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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

LEITE, Vinícius Torres et al. Avaliação do Perfil dos Professores de Medicina de uma Universidade do Interior de Minas Gerais. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2020, vol.44, n.3, e096.  Epub 14-Jul-2020. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.3-20190330.

Introdução:

O ensino médico vem passando por grande reformulação nas últimas décadas, e um dos pontos considerados fundamentais nessa mudança é a atuação docente. Pesquisas indicam que os professores de Medicina usualmente possuem pouca formação didático-pedagógica, dividem-se entre as profissões de médico e professor, colocada em segundo plano, privilegiam a pesquisa em relação ao ensino e são resistentes a mudanças no seu modo de atuação. Segundo a literatura, essas características repercutiriam diretamente no ensino oferecido.

Método:

A presente pesquisa buscou analisar como características dos professores de Medicina de uma universidade no interior de Minas Gerais repercutem na forma como os alunos avaliam o ensino recebido. Para tanto, levantou-se o perfil dos professores a partir de documentação e entrevista semiestruturada. Posteriormente, os alunos avaliaram os professores participantes por meio de um questionário autoaplicado. Confrontaram-se avaliação e perfil, e utilizaram-se testes estatísticos para a análise da associação entre características e avaliação feita. Participaram 57 professores (83,8% dos elegíveis) e 203 alunos (84,5% dos elegíveis).

Resultados:

Foi identificado perfil de professores semelhante ao da literatura, com a maioria em dedicação parcial à universidade, renda proporcionada principalmente por outra profissão e preparação didática constituindo parte reduzida da formação. A comparação entre os grupos de características dos professores, com base nas avaliações dos alunos, por sua vez, mostrou resultados que rompem com a bibliografia. Os dados mostraram, com relevância estatística, que no curso professores mais jovens, com menos tempo de graduação, de atuação docente e de experiência em outra profissão, sem mestrado e que possuem como motivação para lecionar prazer e aptidão são mais bem avaliados. Maior tempo de preparação didática, cursos preparatórios, maior dedicação semanal ao ensino e maior identificação com a docência, entre outros aspectos, não se associam à melhor avaliação de forma estatisticamente significativa.

Conclusões:

A pior avaliação do docente mais experiente, associada a questões como conflitos geracionais e dificuldades de adaptação a novos currículos, mostra a importância de uma preparação docente contínua e reforçada com o tempo. Além disso, o melhor desempenho de professores mais satisfeitos demonstra a importância da valorização da carreira docente. Por fim, constata-se que quantidade de formação não é suficiente sem qualidade nessa formação.

Palavras-chave : Educação em Saúde; Educação Médica; Docentes de Medicina; Avaliação Educacional.

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