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Conjectura: Filosofia e Educação
versão impressa ISSN 0103-1457versão On-line ISSN 2178-4612
Resumo
DANNER, Leno Francisco. O surgimento da racionalidade: um ensaio filosófico. Conjectura: filos. e Educ. [online]. 2017, vol.22, n.1, pp.11-31. ISSN 2178-4612. https://doi.org/10.18226/21784612.v22.n1.02.
O artigo argumenta que a emergência, no Ocidente, da questão da racionalidade somente pode ser entendida em sua dinâmica e em sua evolução a partir da correlação entre instituição filosófica/teológica/científica e objetividade forte, no sentido de que tal objetividade forte apenas pode ser fundada por meio de uma práxis científica institucional, algo que o senso comum e as pessoas comuns não permitem e não podem fazer. O modelo platônico de instituição científica enquanto centralizando e monopolizando a fundamentação epistemológico-política, impondo-a diretamente ao senso comum e às pessoas comuns, está baseado na ideia de que a objetividade epistemológico-moral forte é a condição normativa do sentido como um todo, é a condição para o enquadramento, a legitimação e o fomento social do conhecimento e da cultura válidos, novamente a partir da contraposição ao senso comum e às pessoas comuns. Aqui, a instituição científica adquire um papel de juiz e de guia em relação à evolução social como um todo. O argumento central do artigo consiste em que tal ligação platônica entre instituição científica e racionalidade (ou objetividade epistemológico-moral enquanto produto da instituição científica) deve ser desconstruída em favor do senso comum e das pessoas comuns, isto é, em favor da democracia como base da fundamentação epistemológico-moral, o que significa, como consequência, o enfraquecimento e mesmo o abandono institucionais daquele auto-entendimento platônico que liga instituição científica e objetividade.
Palavras-chave : Racionalidade; Cientificismo; Fundamentação; Objetividade; Democracia.