SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.26Espólios filosóficos na Base Nacional Comum Curricular – Ensino Médio: a dimensão éticaReconhecimento, consenso, realização, dignidade e pessoa moral: algumas categorias importantes para o entendimento do agir ético e da vida ética segundo Lima Vaz índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Compartilhar


Conjectura: Filosofia e Educação

versão impressa ISSN 0103-1457versão On-line ISSN 2178-4612

Resumo

OLIVEIRA, Wanderley Cardoso  e  OLIVEIRA, Samara Almeida de. Embrutecimento ou emancipação: A relação entre professor e aluno em sala de aula a partir de diferentes enquadramentos. Conjectura: filos. e Educ. [online]. 2021, vol.26, e021034.  Epub 20-Mar-2024. ISSN 2178-4612.  https://doi.org/10.18226/21784612.v26.e021034.

Neste artigo, nosso objetivo é desenvolver o seguinte questionamento: Na relação entre professor e aluno em sala de aula, é possível, através do reconhecimento mútuo, romper com o princípio da desigualdade das inteligências, que produz o embrutecimento, em prol de uma educação para a emancipação? De início, principalmente, a partir de Judith Butler (EUA, 1956), descrevemos o processo de reconhecimento mútuo e buscamos mostrar que, tanto nas relações entre professor e aluno como em outras possíveis conjunturas, o reconhecimento mútuo ocorre mediante determinadas normas que condicionam os modos de reconhecimento. Em seguida, com Jacques Rancière (Argélia, 1940), focamos o princípio da desigualdade das inteligências que, de acordo com o filósofo franco-argelino, se faz presente como verdade inquestionável ou crença inabalável na relação entre mestre e aprendiz. Situada dentro do enquadramento da desigualdade das inteligências, a relação entre professor e aluno se configura em duplas polarizadas, de modo que temos, de um lado, o professor posto como sábio, sujeito ativo, explicador e capaz de usar sua própria inteligência; e, do outro, o aluno tido como ignorante, espectador passivo, incapaz de aprender por si mesmo e sempre dependente do mestre explicador. Em tais termos, o reconhecimento mútuo entre eles se torna impossível. Por fim, postulamos, ainda, a partir de Rancière, o princípio da igualdade das inteligências e ensaiamos a possibilidade de ruptura com o princípio da desigualdade das inteligências, em prol de uma educação comprometida, não com o embrutecimento e a submissão da inteligência do aprendiz àquele mestre, mas com a emancipação de ambos, compreendidos, daí por diante, como interatores, iguais em inteligência na sala de aula.

Palavras-chave : Reconhecimento; Enquadramento; Embrutecimento; Emancipação.

        · resumo em Inglês     · texto em Português     · Português ( pdf )