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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

MOREIRA, Glaucia de-Oliveira et al. Desempenho Acadêmico de Estudantes Bolsistas durante o Curso de Medicina. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2019, vol.43, n.3, pp.163-169. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-52712015v43n3rb20180180.

A inclusão, a adesão e o sucesso de estudantes de baixa renda na graduação são metas importantes no ensino superior brasileiro, assim como em outras partes do mundo, principalmente em cursos concorridos e em tempo integral, como o de Medicina. Este manuscrito analisa o desempenho de estudantes de graduação em Medicina, comparando dois grupos: os que se candidataram e receberam uma bolsa de estudos durante os anos acadêmicos (bolsistas) e os demais (sem bolsa). Analisamos dados de 417 estudantes de Medicina que se formaram entre 2010 e 2013, correspondendo a quatro anos de uma coorte retrospectiva, numa universidade pública gratuita no Brasil. A análise estatística foi realizada pelo teste exato de Fisher, o teste t de Student, o de Mann-Whitney e a regressão linear para comparar os escores desses grupos no sexto e décimo segundo semestres (meio e último semestres) e no exame de admissão para programas de residência médica, compostos por: escore total, teste de múltipla escolha para avaliação do conhecimento, avaliação clínica estruturada simulada, entrevista e perguntas escritas. A variável independente foi receber uma bolsa de estudos, enquanto as variáveis de controle foram idade, estratos socioeconômicos, gratificações extras para o ensino médio em instituição pública e autodeclaração de raça, pontuação no vestibular (geral e em cada área avaliada) e escolaridade dos pais. Um total de 243 alunos (58,2%) receberam uma bolsa de estudos, a maioria como bolsa de iniciação científica (217 ou 89,3%), enquanto 10,7% a receberam por assistência social. A renda média per capita foi cerca de 16% menor entre os bolsistas (p = 0,01) em comparação com aqueles que não receberam bolsa. Os estudantes bolsistas obtiveram melhor desempenho acadêmico no sexto (p<0,01) e no décimo segundo (p<0,01) semestres, mas não na admissão em programas de residência médica. O bom desempenho foi independentede idade,raça, recebimento de bônus à admissão na escola médica e formação educacional dos pais. Portanto, concluímos que receber uma bolsa na graduação foi associadoa melhor desempenho dos alunos durante o curso de graduação em Medicina. Enfatizamos a importância de reforçar programas semelhantes, especialmente para ajudar a apoiar os alunos mais vulneráveis socioeconomicamente.

Palavras-chave : –Avaliação Educacional; –Classe Social; –Educação Médica; –Educação Superior; –Inclusão Educacional; –Populações Vulneráveis; –Responsabilidade Social.

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