SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.27Interfaces da bioética global de Potter com a teoria da complexidade de Edgar Morin com vistas a novos saberes para a educação do futuroA espetacularização de si nas mídias sociais: o/a leitor/a-espetáculo e as pedagogias da visibilidade índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Compartilhar


Conjectura: Filosofia e Educação

versão impressa ISSN 0103-1457versão On-line ISSN 2178-4612

Resumo

MANZI, Ronaldo Filho. É possível eliminarmos a transferência no ensino?. Conjectura: filos. e Educ. [online]. 2022, vol.27, e022018.  Epub 10-Mar-2024. ISSN 2178-4612.  https://doi.org/10.18226/21784612.v27.e022018.

Este artigo visa contribuir no modo como pensamos a relação da psicanálise freudiana e a educação. Dentre os vários clássicos que lidam com essa questão, voltamo-nos ao livro de Catherine Millot, Freud anti-pédagogue, por este proporcionar uma visão ampla sobre nosso tema e ter uma conclusão polêmica: uma antinomia entre educar e analisar. Se isso for verdade, há como pensarmos em uma relação entre pedagogia e psicanálise? Millot nos diz que não pode haver uma pedagogia analítica no sentido de uma ciência da educação, considerando a referida ciência tal como se emprega o saber adquirido pela experiência psicanalítica sobre o inconsciente. Esse discurso bem articulado de Millot nos levou a crer (no meio acadêmico) que há um afastamento definitivo entre esses campos. Nossa questão aqui é: podemos pensar de outra forma? Para a presente reflexão, acompanhamos a posição de um pensador contemporâneo brasileiro: Rinaldo Voltolini, o qual argumenta que o problema da posição da psicanálise no campo educativo está voltado a um discurso de mestria. Pensaremos então sobre a impossibilidade do educar e o papel do ideal do eu na educação. Voltolini afirma que uma mestria é impossível. Em sua argumentação, mestria é entendida como uma maximização do efeito da educação sobre a criança em uma direção desejada. Em outras palavras: um direcionar-se a um ideal. Nesse sentido, podemos nos questionar: é possível, afinal, eliminarmos a transferência no ensino? Ou podemos nos utilizar da transferência no saber? Nossa conclusão se volta à ideia de que o educador trabalharia a partir de seu poder sugestivo; sabendo disso, ele pode se servir de tal poder na educação.

Palavras-chave : Psicanálise; Pedagogia; Freud; Millot; Voltolini.

        · resumo em Inglês     · texto em Português     · Português ( pdf )