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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

CAZOLARI, Priscila Gadelha et al. Níveis de Burnout e Bem-Estar de Estudantes de Medicina: um Estudo Transversal. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2020, vol.44, n.4, e125.  Epub 10-Set-2020. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.4-20190138.ing.

Introdução:

A presença de estresse crônico, causado pelas atividades e exigências do curso de Medicina, pode levar ao que se chama de burnout, uma síndrome caracterizada por três dimensões: exaustão emocional, desumanização (ou despersonalização) e reduzida realização profissional. Diante do aumento da incidência de síndrome de burnout, sintomas de ansiedade e depressão, tentativas de suicídio e suicídio entre estudantes de Medicina, encarado como consequência de exigências cada vez maiores de alcance de sucesso profissional e financeiro em detrimento da saúde física e mental, entende-se a importância de estudar o assunto e propor medidas de prevenção e controle. Este estudo teve como objetivos avaliar e descrever os níveis de burnout e qualidade de vida dos estudantes de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.

Método:

Foram avaliados os níveis de burnout e qualidade de vida dos alunos do primeiro ao sexto ano do curso de Medicina da Unifesp, a partir dos questionários MBI-SS e Whoqol-Bref, on-line, em plataforma REDCap.

Resultados:

Um total de 302 estudantes responderam aos questionários completos. Em relação ao MBI-SS, os estudantes apresentaram baixo valor no fator exaustão emocional e altos valores na descrença e eficácia profissional, indicando um burnout entre baixo e moderado. Observou-se também que estudantes do gênero feminino apresentaram maior tendência à exaustão emocional em comparação ao gênero masculino, bem como estudantes do primeiro e segundo anos apresentaram maiores valores de eficácia profissional quando comparados com os do terceiro e quarto anos, sem diferença entre os gêneros. A partir das respostas do Whoqol-Bref, os estudantes consideraram ter boa qualidade de vida. Esses resultados indicam possíveis fatores que podem interferir na qualidade de vida dos estudantes: a carga horária excessiva de atividades, modelo de ensino baseado em aulas expositivas extensas, ausência de estímulo e reconhecimento pelos seus esforços.

Conclusão:

Os estudantes de Medicina avaliados neste estudo têm boa qualidade de vida e níveis baixos ou moderados de burnout, atentando-se para as diferenças entre anos de curso e características sociodemográficas.

Palavras-chave : Qualidade de Vida; Estudantes de Medicina; Saúde Mental; Currículo.

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