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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

OLIVEIRA, Inajara Carla  e  CUTOLO, Luiz Roberto Agea. Integralidade: Algumas Reflexões. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2018, vol.42, n.3, pp.146-152. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-52712015v42n3RB20170102r1.

A integralidade pode ser considerada um dos temas mais recorrentes nas discussões acerca da formação profissional em saúde, especialmente na área médica. Entretanto, mesmo frente a estes movimentos, observam-se controvérsias sobre o termo devido a seu caráter polissêmico. Desta forma, tem-se como objetivo deste estudo a discussão dos sentidos da integralidade tendo por base um resgate bibliográfico na literatura existente, suscitando reflexões de cunho epistemológico, hermenêutico e prático no contexto da formação em saúde. Parte-se da compreensão de que a integralidade traz em si a percepção da complexidade de nossos objetos. Objetos complexos exigem olhares plurais. Dicotomias vinculadas ao modo de pensar moderno, por consequência, devem ser sistematicamente abandonadas. Fala-se de integralidade como superação de dicotomias clássicas no âmbito da saúde: indivíduo e coletivo; saúde e doença; corpo e mente; clínica e saúde pública; teoria e prática. Ou seja, na perspectiva da integralidade, considera-se a saúde como o resultado de aspectos múltiplos da vida de um indivíduo, que não pode ser reduzido a meras díades conceituais, ou mesmo, de relação causa-efeito. Esta ideia fundamenta-se no fato de que, a partir da integralidade, quando se fala de saúde, ela nunca estará alienada da complexidade da vida de sujeitos e de suas contingências. Já a integralidade enquanto articulação de políticas públicas sociais e econômicas baseadas na determinação social do processo saúde-doença em nosso contexto, além de desejável, torna-se fundamental. Porém, é preciso reconhecer que, por se tratar de uma visão contra-hegemônica, sofrerá resistências, e talvez seja esta característica que permita a existência da ideia de integralidade como uma prática utópica. Assim, a integralidade se expressa como uma imagem-objetivo e, mais do que isso, se apresenta como orientadora e guia das ações em saúde, sobretudo como um processo contínuo de lutas e buscas por transformações de nossa sociedade.

Palavras-chave : Integralidade em Saúde; Educação Médica; Sistema Único de Saúde; Saúde Coletiva.

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