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Conjectura: Filosofia e Educação

versão impressa ISSN 0103-1457versão On-line ISSN 2178-4612

Resumo

FACANHA, Luciano da Silva  e  SILVA, Irlene Veruska Batista da. A representação na esfera do teatro segundo Jean-Jacques Rousseau. Conjectura: filos. e Educ. [online]. 2022, vol.27, e022026.  Epub 20-Mar-2024. ISSN 2178-4612.  https://doi.org/10.18226/21784612.v27.e022026.

Objetiva-se, com este artigo, uma explanação sobre a problemática da representação teatral e seus efeitos sobre os espectadores a partir do caráter etnológico e político por meio da crítica realizada pelo filósofo Jean-Jacques Rousseau. Fundamenta-se na obra Carta a D'Alembert sobre os espetáculos, na qual Rousseau apresenta uma crítica à representação social por meio das artes, com ênfase no teatro de classe francês do século XVIII. A Carta nasceu em resposta a um verbete geográfico, Genebra, escrito no tomo VII da Enciclopédia por D’Alembert, em que este exaltava as qualidades do teatro e sugeria inaugurar uma companhia de comediantes na cidade homônima, o que até então era proibido. Como resposta a esse verbete, o genebrino discorre na Carta toda sua crítica e desprezo ao teatro francês do século XVIII e expressa meticulosamente as razões para não fundar uma companhia de teatro na sua República de Genebra, atribuindo aos jogos e aos espetáculos cívicos uma importância pedagógica em oposição aos espetáculos teatrais produzidos na época. Rompe, assim, definitivamente com o Iluminismo e com os homens de letras de sua época. Partindo desse contexto, abordaremos no presente artigo a dualidade entre ser e parecer que se evidencia como um jogo de oposição entre uma sociedade corrompida pelos espetáculos teatrais (e outras formas de representação) e outra livre dos efeitos corruptores da cena teatral. Nessa última, o único espetáculo possível é aquele em que o próprio espectador é o espetáculo: as festas cívicas. Para Rousseau, a festa proporciona um espetáculo sem representação, pois tudo gira em torno da naturalidade, o contato com o outro surge na espontaneidade, nada pode ser mostrado, decorado e imposto. O luxo confunde-se com o brilho do olhar coletivo da festa.

Palavras-chave : Rousseau; Teatro; Crítica; Representação; Festa.

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