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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

ARAGAO, Júlio César Soares et al. Avaliação de Questões de Prova de Concursos de Residência Médica. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2018, vol.42, n.2, pp.26-33. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-52712015v421n2RB20170016.

Introdução:

A prova de residência, apesar de não ter o objetivo de avaliar a formação médica, o faz indiretamente. A avaliação da qualidade das provas de residência médica permite, entre outras coisas, reavaliar o próprio processo de formação e as competências esperadas para os profissionais.

Objetivo:

Avaliar provas de primeira fase de diferentes programas de residência médica dos maiores centros urbanos brasileiros.

Método:

Foram avaliadas 500 questões de provas de residência dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. As questões foram avaliadas considerando sua origem, localização geográfica, área de conhecimento, contextualização, cenários do contexto e complexidade pela taxonomía de Bloom.

Resultados:

A maioria das questões apresentava contextualização (64,4%, n = 322), sendo os cenários predominantes de alta complexidade e em ambiente hospitalar. Identificou-se que a categoria taxonômica predominante foi o reconhecimento (41,60%, n = 208), sendo a segunda categoria mais frequente o julgamento em 26% das questões (n = 130), seguidas de síntese (15%, n = 75), análise (7,60%, n = 38), compreensão (6%, n = 30) e aplicação (3,8%, n = 19). Considerando a dicotomização entre questões de raciocínio teórico e clínico, encontramos uma situação de equilíbrio entre ambas (raciocínio clínico: 48,9%, n = 243; raciocínio teórico: 51,4%, n = 257). A associação de contextualização com raciocínio clínico foi alta, com risco relativo de uma questão solicitar raciocínio clínico na presença de contextualização de 26,31 (IC 11,06 – 62,59).

Considerações finais:

O quadro delineado pela presente pesquisa demonstra que os diferentes processos seletivos para residência médica no Brasil diferem muito entre si quanto ao perfil de seleção, com provas de caráter hospitalocêntrico, privilegiando cenários de alta complexidade em ambiente hospitalar. Embora muito se tenha feito e falado no sentido de promover mudanças na educação médica do Brasil, o processo seletivo para residência médica ainda não reflete as mudanças preconizadas desde o fim do século passado e consolidadas nas políticas públicas do início deste século. Se pensarmos que estamos selecionando profissionais que muito provavelmente se fixarão naquela instituição após o fim de sua pós-graduação, podemos ter uma ideia do círculo de retroalimentação que se cria nos programas.

Palavras-chave : Internato e Residência; Avaliação Educacional; Classificação; Questões de Exames.

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