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Revista Brasileira de Educação Médica
versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271
Resumo
BISCARDI, João Márcio dos Santos; COSTA, Henrique Rodrigues da; PETTERLE, Ricardo Rasmussen e FRAGA, Rogério de. Preferências de Aprendizagem e Inteligencias Múltiplas: Um Estudo Observacional em Estudantes Brasileiros. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2019, vol.43, n.3, pp.134-144. ISSN 1981-5271. https://doi.org/10.1590/1981-52712015v43n3rb20180169ingles.
Nos últimos anos, Inteligências Múltiplas (IM – corporal-cinestésica, espacial, intrapessoal, interpessoal, linguística, lógico-matemática, musical e naturalista) e Preferências de Aprendizagem (PA – visual, auditiva, leitura/escrita, cinestésica, multimodal) vêm sendo intensamente estudadas em todo o mundo. Em tal contexto, diversas ferramentas que avaliassem tais parâmetros foram criadas e posteriormente aprimoradas ao longo das últimas décadas. Atualmente, a necessidade de se utilizar as melhores estratégias de aprendizado e a crescente necessidade de que o ensino seja individualizado reforçam a importância de que sejam mapeadas as habilidades e preferências cognitivas individuais.
Objetivos
analisar as distribuições de IM – e como elas se influenciam – e das PA em estudantes de medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Brasil. Espera-se que os resultados estimulem melhorias no contexto educacional.
Materiais e Métodos
estudo transversal e descritivo envolvendo estudantes de medicina da UFPR de todos os 12 semestres, sendo analisados através de questionários quanto às suas MI e (“Lista de verificação para avaliar inteligências múltiplas de alunos”) e PA (“Visual, Aural, Read/Write, Kinesthetic – VARK – Questionnaire”, previamente traduzido e validado para a língua Portuguesa).
Resultados
1054 questionários foram coletados e processados. As IM intrapessoal (71±10,5), lógico-matemática (69,3±14) e linguística (68,4±11,8) atingiram as maiores médias gerais, enquanto a naturalista registrou a menor pontuação (47,3±19,5). Observou-se correlação positiva entre todas as IM. Quanto às PA, prevaleceu a multimodal (42,3%), seguida por visual (21,3%), auditiva (18,6%), cinestésica (11,2%) e leitura/escrita (6,6%). Quando correlacionadas ambas as teorias cognitivas, sobressaíram-se as seguintes associações: PA visual e IM intrapessoal; PA auditiva e IM interpessoal; PA leitura/escrita e IM lógico-matemática; PA cinestésica e IM lógico-matemática; e PA multimodal e IM intrapessoal.
Conclusão
A IM intrapessoal atingiu maiores médias, seguida por lógico-matemática e linguística. A IM naturalista, por outro lado, obteve menores pontuações em termos de semestres, ciclos e análise geral. Todas as inteligências apresentaram influência apresentaram interdependência positiva. A multimodalidade foi a PA mais prevalente, enquanto leitura/escrita foi a menos observada. Correlações inicialmente esperadas entre IM e PA foram confirmadas. Quanto às perspectivas futuras, espera-se que professores e gestores educacionais adaptem estratégias de ensino atuais de modo a melhor contemplar as preferências dos estudantes. Em conjunto, IM e PA preconizam que atualmente não mais se questione o quão inteligente alguém seja, e sim de que maneiras o seria.
Palavras-chave : –Cognição; –Inteligência; –Estudantes; –Médico; –Pesquisas e questionários.