SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.45 número1Avaliação dos níveis de ansiedade e seus fatores associados em estudantes internos de MedicinaDesafios para o aprendizado de neurorradiologia na graduação médica: análise do ponto de vista discente índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Compartilhar


Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

SOBRAL, Dejano Tavares  e  WANDERLEY, Miriam da Silva. Receptividade à participação de estudantes em consultas ginecológicas: motivos das pacientes e suas avaliações da comunicação interpessoal dos aprendizes. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2021, vol.45, n.1, e018.  Epub 20-Jan-2021. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v45.1-20190345.ing.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivo apurar a expectativa de que o juízo sobre a comunicação interpessoal de estudantes de Medicina em consultas prévias teria impacto nos motivos das pacientes para consentir ou dissentir sua presença e, portanto, na receptividade final quanto à participação de aprendizes numa consulta ginecológica.

Métodos:

Dados de questionário foram compilados por entrevista com 469 pacientes ambulatoriais do Hospital Universitário de Brasília. Construíram-se escalas para medir a avaliação das pacientes sobre a comunicação interpessoal de estudantes, bem como seus motivos para permitir ou não a presença de aprendizes. Utilizaram-se testes t para estabelecer as diferenças entre pacientes com e sem experiência prévia de envolvimento de estudante nos escores das escalas de motivos, realizaram-se análises de contingência para avaliar a associação entre esses grupos de mulheres e adotou-se um índice de sua receptividade à participação de estudantes na consulta. Ademais, foram realizadas análises de correlação para verificar as inter-relações entre as escalas e os níveis de associação dessas medidas com o índice de receptividade como desfecho.

Resultados:

As pacientes experientes quando comparadas às inexperientes exibiram receptividade significativamente mais ampla à participação de estudantes (qui-quadrado = 20,49, df = 3, p < 0,001; V de Cramer = 209, p < 0,001). Essa maior receptividade correlacionou-se positivamente (rho = 0,314, p < 0,001) com a motivação das pacientes para consentimento e negativamente (rho = -454, p < 0,001) com sua motivação para dissentimento da presença de estudantes numa consulta futura. A motivação para consentir foi significativamente maior entre as pacientes experientes (M = 4,58, DP = 0,55, n = 408) em comparação com as inexperientes (M = 4,31, DP = 0,68, n = 61), e o oposto ocorreu na motivação para dissentir (M = 2,35, DP = 0,94 versus M = 2,70, DP = 1,02). Essas diferenças denotaram efeito de tamanho pequeno da experiência com estudante na consulta. Significantemente, a avaliação das pacientes experientes sobre a comunicação interpessoal estudantil em consultas prévias correlacionou-se positivamente (rho = 0,236, p < 0,001, n = 408) com sua motivação para consentimento, ao passo que se correlacionou negativamente (rho = -208, p < 0,001) com sua motivação para dissentimento da presença de estudante.

Conclusão:

Os achados têm implicações para o papel das pacientes na educação ginecológica de estudantes de Medicina e para a qualificação dos aprendizes na entrevista clínica e, portanto, para o benefício da saúde da mulher.

Palavras-chave : Alunos de Medicina; Comunicação; Ginecologia; Pacientes Ambulatoriais; Hospitais Universitários; Pesquisa e Questionários.

        · resumo em Inglês     · texto em Inglês     · Inglês ( pdf )