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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

BALBI, Larissa; LINS, Liliane  e  MENEZES, Marta Silva. A Literatura como Estratégia para Reflexões sobre Humanismo e Ética no Curso Médico: um Estudo Qualitativo. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2017, vol.41, n.1, pp.152-161. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-52712015v41n1RB20160049.

A educação, pilar social caracterizado pela nobreza e complexidade, tem passado por um processo de transição paradigmática: do modelo unilateral e vertical de ensino para outro mais dinâmico, que permite o diálogo aberto entre docente e discente. Analogamente, a medicina contemporânea também vivencia um momento de mudanças, em que há uma necessidade crescente de preparar o futuro médico para lidar cada vez mais com os dilemas e conflitos presentes no cotidiano da área da saúde. A literatura de ficção constitui um recurso didático que segue a linha da metodologia ativa e permite a reflexão, o debate e o confronto de ideias. O presente estudo pretendeu identificar as contribuições do uso da literatura, em especial do livro Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, na formação humanística do estudante de Medicina. Para isto, desenvolveu-se um estudo descritivo, de análise qualitativa e com a participação dos alunos do primeiro ano de Medicina no componente curricular Ética e Bioética da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Com base na leitura da obra de Saramago, os alunos responderam a uma avaliação processual desse componente. Segundo o conteúdo das respostas dos alunos, foram obtidos quatro temas: observação do mundo e do exercício profissional pelo estudante de Medicina; humanização na prática médica diante da invisibilidade social; prática médica tecnocêntrica e humanização; percepção do estudante de Medicina sobre a importância da literatura em sua formação. A diversidade, a riqueza e a verticalidade das respostas apresentadas permitem concluir que a leitura do livro Ensaio sobre a cegueira contribuiu de maneira positiva na aprendizagem dos princípios éticos e bioéticos (beneficência, não maleficência, autonomia e justiça), tendo acrescentado à formação pessoal e profissional dos estudantes. Entretanto, como a experiência da leitura foi de caráter individual, não há meios de assegurar que a contribuição tenha sido de mesma magnitude para todos os alunos.

Palavras-chave : Educação Médica; Bioética; Literatura.

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