se dados sociodemográficos e acadêmicos, além das notas no processo de admissão e nas disciplinas do primeiro semestre. Os alunos ingressantes no curso e aqueles aprovados no primeiro semestre (aprovados) foram analisados separadamente. Realizou-se análise descritiva e comparativa, regressão logística e análise de curva ROC. O nível de significância foi de 0,05.
Resultados:
312 alunos foram admitidos no período do estudo, mas dez foram excluídos por falta de informação. Dos 302 ingressante, 105 foram incluídos no Grupo 1 e 197 no Grupo 2. Trinta e dois alunos foram reprovados no primeiro semestre. Os 270 alunos aprovados no primeiro semestre foram divididos em Grupo 1 (n = 73) e Grupo 2 (n = 197). Entre os alunos ingressantes, notas baixas no processo de admissão estavam associadas à maior chance de insucesso acadêmico (pajustado = 0,012). Dos 270 alunos aprovados no primeiro semestre, o baixo desempenho acadêmico (média das notas do semestre) estava associado ao insucesso acadêmico (pajustado = 0,001).
Conclusões:
notas baixas no processo seletivo (alunos ingressantes) e o baixo desempenho acadêmico no primeiro semestre (alunos aprovados no primeiro semestre) foram fatores preditivos de insucesso acadêmico.
Palavras-chave : Fracasso Acadêmico; Desempenho Acadêmico; Brasil; Estudantes de Medicina; Fatores de Risco.