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Conjectura: Filosofia e Educação

versão impressa ISSN 0103-1457versão On-line ISSN 2178-4612

Resumo

LOURENCO, Ana Paula Nascimento; HALISKI, Antônio Marcio  e  BAPTISTELLA, Rogério. A descolonização do pensamento e a perspectiva em Ciência, Tecnologia e Sociedade. Conjectura: filos. e Educ. [online]. 2021, vol.26, e021017.  Epub 10-Mar-2024. ISSN 2178-4612.  https://doi.org/10.18226/21784612.v26.e021017.

A filosofia e os filósofos ocidentais, desde sua gênese na Grécia Antiga, acreditavam que apenas os gregos possuíam epistemologias e racionalidades. As sociedades africanas, por exemplo, eram consideradas a-históricas e tinham sua contribuição na estruturação do conhecimento científico negada pelos filósofos ocidentais. Durante muitos séculos, essa ideia foi difundida ao redor do mundo, inclusive, durante o projeto de colonização das Américas. Assim, o objetivo deste artigo é compreender, através de uma revisão bibliográfica, como a falta de reconhecimento dos povos diásporos por parte da filosofia ocidental acarretou o silenciamento da filosofia africana, articulando os estudos em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) como aliados no processo de descolonização do conhecimento da sociedade brasileira. Com o intuito de deslocar o pensamento do eurocentrismo, nosso referencial teórico é composto por filósofos pós-coloniais e/ou descoloniais, como Dantas (2018), Ribeiro (2017), Fanon (1968), Quijano (2005, 2009), dentre outros, que, através de seus estudos, evidenciam a necessidade de libertação do colonialismo presente na diáspora. De início, apresentamos, brevemente, o berço da filosofia ocidental, destacando a ausência da filosofia africana em sua concepção, e as duas ferramentas desenvolvidas pelo eurocentrismo para este fim: o epistemicídio e a colonialidade. Na sequência, relacionamos o conceito de descolonização com os estudos em CTS, uma vez que ambos visam a romper os paradigmas estabelecidos pelo modelo predominante de ciência. Por fim, nas considerações, apontamos os desafios e as perspectivas da educação brasileira sobre o ensino de filosofia africana, através de uma visão afroperspectivista, indicando possíveis caminhos para uma descolonização do conhecimento em sociedades afrodiaspóricas. As investigações, estabelecidas no presente artigo, têm como ponto de discussão a importância do ensino de filosofia africana em países afrodiaspóricos, especialmente no Brasil. A principal intenção, aqui, é apontar horizontes que vão além da filosofia ocidental.

Palavras-chave : Filosofia africana; Ciência, Tecnologia e Sociedade; Afrodiaspórica.

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