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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

COURY, Marayra Inês França; DUCA, João Gabriel Menezes  e  TOLEDO JUNIOR, Antonio. Efeitos da Doença Mental sobre os Níveis de Inteligência Emocional em Estudantes de Medicina Brasileiros: Estudo Transversal Unicêntrico, 2017-2018. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2020, vol.44, n.3, e088.  Epub 24-Jun-2020. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.3-20200039.ing.

Introdução:

Estudos recentes mostram os efeitos diretos da inteligência emocional (IE) na prática médica e, mais especificamente, no estabelecimento e na manutenção de boa relação médico-paciente. Os objetivos deste estudo foram comparar os níveis de IE entre estudantes de diferentes anos de um curso de Medicina e avaliar fatores que influenciam esses níveis.

Método:

Trata-se de estudo transversal com estudantes de Medicina do primeiro, terceiro e sexto anos de uma instituição privada em Belo Horizonte, Minas gerais, Brasil. Os níveis de IE foram medidos por meio de teste autoaplicado de inteligência emocional de Schutte. Coletou-se também dados pessoais e demográficos. Todos os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de sua inclusão no estudo. O teste t de Student, a ANOVA, o teste de correlação de Pearson e a regressão linear foram utilizados na análise estatística.

Resultados:

Foram recrutados 255 voluntários entre outubro de 2017 e abril de 2018. Dezesseis (7,1%) alunos foram excluídos porque os questionários estavam incompletos. A amostra final foi composta de 209 participantes (71 do primeiro ano, 69 do terceiro ano e 69 do sexto ano). A maioria era do sexo feminino (66,0%), 95,2% eram solteiros, 10,0% tinham graduação prévia e 16,3% relataram diagnóstico prévio de distúrbio mental. A idade média foi de 23,2 (±3,9) anos. Não houve diferença entre os escores total de IE e de seus diferentes domínios entre os 3 anos. O teste de Pearson mostrou correlação positiva fraca entre a idade e o escore total (r = 0,172; p = 0,013) e a “percepção das emoções” (r = 0,236; p = 0,001). A análise multivariada mostrou associação positiva significativa entre a idade e o escore total (pajustado= 0,040), a “percepção das emoções” (pajustado = 0,013) e o “gerenciamento das emoções dos outros” (pajustado= 0,020). Redução significativa do escore total (pajustado = 0,033), do “gerenciamento das próprias emoções” (pajustado < 0,001) e do “gerenciamento das emoções dos outros” (pajustado = 0,025) foi observada entre os voluntários que relataram distúrbio mental prévio.

Conclusões:

Níveis elevados de IE foram observados nos 3 anos. Houve correlação positiva entre a idade e o escore total, a “percepção das emoções”, o “gerenciamento das próprias emoções” e o “gerenciamento das emoções dos outros”. A presença de distúrbio mental foi associada à redução do escore total, do “gerenciamento das próprias emoções” e do “gerenciamento das emoções dos outros”.

Palavras-chave : Inteligência emocional; Saúde Mental; Educação Médica; Medicina.

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