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Childhood & Philosophy
versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987
Resumo
RAFFAINI, Patricia Tavares. A escrita compartilhada. Monteiro lobato, rãzinha e a reforma da natureza. child.philo [online]. 2018, vol.14, n.29, pp.93-107. ISSN 1984-5987. https://doi.org/10.12957/childphilo.2018.30623.
Monteiro Lobato ainda hoje é considerado um dos autores de literatura infanto-juvenil mais importante no Brasil. Durante as décadas de trinta e quarenta do século XX, quando ele era sem dúvida o autor mais lido e admirado pelas crianças, ele se correspondeu com inúmeros leitores de todo o país. Por meio das cartas percebemos vários aspectos de como a leitura era feita, o cotidiano das crianças e dos jovens, e suas opiniões sobre política. Porém, o que essa documentação nos mostra de mais interessante é a recepção da obra de Lobato pelo seu público leitor. Mais do que isso a epistolografia trocada com crianças e jovens nos revela como o autor construía sua obra em consonância com as reflexões que seus jovens leitores faziam, assim como frequentemente modificava suas narrativas em parte atendendo aos pedidos das crianças. Nesse artigo pretendemos analisar um conjunto de cartas específicas que o escritor recebeu de uma menina: Maria de Lurdes. A leitora se correspondeu com Lobato no início da década de 40 e em suas cartas encontramos inúmeras sugestões que foram incorporadas ao texto da obra Reforma da Natureza. As sugestões dadas foram tão importantes que o autor a transforma em uma personagem, e durante toda a narrativa ela e Emília se divertem modificando animais, plantas e insetos do Sítio do Picapau Amarelo.
Palavras-chave : história da leitura; literatura infanto-juvenil; Monteiro Lobato.