Serviços Personalizados
Journal
Artigo
Compartilhar
Educação e Pesquisa
versão impressa ISSN 1517-9702versão On-line ISSN 1678-4634
Resumo
ALMEIDA, Rogério de. Filosofia trágica e pedagogia da escolha: imaginários cinematográficos sobre a afirmação da vida. Educ. Pesqui. [online]. 2023, vol.49, e254031. Epub 28-Mar-2023. ISSN 1678-4634. https://doi.org/10.1590/s1678-4634202349254031.
O vínculo entre a filosofia trágica (nada, acaso e convenção) e a afirmação da vida ( amor fati ), como estabelecido por Friedrich Nietzsche e Clément Rosset, é estudado neste artigo sob o método do perspectivismo hermenêutico e em diálogo com os filmes Lucky (2017), dirigido por John Carroll Lynch, Paterson (2016), de Jim Jarmush, e A árvore dos frutos selvagens (2018), de Nuri Bilge Ceylan. Os imaginários dessas três obras cinematográficas traduzem um processo de reflexão sobre a vida que culmina na aprovação trágica, revelada a partir da trajetória dos protagonistas e do caráter formativo de suas experiências, cujo saber ( páthei mathos ) conflui com a pedagogia da escolha em seus três movimentos: a suspensão da crença, pela qual se estabelece o jogo estético que permite ver o mundo por outra perspectiva; a estética da experiência, que valoriza o saber exercitado pelas obras de ficção; e, por fim, a constituição de itinerários de (auto)formação, que organizam as experiências formativas e possibilitam a escolha da afirmação trágica. As conclusões apontam que, em consonância com a continuidade da vida dos protagonistas dos filmes estudados, a afirmação incondicional da vida não é o resultado, a etapa final de uma escolha, mas um processo contínuo de aprovação, desde que se reconheça o caráter trágico da existência, do que é dado a viver.
Palavras-chave : Filosofia da educação; Filosofia trágica; Cinema e educação; Pedagogia da escolha.