Resumo

VIDAL, Diana Gonçalves  e  GVIRTZ, Silvina. O ensino da escrita e a conformação da modernidade escolar: Brasil e Argentina, 1880-1940. Rev. Bras. Educ. [online]. 1998, n.08, pp.13-30. ISSN 1413-2478.

O artigo objetiva investigar a produção do campo disciplinar sobre a escrita, no Brasil e na Argentina, atentando para perceber como sua constituição conformou aspectos de uma modernidade escolar. Para tanto, analisa como foi-se organizando o ensino da escrita nos dois países durante os séculos XIX e XX. Se num primeiro momento despontam como similares as discussões e as propostas educacionais nesse campo, nos anos 1920, Argentina e Brasil apresentam métodos e formas diferentes quanto ao ensino de escrever. O privilégio ao uso escolar do caderno de caligrafia no Brasil, por exemplo, contrasta com sua abolição na Argentina. A hipótese que aqui se coloca é que os métodos e as formas eram, a rigor, estratégias político-didáticas diferentes que se implementaram em função das particularidades do desenvolvimento dos sistemas educativos desses países latino-americanos. Enquanto na Argentina a maioria da população estava alfabetizada por volta da década de 1920 e contava com um expandido e estruturado sistema de educação elementar, podendo, assim, no processo de constituir uma escola mais eficiente, dissociar ensino de caligrafia do ensino da escrita, no Brasil apenas se esboçava esse movimento de estruturação do sistema educacional. Dessa perspectiva, a difusão de padrões de escrita e uma certa homogenização da letra pareciam propostas mais estratégicas, na busca da eficiência escolar. Entretanto, nos dois casos a diversidade dos métodos tinha um único objetivo: a construção da modernidade escolar.

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