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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

PURIM, Kátia Sheylla Malta  e  TIZZOT, Edison Luiz Almeida. Protagonismo dos Estudantes de Medicina no Uso do Facebook na Graduação. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2019, vol.43, n.1, pp.187-196. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-52712015v43n1RB20180139.

Esta pesquisa analisou o uso do Facebook e as noções de conhecimento ético em rede por estudantes da graduação de Medicina. Trata-se de estudo transversal descritivo, realizado de agosto a dezembro de 2015, com questionário estruturado impresso autoaplicado a alunos de Medicina procedentes de instituição pública de Curitiba (PR). A amostra foi composta por 310 acadêmicos, com maior frequência feminina (58,1%; p = 0,005) e média de 23,3 anos de idade. O Facebook foi usado de modo espontâneo e informal para fins educacionais três vezes na semana por 68 (21,9%) alunos e diariamente por 188 alunos (60%; p < 0,0001). As ferramentas empregadas foram documentos (84,2%; p < 0,0001), mural (55%), bate-papo (50%) e eventos (49%). Essas aplicações foram usadas para verificar avisos com representantes, atualizar cronograma, resolver exercícios, tirar dúvidas com professores e colegas, fazer trabalho on-line. Os estudantes perceberam como vantagens o compartilhamento de informações, interação entre pessoas, facilidade e rapidez, e formação de grupos. As desvantagens alegadas foram falta de privacidade (34,5%), distração e perda de foco (19,7%), questões éticas (11%), dificuldade de inclusão digital (4,2%), disponibilidade de tempo dos professores (3,5%), vício e dependência da internet (1,6%) e conteúdos duvidosos (1,3%). Fotos ou filmes de pacientes foram postados em mídias sociais por 13,1% dos estudantes. Apenas 2% do total de acadêmicos conheciam as normas éticas para sites de medicina e saúde na internet. O uso do Facebook, criado e administrado pelos estudantes com base em suas necessidades, interesses e desejos, extrapolou a simples incorporação de uma rede social. Permitiu criar um espaço de comunicação, interação, partilha e colaboração que promoveu aprendizagem. Entretanto, políticas educacionais para o ambiente virtual podem melhorar a integração entre professores e alunos, e promover o uso pedagógico mais reflexivo, criterioso e profundo. Para uso sistematizado da internet e suas redes nesse curso, poderiam ser propostos investimentos financeiros, treinamento docente e discente, e estabelecimento de regras para uso mais seguro e responsável. Nesta amostra de estudantes, o Facebook foi utilizado para a organização acadêmica e do aprendizado de forma complementar ao ensino presencial. Contudo, são necessárias estratégias educativas de maior abrangência, com normas éticas e profissionais acerca de mídias digitais.

Palavras-chave : Redes Sociais; Internet; Educação Médica; Estudantes de Medicina.

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