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Revista de Educação PUC-Campinas
versão impressa ISSN 1519-3993versão On-line ISSN 2318-0870
Resumo
MARTINS, Ernesto Candeias. Representação social da “Outra Infância” portuguesa (séculos XIX-XX): atendimento assistencial e (re)educativo. Educ. Puc. [online]. 2018, vol.23, n.2, pp.251-272. ISSN 2318-0870. https://doi.org/10.24220/2318-0870v23n2a4002.
O artigo aborda a “Outra Infância”, ou seja, a que foge da infância dita normalizada na sociedade, no contexto do século XIX e parte do XX, nas suasconceções ou enfoques que a reconstroem no tempo e na memória histórica. A presente análise hermenêutica circula à volta daquela infância, abandonada, marginalizada, em risco, delinquente e desamparada, sem a presença física e moral da família, sem escolarização e afetividade normal para o seu desenvolvimento, inserida em dispositivos jurídico-social, médico-pedagógico, assistencial e institucional. Serão tratadas as conexões históricas relacionadas com essa infância, as condições e fenômenos sociais interligados com a sua problemática e realidade. Essas infâncias são aqui problematizadas, contextualizando-as historicamente no momento contemporâneo português e fazendo digressões argumentativas de teor antropológico, epistemológico, pedagógico e histórico social. Aquelas infâncias eram assistidas e/ou institucionalizadas em internatos asilares e estabelecimentos assistenciais e de reeducação, onde recebiam uma formação para a vida. Portugal foi prolífero em criar diversos tipos de instituições, especialmente os asilos e acolhimentos do século XIX e outras instituições reeducativas que perduraram no século XX. Em três pontos assenta a argumentação aqui apresentada: emergência dos problemas e condições sociais da infância; a imagem da outra infância na voz dos periódicos; a infância à margem da sociedade e as medidas assistenciais e (re)educativas de encerramento.
Palavras-chave : Assistência educativa; História da infância; Infância diferenciada; Outra infância; Representação social.