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Revista Brasileira de Educação Médica
versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271
Resumo
CUNHA, Andrea Taborda Ribas da et al. População em Situação de Rua: o Papel da Educação Médica ante a Redução de Iniquidades. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2020, vol.44, suppl.1, e136. Epub 17-Set-2020. ISSN 1981-5271. https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.supl.1-20200376.
Introdução:
Compreendendo a abordagem holística de saúde e considerando as desigualdades brasileiras, infere-se a discrepância dos estados de saúde entre grupos sociais, sobretudo no que concerne à população em situação de rua (PSR). Essas pessoas lidam com o desamparo institucionalizado, e a pandemia da Covid-19 expôs ainda mais essa situação. Quanto à formação dos profissionais de saúde, torna-se fundamental a abordagem do tema.
Relato de Experiência:
Com base na inclusão de experiências de docentes que articulavam ações de integração ensino-serviço com a equipe do Consultório na Rua de Mossoró, bem como a abordagem de temas relacionados às populações mais vulneráveis em eixo longitudinal ao curso, despertou-se o interesse dos discentes do curso de Medicina da Ufersa para ações direcionadas à PSR. Destarte, surge, em 2019, a ação “Saúde nas Ruas”, em parceria com o Consultório na Rua, que fornece suporte à PSR em diversos aspectos, com a participação dos alunos do curso de Medicina. A ação, proposta a partir de iniciativa dos próprios alunos, marcou o início do planejamento da inclusão do atendimento a essa população no programa do internato do curso, bem como a criação de um projeto de extensão longitudinal para ações voltadas à PSR. Nesse processo, os discentes puderam imergir na realidade dessa população, e os usuários tiveram autonomia para compartilhar suas experiências e dores.
Discussão:
Mediante uma formação acadêmica que visa romper com o modelo tecnicista, os estudantes possibilitaram voz à PSR e, compreendendo essas pessoas como sujeitos do processo, refletiram sobre o agir médico na transformação da realidade em que se inserem.
Conclusão:
O corpo acadêmico participante potencializou em si a empatia e o desejo por uma saúde pública democrática e acessível. Ficou evidente ainda a imprescindibilidade de trabalhar temas específicos sobre populações vulneráveis, com o objetivo de fortalecer a atuação médica como forma de garantir o direito à saúde.
Palavras-chave : Pessoas em Situação de Rua; Empatia; Integralidade em Saúde; Populações Vulneráveis; Educação Médica.