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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

OLIVEIRA, Leonam Costa et al. A Eficácia do Body Painting no Ensino-Aprendizagem da Anatomia: um Estudo Randomizado. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2020, vol.44, n.2, e050.  Epub 07-Abr-2020. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.2-20190162.

Introdução:

Existem diferentes metodologias no ensino-aprendizagem da anatomia na graduação médica, como o uso de simuladores, exames de imagens, Body Painting, entre outros. O Body Painting é uma forma de arte corporal em que a pele humana é pintada, sendo projetados na superfície corporal músculos, veias, ossos, nervos e órgãos internos. Buscando adaptações à crescente falta de peças cadavéricas e atender às novas exigências curriculares das escolas médicas, esta pesquisa objetivou avaliar a aquisição do conhecimento anatômico da caixa torácica (costelas, cartilagens, músculos intercostais, esterno e linhas torácicas), da laringe, da traqueia, do nariz e dos seios paranasais com o uso do Body Painting em comparação ao uso de peças cadavéricas, além de conhecer e analisar a percepção e o significado sobre o método Body Painting no ensino-aprendizagem da anatomia para os graduandos em Medicina.

Método:

Para isso, realizou-se uma pesquisa qualitativo-quantitativa. Com relação à parte quantitativa, este foi um estudo controlado randomizado antes e depois das intervenções. Estudantes do final do primeiro ano da graduação médica foram aleatoriamente alocados em dois grupos: 22 no grupo do Body Painting e 24 no grupo com cadáver. Em ambos os grupos, realizaram-se um pré-teste e um pós-teste. Aplicou-se o teste de normalidade da amostra e utilizou-se o teste não paramétrico da soma de postos de Wilcoxon para comparação dos escores dos postos obtidos por cada grupo no pré e pós-teste. Além disso, realizou-se uma abordagem qualitativa com a aplicação da escala Likert e o uso de um grupo focal para analisar as percepções discentes sobre esse método.

Resultados:

Quando se compararam os escores medianos dos postos das notas do pré-teste no grupo Body Painting com os obtidos no grupo cadáver, não houve diferença estatística. Isso demonstrou que os grupos eram homogêneos em relação ao nível do conhecimento prévio. Já o somatório dos postos das notas do pós-teste no grupo Body Painting foi superior ao do grupo cadáver, havendo diferença estatística quando se comparou a mediana dos escores dos postos entre esses grupos.

Conclusões:

Neste estudo, verificou-se que a aquisição de conhecimentos anatômicos da caixa torácica (costelas, cartilagens, músculos intercostais, esterno e linhas torácicas), da laringe, da traqueia, do nariz e dos seios paranasais com o uso do Body Painting foi ligeiramente superior à adoção de peças cadavéricas. A nudez parcial pode ser vista, inicialmente, como um empecilho ao método, mas isso pode ser superado após a vivência e o engajamento dos alunos nas sessões de pintura corporal. O Body Painting, segundo a percepção discente, facilita o processo de ensino-aprendizagem ao aproximar a teoria da prática e ao permitir associações, propiciando assim uma aprendizagem significativa.

Palavras-chave : Anatomia; Pintura; Aprendizagem; Educação Médica.

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