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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

RIBEIRO, Christiane Fernandes et al. Prevalência de Fatores Associados à Depressão e Ansiedade em Estudantes de Medicina Brasileiros. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2020, vol.44, n.1, e021.  Epub 17-Fev-2020. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.1-20190102.ing.

Introdução:

Embora a saúde mental seja uma condição essencial para o desenvolvimento humano, a literatura científica mostra alta frequência de depressão e ansiedade em universitários, principalmente entre estudantes de Medicina. Para contribuir para um melhor entendimento sobre a saúde mental de estudantes de Medicina, esta pesquisa teve os seguintes objetivos: 1. estimar a prevalência de escores indicativos de ansiedade, depressão e ansiedade e depressão simultâneas, e 2. analisar os fatores associados com tais condições em estudantes de Medicina de uma universidade federal do Brasil.

Métodos:

Trata-se de um estudo do tipo transversal realizado com 355 estudantes de uma faculdade de medicina do Rio de Janeiro. Os participantes foram recrutados durante o primeiro semestre do ano de 2015. As desordens mentais foram avaliadas com o uso da Hospital Anxiety and Depression Scale (Hads). A magnitude dos transtornos mentais e os fatores associados foram analisados com a obtenção de estimativas de prevalência e de razão de prevalência (RP) não ajustada e ajustada e de intervalos de confiança de 95% (IC 95%).

Resultados:

Analisaram-se 355 estudantes. Ansiedade foi a condição mais comum (41,4%), seguida de depressão (8,2%) e de depressão e ansiedade simultâneas (7,0%). Depois do ajustamento dos modelos multivariados e considerando tanto gênero quanto idade como variáveis de confusão, nossos resultados mostraram um padrão de risco diferenciado em relação aos três desfechos analisados. O risco de ansiedade aumentou com o fato de se “sentir sozinho” (RP ajustada: 1,59; IC 95%: 1.123; 2,259), “ter histórico de acompanhamento psiquiátrico/psicológico antes de ingressar na universidade” (RP ajustada: 1,63; IC 95%: 1,052; 2,542) e “se sentir moralmente lesado na faculdade” (RP ajustada: 1,66; IC 95%: 1,168; 2,364). O risco de depressão aumentou com se “sentir sozinho” (RP ajustada: 6,84; IC 95%: 2,047; 22,894) e “ter histórico de acompanhamento psiquiátrico/psicológico antes de ingressar na universidade” (RP ajustada: 4,74; IC 95%: 1,790; 12,579). Ansiedade e depressão simultâneas foram associadas com se “sentir sozinho” (RP ajustada: 8,90; IC 95%: 2,075; 38,208) e “ter histórico de acompanhamento psiquiátrico/psicológico durante (RP ajustada: 3,16; IC 95%: 1,061; 9,439) e antes (RP ajustada: 6,01; IC 95%: 2,000; 18,098) de ingressar na universidade”.

Conclusão:

Ansiedade e depressão são comuns em estudantes de Medicina. Os principais fatores associados foram tratamentos para desordens mentais antes do ingresso na universidade, solidão e relações interpessoais problemáticas durante a graduação. Dessa maneira, um melhor acolhimento e uma redução de situações conflituosas podem ajudar a minimizar essas condições frequentes em escolas médicas, uma vez que impactam não apenas a própria qualidade de vida, como também a forma de lidar com os seus pacientes no futuro.

Palavras-chave : Depressão; Ansiedade; Estudantes de Medicina; Prevalência; Fatores de Risco.

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