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Revista Brasileira de Educação Médica
versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271
Resumo
LUNA, Willian Fernandes et al. Identidade, Cuidado e Direitos: a Experiência das Rodas de Conversa sobre a Saúde dos Povos Indígenas. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2020, vol.44, n.2, e067. Epub 25-Maio-2020. ISSN 1981-5271. https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.2-20190309.ing.
Introdução:
Há uma fragilidade histórica na formação dos profissionais da atenção à saúde indígena no Brasil e reconhece-se o despertar da sensibilidade para situações de diálogo entre diferentes culturas como essencial nesse contexto. Assim, surge em 2016 o projeto de extensão “Rodas de Conversa sobre a Saúde dos Povos Indígenas”, criado numa parceria entre professores de Medicina e estudantes indígenas do Programa de Educação Tutorial Indígena - Ações em Saúde, da Universidade Federal de São Carlos.
Método:
Este é um relato sobre os três anos dessa experiência, tendo sido construído a partir de uma análise documental de abordagem qualitativa. Os objetivos foram resgatar os temas e conteúdos desenvolvidos e discutir as vivências, as perspectivas e os diálogos desse espaço de encontro. Ao longo do texto há descrição das atividades realizadas e reconhecimento de suas potencialidades e seus limites.
Resultados:
Com base nos círculos de cultura e instrumentos de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, os encontros trataram de temas relacionados à saúde indígena, aqui agrupados em três categorias: identidade, cuidado e direitos indígenas. O formato em rodas de conversa possibilitou a construção de saberes no campo da saúde indígena relacionados às diferentes culturas, às políticas de saúde específicas e às concepções do processo saúde-doença, propiciando aproximação inicial com o contexto de saúde indígena no Brasil. Adicionalmente, proporcionou um espaço com protagonismo indígena que ousou apontar para olhares inovadores sobre questões identitárias e compreensões de saúde, doença e processos de cura, levantando inclusive epistemologias intrínsecas a essas populações.
Conclusões:
A partir do diálogo entre diferentes atores, foi possível despertar o interesse dos participantes para especificidades étnico-culturais e dar visibilidade à presença dos indígenas na universidade. Além disso, pode ser um primeiro passo para a construção de disciplinas interdisciplinares optativas e a inserção da temática nos currículos de graduação na área da saúde.
Palavras-chave : Saúde Indígena; Educação em Saúde; Aprendizagem Ativa; Ensino; Estudantes Indígenas; Extensão Comunitária; Roda de Conversa.