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Série-Estudos

versão impressa ISSN 1414-5138versão On-line ISSN 2318-1982

Sér.-Estud. vol.29 no.67 Campo Grande set./dez 2024  Epub 12-Dez-2024

https://doi.org/10.20435/serieestudos.v1i1.2017 

Editorial

Editorial

José Licínio Backes1 

Heitor Queiroz de Medeiros1 

Ruth Pavan1 

1Editores da Série-Estudos


A revista Série-Estudos publica, no seu terceiro número de 2024 (v. 29, n. 67), quinze artigos de diferentes instituições de educação superior do Brasil. Os treze primeiros artigos tratam da educação para as relações étnico-raciais na educação básica e na educação superior. Além desses, há um artigo relacionado à educação especial e um sobre educação ambiental.

O primeiro artigo intitula-se “A educação das relações étnico-raciais e a Sociologia Escolar: perspectivas de uma pesquisa-ação na periferia de Belo Horizonte” e tem autoria de Carolina Nunes Diniz e Katiuscia Cristina Vargas Antunes. O artigo mostra o potencial que a disciplina de Sociologia tem para contribuir na implementação da Lei 10.639/2003, com base numa pesquisa-ação crítico-colaborativa, realizada em uma escola pública de Belo Horizonte.

O segundo artigo, denominado “Marcos históricos da Educação Escolar na Comunidade Remanescente de Quilombo Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé, MT”, é de Luciano da Silva Pereira. O autor, baseado nas narrativas de memória de três moradores da comunidade quilombola (uma professora, dois anciãos), analisa a luta que a comunidade desenvolveu nos anos 1960-1980 pela implementação da educação escolar.

O terceiro artigo, “Escrevivências de uma professora negra: saberes ancestrais no município de João Neiva”, é de Magna Mota e Andreia Teixeira Ramos. As autoras apresentam, por meio de uma pesquisa documental, bibliográfica e de narrativas das moradoras antigas do município, os saberes ancestrais de uma professora negra, vistos como fundamentais para reescrever a história do povo negro.

O quarto artigo, “Círculos Epistemológicos como dispositivo de formação para Educação das Relações Étnico-Raciais na EJA Campo”, tem autoria de Rosiane Souza Santos e Idalina Souza Mascarenhas Borghi. No artigo, salienta-se, por meio de uma pesquisa-participante, que o currículo da escola não atende a realidade do campo, pois se baseia no currículo urbano, afetando a construção das identidades dos sujeitos do campo. Também aponta que os círculos epistemológicos podem se constituir em um meio importante de formação e autoformação.

O quinto artigo, “Teoria da Afrocentricidade: elementos epistemológicos para um currículo afrocentrado”, é de Cledson Severino de Lima e Maria da Conceição dos Reis. No texto, aborda-se a relevância de questionar a visão eurocêntrica para poder modificá-la, colocando no centro a história negra, para que, dessa forma, possa se desenvolver uma educação antirracista.

O sexto artigo, “Autoetnografia negra feminista: epistemologias e subjetividades para um currículo antirracista”, tem autoria de Maria Simone Euclides e Joselina da Silva. As autoras argumentam que um dos caminhos promissores para combater o racismo e a discriminação, produzindo um currículo enegrecido e enegrecedor, é por meio das autoetnografias negras.

O sétimo artigo, “Cultura Visual antirracista: alteridade e diferença nas políticas curriculares, artísticas e pedagógicas”, é de João Baliscei e Emanuelle Dalécio da Costa. No artigo, argumenta-se que o currículo é um artefato cultural que produz identidades étnico-culturais. Também se aborda como o currículo ainda está marcado por práticas racistas e machistas.

O oitavo artigo, “Confluências quilombolas no curso de Pedagogia por meio do filme Aruanda”, tem autoria de Fábio José Paz Rosa. O autor traz as possibilidades de desenvolvimento de outras epistemologias corpóreas, territoriais e históricas por meio de estéticas audiovisuais, no contexto de um curso de Pedagogia, advogando a necessidade de incluir os conhecimentos produzidos por intelectuais negras.

O nono artigo, “A escrevivência de professoras negras: Educação Infantil e relações étnico-raciais”, é de Adrielle Karoline de Sousa Lisboa, Maria Tereza Goudard Tavares e Roberta Dias de Sousa. No artigo, analisam-se os relatos de duas professoras negras da Educação Infantil em relação aos desafios enfrentados em função das práticas racistas existentes nas escolas.

O décimo artigo, “Partilhas negras: por um exercício antirracista e pluriversal na formação em Psicologia”, tem autoria de Anna Thereza Vargas Graciliano e Luciana Rodrigues. As autoras analisam sua experiência como mulheres negras no contexto do curso de Psicologia, defendendo a necessidade de enegrecer a universidade para que se transforme em pluriversidade.

O décimo primeiro artigo, “O papel do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO) na construção de uma educação antirracista”, é de Heverton Luis Barros Reis e Olívia Neta. No artigo, apresenta-se a relevância do instituto para a educação antirracista, sobretudo, pelos vários documentos existentes no acervo que trazem o legado de Abdias do Nascimento.

O décimo segundo artigo, “O cursinho Pré-Vestibular Zumbi dos Palmares e a construção da identidade de mulheres negras”, tem autoria de Luzia Aparecida do Nascimento e José Licínio Backes. Os autores, com base em pesquisa realizada com mulheres negras que concluíram o curso superior, destacam a importância do cursinho para o processo de afirmação e fortalecimento de suas identidades.

O décimo terceiro artigo, “O cânone literário e (não)decolonial na formação docente: a interculturalidade crítica do currículo de mulheres negras”, tem autoria de Mariana Saturnino dos Santos, Gildeane Hilgley Alves da Silva e Suzana Mary de Andrade Nunes. As autoras argumentam que a ausência das mulheres negras na literatura deve-se à colonialidade do poder e do saber. Mas essa realidade tem mudado, constatando-se a presença de vozes negras na atualidade.

O décimo quarto artigo, “Percepções de crianças e pré-adolescentes sobre o Transtorno do Espectro do Autismo”, tem autoria de Isadora Dias, Maewa Martina Gomes da Silva e Souza e Aline de Novaes Conceição. No texto, analisam-se os resultados de uma pesquisa realizada sobre a visão de crianças e adolescentes em relação à inclusão de alunos autistas na educação, observando-se que um número significativo é contra a inclusão; portanto, segundo as autoras, urge desenvolver-se um trabalho de conscientização.

O último artigo, “Panorama da Educação Ambiental não formal em Unidades de Conservação em Mato Grosso do Sul”, é de Verônica Maria Bezerra Guimarães e Carolina Lie Okazachi Ferreira. As autoras analisam sete Unidades de Conservação, vendo nelas um grande potencial para o desenvolvimento da educação ambiental. Entretanto, observaram que a educação ambiental crítica ainda está ausente nesses espaços, apesar de a discussão estar sendo feita há décadas pelo campo da educação ambiental.

Boa leitura.

José Licínio Backes

Heitor Queiroz de Medeiros

Ruth Pavan

Editores da Série-Estudos

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