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Educação e Filosofia
versão impressa ISSN 0102-6801versão On-line ISSN 1982-596X
Resumo
DANNER, Leno Francisco. Qual herança da modernidade? Uma crítica ao universalismo como critério normativo e projeto cosmopolita. Educação e Filosofia [online]. 2017, vol.31, n.62, pp.1191-1226. Epub 09-Mar-2021. ISSN 1982-596X. https://doi.org/10.14393/revedfil.issn.0102-6801.v31n62a2017-p1191a1226.
A cultura europeia moderna possui, na teoria da modernidade de Habermas, duas características especiais e correlatas, secularização das instituições e subjetividade reflexiva, que viabilizariam a constituição de processos de socialização-subjetivação não-etnocêntricos e não-egocêntricos, garantidores do universalismo e instauradores da democracia e dos direitos humanos como o seu cerne. Critico esta posição, acusando-a de apresentar uma cegueira histórico-sociológica e uma romantização do racionalismo que o idealiza e o separa dos processos colonizatórios desenvolvidos desde a Europa, pondo-o como independente em relação a eles, de modo a servir como paradigma avaliativo dos contextos particulares e base para um processo integrativo em nível cosmopolita. Defenderei que o universalismo epistemológico-moral, ao colocar a racionalização como a chave para a maturidade das culturas e para a realização de um projeto cosmopolita, leva diretamente à deslegitimação dos saberes e das práticas mítico-tradicionais, abrindo espaço à modernização travestida de colonização cultural e globalização econômica.
Palavras-chave : Habermas; Modernidade; Racionalismo; Universalismo; Herança.