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Childhood & Philosophy
versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987
Resumo
ARENHART, deise e GUIMARAES, daniela de oliveira. infância e alteridade: experiência e criação na relação entre crianças e adultos. child.philo [online]. 2022, vol.18, e67716. Epub 23-Out-2022. ISSN 1984-5987. https://doi.org/10.12957/childphilo.2022.67716.
o objetivo desse trabalho é dar visibilidade e refletir sobre as manifestações das crianças na perspectiva da alteridade, confrontando um olhar que, na concepção moderna, tem afirmado a infância na perspectiva da falta e negatividade. Desse modo, as experiências empíricas são destacadas, especialmente, nas relações das autoras com as crianças como pesquisadoras (em uma pesquisa de doutoramento) e como docentes na educação infantil. A pesquisa de doutorado se deu com dois grupos de crianças entre quatro a seis anos de idade, em espaços de educação infantil em dois contextos distintos e desiguais socialmente: um grupo de crianças moradoras em uma favela e outro de classe média/alta. Os registros foram produzidos a partir da interação com as crianças em situações de brincadeira, entrevistas individuais e coletivas, fotografias e trocas de fotografias. Na interlocução com a Filosofia, a Sociologia da Infância e a Geografia da Infância, buscamos refletir sobre como as crianças significam suas experiências e como anunciam novas possibilidades de se relacionar com a cultura escolar. A brincadeira é trazida como experiência que as une como grupo social, independente das condições desiguais que os contextos oferecem, pela qual é possível criar rotas de fuga, transver os limites institucionais, exercer a alteridade e produzir alegria. As expressões de alteridade das crianças ainda podem ser percebidas nas formas genuínas com que exercem suas relações com os espaços e tempos. Assim, os espaços se convertem em lugares e territórios de infância, a partir dos sentidos atribuídos que interrogam os convencionalmente instituídos pelos adultos; o tempo é vivido pelas crianças na perspectiva da experiência e da reiteração, o que confronta o tempo cronológico, linear, das rotinas rígidas e padronizadas. Enfim, olhar a infância a partir da perspectiva da alteridade, nos provoca a pensar e produzir outros modos de relação entre adultos-crianças, para além de uma perspectiva colonizadora e tutelar, mas como abertura e reinvenção.
Palavras-chave : infância; alteridade; expressões infantis..