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ETD Educação Temática Digital

versão On-line ISSN 1676-2592

Resumo

PORTO, Rita de Cássia Cavalcanti. Impasses, resistência e singularidades na construção de projetos político-pedagógicos: as formas de enfrentamento na implementação das políticas de formação dos profissionais da educação na UFPB. ETD [online]. 2007, vol.08, n.02, pp.320-321. ISSN 1676-2592.

O presente trabalho realiza uma análise sobre as relações estabelecidas entre educação e desenvolvimento no âmbito oficial, compreendendo o período entre o mandato do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e o último governo militar. Utilizamos como fontes primárias, principalmente, os planos globais e setoriais de educação elaborados à época em questão. Após a criação da CEPAL, em 1948, presenciamos o rompimento com a tese das vantagens comparativas, que atribuía aos países periféricos o papel de exportadores de matéria-prima e importadores de produtos manufaturados. Desse modo, intensificou-se a busca de meios para promover a industrialização do mundo subdesenvolvido, considerando-se prioritária a intervenção do Estado na economia pela utilização do mecanismo do planejamento, a fim de administrar e dinamizar a alocação de recursos escassos. No cenário da Guerra Fria, que opunha o Ocidente cristão ao comunismo ateu, a ideologia do desenvolvimento foi largamente disseminada. A partir de 1955, os teóricos do ISEB reforçaram as bases de sustentação da doutrina desenvolvimentista no Brasil, pretendendo acelerar a expansão econômica do país. A industrialização brasileira foi efetuada, em grande parte, por intermédio da transferência de tecnologias poupadoras de mão-de-obra e de um aumento do endividamento externo. Valorizavam-se os investimentos em capital físico em detrimento às políticas sociais, uma vez que estas eram tidas como excessivamente dispendiosas. Divulgava-se a idéia de que, no futuro, os benefícios da prosperidade atingiriam a população de forma geral. Entretanto, as políticas econômicas adotadas implicaram em um processo crescente de concentração de renda. Para justificá-lo, incorporou-se, gradativamente, aos planos de governo o discurso do valor econômico da educação para o desenvolvimento, no que se refere à formação de recursos humanos devidamente capacitados para lidar com novas tecnologias; dessa forma, os indivíduos contribuiriam para atingir os “objetivos nacionais” estipulados nesses documentos e, ao mesmo tempo, adquiririam mobilidade social, ou seja, os mais talentosos poderiam ascender socialmente. Assim, o mito da “escola redentora” legitimou a exclusão social gerada no seio do sistema capitalista, ao ocultar a baixa capacidade da estrutura produtiva existente para absorver trabalhadores qualificados.

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